Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I12 UNIMES VIRTUAL Aula: 01 Temática: Crise do Antigo Regime Na aula de hoje estudaremos a crise do Antigo Regime e suas conseqüências para a história da França e da Europa. Destacaremos as principais características dessa crise e o que levou ao desencadeamento da Revolução Francesa. O Antigo Regime foi o período em que a monarquia absolutista francesa esteve no poder. Neste momento a sociedade francesa estava dividida em três ordens ou estados: o clero; a nobreza; e o terceiro estado — cons- tituído pela média e pequena burguesia, artesãos e camponeses. Mas o Antigo Regime foi marcado, sobretudo, pela existência dos “privilégios”, isto é, num sentido diferente do atual, os privilégios correspondiam ao di- reito adquirido ou herdado de algumas poucas centenas de famílias sobre territórios, vilas e aldeias. A crise do Antigo Regime evoluiu para a Revolução Francesa graças à crise econômica em que a França estava mergulhada. Os ânimos se acir- raram com a desastrada tentativa do rei em resolver o problema: em vez de acabar com os privilégios da nobreza e do clero, aumentou os tributos para o terceiro estado. Em 1774, o rei Luís XVI nomeou um fisiocrata para realizar as reformas necessárias para conter a crise econômica. Com receio de serem prejudicadas, as classes privilegiadas so- licitaram a convocação da Assembléia dos Estados Gerais. A Assembléia se reuniu, mas o terceiro estado queria ir além das reformas financeiras e, para isso, reivindicava votação “cabeça”, uma vez que contavam com mais de seiscentos representantes contra cerca de quinhentos da nobreza e do clero somados. A nobreza e o clero defendiam a votação por classe cujo placar final seria dois contra um. O terceiro estado, alegando injustiça na votação, resolveu criar uma As- sembléia Nacional Constituinte com a finalidade de elaborar uma Consti- tuição para a França e para a qual seria exigida a submissão do rei. Mesmo sendo ameaçado pelo rei, pelo clero e pela nobreza, o terceiro estado não desistiu de sua movimentação. Em 14 de julho de 1789, o povo se revoltou e tomou a Bas- tilha, símbolo do poder absolutista — local onde eram apri- HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I 13 UNIMES VIRTUAL sionados os opositores políticos e inimigos do rei. Tomando a Bastilha os revoltosos libertaram os presos e pegaram todo o armamento que se encontrava no local. Esse acontecimento tornou-se um marco inicial da Revolução Francesa. A revolta do povo transcendeu a capital Paris e se estendeu por toda a Fran- ça. Começou assim uma luta contra os privilégios da nobreza e do clero e também contra a monarquia absolutista e a diminuição dos poderes do rei, ou seja, uma luta pela derrubada do Antigo Regime. Não podemos ver a crise do Antigo Regime apenas como o desencadear da Revolução Francesa ou como a necessida- de do povo de protestar contra as injustiças cometidas pela monarquia absolutista. Devemos lembrar que estes acontecimentos fa- ziam parte de um processo maior de transformações econômicas, sociais, políticas e jurídicas que estavam sendo empreendidas e apresentadas pe- las idéias iluministas. Idéias como a defesa da liberdade de mercado, de leis, direitos e deveres iguais para todos os cidadãos, submissão dos governantes à Constituição representam parte das propostas iluministas que contribuíram não somen- te para a crise do Antigo Regime ou para a Revolução Francesa, mas, principalmente para que a população tomasse consciência sobre o papel que o Estado deveria ter para a nação. Devemos destacar também a importância que tiveram as idéias iluministas e a Revolução Francesa para o desenvolvi- mento do capitalismo e para o fortalecimento da burguesia. HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I14 UNIMES VIRTUAL Aula: 02 Temática: Revolução Francesa Nesta aula analisaremos a Revolução Francesa, um dos acontecimentos de maior repercussão mundial do século XVIII. Em 14 de julho de 1789, o povo tomou a Bastilha e libertou os prisioneiros. A partir desse momento, a revolução se espalhou por toda a França. O medo de perder o controle sobre o país fez com que o rei Luis XVI reconhe- cesse a Assembléia Constituinte. Em agosto de 1789, a Assembléia Constituinte cancelou os direitos feu- dais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Em 1791, a Constituição foi promulgada, os poderes absolutos do rei foram limitados à medida que ele ficava obrigado a reconhecer a superioridade da lei. A revolução tomou um novo fôlego em 1792 com a vitória dos revolu- cionários na Batalha de Valmy. Neste momento, os líderes da revolução decidem acabar com a monarquia. Elabora-se uma nova constituição. Com o rei deposto, três forças políticas passam a se destacar na França: os girondinos, os jacobinos e o grupo da planície. Os primeiros a alcançar o poder foram os girondinos, com a Convenção girondina que durou de setembro de 1792 a junho de 1793. Um dos problemas enfrentados neste momento foi o destino do rei deposto. Alguns eram a favor de executá-lo, outros eram contra. Acabou por prevalecer a vontade daqueles que que- riam sua execução. Isso ocorreu em 21 de janeiro de 1793. A execução do rei causou uma forte reação política em toda a Europa contra a França, especialmente nos países governados por monarquias absolutistas que não queriam a expansão das idéias liberais. A relação com os países vizinhos piorou com a adoção de uma política externa ex- pansionista por parte do governo revolucionário. A Inglaterra rompeu com a França. Com o agravamento da situação econômica e social do país, os jacobinos ganharam poder na Convenção. Em abril de 1793 foi criado o Comitê de Salvação Pública, que, sendo responsável pela segurança interna, passou a conduzir a política de repres- HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I 15 UNIMES VIRTUAL são às oposições, conhecida como a política do terror. Robespierre estava à frente do Comitê e apoiado pela Montanha — ala radical dos jacobinos. O comitê condenou à morte várias pessoas, entre elas antigos líderes re- volucionários, como Danton. O terror provocou a queda dos girondinos e a morte do próprio Robespierre. A Convenção Termidoriana (referência ao mês termidor, conforme o novo calendário instituído pela revolução) substituiu os jacobinos no poder. A alta burguesia, que durante o período do terror tinha se mantido distante para, literalmente, “salvar as próprias cabeças”, voltou a ter influência. Depois de eliminar as lideranças — como Robespierre ou Saint-Just — fe- charam os clubes jacobinos e elaboraram uma nova Constituição que insti- tuiu o governo do Diretório — uma espécie de conselho formado por cinco diretores eleitos pelo Poder Legislativo. Nessa época, Napoleão Bonaparte assumia o comando do Estado Maior do exército na Itália. Aos poucos, alavancado pelas vitórias militares, Na- poleão foi ganhando prestígio e poder político. Em 10 de novembro de 1799 liderou o golpe do 18 Brumário. Dissolveu-se o Diretório e Napoleão estabeleceu o Consulado. Napoleão Bonaparte governou a França por quinze anos. Seu governo pode ser dividido em três fases: o Consulado (1799-1804), o Império (1804-1815) e o governo dos cem dias. No Consulado, o país seria governado por três cônsules, mas na rea- lidade apenas Napoleão tinha o poder de fato Ele tratou de assegurar seus poderes promulgando uma nova constituição. Em 1804, foi realizado um plebiscito por meio do qual os franceses con- firmaram o restabelecimento da monarquia e a proclamação de Napoleão como Imperador da França. Desde que Napoleão tomou o poder, ele pas- sou a realizar diversas incursões com seus exércitos no exterior e obteve várias vitórias sobre importantes países europeus. Temendo o perigo que Napoleão representava, formou-se, em 1814, um grande exército, aliando ingleses,russos, aus- tríacos e prussianos, para invadir a França. Este exército foi bem-sucedido, pois conseguiu vencer e destronar Napoleão, que foi exilado. O trono francês foi devolvido para Luis XVIII, irmão do rei Luis XVI. Em 1815, Napoleão fugiu da ilha de Elba e retomou o poder francês, per- manecendo no governo por cem dias. As forças internacionais voltaram a se reunir e marcharam contra a França. Napoleão Bonaparte foi defini- tivamente derrotado, sendo exilado, desta vez, na ilha de Santa Helena, faleceu em 1821. Luis XVIII foi reconduzido ao trono francês. �������+LVWyULD�&RQWHPSRUkQHD�, 2ULHQWDo}HV�SDUD�HVWXGRV�GH�+LVWyULD�&RQWHPSRUkQHD�, &DUR�DOXQR� &RQVLGHUDPRV�IXQGDPHQWDO��QHVWH�LQtFLR�GH�VHPHVWUH�H�WHQGR�FRPR�REMHWLYR�DX[LOLi�OR�QR�PHOKRU�DSURYHLWDPHQWR�GR FXUVR�H�QD�FRQVWUXomR�GH�DSUHQGL]DJHQV�VLJQLILFDWLYDV��DSRQWDU�DOJXQV�DVSHFWRV�TXH�GHYHP�VHU�REVHUYDGRV�HP�VXD�URWLQD GH�HVWXGR��6mR�HOHV� �2�DFHVVR�DR�DPELHQWH�YLUWXDO�GH�DSUHQGL]DJHP�GHYH�VHU��QR�PtQLPR��VHPDQDO� �$�OHLWXUD�GDV�$XODV��DVVLP�FRPR�DVVLVWLU�DV�9LGHRDXODV�9$V��TXH�IRUDP�SUHSDUDGDV�SDUD�FRPSOHPHQWDU�H�DSURIXQGDU�RV WHPDV�HVWXGDGRV��p�LPSUHVFLQGtYHO�SDUD�D�VXD�IRUPDomR� �6HJXLU�FRUUHWDPHQWH�DV�RULHQWDo}HV�GDV�DWLYLGDGHV�H�UHDOL]DU�FDGD�HWDSD�GHODV�p�FRQGLomR�QHFHVViULD�SDUD�R�PHOKRU DSURYHLWDPHQWR�GRV�FRQWH~GRV�QHODV�HQIRFDGRV�H�SDUD�D�FRQVWUXomR�GH�QRYDV�DSUHQGL]DJHQV� �$V�9HULILFDo}HV�GH�$SUHQGL]DJHQV��9$3V��GHYHP�VHU�UHDOL]DGDV�GHSRLV�GD�OHLWXUD�GDV�$XODV�H�GH�DVVLVWLU�DV�9LGHRDXODV� XPD�YH]�TXH�R�REMHWLYR�GHODV�p�YHULILFDU�VH�YRFr�FRPSUHHQGHX�H�DVVLPLORX�RV�FRQWH~GRV�TXH�DV�SUHFHGHP� �9RFr�GHYH�VH�SUHSDUDU�SDUD�WRGDV�DV�DYDOLDo}HV�FRP�R�HVWXGR�GDV�$XODV�H�9LGHRDXODV�SUHYLVWDV�SDUD�FDGD�XPD�GHODV� �1mR�VH�DSUHVVH�HP�VXDV�DWLYLGDGHV��FDVR�TXHLUD�HIHWLYDPHQWH�DSUHQGHU�H�DSURYHLWDU�R�FXUVR��DSURIXQGH�D�VXD IRUPDomR�H�QmR�VH�OLPLWH�j�VXSHUILFLDOLGDGH��LVVR�DFDEDUi�UHYHUWHQGR�SDUD�YRFr�FRPR�IRUPDomR�GHILFLWiULD�H�SRXFR FRQVLVWHQWH� �,PSRUWDQWH�±�Vy�GHSHQGH�GH�YRFr�VH�HPSHQKDU�H�UHDOL]DU�R�PHOKRU�FXUVR�TXH�SXGHU��D�HGXFDomR�EUDVLOHLUD�SUHFLVD PHOKRUDU�H��SDUD�LVVR��FDGD�XP�SRGH�FRQWULEXLU�FRPR�HVWXGDQWH�H�FRPR�SURILVVLRQDO�EHP�SUHSDUDGR�H�DGHTXDGDPHQWH TXDOLILFDGR�SDUD�DV�IXQo}HV�TXH�SUHWHQGH�GHVHPSHQKDU� 'HVHMDPRV�TXH�R�VHX�VHPHVWUH�GH�HVWXGRV�VHMD�SURGXWLYR�H�TXH�R�WUDEDOKR�QR�FRPSRQHQWH�FXUULFXODU�+LVWyULD &RQWHPSRUkQHD�,�FRQWULEXD��HIHWLYDPHQWH��SDUD�R�DSULPRUDPHQWR�GH�VXD�IRUPDomR� 6DXGDo}HV� 3URIHVVRUHV�&ODUD�H�)HOLSH� ÒOWLPD�DWXDOL]DomR��WHUoD�����-DQ������������ �������+LVWyULD�&RQWHPSRUkQHD�, &LrQFLD�GD�,QIRUPDomR 3ULQW�YHUVLRQ�,661���������� &L��,QI��YRO����Q���%UDVtOLD����� GRL����������6���������������������� 'LUHLWRV�DXWRUDLV�QD�,QWHUQHW 3OtQLR�0DUWLQV�)LOKR 5HVXPR 7UDWD�GD�QRYD�OHL�EUDVLOHLUD�GH�GLUHLWRV�DXWRUDLV��/HL������GH����GH�IHYHUHLUR�GH��������GLVFXWLQGR�HP�SDUWLFXODU�R�WHPD HP�UHODomR�j�,QWHUQHW� 3DODYUDV�FKDYH 'LUHLWRV�DXWRUDLV�H�,QWHUQHW� $Wp�Ki�SRXFR� WHPSR�RV�DXWRUHV�PDQWLQKDP� UHODo}HV�PXLWR�SRXFR�SURILVVLRQDLV� FRP�RV� VHXV�HGLWRUHV�� ,VVR� FRPHoD�D PXGDU�QD�GpFDGD�GH������TXDQGR�D�OLWHUDWXUD�EUDVLOHLUD�JDQKD�SHOD��VHJXQGD�YH]��D�VLPSDWLD�GRV�OHLWRUHV��D�SULPHLUD�IRL QR�FRPHoR�GR�VpFXOR���2�%UDVLO� Mi� FRQWD�QHVVD�pSRFD�FRP�XPD� LQG~VWULD�EHP�GHVHQYROYLGD�H� FRQVHJXH�GLVWULEXLU�HP TXDVH�WRGR�R�WHUULWyULR�QDFLRQDO� 3UHGRPLQDYD� DWp� HQWmR� XPD� UHODomR� SDWHUQDOLVWD� HQWUH� HGLWRU� H� DXWRU�� $TXHOH� DJLQGR� FRPR� XP� EHQIHLWRU�� H� HVWH DFHLWDQGR�D�SXEOLFDomR�GH�VHX�OLYUR�FRPR�XP�IDYRU��SRLV�YLD�VHX�RItFLR�GH�HVFULWRU�FRPR�XPD�PLVVmR�H�QmR�XP�PHLR�GH YLGD��)DODU�QD�YHQGD�GH�VHX�OLYUR�HUD�TXDVH�XPD�KHUHVLD� ,VVR�FRPHoRX�D�VRIUHU�PXGDQoDV�TXDQGR�RV�DXWRUHV�SDVVDUDP�D�YHQGHU�GH�IDWR�H�RV�SXULVPRV�IRUDP�GHL[DGRV�GH�ODGR� LQLFLDYD�VH� D� IDVH� GH� SURILVVLRQDOL]DomR�� 2V� DXWRUHV� DJRUD� GLVFXWLDP� VHXV� GLUHLWRV� H� H[LJLDP� FRQWUDWRV�� H� QmR SUHGRPLQDYD�PDLV�D�kQVLD�GH�DVVLQDU�TXDOTXHU�SDSHO�FRQWDQWR�TXH�R�OLYUR�IRVVH�SXEOLFDGR��,VVR�VH�GDYD�SULQFLSDOPHQWH SHOD�IDOWD�GH�OHJLVODomR�RX�PHVPR�SHOR�GHVFRQKHFLPHQWR�GDV�OHLV�TXH�Mi�H[LVWLDP� 6H�DWp�KRMH�Ki�XP�TXDVH�WRWDO�GHVFRQKHFLPHQWR�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�UHIHUHQWHV�j�SXEOLFDomR�GH�OLYURV��R�TXH�GL]HU�GD SDUDIHUQiOLD�UHIHUHQWH�DRV�GLUHLWRV�GH�LPDJHQV��VRQV��SURJUDPDV��&'�520��VRIWZDUH��KDUGZDUH��,QWHUQHW��3DUD�PHOKRU HQWHQGHU�HVVH�SUREOHPD��IDoDPRV�XPD�YLDJHP�DR�SDVVDGR�DWp�FKHJDU�DR�LPSDFWR�GD�HUD�GLJLWDO�HP�TXH�YLYHPRV� 2�TXH�VmR�GLUHLWRV�DXWRUDLV 2�GLUHLWRV� DXWRUDLV� OLGDP�EDVLFDPHQWH� FRP� D� LPDWHULDOLGDGH�� SULQFLSDO� FDUDFWHUtVWLFD� GD� SURSULHGDGH� LQWHOHFWXDO�� (VWmR SUHVHQWHV�QDV�SURGXo}HV�DUWtVWLFDV��FXOWXUDLV��FLHQWtILFDV�HWF� $�LQWURGXomR�GR�DOIDEHWR�JUHJR�QD�HVFULWD��FHUFD�GH�����D�&���DOWHUD�D�FXOWXUD�KXPDQD�j�PHGLGD�TXH�p�LQYHQWDGD��FRP HOH��D� FXOWXUD� OHWUDGD��$QWHV��KDYLD�DSHQDV�D� FRPXQLFDomR�RUDO�� VHJXLGD�GHSRLV�SHOD� UHSUHVHQWDomR�JUiILFD��7RGDV�DV REUDV�HUDP�PDQXVFULWDV��6y�RV�FRSLVWDV�UHFHELDP�SRU�VHXV�WUDEDOKRV��H�DRV�DXWRUHV�FDELDP�DSHQDV�DV�KRQUDV�±�H�LVVR TXDQGR�RV�FRSLVWDV�QmR�GHWXUSDYDP�VXDV�FULDo}HV� &RP�R�DSDUHFLPHQWR�GRV�WLSRV�PyYHLV��DWULEXtGR�D�*XWHQEHUJ��HP�PHDGRV�GR�VpFXOR�;9��D�IRUPD�HVFULWD�IL[D�VH�H�DV LGpLDV�ILQDOPHQWH�DWLQJHP�XPD�HVFDOD�LQGXVWULDO��6y�D�SDUWLU�GDt�DSDUHFH�R�SUREOHPD�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV��D�SURWHomR�H�D UHPXQHUDomR�GRV�DXWRUHV��2FRS\ULJKW�FRPHoD�D�VHU� UHFRQKHFLGR�QD�,QJODWHUUD�DWUDYpV�GR�&RS\ULJKW�$FW�GH�������TXH SURWHJLD�DV�FySLDV� LPSUHVVDV�SRU����DQRV��FRQWDGRV�D�SDUWLU�GD�LPSUHVVmR��2EUDV�QmR�LPSUHVVDV�HUDP�SURWHJLGDV�SRU DSHQDV�TXDWRU]H�DQRV� 3RUpP��Mi�HP������H[LVWLD�R�/LFHQVLQJ�$FW�TXH�SURLELD�D�LPSUHVVmR�GH�TXDOTXHU�REUD�TXH�QmR�HVWLYHVVH�UHJLVWUDGD��(UD XPD�IRUPD�GH�FHQVXUD��Mi�TXH�Vy�VH�OLFHQFLDYDP�OLYURV�TXH�QmR�RIHQGHVVHP�R�OLFHQFLDGRU� $�5HYROXomR�)UDQFHVD�DFUHVFHQWD�D�SULPD]LD�GR�DXWRU�VREUH�D�REUD��HQIRFDQGR�R�GLUHLWR�TXH�HOH�WHP�DR�LQHGLWLVPR��j SDWHUQLGDGH��j� LQWHJULGDGH�GH�VXD�REUD��TXH�QmR�SRGH�VHU�PRGLILFDGD�VHP�VHX�FRQVHQWLPHQWR�H[SUHVVR��6HXV�GLUHLWRV VmR�LQDOLHQiYHLV�H�D�SURWHomR�VH�HVWHQGH�SRU�WRGD�D�YLGD�GR�DXWRU� 1R�%UDVLO��R�GLUHLWR�DXWRUDO�IRL�UHJXODGR�DWp�UHFHQWHPHQWH�SHOD�/HL������GH����GH�GH]HPEUR�GH�������$�SDUWLU�GH����GH MXQKR�GH������HQWUD�HP�YLJRU�D�/HL������GH����GH�IHYHUHLUR�GH�������D�QRYD�OHL�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV� $�GLIXVmR�FDGD�YH]�PDLRU�GDV�REUDV�LQWHOHFWXDLV�DWUDYpV�GRV�PHLRV�GH�FRPXQLFDomR�JHURX�D�QHFHVVLGDGH�GH�SURWHJHU�R GLUHLWR�DXWRUDO�SHOR�PXQGR�� FRP�FRQWUDWRV� LQWHUQDFLRQDLV�QRV�TXDLV� VH�SURFXUD�GDU�DRV�DXWRUHV�H�HGLWRUHV�GRV�SDtVHV DVVLQDQWHV�D�PHVPD�SURWHomR�OHJDO�TXH�WrP�HP�VHX�SUySULR�SDtV��2�%UDVLO�DVVLQRX�RV�VHJXLQWHV�WUDWDGRV� ���&RQYHQomR�GH�%HUQD����������� ���&RQYHQomR�8QLYHUVDO������������ ���&RQYHQomR�GH�5RPD������������� ���&RQYHQomR�GH�*HQHEUD���������������IRQRJUDPDV� ���$FRUGR�VREUH�DVSHFWRV�GRV�'LUHLWRV�GH�3URSULHGDGH�,QWHOHFWXDO�5HODFLRQDGRV�DR�&RPpUFLR��YiULRV�DUWLJRV�WUDWDP�GR GLUHLWR�DXWRUDO��LQFOXVLYH�GD�SURWHomR�GH�SURJUDPDV�GH�FRPSXWDGRUHV�� 2�GLUHLWR�DXWRUDO�VH�FDUDFWHUL]D�SRU�GRLV�DVSHFWRV� ���2�PRUDO� ±� TXH� JDUDQWH� DR� FULDGRU� R� GLUHLWR� GH� WHU� VHX� QRPH� LPSUHVVR� QD� GLYXOJDomR� GH� VXD� REUD� H� R� UHVSHLWR� j LQWHJULGDGH�GHVWD��DOpP�GH�OKH�JDUDQWLU�RV�GLUHLWRV�GH�PRGLILFi�OD��RX�PHVPR�LPSHGLU�VXD�FLUFXODomR� ���2�SDWULPRQLDO�±�TXH�UHJXOD�DV�UHODo}HV�MXUtGLFDV�GD�XWLOL]DomR�HFRQ{PLFD�GDV�REUDV�LQWHOHFWXDLV� +HQULTXH� *DQGHOPDQ �� DR� DQDOLVDU� D� OHJLVODomR� HOHLWRUDO� DWp� HQWmR� YLJHQWH� �/HL� ������� UHODFLRQD� RV� VHJXLQWHV IXQGDPHQWRV�EiVLFRV�VREUH�R�GLUHLWR�DXWRUDO� ,�� ,GpLDV� ±� $V� LGpLDV� HP� VL� QmR� VmR� SURWHJLGDV��PDV� VLP� VXDV� IRUPDV� GH� H[SUHVVmR�� GH� TXDOTXHU�PRGR� RX�PDQHLUD H[WHULRUL]DGDV�QXP�VXSRUWH�PDWHULDO� ,,�� 9DORU� LQWUtQVHFR� ±� $� TXDOLGDGH� LQWHOHFWXDO� GH� XPD� REUD� QmR� FRQVWLWXL� FULWpULR� DWULEXWLYR� GH� WLWXODULGDGH�� LVWR� p�� D SURWHomR�p�GDGD�D�XPD�REUD�RX�FULDomR��LQGHSHQGHQWHPHQWH�GH�VHXV�PpULWRV�OLWHUiULRV��DUWtVWLFRV��FLHQWtILFRV�RX�FXOWXUDLV� ,,,��2ULJLQDOLGDGH�±�2�TXH�VH�SURWHJH�QmR�p�D�QRYLGDGH�FRQWLGD�QD�REUD��PDV�WmR�VRPHQWH�DRULJLQDOLGDGH�GH�VXD�IRUPDGH�H[SUHVVmR��'RLV�DXWRUHV�GH�TXtPLFD��SRU�H[HPSOR��SRGHP�FKHJDU��HP�VHXV�UHVSHFWLYRV�OLYURV��DRV�PHVPRV�UHVXOWDGRV H�FRQFOXV}HV��2�WH[WR�GH�FDGD�XP�GHOHV��SRUpP��p�TXH�HVWi�SURWHJLGR�FRQWUD�HYHQWXDLV�FySLDV��UHSURGXo}HV�RX�TXDLVTXHU XWLOL]Do}HV�QmR�DXWRUL]DGDV� ,9�� 7HUULWRULDOLGDGH� ±� $� SURWHomR� GRV� GLUHLWRV� DXWRUDLV� p� WHUULWRULDO�� LQGHSHQGHQWHPHQWH� GD� QDFLRQDOLGDGH� RULJLQDO� GRV WLWXODUHV�� HVWHQGHQGR�VH�DWUDYpV�GH� WUDWDGRV�H� FRQYHQo}HV�GH� UHFLSURFLGDGH� LQWHUQDFLRQDO��'Dt� VHU� UHFRPHQGiYHO�� QRV FRQWUDWRV�GH�FHVVmR�RX�OLFHQoD�GH�XVR��TXH�VH�H[SOLFLWHP�RV�WHUULWyULRV�QHJRFLDGRV� 9��3UD]RV�±�2V�SUD]RV�GH�SURWHomR�GLIHUHP�GH�DFRUGR� FRP�D� FDWHJRULD�GD�REUD��SRU� H[HPSOR�� OLYURV�� DUWHV�SOiVWLFDV� REUDV�FLQHPDWRJUiILFDV�RX�DXGLRYLVXDLV�HWF� 9,��$XWRUL]Do}HV�±�6HP�D�SUpYLD�H�H[SUHVVD�DXWRUL]DomR�GR�WLWXODU��TXDOTXHU�XWLOL]DomR�GH�VXD�REUD�p�LOHJDO� 9,,��/LPLWDo}HV�±�6mR�GLVSHQViYHLV�DV�SUpYLDV�DXWRUL]Do}HV�GRV�WLWXODUHV��HP�GHWHUPLQDGDV�FLUFXQVWkQFLDV� 9,,,��7LWXODULGDGH�±�$�VLPSOHV�PHQomR�GH�DXWRULD��LQGHSHQGHQWHPHQWH�GH�UHJLVWUR��LGHQWLILFD�VXD�WLWXODULGDGH� ,;��,QGHSHQGrQFLD�±�$V�GLYHUVDV� IRUPDV�GH�XWLOL]DomR�GD�REUD� LQWHOHFWXDO�VmR� LQGHSHQGHQWHV�HQWUH�VL� �OLYUR��DGDSWDomR DXGLRYLVXDO�RX�RXWUD���UHFRPHQGDQGR�VH��SRLV��D�H[SUHVVD�PHQomR�GRV�XVRV�DXWRUL]DGRV�RX�OLFHQFLDGRV��QRV�UHVSHFWLYRV FRQWUDWRV� ;��6XSRUWH�ItVLFR�±�$�VLPSOHV�DTXLVLomR�GR�VXSRUWH� ItVLFR�RX�H[HPSODU�FRQWHQGR�XPD�REUD�SURWHJLGD�QmR� WUDQVPLWH�DR DGTXLUHQWH�QHQKXP�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�GD�PHVPD� $� /HL� ����� GH� ��� GH� IHYHUHLUR� GH� ������ HQWURX� HP� YLJRU� QR� GLD� ��� GH� MXQKR� GH� ������ DOWHUDQGR�� DWXDOL]DQGR� H FRQVROLGDQGR�D�OHJLVODomR�VREUH�RV�GLUHLWRV�DXWRUDLV��,QIRUPD�HP�VXDV�'LVSRVLo}HV�3UHOLPLQDUHV��$UWLJR�� ��TXH�HVVD�/HL � R �DUWLVWDV��LQWpUSUHWHV��SURGXWRUHV�IRQRJUiILFRV��H[HFXWDQWHV�HWF��� (P�VHX�$UWLJR�� �Gi�D�GHILQLomR�GD�SXEOLFDomR�� WUDQVPLVVmR�RX�HPLVVmR�� UHWUDQVPLVVmR��GLVWULEXLomR�� FRPXQLFDomR�DR S~EOLFR�� UHSURGXomR�� FRQWUDWDomR�� REUD� �HP� FR�DXWRULD�� DQ{QLPD�� SVHXG{QLPD�� LQpGLWD�� SyVWXPD�� RULJLQiULD�� GHULYDGD� FROHWLYD��DXGLRYLVXDO���IRQRJUDPD��HGLWRU��SURGXWRU��UDGLRGLIXVmR��DUWLVWDV�LQWpUSUHWHV�RX�H[HFXWDQWHV� (P�VHX�$UWLJR�� �GL]�TXH��QmR�VHUmR�GH�GRPtQLR�GD�8QLmR��GRV�(VWDGRV��GR�'LVWULWR�)HGHUDO�RX�GRV�PXQLFtSLRV�DV�REUDV SRU�HOHV�VLPSOHVPHQWH�VXEYHQFLRQDGDV���(VVH�DUWLJR�YHP�HVFODUHFHU�HP�GHILQLWLYR�XP�SUREOHPD�TXH�YLQKD�JHUDQGR�PXLWD GLVFXVVmR� 3DUD�PHOKRU�FRPSUHHQVmR��YDPRV�GHILQLU��UHVXPLGDPHQWH��RV�SULQFLSDLV�DVSHFWRV�GD�QRYD�OHL�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV� 2EUDV�LQWHOHFWXDLV�SURWHJLGDV 6mR�REUDV�LQWHOHFWXDLV�SURWHJLGDV�DV�FULDo}HV�GR�HVStULWR��H[SUHVVDV�SRU�TXDOTXHU�PHLR�RX�IL[DGDV�HP�TXDOTXHU�VXSRUWH� WDQJtYHO�RX�LQWDQJtYHO��FRQKHFLGR�RX�TXH�VH�LQYHQWH�QR�IXWXUR��(VWmR�LQFOXtGRV�DTXL�WH[WRV�GH�REUDV�OLWHUiULDV��DUWtVWLFDV�RX FLHQWtILFDV�� FRQIHUrQFLDV�� DORFXo}HV�� VHUP}HV� HWF��� REUDV� GUDPiWLFDV� H� GUDPiWLFR�PXVLFDLV�� REUDV� FRUHRJUiILFDV� FXMD H[HFXomR�FrQLFD�VH�IL[H�SRU�HVFULWR�RX�SRU�RXWUD�IRUPD�TXDOTXHU��REUDV�DXGLRYLVXDLV��VRQRUL]DGDV�RX�QmR�� LQFOXVLYH�DV FLQHPDWRJUiILFDV��REUDV�IRWRJUiILFDV��GHVHQKR��SLQWXUD��JUDYXUD��HVFXOWXUD��OLWRJUDILD��DUWH�FLQpWLFD��LOXVWUDo}HV�H�PDSDV� SURMHWRV�� HVERoRV� H� REUDV� SOiVWLFDV� UHIHUHQWHV� j� DUTXLWHWXUD�� SDLVDJLVPR�� FHQRJUDILD� HWF��� DGDSWDo}HV�� WUDGXo}HV� H RXWUDV� LQIRUPDo}HV� GH� REUDV� RULJLQDLV�� DSUHVHQWDGDV� FRPR� FULDomR� LQWHOHFWXDO� QRYD�� SURJUDPDV� GH� FRPSXWDGRU� FROHWkQHDV��DQWRORJLDV��HQFLFORSpGLDV��GLFLRQiULRV��EDVH�GH�GDGRV��TXH��SRU�VXD�VHOHomR��RUJDQL]DomR�RX�GLVSRVLomR�GH VHX�FRQWH~GR��FRQVWLWXHP�XPD�FULDomR�LQWHOHFWXDO� 2V�SURJUDPDV�GH�FRPSXWDGRU�HVWmR� UHJXODPHQWDGRV�SHOR�DUWLJR�� �GD� /HL� ����� GH� ��� GH� IHYHUHLUR� ������ TXH� GHS}H VREUH�D�SURWHomR�GD�SURSULHGDGH�LQWHOHFWXDO�GH�SURJUDPDV�GH�FRPSXWDGRU�H�VXD�FRPHUFLDOL]DomR� 2�TXH�QmR�SUHFLVD�GH�SURWHomR ,GpLDV��SURFHGLPHQWRV�QRUPDWLYRV��VLVWHPDV��PpWRGRV��SURMHWRV�RX�FRQFHLWRV�PDWHPiWLFRV��HVTXHPDV��SODQRV�RX�UHJUDV SDUD� UHDOL]DU� DWRV�PHQWDLV�� MRJRV� RX� QHJyFLRV�� IRUPXOiULRV� HP�EUDQFR� SDUD� VHUHP�SUHHQFKLGRV� SRU� TXDOTXHU� WLSR� GH LQIRUPDomR�� WH[WRV� GH� WUDWDGRV� RX� FRQYHQo}HV�� OHLV�� GHFUHWRV�� UHJXODPHQWRV�� GHFLV}HV� MXGLFLDLV� H� DWRV� RILFLDLV� FDOHQGiULRV��DJHQGDV�HWF���DSURYHLWDPHQWR�LQGXVWULDO�RX�FRPHUFLDO�GDV�LGpLDV�FRQWLGDV�QDV�REUDV� &ySLDV $�FySLD�GH�REUDV�GH�DUWHV�SOiVWLFDV�IHLWD�SHOR�SUySULR�DXWRU�WHP�D�PHVPD�SURWHomR�TXH�JR]D�R�RULJLQDO� 7tWXORV�GH�SXEOLFDo}HV 2�WtWXOR�GH�SXEOLFDo}HV�SHULyGLFDV��LQFOXVLYH�MRUQDLV��p�SURWHJLGR�DWp�XP�DQR�DSyV�D�VDtGD�GH�VHX�~OWLPR�Q~PHUR��VDOYR�VH IRUHP�DQXDLV��FDVR�HP�TXH�HVVH�SUD]R�VH�HOHYDUi�HP�GRLV�DQRV��,VVR�YHP�DFDEDU�FRP�D�SUiWLFD�GH�UHJLVWUDU�WtWXORV�TXH MDPDLV�VmR�SXEOLFDGRV��QD�HVSHUD�TXH�DOJXpP�RV�XWLOL]H��SDUD�HP�VHJXLGD�WHQWDU�OXFUDU�FRP�D�RFDVLmR� 4XHP�p�R�DXWRU $XWRU�p�D�SHVVRD�ItVLFD�FULDGRUD�GH�REUD�OLWHUiULD��DUWtVWLFD�RX�FLHQWtILFD��2�DXWRU�SRGH�VH�LGHQWLILFDU�DWUDYpV�GH�VHX�QRPH FLYLO��FRPSOHWR�RX�DEUHYLDGR��LQLFLDLV��SVHXG{QLPRV�RX�TXDOTXHU�RXWUR�VLQDO�FRQYHQFLRQDO� e�WLWXODU�GH�GLUHLWRV�GH�DXWRU�TXHP�DGDSWD��WUDGX]��DUUDQMD�RX�RUTXHVWUD�REUD�FDtGD�HP�GRPtQLR�S~EOLFR��QmR�SRGHQGR RSRU�VH�D�RXWUD�DGDSWDomR��RUTXHVWUDomR�RX�WUDGXomR��VDOYR�VH�IRU�FySLD�GD�VXD� &RQVLGHUD�VH�FR�DXWRU�DTXHOH�HP�FXMR�QRPH��SVHXG{QLPR�RX�VLQDO�FRQYHQFLRQDO�IRU�XWLOL]DGR��1mR�VH�FRQVLGHUD�FR�DXWRU TXHP�VLPSOHVPHQWH�DX[LOLRX�R�DXWRU�QD�SURGXomR�GD�REUD��(P�REUDV�DXGLRYLVXDLV�VmR�FRQVLGHUDGRV�FR�DXWRUHV�R�DXWRU GR�DVVXQWR�RX�DUJXPHQWR�OLWHUiULR�PXVLFDO�H�R�GLUHWRU��(P�GHVHQKRV�DQLPDGRV�VmR�FRQVLGHUDGRV�FR�DXWRUHV�RV�TXH�FULDP RV�GHVHQKRV�XWLOL]DGRV�QD�REUD�DXGLRYLVXDO� (P�REUDV�FROHWLYDV�R�RUJDQL]DGRU�p�R�WLWXODU�GRV�GLUHLWRV�SDWULPRQLDLV��VHQGR�TXH�R�FRQWUDWR�FRP�R�RUJDQL]DGRU�GHYHUi HVSHFLILFDU�D�FRQWULEXLomR�GR�SDUWLFLSDQWH��R�SUD]R�SDUD�HQWUHJD�RX�UHDOL]DomR��D�UHPXQHUDomR�H�GHPDLV�FRQGLo}HV�SDUD VXD�H[HFXomR� 3UHFLVD�UHJLVWUDU�D�REUD" R R R (QJHQKDULD�H�$JURQRPLD� 'LUHLWRV�GR�DXWRU 2V�GLUHLWRV�PRUDLV�H�SDWULPRQLDLV�VREUH�D�REUD�SHUWHQFHP�DR�DXWRU�TXH�D�FULRX� 'LUHLWRV�PRUDLV�GR�DXWRU 2� DXWRU� SRGH� UHLYLQGLFDU�� D� TXDOTXHU� WHPSR�� D� DXWRULD� GD� REUD�� WHU� VHX� QRPH� RX� SVHXG{QLPR�� RX� PHVPR� VLQDO FRQYHQFLRQDO� LQGLFDGR� RX� DQXQFLDGR�� FRPR� VHQGR� DXWRU�� QD� XWLOL]DomR� GH� VXD� REUD�� WHP� R� GLUHLWR� GH� DVVHJXUDU� D LQWHJULGDGH� GD� REUD�� RSRQGR�VH� D� TXDLVTXHU�PRGLILFDo}HV� TXH� SRVVDP� SUHMXGLFi�OD� RX� DWLQJL�OR� FRPR� DXWRU�� HP� VXD UHSXWDomR�RX�KRQUD��2�DXWRU�SRGH�DLQGD�PRGLILFDU�D�REUD��DQWHV�RX�GHSRLV�GH�XWLOL]DGD��SRGH�UHWLUDU�GH�FLUFXODomR�RX VXVSHQGHU� TXDOTXHU� IRUPD� GH� XWLOL]DomR� Mi� DXWRUL]DGD�� TXDQGR� D� FLUFXODomR� RX� XWLOL]DomR� LPSOLFDUHP� DIURQWD� j� VXD UHSXWDomR� 1R�FDVR�GH�DXGLRYLVXDLV��FDEH�H[FOXVLYDPHQWH�DR�GLUHWRU�R�H[HUFtFLR�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�VREUH�D�REUD� 2V�GLUHLWRV�PRUDLV�GR�DXWRU�VmR�LQDOLHQiYHLV�H�LUUHQXQFLiYHLV� 'LUHLWRV�SDWULPRQLDLV &DEH� DR� DXWRU� R� GLUHLWR� H[FOXVLYR� GH� XWLOL]DU�� IUXLU� H� GLVSRU� GD� REUD� OLWHUiULD�� DUWtVWLFD� RX� FLHQWtILFD�� 1DGD� SRGH� VHU UHSURGX]LGR� VHP� D� DXWRUL]DomR� SUpYLD� H� H[SUHVVD� GR� DXWRU�� 5HSURGX]LU� SDUFLDO� RX� LQWHJUDOPHQWH�� HGLWDU�� DGDSWDU� WUDGX]LU�� LQFOXLU� HP� IRQRJUDPD�RX� SURGXomR� DXGLRYLVXDO�� GLVWULEXLU�� XWLOL]DU�� GLUHWD� RX� LQGLUHWDPHQWH�� D� REUD�PHGLDQWH UHSUHVHQWDomR��UHFLWDomR�RX�GHFODPDomR��H[HFXomR�PXVLFDO��HPSUHJR�GH�DOWR�IDODQWH��UDGLRGLIXVmR�VRQRUD�RX�WHOHYLVLYD� VRQRUL]DomR� DPELHQWDO�� H[LELomR� DXGLRYLVXDO�� FLQHPDWRJUiILFD�� HPSUHJR� GH� VDWpOLWHV� DUWLILFLDLV�� H[SRVLomR� GH� REUDV SOiVWLFDV�H�ILJXUDWLYDV��LQFOXLU�HP�EDVH�GH�GDGRV��DUPD]HQDPHQWR�HP�FRPSXWDGRU��PLFURILOPDU�HWF� (P�TXDOTXHU�XPD�GHVVDV�PRGDOLGDGHV�GH�UHSURGXomR��D�TXDQWLGDGH�GH�H[HPSODUHV�GHYHUi�VHU�LQIRUPDGD�H�FRQWURODGD� FDEHQGR�D�TXHP�UHSURGX]LU�D�REUD�D�UHVSRQVDELOLGDGH�GH�PDQWHU�RV�UHJLVWURV�TXH�SHUPLWDP��DR�DXWRU��D�ILVFDOL]DomR�GR DSURYHLWDPHQWR�HFRQ{PLFR�GD�H[SORUDomR� $V�GLYHUVDV�PRGDOLGDGHV�GH�XWLOL]DomR�GH�REUDV�OLWHUiULDV��DUWtVWLFDV�RX�FLHQWtILFDV�RX�GH�IRQRJUDPDV�VmR�LQGHSHQGHQWHVHQWUH� VL�� H� D� DXWRUL]DomR� FRQFHGLGD� SHOR� DXWRU�� RX� SHOR� SURGXWRU�� UHVSHFWLYDPHQWH�� QmR� VH� HVWHQGH� D� TXDLVTXHU� GDV GHPDLV��RX�VHMD��R�IDWR�GH�DOJXpP�WHU�FRPSUDGR�VHX�TXDGUR�QmR�OKH�Gi�R�GLUHLWR�GH�H[SORUi�OR�FRPHUFLDOPHQWH�VHP�D DXWRUL]DomR�GR�DUWLVWD��VH�R�HGLWRU�DGTXLULU�RV�GLUHLWRV�GH�HGLomR�GH�XPD�REUD��LVVR�QmR�OKH�DVVHJXUD�R�GLUHLWR�GH�WUDGX]L� OD��DGDSWi�OD�SDUD�WHDWUR��FLQHPD�HWF���VHP�TXH�R�DXWRU�HVWHMD�GH�DFRUGR� $UWLJRV�SXEOLFDGRV�QD�LPSUHQVD 2�GLUHLWR�GH�XWLOL]DomR�HFRQ{PLFD�GRV�HVFULWRV�SXEOLFDGRV�SHOD� LPSUHQVD��GLiULD�RX�SHULyGLFD��FRP�H[FHomR�GRV�DUWLJRV DVVLQDGRV�RX�TXH�DSUHVHQWHP�LQGLFDomR�GH�UHVHUYD��SHUWHQFH�DR�HGLWRU��$�DXWRUL]DomR�SDUD�XVR�HFRQ{PLFR�GH�DUWLJRV DVVLQDGRV�HP�MRUQDLV�H�UHYLVWDV�p�YiOLGD�GXUDQWH�D�SHULRGLFLGDGH�GD�SXEOLFDomR�DFUHVFLGR�GH�YLQWH�GLDV��$SyV�HVVH�SUD]R RV�GLUHLWRV�UHWRUQDP�DR�DXWRU� 'XUDomR�GRV�GLUHLWRV�H�UHPXQHUDomR 2V�GLUHLWRV�SDWULPRQLDLV�GR�DXWRU�SHUGXUDP�SRU�VHWHQWD�DQRV�FRQWDGRV�GH�� �GH�MDQHLUR�GR�DQR�VXEVHTHQWH�DR�GH�VHX IDOHFLPHQWR��(P�FDVR�GH�REUDV�DQ{QLPDV�RX�SVHXG{QLPDV�R�SUD]R�GH�SURWHomR�WDPEpP�VHUi�GH�VHWHQWD�DQRV��FRQWDGRV D�SDUWLU�GH�� �GH�MDQHLUR�GR�DQR�LPHGLDWDPHQWH�SRVWHULRU�DR�GD�SULPHLUD�SXEOLFDomR� 3DUD�REUDV�DXGLRYLVXDLV�H�IRWRJUiILFDV�YDOH�R�PHVPR�SUD]R�GH�VHWHQWD�DQRV��D�FRQWDU�GH�� GH�MDQHLUR�GR�DQR�VHJXLQWH�DR GH�VXD�GLYXOJDomR� (UD� XVR� FRPXP� DOJXpP� FRPSUDU� XP� TXDGUR� H� UHYHQGr�OR� D� SUHoR� PXLWR� VXSHULRU� DR� SDJR�� QmR� WHQGR� R� DXWRU SDUWLFLSDomR�QHVVD�YHQGD��R�$UWLJR����GD�QRYD� OHL�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�GL]�TXH��R�DXWRU� WHP�R�GLUHWR�� LUUHQXQFLiYHO�H LQDOLHQiYHO��GH�UHFHEHU��QR�PtQLPR�����VREUH�R�DXPHQWR�GR�SUHoR�HYHQWXDOPHQWH�YHULILFiYHO�HP�FDGD�UHYHQGD�GH�REUD GH�DUWH�RX�PDQXVFULWR��VHQGR�RULJLQDLV��TXH�KRXYHU�DOLHQDGR�� 1mR�FRQVWLWXL�RIHQVD�DRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV $UWLJRV� GH� SHULyGLFRV� ±� $� UHSURGXomR� GH� QRWtFLD�� DUWLJR� LQIRUPDWLYR�� GLVFXUVRV� SURQXQFLDGRV� HP� UHXQL}HV� S~EOLFDV SXEOLFDGDV�HP�MRUQDLV�RX�UHYLVWDV��GHVGH�TXH�VH�PHQFLRQH�R�QRPH�GR�DXWRU��VH�DVVLQDGRV��RX�GD�SXEOLFDomR�GH�RQGH R R R 5HWUDWRV� ±� 1mR� FRQVWLWXL� RIHQVD� WDPEpP� SXEOLFDU� UHWUDWRV�� RX� RXWUD� IRUPD� GH� UHSUHVHQWDomR� GD� LPDJHP�� IHLWRV� VRE HQFRPHQGD��TXDQGR�UHDOL]DGD�SHOR�SURSULHWiULR�GR�REMHWR�HQFRPHQGDGR��GHVGH�TXH�QmR�KDMD�D�RSRVLomR�GD�SHVVRD�QHOHV UHSUHVHQWDGD�RX�GH�VHXV�KHUGHLURV� 2EUDV�±�e�SHUPLWLGR�UHSURGX]LU�REUDV�OLWHUiULDV��DUWtVWLFDV�RX�FLHQWtILFDV��SDUD�XVR�H[FOXVLYR�GH�GHILFLHQWHV�YLVXDLV��VHPSUH TXH�D�UHSURGXomR��VHP�ILQV�FRPHUFLDLV��VHMD�IHLWD�PHGLDQWH�R�VLVWHPD�%UDLOH�RX�RXWUR�SURFHGLPHQWR�HP�TXDOTXHU�VXSRUWH SDUD�HVVHV�GHVWLQDWiULRV� &LWDomR�±�e�OtFLWR�FLWDU�HP�OLYURV��MRUQDLV�H�UHYLVWDV�RX�TXDOTXHU�RXWUR�PHLR�GH�FRPXQLFDomR��WUHFKRV�GH�TXDOTXHU�REUD� SDUD� ILQV� GH� HVWXGR�� FUtWLFD� RX� SROrPLFD�� QD�PHGLGD� MXVWLILFDGD� SDUD� VH� DWLQJLU� GHWHUPLQDGD� ILQDOLGDGH�� GHVGH� TXH� VH LQGLTXH�R�QRPH�GR�DXWRU�H�DV�IRQWHV�ELEOLRJUiILFDV�GD�REUD� 8VR�HP�HVWDEHOHFLPHQWRV�FRPHUFLDLV�±�2�XVR�GH�REUDV�OLWHUiULDV��DUWtVWLFDV�RX�FLHQWtILFDV��IRQRJUDPDV�H�WUDQVPLVVmR�GH UiGLR�H�WHOHYLVmR�HP�HVWDEHOHFLPHQWRV�FRPHUFLDLV�p�SRVVtYHO�GHVGH�TXH�H[FOXVLYDPHQWH�SDUD�GHPRQVWUDomR�j�FOLHQWHOD��H TXH�HVVHV�HVWDEHOHFLPHQWRV�FRPHUFLDOL]HP�RV�VXSRUWHV�RX�HTXLSDPHQWRV�TXH�SHUPLWDP�D�VXD�XWLOL]DomR� 7HDWUR� ±� e� SHUPLWLGD� D� UHSUHVHQWDomR� WHDWUDO� H� D� H[HFXomR� PXVLFDO�� TXDQGR� QR� UHFLQWR� IDPLOLDU� RX�� SDUD� ILQV H[FOXVLYDPHQWH� GLGiWLFRV�� QRV� HVWDEHOHFLPHQWRV� GH� HQVLQR�� GHVGH� TXH� QmR� KDMD� HP� TXDOTXHU� FDVR� R� LQWXLWR� GH� REWHU OXFURV� $UWHV� SOiVWLFDV� ±� e� SHUPLWLGD� D� UHSURGXomR�� HP� TXDLVTXHU� REUDV�� GH� SHTXHQRV� WUHFKRV� GH� REUDV� SUHH[LVWHQWHV�� GH TXDOTXHU�QDWXUH]D��RX�GH�REUD�LQWHJUDO��TXDQGR�GH�DUWHV�SOiVWLFDV��VHPSUH�TXH�D�UHSURGXomR�HP�VL�QmR�VHMD�R�REMHWLYR SULQFLSDO�GD�QRYD�REUD�H�QmR�SUHMXGLTXH�D�H[SORUDomR�QRUPDO�GD�REUD�UHSURGX]LGD��QHP�FDXVH�SUHMXt]R�LQMXVWLILFDGR�DRV OHJtWLPRV�LQWHUHVVHV�GRV�DXWRUHV� 2EUDV� S~EOLFDV� ±� $V� REUDV� VLWXDGDV� HP� ORFDLV� S~EOLFRV� SRGHP� VHU� UHSUHVHQWDGDV� OLYUHPHQWH�� SRU� PHLR� GH� SLQWXUDV� GHVHQKRV��IRWRJUDILDV�H�DXGLRYLVXDLV� 7UDQVIHUrQFLD�GRV�GLUHLWRV 2V� GLUHLWRV� GR� DXWRU� SRGHUmR� VHU� WRWDO� RX� SDUFLDOPHQWH� WUDQVIHULGRV� D� WHUFHLURV�� SRU� HOH� RX� SRU� VHXV� VXFHVVRUHV� SHVVRDOPHQWH� RX� SRU�PHLR� GH� UHSUHVHQWDQWHV�� SRU�PHLR� GH� OLFHQFLDPHQWR�� FHVVmR� RX� FRQFHVVmR�� $� WUDQVIHUrQFLD� GR GLUHLWR�DXWRUDO�Vy�VHUi�DGPLWLGD�PHGLDQWH�FRQWUDWR�SRU�HVFULWR��QD�KLSyWHVH�GH�QmR�KDYHU�XP�FRQWUDWR�HVFULWR��R�SUD]R Pi[LPR�VHUi�GH�FLQFR�DQRV�H�SUHVXPH�VH�RQHURVD� 8WLOL]DomR�GH�REUDV�LQWHOHFWXDLV�H�GLVFRV 4XDOTXHU�REUD�Vy�SRGH�VHU�HGLWDGD�PHGLDQWH�FRQWUDWR�GH�HGLomR��2�HGLWRU�REULJD�VH�D�UHSURGX]LU�H�D�GLYXOJDU�D�REUD��HP FDUiWHU�GH�H[FOXVLYLGDGH��SHOR�SUD]R�H�QDV�FRQGLo}HV�HVWDEHOHFLGDV�FRP�R�DXWRU� (P�FDGD�H[HPSODU�GD�REUD�R�HGLWRU�p�REULJDGR�D�PHQFLRQDU� ���WtWXOR�GD�REUD�H�VHX�DXWRU ���QR�FDVR�GH�WUDGXomR��R�WtWXOR�RULJLQDO�H�R�QRPH�GR�WUDGXWRU ���DQR�GD�SXEOLFDomR ���QRPH�GD�HGLWRUD� 1~PHUR�GH�H[HPSODUHV 6H� QmR� KRXYHU� FOiXVXOD� HP� FRQWUiULR�� HQWHQGH�VH� TXH� R� FRQWUDWR� VH� UHIHUH� DSHQDV� D� XPD� HGLomR�� &DVR� QmR� VHMD PHQFLRQDGR�R�Q~PHUR�GH�H[HPSODUHV�D�VHU�SXEOLFDGR��FRQVLGHUD�VH�TXH�FDGD�HGLomR�VHMD�GH�WUrV�PLO�H[HPSODUHV� 3UHVWDomR�GH�FRQWDV 4XDLVTXHU�TXH�VHMDP�DV�FRQGLo}HV�GH�FRQWUDWR��R�HGLWRU�p�REULJDGR�D�IDFXOWDU�DR�DXWRU�R�H[DPH�GD�HVFULWXUDomR�QD�SDUWH TXH�OKH�FRUUHVSRQGH��EHP�FRPR�LQIRUPi�OR�VREUH�R�HVWDGR�GD�HGLomR��2�HGLWRU�VHUi�REULJDGR�D�SUHVWDU�FRQWDV�PHQVDLV DR�DXWRU�VHPSUH�TXH�D�UHWULEXLomR�HVWLYHU�FRQGLFLRQDGD�j�YHQGD�GD�REUD��VDOYR�VH�SUD]R�GLIHUHQWH�HVWLYHU�FRQGLFLRQDGR QR�FRQWUDWR��2�SUD]R�PDLV�FRPXPHQWH�HVWDEHOHFLGR�p�GH�VHLV�HP�VHLV�PHVHV� 3UD]R�SDUD�HGLomR 6H�QmR�IRU�HVWLSXODGR�XP�SUD]R�HP�FRQWUDWR�SDUD�D�HGLomR�GD�REUD��FRQVLGHUD�VH�TXH�D�REUD�GHYHUi�VHU�SXEOLFDGD�QXP SHUtRGR� GH� GRLV� DQRV� DSyV� D� DVVLQDWXUD� GR� FRQWUDWR��1mR� KDYHQGR� D� HGLomR� GD� REUD� QR� SUD]R� OHJDO� RX� FRQWUDWXDO�� R (QTXDQWR�QmR�VH�HVJRWDUHP�DV�HGLo}HV�D�TXH�WLYHU�GLUHLWR�R�HGLWRU��R�DXWRU�QmR�SRGHUi�GLVSRU�GH�VXD�REUD��&RQVLGHUD�VH HVJRWDGD�D�HGLomR�TXDQGR�UHVWDUHP�HP�HVWRTXH��HP�SRGHU�GR�HGLWRU��H[HPSODUHV�HP�Q~PHUR�LQIHULRU�D�����GR�WRWDO�GD HGLomR� 2�HGLWRU�Vy�SRGHUi�YHQGHU�RV�H[HPSODUHV�UHVWDQWHV��FRPR�VDOGR��DSyV�XP�DQR�GH�ODQoDPHQWR�GD�REUD��H�R�DXWRU�GHYH VHU�QRWLILFDGR�GH�TXH��QR�SUD]R�GH�WULQWD�GLDV��HOH�WHUi�D�SULRULGDGH�QD�DTXLVLomR�GRV�UHIHULGRV�H[HPSODUHV�SHOR�SUHoR�GH VDOGR� &RPXQLFDomR�DR�S~EOLFR 6HP�D�SUpYLD�H�H[SUHVVD�DXWRUL]DomR�GR�DXWRU�RX�WLWXODU��QmR�SRGHUmR�VHU�XWLOL]DGDV�REUDV�WHDWUDLV��FRPSRVLo}HV�PXVLFDLV H�GLVFRV�HP�UHSUHVHQWDo}HV�H�H[HFXo}HV�S~EOLFDV� 8WLOL]DomR�GD�REUD�GH�DUWHV�SOiVWLFDV 2�DXWRU�GD�REUD�GH�DUWHV�SOiVWLFDV��DR�DOLHQDU�R�REMHWR�HP�TXH�HOD�VH�PDWHULDOL]D��WUDQVPLWH�R�GLUHLWR�GH�H[S{�OD��PDV QmR�WUDQVPLWH�D�TXHP�DGTXLUH�R�GLUHLWR�GH�UHSURGX]L�OD��$�DXWRUL]DomR�SDUD�UHSURGXomR�GH�REUD�GH�DUWHV�SOiVWLFDV��SRU TXDOTXHU�SURFHVVR��GHYH�VHU�SRU�HVFULWR�H�VH�SUHVXPH�RQHURVD� 8WLOL]DomR�GH�IRWRJUDILD 2�DXWRU�GD�IRWR�WHP�R�GLUHLWR�GH�UHSURGX]L�OD�H�FRORFi�OD�j�YHQGD��REVHUYDGDV�DV�UHVWULo}HV�j�H[SRVLomR��UHSURGXomR�H YHQGD�GH� UHWUDWRV��H� VHP�SUHMXt]R�DRV�GLUHLWRV�GH�DXWRU� VREUH�D�REUD� IRWRJUDIDGD�� VH�GH�DUWHV�SOiVWLFDV�SURWHJLGDV�D IRWRJUDILD��TXDQGR�XWLOL]DGD�SRU�WHUFHLURV��GHYH�FRQVWDU�GH�IRUPD�OHJtYHO�R�QRPH�GR�IRWyJUDIR��e�YHWDGD�D�UHSURGXomR�GH REUD�IRWRJUiILFD�TXH�QmR�HVWHMD�HP�DEVROXWD�FRQVRQkQFLD�FRP�R�RULJLQDO��VDOYR�SUpYLD�DXWRUL]DomR�GR�DXWRU� $�LQWHUQHW�H�RV�GLUHLWRV�DXWRUDLV $� UHFHQWH� H[SORVmR� GD� LQIRUPiWLFD� HVWi� SURYRFDQGR� R� VXUJLPHQWR� GH� XPD� QRYD� FXOWXUD�� FRP� QRYRV� FRQFHLWRV� GH FRPHUFLDOL]DomR��8P�GRV�SUREOHPDV�EiVLFRV�HP�GLVFXVVmR�VREUH�D�,QWHUQHW�DLQGD�p�GHILQLU�VH�HOD�p�XPD�PtGLD�LPSUHVVD� FRPR�MRUQDLV��UHYLVWDV�RX�OLYURV��6H�IRVVH��HVWDULD�IRUD�GH�TXDOTXHU�FRQWUROH�RX�FHQVXUD��&DVR�VHMD�GR�WLSR�QmR�LPSUHVVD� HVWDULD�VXEPHWLGD�DRV�UHJXODPHQWRV�FRUUHVSRQGHQWHV�2XWUR�IDWRU�TXH�FRPSOLFD�D�DQiOLVH�GD�,QWHUQHW�p�TXH�HOD�QmR�WHP�XP�SURSULHWiULR�GHILQLGR��XP�DXWRU��p�OLYUH��TXDOTXHU XP�TXH�WHQKD�R�GHYLGR�HTXLSDPHQWR�SRGH�DFHVVi�OD��1HVVH�FDVR��FRPR�ILFD�D�SURSULHGDGH�LQWHOHFWXDO"�-i�H[LVWH�DOJXPD OHJLVODomR�VREUH�LVVR" +HQULTXH�*DQGHOPDQ��HP�VHX�OLYUR�'H�*XWHQEHUJ�j�,QWHUQHW��DILUPD�TXH��DV�SHUJXQWDV�VH�VXFHGHP�H�DV�UHVSRVWDV�QHP VHPSUH� HVWmR� FRQVHJXLQGR� DWHQGr�ODV� FRUUHWDPHQWH��� $� ,QWHUQHW� VHULD� PXLWR� QRYD�� H� FRLVDV� QRYDV� PDLV� OHYDQWDP SUREOHPDV�TXH�VROXo}HV���6y�D�H[SHULrQFLD�H�R�WHPSR�p�TXH�LQGLFDUmR�RV�FDPLQKRV�D�VHJXLU�H�IRUQHFHUmR�DV�PROGXUDV MXUtGLFDV�DWXDOL]DGDV�SHOD�QRYD�FXOWXUD��QR�TXH�VH�UHIHUH�j�SURWHomR�MXVWD�GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV���*DQGHOPDQ ��S������� 2�LPSRUWDQWH�D�UHVVDOWDU�p�TXH�WRGDV�DV�REUDV�LQWHOHFWXDLV��OLYURV��YtGHRV��ILOPHV��IRWRV��REUDV�GH�DUWHV�SOiVWLFDV��P~VLFD� LQWpUSUHWHV�HWF����PHVPR�TXDQGR�GLJLWDOL]DGDV�QmR�SHUGHP�VXD�SURWHomR��SRUWDQWR��QmR�SRGHP�VHU�XWLOL]DGDV�VHP�SUpYLD DXWRUL]DomR� $SHVDU� GH� TXDOTXHU� SHVVRD� TXH� WHQKD� DFHVVR� j� ,QWHUQHW� SRGHU� LQVHULU� QHOD�PDWHULDO� H� TXDOTXHU� RXWUR� XVXiULR� SRGHU DFHVVi�OR���RV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�FRQWLQXDP�D�WHU�VXD�YLJrQFLD�QR�PXQGR�RQOLQH��GD�PHVPD�PDQHLUD�TXH�QR�PXQGR�ItVLFR� $�WUDQVIRUPDomR�GH�REUDV�LQWHOHFWXDLV�SDUD�ELWV�HP�QDGD�DOWHUD�RV�GLUHLWRV�GDV�REUDV�RULJLQDOPHQWH�IL[DGDV�HP�VXSRUWHV ItVLFRV���*DQGHOPDQ ��S������� 5HSURGXomR�H�FySLDV�QD�,QWHUQHW 2�DXWRU�WHP�WRGR�R�GLUHLWR�GH�DXWRUL]DU�D�UHSURGXomR�GH�VXD�REUD�QR�PHLR�TXH�TXLVHU��LQFOXLQGR�Dt�D�,QWHUQHW��2�TXH�VH TXHVWLRQD�p�R�TXH�R�XVXiULR�SRGH�ID]HU�FRP�HVVH�PDWHULDO��e�FODUR�TXH�VH�HOH�ID]�XPD�FySLD�GH�GHWHUPLQDGR�PDWHULDO SURWHJLGR�H�SUHWHQGH�XVi�OD�VHUi�QHFHVViULD�D�DXWRUL]DomR�GR�DXWRU� 4XDOTXHU� WH[WR�� KRPH� SDJH� RX� VLWH� TXH� DSUHVHQWDU� FULDWLYLGDGH� H� IRUPD� RULJLQDO�� p� SURWHJLGR�� QHFHVVLWDQGR� GH DXWRUL]DomR�SDUD�VHU�UHSURGX]LGR� 6RQV�H�LPDJHQV 2�PHVPR�SULQFtSLR�TXH�SURWHJH�D�REUD�RULJLQiULD� WDPEpP�SURWHJH�RV�GLUHLWRV�FRQH[RV��SRUWDQWR��R�XVR�GH� LPDJHQV�H � � PDQLSXODomR�DWUDYpV�GH�SURJUDPDV�p�SRVVtYHO�PRGLILFDU�XPD�LPDJHP�D�WDO�SRQWR�TXH�VH�WRUQD�TXDVH�LPSRVVtYHO�DILUPDU� RX�PHVPR�SURYDU��TXH�WDO�LPDJHP�SHUWHQoD�PHVPR�D�VHX�DXWRU� 5HJLVWURV�GH�REUDV�YLD�,QWHUQHW $�%LEOLRWHFD�GR�&RQJUHVVR�GRV�(VWDGRV�8QLGRV�HVWi�WHVWDQGR�XP�VLVWHPD�FKDPDGR�&25'6��&RS\ULJKW�2IILFH�(OHWURQLFV 5HJLVWUDWLRQ�� 5HFRUGDWLRQ� RQ� 'HSRVLW� 6\VWHP�� TXH� SHUPLWLUi� DRV� DXWRUHV� UHJLVWUDUHP� VXDV� REUDV� HP� IRUPDWR� GLJLWDO� 'HVVD�PDQHLUD��RV� OLYURV� LPSUHVVRV�HP�JHUDO��GLVFRV�� IRWRV�H� ILOPHV�SRGHUmR�VHU� UHJLVWUDGRV�HP�ELWV�� H�QmR�PDLV�HP VXSRUWHV�PDWHULDLV��DVVHJXUDQGR�DVVLP�RV�VHXV�GLUHLWRV� $�JUDQGH�IDFLOLGDGH�GH�UHSURGXomR�H�GLVWULEXLomR�GH�FySLDV�VHP�DXWRUL]DomR��D� IDFLOLGDGH�GH�FULDU��YHUGDGHLUDV��REUDV GHULYDGDV�DWUDYpV�GD�GLJLWDOL]DomR�H�D� IDFLOLGDGH�GH�XWLOL]DomR�GH� WH[WRV�H� LPDJHQV�RIHUHFLGRV�SHOD� ,QWHUQHW�GH� IRUPD LOHJDO�VmR�DOJXQV�GRV�YiULRV�PRGRV�GH�FRPR�RV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�VmR�EXUODGRV� $VVLP� FRPR� D� FySLD� [HURJUiILFD� p� XP� FULPH�� TXH� FRQWLQXD� VHQGR� SUDWLFDGR� DEHUWDPHQWH� SULQFLSDOPHQWH� QDV XQLYHUVLGDGHV�DWUDYpV�GRV�YiULRV�FHQWURV�DFDGrPLFRV��IRUPDQGR�VH�jV�YH]HV�YHUGDGHLUDV�IRQWHV�GH�UHQGD��DV�YLRODo}HV GRV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�SHORV�XVXiULRV�GD� ,QWHUQHW� HVWmR� VH� WRUQDQGR� LJXDOPHQWH� FRPXQV��GH�PRGR�TXH�TXDVH�QLQJXpP DFUHGLWD�QXP�FRQWUROH�OHJDO��DLQGD�PDLV�VHP�XPD�OHJLVODomR�SUySULD� 7RGDV� HVVDV� YLRODo}HV� VHULDP� OHJDLV� VH� IRVVH� SHGLGD� D� DXWRUL]DomR� DR� WLWXODU� GRV� GLUHLWRV�� 3DUD� TXH� LVVR� DFRQWHoD� p SUHFLVR�TXH�VH�FULHP�OHLV�FODUDV�H�QmR�XP�HPDUDQKDGR�WUDEDOKRVR�GH�QRUPDV�TXH��QR�IXQGR��WRUQDUmR�R�OLFHQFLDPHQWR PXLWR� RQHURVR�� (QTXDQWR� LVVR� QmR� RFRUUH�� HVWDPRV� IDGDGRV� D� FRQYLYHU� FRP� HVVH� VXEPXQGR� LOHJDO� GH� YLRODo}HV� GRV GLUHLWRV�DXWRUDLV� $�,QWHUQHW�HVWi�FULDQGR�XP�YHUGDGHLUR�FDRV�j�PHGLGD�TXH�URPSH�TXDOTXHU�EDUUHLUD��SRLV�WRUQD�D�SURWHomR�DRV�GLUHLWRV DXWRUDLV� ±� TXH� DWXDOPHQWH� p� WHUULWRULDO� ±� REVROHWD�� e� SUHFLVR�� SRUWDQWR�� TXH� VH� FULH� XP� FyGLJR� XQLYHUVDO� SOHQDPHQWH IXQFLRQDO��'R�FRQWUiULR��YDPRV�FRQWLQXDU�QRV�SHUJXQWDQGR��GH�TXHP�p�D�UHVSRQVDELOLGDGH�VREUH�RV�GLUHLWRV�DXWRUDLV�QD ,QWHUQHW"���H�QmR�GDQGR�QHQKXPD�VROXomR�VDWLVIDWyULD� 5()(5Ç1&,$6�%,%/,2*5È),&$6 ���*$1'(/0$1��+HQULTXH��'H�*XWHQEHUJ�j�,QWHUQHW��GLUHLWRV�DXWRUDLV�QD�HUD�GLJLWDO��5LR�GH�-DQHLUR��5HFRUG��������S���� �� ���%5$6,/��/HL�Q ��������GH����GH�IHYHUHLUR�GH�������$OWHUD��DWXDOL]D�H�FRQVROLGD�D�OHJLVODomR�VREUH�GLUHLWRV�DXWRUDLV�H�Gi RXWUDV� SURYLGrQFLDV�� 'LiULR� 2ILFLDO� >GD� 5HS~EOLFD� )HGHUDWLYD� GR� %UDVLO@�� %UDVtOLD� >RQOLQH@�� ��� IHY�� ����� >KWWS���ZZZ�GRX�JRY�EU�PDWHULDV�GR��GR�OHJOHJ��������������B����KWP�@ &RS\ULJKW�DQG�,QWHUQHW $EVWUDFW ,W�SUHVHQWV�WKH�QHZ�%UD]LOLDQ�ODZ�RQ�FRS\ULJKW��/HL�������)HEUXDU\������������GLVFXVVLQJ�VSHFLDOO\�WKLV�LVVXH�LQ�UHODWLRQ�WR ,QWHUQHW� .H\ZRUGV &RS\ULJKW�DQG�,QWHUQHW� 3OtQLR�0DUWLQV�)LOKR 'LUHWRU�(GLWRULDO�GD�(GLWRUD�GD�8QLYHUVLGDGH�GH�6mR�3DXOR�H�3URIHVVRU�QR�FXUVR�GH�(GLWRUDomR�GD�(VFROD�GH�&RPXQLFDo}HV H�$UWHV�GD�863 SOLQLRPI#XVS�EU ,QVWLWXWR�%UDVLOHLUR�GH�,QIRUPDomR�HP &LrQFLD�H�7HFQRORJLD���,%,&7 6$6��4XDGUD����/RWH����%ORFR�+ ����������%UDVtOLD�')���%UD]LO 7HO�������������������������������� )D[������������������ FLLQI#LELFW�EU ÒOWLPD�DWXDOL]DomR��WHUoD�����-DQ������������ R� &RPR�FLWDU�DV�IRQWHV�FRQVXOWDGDV�GXUDQWH�HODERUDomR�GH�XP�7UDEDOKR $FDGrPLFR� 5()(5Ç1&,$6�%,%/,2*5È),&$6��FLWDomR�GDV�IRQWHV�ELEOLRJUiILFDV�XWLOL]DGDV�SHOR�DXWRU��RUJDQL]DGDV DOIDEHWLFDPHQWH�H�QXPHUDGDV�HP�RUGHP�FUHVFHQWH��RX�SRU�RUGHP�GH�DSDUHFLPHQWR�QR�WH[WR� 1D�OLVWD�GH�5HIHUrQFLDV�%LEOLRJUiILFDV�Vy�FRQVWDP�DV�IRQWHV�FLWDGDV�QR�WH[WR��&DVR�VHMD�FRQYHQLHQWH�LQFOXLU�PDWHULDO VHP�PHQomR�HVSHFtILFD�QR�WH[WR��LVWR�GHYH�VHU�IHLWR�VRE�R�WtWXOR�GH�2EUDV�&RQVXOWDGDV�RX�%LEOLRJUDILD 5HFRPHQGDGD� 1D�UHIHUrQFLD�ELEOLRJUiILFD��D�VHJXQGD�OLQKD�H�VXEVHTHQWHV�LQLFLDP�VRE�D�WHUFHLUD�OHWUD�GD�SULPHLUD�OLQKD� $�HQWUDGD�p�IHLWD�SHORV�VREUHQRPHV�HP�PDL~VFXOR�GRV�DXWRUHV��VHSDUDGRV�SRU�SRQWR�H�YtUJXOD��PHQFLRQDGRV�QD RUGHP�HP�TXH�DSDUHFHP�QD�SXEOLFDomR� 4XDQGR�D�REUD�WHP�DWp�WUrV�DXWRUHV��WRGRV�VmR�FRORFDGRV�QD�HQWUDGD��4XDQGR�Ki�PDLV�GH�WUrV��FRORFDP�VH�DWp�RV WUrV�SULPHLURV��VHJXLGRV�GD�H[SUHVVmR��HW�DL��� 6HQGR�QHFHVViULD��SRGH�VH�PHQFLRQDU�WRGRV�RV�DXWRUHV�GR�WUDEDOKR��PDV�HVWH�SURFHGLPHQWR�WHP�TXH�VHU�LJXDO�SDUD WRGDV�DV�UHIHUrQFLDV�ELEOLRJUiILFDV� 4XDQGR�D�REUD�p�HVFULWD�SRU�GLYHUVRV�DXWRUHV�H�HVWi�VRE�D�UHVSRQVDELOLGDGH�GH�XP�(GLWRU��2UJDQL]DGRU�RX &RRUGHQDGRU��D�HQWUDGD�p�SHOR�VREUHQRPH�GHVWH�UHVSRQViYHO�DFRPSDQKDGR�HQWUH�SDUrQWHVHV�SHOD�DEUHYLDWXUD�GD IXQomR�HGLWRULDO� (;(03/26��6&+(1.(/��(�3���2UJ�� *(11$52��$�5���(G�� 1R�FDVR�GH�REUDV�GH�UHVSRQVDELOLGDGH�GH�2UJDQL]Do}HV�RX�RXWUR�WLSR�GH�,QVWLWXLomR��D�HQWUDGD�p�IHLWD�SHOR�QRPH�GD ,QVWLWXLomR�WRGR�HP�PDL~VFXODV� ([HPSOR��81,9(56,'$'(�)('(5$/�'2�5,2�*5$1'(�'2�68/ ÏUJmRV�JRYHUQDPHQWDLV�HQWUDP�SHOR�ORFDO�GH�VXD�MXULVGLomR��6Ho}HV�VXERUGLQDGDV�VmR�PHQFLRQDGDV�DSyV�R�QRPH GD�,QVWLWXLomR��VHSDUDGDV�SRU�SRQWR�H�FRP�LQLFLDLV�PDL~VFXODV� ([HPSOR��%5$6,/��0LQLVWpULR�GD�(FRQRPLD��6HFUHWDULD�GH�&RQWDELOLGDGH� 1RPH�GR�DOXQR�0RQRJUDILDV�FRQVLGHUDGDV�QR�WRGR��OLYURV��IROKHWRV��VHSDUDWDV��GLVVHUWDo}HV� &20�$8725,$�� 0RGHOR����$XWRU��7tWXOR��(GLomR��ORFDO��HGLWRUD��DQR�GH�SXEOLFDomR� ([HPSORV� .252/.29$6��$QGUHMXV��%85&.$/7(5��-RVHSK��4XtPLFD�)DUPDFrXWLFD��5LR�GH�-DQHLUR�*XDQDEDUD�.RRJDQ������� 25*$1,=$&,Ï1�081',$/�'(�/$�6$/8'��8VR�GH�0HGLFDPHQWRV�(VHQFLDOHV��*LQHEUD��������6HGH�GH�,QIRUPHV 7pFQLFRV������ *,/0$1��$�*��HW�DL���(G���*RRGUQDQ�H�*LOPDQ�DV�EDVHV�IDUPDFROyJLFDV�GD�WHUDSrXWLFD���HG��5LR�GH�-DQHLUR� *XDQDEDUD�.RRJDQ�������� 6HP�DXWRULD�HVSHFtILFD� �������+LVWyULD�&RQWHPSRUkQHD�, )$50$&23e,$�%UDVLOHLUD����HG��6mR�3DXOR��$WKHQHX������� 3+<6,&,$1 6�'HVN�5HIHUHQFH�����HG��2UDGHOL��0HGLFDO�(FRQRPLFV������� $QDLV�GH�&RQJUHVVR 0RGHOR��7Ë78/2�'2�(1&21752��Q~PHUR�GR�&RQJUHVVR��DQR��ORFDO��5HIHUrQFLD�GD�SXEOLFDomR�3$57(6�'(�0212*5$),$ 6HP�DXWRULD�HVSHFtILFD�QD�SDUWH�� 0RGHOR��$8725�'2�/,952��7tWXOR��(GLomR��ORFDO��(GLWRUD��DQR�GH�SXEOLFDomR��ORFDOL]DomR�GD�SDUWH�UHIHUHQFLDGD�� YROXPH��WtWXOR�GR�YROXPH��FDStWXOR��SiJLQDV�LQLFLDO�H�ILQDO� ([HPSOR� )$50$&23e,$�%UDVLOHLUD����HG��6mR�3DXOR��$WKHQHX��������3W�����FDS��9����� 5(<12/'6��-�(�)���(G���0DUILQGDOH�WKH�([WUD�3KDUPDFRSRHLD�����HG��/RQGRQ�3KDUUQDFRXWLFDO�3UHVV��������3W�O��S��� ��� &RP�DXWRULD�QD�SDUWH� 0RGHOR��$8725�GD�SDUWH��7tWXOR�GD�SDUWH��OQ��$8725�GR�OLYUR��7tWXOR�GR�OLYUR��(GLomR��/RFDO��(GLWRUD��DQR�GH SXEOLFDomR��/RFDOL]DomR�GD�SDUWH�UHIHUHQFLDGD�YROXPH��HWF�� ([HPSOR� 6211('(&.(5��*��(YROXWLRQ�RI�3KDUPDF\��OQ��*(11$52��$�5���(G���5HPLQJWRQ V�3KDUPDFHXWLFDO�6FLHQFHV�����HG� (DVWRQ��0DFN��������&DS�����S������� 7UDEDOKRV�SXEOLFDGRV�HP�$QDLV�GH�&RQJUHVVRV��6LPSyVLRV��HWF� ([HPSOR� 3,//,��5�$���0857$��0�0�$��$�VWHUHRVH�DSSURDFK�WR�WKH�WRWDO�V\QWKHVLV�RI�LQYLHWROLGH��OQ��6,0326,2�%5$6,/�&+,1$ '(�48,0,&$�(�)$50$&2/2*,$�(�352'8726�1$785$,6�����������5LR�GH�-DQHLUR��3URJUDPDV�H�5HVXPRV����5LR�GH -DQHLUR��VZDOGR�&UX]��������S����� $57,*26�3(5,Ï',&26 0RGHOR��$8725�GR�DUWLJR��7tWXOR�GR�DUWLJR��7tWXOR�GR�SHULyGLFR��ORFDO��Q~PHUR�GR�YROXPH��Q~PHUR�GR�IDVFtFXOR� SiJLQDV�LQLFLDO�H�ILQDO��PrV�H�DQR� ([HPSOR� 2/,9(,5$��'HQLVH�6RDUHV��OQWHUDomR�PHGLFDPHQWRVD��SDUWH����&DGHUQR�GH�)DUPiFLD��3RUWR�$OHJUH��Y����Q����S���� �������� %8/$6 0RGHOR��120(�'2�/$%25$7Ï5,2��1RPH�GR�PHGLFDPHQWR��/RFDO�GH�IDEULFDomR��GDWD��Q~PHUR�GH�IROKDV��%XOD� 4,)��$PLGDOLQ��6mR�3DXOR���������I��%XOD 3$7(17(6 0RGHOR��120(�'2�'(326,7$17(��1RPH�GR�,QYHQWRU��1RPH�GR�7LWXODU��7tWXOR�GD�SDWHQWH��QD�OtQJXD�RULJLQDO� &ODVVLILFDomR�LQWHUQDFLRQDO�GD�SDWHQWH��6LJOD�GR�SDtV��VHJXLGD�GR�Q~PHUR�GD�SDWHQWH��'DWH�GR�GHSyVLWR��,QGLFDomR GD�SXEOLFDomR�RQGH�IRL�FLWDGD�D�SDWHQWH��VH�IRU�R�FDVR� ([HPSOR� &2002',7,(6�75$',1*�$1'�'(9(/230(17�/,0,7(('��3URFHVVR�H�LQVWDODomR�SDUD�DOFDOLQL]DU�H�SDVWHXUL]DU�DV VHPHQWHV�GH�FDFDX�DQWHV�GH�VHX�HVPDJDPHQWR��OQW��&O��$���*������%5�Q��3L������������DEU��������5HYLVWD�GD 3URSULHGDGH�,QGXVWULDO��5LR�GH�-DQHLUR��Q������S���������QRY�������� 0$7(5,$/�3(648,6$'2�(0�%$6(�'(�'$'26 0RGHOR��$8725�GR�DUWLJR��7tWXOR�GR�DUWLJR��7tWXOR�GR�SHULyGLFR��ORFDO��YROXPH��Q~PHUR��SiJLQDV�LQLFLDO�H�ILQDO��GDWD� 7tWXOR�GD�SXEOLFDomR�RQGH�IRL�FLWDGR��ORFDO��GDWD��5HVXPR� ([HPSOR� )5,('0$1��:��2Q�URXWHV�DQG�URXWLQHV��WKH�HDUt\�GHYHORSPHQW�RI�VSDWLDO�UHSUHVHQWDWLRQV��&RJQLWLYH�'HYHORSPHQW� 1RUZRRG��Y����Q����S�����������$SU��������0HGOLQH��ORFDO�GD�EDVH�������5HVXPR� 0$7(5,$/�(1&2175$'2�1$�,17(51(7 0RGHOR��'DGRV�GH�XPD�UHIHUrQFLD�QRUPDO��1RWDO�QR�ILQDO� 'LVSRQtYHO�QD�OQWHUQHW�QR�HQGHUHoR�KWWS��a���� ([HPSOR� 8)5*6��,QVWLWXWR�GH�,QIRUPiWLFD��&XUVR�GH�3yV�*UDGXDomR�HP�&LrQFLD�GD�&RPSXWDomR��%LEOLRWHFD��1RUPDV�SDUD DSUHVHQWDomR�GH�PRQRJUDILDV�DR�&3*&&��3RUWR�$OHJUH�������'LVSRQtYHO�QD�OQWHUQHW�QR�HQGHUHoR KWWS��a�LQI�XIUJV�ELEOLRWHHDPWLPOQRUPDV�DVS� >$GDS�@�'LVSRQtYHO�HP� KWWS���ZZZ�PRQRJUDILDVRQOLQH�FRP�EU�DEQW�DVS�$FHVVR�HP��-DQ�������� HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I16 UNIMES VIRTUAL Aula: 03 Temática: Revolução Industrial Nesta aula estudaremos a Revolução Industrial, suas prin- cipais fases, o modo como ela afetou os países europeus e o mundo e também o desenvolvimento do capitalismo. Analisaremos quais foram as principais dificuldades para a implantação do sistema industrial e do capitalismo e o que deveria ser modificado a fim de que houvesse um desenvolvimento da indústria e do capital. A Revolução Industrial foi um momento de consolidação do capitalismo. Mas o que significa isso? Vejamos: a revolução industrial foi uma trans- formação da maneira de produzir os artigos, ou seja, substituíram-se as oficinas artesanais pelas fábricas, as ferramentas pelas máquinas e a força do homem pela energia do vapor e, posteriormente, pela eletricidade e pelo petróleo. Isso gerou um aumento da produção, e, por conseguinte, a necessidade de buscar novos mercados fornecedores de matéria-prima e novos mercados consumidores, uma vez que o lucro se realiza no momen- to da venda Foi um momento também em que a burguesia se desenvolveu, e, com ela, vieram as idéias de livre concorrência, de não intervenção do Estado na economia ou a lei da oferta e da procura, idéias que fazem parte do capita- lismo e que a partir da revolução industrial começam a se consolidar. A Revolução Industrial pode ser dividida em duas fases. A primeira (1760- 1860) em que a indústria ficou restrita à Inglaterra, que se dedicou à pro- dução de artigos têxteis. Nesta fase, a máquina a vapor foi aperfeiçoada. A Segunda fase (1860-1900) foi o período em que as indústrias se expan- diram para além da Inglaterra, invadiram a Europa e chegaram até outros continentes como a América. Nesta fase deu-se a utilização do aço, da eletricidade, do petróleo, a invenção do motor à explosão e o desenvolvi- mento dos produtos químicos. Alguns fatores propiciaram o desenvolvimento da indústria na Inglaterra, como o acúmulo de capitais, experiências ca- pitalistas no campo, o crescimento populacional que garantiu mão-de-obra suficiente para as fábricas e a existência de fontes de energia. Outros fatores dificultaram a expansão da indústria. Um dos principais entraves era o monopólio estabelecido pelo antigo sistema colonial. Os HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I 17 UNIMES VIRTUAL países que implantavam a indústria, por produzirem mais, necessitavam de cada vez mais mercados consumidores e fornecedores de matérias-pri- mas, ou seja, outros países que estivessem dispostos a negociar a compra de produtos manufaturados e a venda de matérias-primas. Para que isso ocorresse estes países deveriam, no mínimo, ser independentes e isso era algo raro fora da Europa. Na chamada segunda Revolução Industrial, que se deu a partir de 1860, vemos uma aceleração das inovações técnicas e nas relações de trabalho, além da substituição do vapor pelo petróleo e pela eletricidade. A produ- ção em série e a divisão do trabalho resultaram também em mudanças sociais e econômicas. A divisão do trabalho foi uma medida adotada pelos em- presários como uma eficiente maneira de reduzir os custos de produção. O norte-americano Henry Ford foi o primeiro empresário a empregá-la em larga escala. Para resolver o problema do mercado consumidor e fornecedor de ma- térias-primas foram formados impérios coloniais que eram regiões não industrializadas, na maioria mais pobres e fracas que poderiam ser facil- mente submetidas pelos países imperialistas. Verificamos que a Revolução Industrial veio consolidar o capitalismo no mundo. Teve início na Inglaterra com a pro- dução têxtil, e, em um segundo momento, expandiu para outros países europeus e até para outros continentes como a América com os Estados Unidos. Modificou as relações de trabalho, além de trazer consigo inúmeras novidades tecnológicas que serviram para impulsionar ainda mais a expansão industrial. A revolução industrial possibilitou também o surgimento do capitalismo financeiro com a organização de conglomerados de empresas conhecidas como holdings, que faziam acordos internacionais a fim de acabar com a concorrência. HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I18 UNIMES VIRTUAL Aula: 04 Temática: Movimento Operário Na aula de hoje estudaremos o movimento operário, seu surgi- mento, suas principais características e como os operários co- meçaram a se organizar a fim de reivindicarem seus direitos. Uma das conseqüências da Revolução Industrial foi a mudança na maneira de explorar o trabalho humano. Em muitos sentidos, a revolução industrial trouxe uma piora nas condições de vida dos trabalhadores. Nas fábricas, as condições de trabalho eram precárias e as jornadas de trabalho eram de até 80 horas semanais. A vida nas cidades também era difícil. As cidadesse formaram ou cresce- ram rapidamente com a migração de trabalhadores vindos das áreas rurais, de onde tinham sido expulsos pela prática do “cercamento” dos campos para a criação de ovelhas — atividade que exigia pouca mão-de-obra. Os operários recebiam baixos salários e mais baixos ainda se o operário fosse mulher ou criança. Na época não havia nenhum tipo de proteção legal para o trabalhador, pois, até então, o trabalho tinha sido regulado por outro tipo de relações sociais.. A divisão do trabalho também foi outra mudança para o trabalhador, acos- tumado a produzir um artigo inteiro, participando de todas as etapas da produção e, sobretudo, tendo consciência do uso final e social do produto. Nas fábricas, o trabalhador passou a realizar apenas uma parte do traba- lho, ficando responsável apenas por uma etapa da fabricação do produto. Isso acarretou uma perda global do saber do trabalhador, pois ele passou a conhecer somente as técnicas da etapa sobre a qual ele era responsável. E, mais do que isso, o trabalho tornou-se mecânico, repetitivo, sem espa- ço para o exercício da imaginação. Insatisfeitos com as novas condições de trabalho os traba- lhadores se voltaram contra as máquinas, responsabilizan- do-as pela miséria em que viviam. Revoltados, partiram para a destruição das máquinas. Esse movimento ocorreu na Inglaterra e ficou conhecido como “ludismo” devido ao nome do líder lendário Ned Luddlam.. A reação da burguesia foi imediata. Em 1812 regulamentou-se uma lei que condenava à pena de morte quem atentasse contra as oficinas industriais. HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I 19 UNIMES VIRTUAL Com o alto índice de descontentamento dos trabalhadores, começaram a surgir as primeiras organizações das classes trabalhadoras. Elas podem ser consideradas a base dos nossos atuais sindicatos. Ficaram conhecidos como Trade Unions. Eles foram responsáveis por impor ao parlamento in- glês as primeiras leis trabalhistas, tais como, o direito de associação, em 1824, ou a primeira lei sobre o limite de oito horas de trabalho para as crian- ças e o estabelecimento de inspeções estatais nas fábricas, em 1833. Em 1838 surgiu o cartismo, como o primeiro movimento ope- rário organizado. Teve como líderes Feargus O’Conor e William Lovett. Eles elaboraram um documento para o parlamento in- glês com milhões de assinaturas. Reivindicava-se o sufrágio universal, o fim do censo eleitoral e a remuneração aos parlamentares eleitos. Inicialmente, a Carta do Povo — como ficou conhecida — foi recusada pelo parlamento, mas foi várias vezes reapresentada. Os benefícios gerados pela industrialização ainda demora- riam muitos anos até atingirem um contingente maior da população. CLIO História – Textos e Documentos Revolução Francesa e vida privada Os efeitos da Revolução Francesa não atingiram apenas o campo da vida pública, como as instituições políticas e o regime de propriedade. Eles também penetraram o espaço privado, alterando, por exemplo, as relações familiares, a forma de se vestir das pessoas, a linguagem e a decoração das residências. O texto a seguir mostra o impacto que a Revolução produziu no interior dos domínios privados da população francesa. 0 privado e o público na Revolução "Durante a Revolução, as fronteiras entre a vida pú- blica e a vida privada mostraram uma grande flutuação. A coisa pública, o espírito público invadiram os domí- nios habitualmente privados da vida. Não resta dúvida de que o desenvolvimento do espaço público e a poli- tização da vida cotidiana foram definitivamente res- ponsáveis pela redefinição mais clara do espaço priva- do no início do século XIX. O domínio da vida públi- ca, principalmente entre 1789 e 1794, ampliou-se de maneira constante, preparando o movimento românti- co do fechamento do indivíduo sobre si mesmo e da dedicação à família, num espaço doméstico deter- minado com uma maior precisão. No entanto, antes de chegar a este termo, a vida privada iria sofrer a mais violenta agressão já vista na história ocidental. Os revolucionários se empenharam em traçar a dis- tinção entre o público e o privado. Nada que fosse particular (e todos os interesses eram particulares por definição) deveria prejudicar a vontade geral da nova nação. De Condorcet a Thibaudeau e Napoleão, a palavra de ordem era a mesma: 'Não pertenço a ne- nhum partido'. As facções, a política partidária — a política de grupos privados e de particulares — vira- ram sinônimo de conspiração, e os 'interesses' signifi- cavam uma 'traição à nação'." 0 controle da vida privada "No período revolucionário, 'privado' significa fac- cioso, e tudo o que se refere à privatização é conside- rado equivalente a sedicioso e conspiratório. [..1 Ape- nas uma vigilância contínua e o serviço constante à coisa pública (que na época possui um sentido preciso) podem impedir que aflorem interesses particulares e facções. [...1 Os salões, os grupos e os círculos podem ser denunciados de imediato. Num país dominado pela política, a expressão dos interesses privados só pode ser tida como contra-revolucionária. 'Existe apenas um partido, o dos intrigantes!', exclamou Chabot. 'Todo o resto é o partido do povo.' Essa preocupação obsessiva em manter os interesses privados à distância da vida pública logo virá, paradoxalmente, a apagar as frontei- ras entre o público e o privado. [...]" 0 vestuário da Revolução "Um dos exemplos mais claros da invasão do público no espaço privado é a preocupação constante com o vestuário. Desde a abertura dos Estados Gerais, em 1789, a roupa possui um significado político. Michelet descreveu a diferença entre a sobriedade dos deputa- dos do Terceiro Estado, à frente da procissão de aber- tura — 'uma massa de homens, vestidos de negro [...] com trajes modestos' —, e 'pequeno grupo refulgente dos deputados da nobreza [...] com seus chapéus de plumas, suas rendas, seus paramentos de ouro'. Segun- do o inglês John Moore, 'uma grande simplicidade, e na verdade a avareza no vestuário era [...] considerada como uma prova de patriotismo'. [...] Apesar do aparente apoio da Convenção ao direito de se vestir à vontade, o Estado desempenhou um papel crescente nesse campo. A partir de 5 de julho de 1792, todos os homens passaram a ser obrigados por lei a usar a roseta tricolor; a partir de 3 de abril de 1793, todos os franceses, sem distinção de sexo, fica- ram submetidos a esse decreto. Em maio de 1794, a Convenção solicitou ao pintor-deputado David que apresentasse projetos e sugestões para melhorar o traje nacional. [...] A indumentária civil criada por David nunca foi usada, a não ser por alguns jovens admirado- res do mestre. No entanto, a simples idéia de um uni- forme civil [...] mostra que havia quem desejasse o fim da fronteira entre o público e o privado." A decoração revolucionária "Os objetos do espaço privado não foram esqueci- dos. Os mais íntimos objetos trazem a marca do ardor revolucionário. Na residência dos patriotas abastados, encontram-se 'camas estilo Revolução' ou 'estilo Fede- ração'. As porcelanas e faianças são enfeitadas com divisas ou vinhetas republicanas. As tabaqueiras, os estojos de barba, os espelhos, os cofres e até os jarros de lavatório são decorados com cenas das jornadas revolucionárias ou com alegorias. A Liberdade, a I- gualdade, a Prosperidade, a Vitória, sob a forma de jovens deusas encantadoras, enfeitam os espaços pri- vados da burguesia republicana. Mesmo os alfaiates ou os sapateiros mais pobres ostentam nas paredes os calendários revolucionários com o novo sistema de datação e as inevitáveis vinhetas republicanas. E in- questionável que os [os novos símbolos] não chegaram a substituir integralmente as gravuras e imagens da Virgem e dos santos [...]. Mas é certo que a invasãodos novos símbolos públicos nos espaços privados foi determinante para a criação de uma tradição revolu- cionária." PERROT, Michelle (Org.). História da vida privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. v. 4. p. 21-28. Disponível em: http://cliohistoria.110mb.com/alunos/2_serie/arquivos/revolucao_francesa_vida_privada.zip. Acesso 03 ago 2011. CLIO História – Textos e Documentos Revolução Francesa: ela inventou nossos sonhos ―Os homens nascem livres e iguais em direitos; as distinções sociais não podem ser fundadas a não ser na utilidade comum‖. Pela Declaração dos Direitos do Ho- mem e do Cidadão, a Assembléia Consti- tuinte estabelece os direitos básicos dos franceses: igualdade perante a lei e a obri- gação do Estado de defender os direitos ―naturais‖ dos cidadãos, como a liberdade e a propriedade. A modernidade chega definitivamente à vida social. ―Quando um povo é obrigado a obedecer e o faz, age acertadamente; assim que pode sacudir esse jugo e o faz, age melhor ainda, porque, recuperan- do a liberdade pelo mesmo direito por que lha arrebataram, ou tem ele o direito de retoma-la ou não tinham o direito de subtraí-la.‖ Jean-Jacques Rousseau, filósofo francês, 1712-1778 Números Em 1789, a população da França alcança 25 milhões de habitantes, sendo 20 mi- lhões de camponeses. A nobreza constitui 1,5% da população total. Paris conta com 500 000 habitantes, dos quais 110 000 são indigentes. ―Nobres, vós sois o flagelo da sociedade, como sois também o inimigo da Pátria. Vossos exemplos e vossa moral levaram os costumes a um grau de corrupção nunca antes atingido. Para satisfazer, não vossas paixões, mas vossas fantasias, vós os transgredistes ao ponto de vos permitir comporta- mentos cujo preço é o cadafalso.‖ Panfleto anônimo, igual a milhares de outros em circulação, acusando a nobreza de corrupção, amoralidade, decadência. Desde a madrugada de 14 de julho de 1789, uma terça-feira, pelo menos 8 mil parisienses irados estavam reunidos na esplanada dos Inválidos. Eles queriam armas para enfrentar os soldados que, acre- ditavam, o rei Luís XVI estava mandando de Versalhes. O adminis- trador não sabia o que fazer. A multidão, então, arrombou os por- tões e se apoderou de 40 mil fuzis e doze canhões. Mas e a pólvora para eles? Estava na formidável fortaleza da Bastilha, transformada em depósito e prisão. Para lá correram todos, em busca de munição. Quem teria, naquele momento, pensado em se apoderar daquela for- taleza inexpugnável? Pois antes do anoitecer a fortaleza caiu e com ela veio abaixo to- do o Antigo Regime, representado na figura do rei e em sua corte de aristocratas inúteis. A multidão que cercou a Bastilha era muito mai- or que os 8 mil reunidos de madrugada na praça dos Inválidos. Mas, conforme cuidadoso recenseamento feito depois pela Assembléia Nacional, os "vencedores da Bastilha" foram não mais que oitocen- tos, registrados e cadastrados, com nome, endereço e profissão. Em dois dias, construíram-se 50 mil lan- ças para a milícia Assim, pode-se saber, com segurança, que entre eles estavam al- guns raros burgueses (três industriais, quatro comerciantes, um cer- vejeiro), muitos pequenos produtores independentes, artesãos, ofici- ais de corporação, militares em profusão. Um terço, pelo menos, era de assalariados da manufatura e da construção. O mais jovem tinha 8 anos. Uma única mulher, uma lavadeira, impedira com sua presen- ça que a queda da Bastilha entrasse para a História como uma aven- tura vivida apenas pelos homens. A multidão estava inquieta desde o dia 12, quando a demissão do ministro das Finanças, Jacques Necker, foi recebida como prenúncio de que o pão se tornaria mais raro e mais caro. Foi formada uma mi- lícia cidadã para defender a cidade, cujo objetivo era também defen- der os burgueses proprietários contra os ataques do rei e contra as ameaças das classes julgadas perigosas — os trabalhadores e os mi- seráveis. De saída, a milícia alistou 48 mil voluntários. Como não havia armas, ordenou-se a construção de lanças — e 50 mil ficaram prontas em dois dias. As reuniões sucediam-se, e havia sempre alguém propondo o re- curso à força. "As armas, às armas, cidadãos", era o que mais se ouvia nos comícios. No Palais-Royal, espécie de território livre onde tudo se podia dizer, Camila Desmoulins, orador gago que empolgava co- mo ninguém a multidão inquieta, tentava ordenar o caos. Por sua sugestão, adotou-se o verde com emblema. A multidão desfilou pe- las ruas, praticamente engoliu as tropas que tentaram detê-la. As bar- reiras que simbolizavam a cobrança de impostos foram destruídas; suspeitos de serem açambarcadores (entre estes o convento de Saint- Lazare) foram atacados. Assim, a multidão que na manhã do dia 14 correu para a Bastilha não tinha quem a enfrentasse, a não ser a obstinação do administra- dor da fortaleza, De Launay, que recusou todos os apelos (inclusive de quatro comissões enviadas pela Prefeitura) para que entregasse a munição. O primeiro disparo aconteceu por volta de 13 horas. Os CLIO História – Textos e Documentos Os sans-culottes são os novos personagens da cena política. Sem os ―culottes‖ e os perfumes dos no- bres, eles são os amigos da Revolu- ção: humildes arte- sãos, empregados pobres do ―fau- borg‖, usam a lan- ça, o sabre e o fuzil para livrar a Revo- lução dos seus inimigos e exigir a verdadeira igualda- de entre os cida- dãos. Números No início da Revolução, a posse útil da terra na França estava assim distribuída: 45%, camponeses; 20%, burguesia; 35%, nobreza e clero. Porém, em razão dos direitos feudais, a aristocracia detém a propriedade senhorial de 97% sobre todas as terras. BBrraassiill É enforcado no Rio de Janeiro, a 21 de abril de 1789, Joaquim José da Silva Xavi- er, o Tiradentes. Único condenado à morte entre os participantes da Inconfidência Mineira, revolta contra a dominação por- tuguesa, fortemente influenciada pelas idéias francesas, pelas ―luzes‖ do século XVIII. mais valentes romperam as correntes da ponte levadiça, que caiu. O pátio da administração foi invadido, mas ali os revoltosos ficaram expostos. A Bastilha não era um inferno; a vida dos presos era bem boa Às 15:30h chegou um reforço providencial: o chefe da lavanderia da rainha Maria Antonieta, um certo Hulin, reunira 36 granadeiros, 21 fuzileiros, 400 cidadãos armados e alguns canhões e comandou o primeiro ataque organizado à fortaleza. De Launay ainda pensou em atear fogo ao depósito de pólvora e mandar tudo pelos ares. Foi im- pedido por seus próprios soldados, que preferiram capitular e passar para o lado da Revolução. Os invasores então entraram de uma vez, desarmaram os soldados, saquearam tudo, apoderaram-se da pólvora e libertaram os prisioneiros. Estes eram apenas sete: quatro falsários, dois loucos e um filho de família rica que desonrara seu nome. De- finitivamente, a Bastilha não era o inferno criado pela imaginação popular, onde se jogavam os inimigos do rei para morrer em meio a terríveis sofrimentos. Na verdade, quem podia pagar contava ali com uma vida bem razoável, com direito a boa comida, bebida e até cria- dos. Uma prévia do que viria a ser a violência revolucionária foi ence- nada com o pobre De Launay. Na praça da Prefeitura ele foi agredi- do, recebeu um golpe de baioneta, um tiro e teve a cabeça cortada, porque a multidão queria vê-la. Contra todos os prognósticos, o movimento começava a andar fora dos trilhos. Apenas dois anos antes, em 1787, o pavio da mais clássica das revoluções burguesas, a RevoluçãoFrancesa, fora aceso por mãos nobres. Em outros tem- pos, tudo não passaria de um levante palaciano; no final do século XVIII, porém, a rebelião da nobreza foi o sinal esperado por outro protagonista poderoso, a burguesia, para subir ao palco da História. O período inicial da Revolução Francesa, que vai de 1787 a 1791, é a crônica desse esforço da burguesia para passar à frente dos atores antigos. As finanças reais estavam combalidas há muito tempo, mas nos dez anos anteriores haviam chegado à beira da bancarrota porque o governo francês empenhou-se em ajudar os Estados Unidos na luta pela independência. O governo estava falido. Então, pensou em taxar clero e nobreza O relatório financeiro de março de 1788 mostrava que as despe- sas somavam 629 milhões de libras, mas a receita alcançava apenas 503 milhões. Só os juros da dívida pública, ampliada pela guerra, de- voravam 318 milhões de libras. Mais da metade dos gastos, que se agravavam ainda com a necessidade de abastecer o luxo da nobreza, na corte, com supérfluos de toda ordem. O governo precisava au- mentar sua receita, mas sabia que não era possível lançar nenhum novo imposto sobre a massa da população, já exaurida. Pensou, en- tão, em acabar com os privilégios do clero e da nobreza, que não pagavam nenhum imposto, embora fossem grandes proprietários. A França tinha então pouco mais de 25 milhões de habitantes, dos quais 80 por cento eram camponeses. Os 20 por cento restantes amontoavam-se precariamente em povoações que mal chegavam aos 2 mil habitantes. CLIO História – Textos e Documentos Mais de 40 000 “Cahiers de doléances” foram escritos na campanha eleitoral para os Estados Gerais, como todo tipo de reivindicações, como esta: ―Que o Terceiro Estado seja representado nos Estados Gerais por deputados escolhidos por sua ordem‖. Paris, com 650 mil, era uma exceção — e uma das maiores cida- des do mundo. Todas as outras eram modestas, pelos padrões mo- dernos Lyon tinha 135 mil habitantes; Marselha, 90 mil; Bordéus, 84 mil; Nantes, 57 mil. Essa sociedade estava dividida em estados, a forma feudal de estratificação social, em que cada classe tinha seus estatutos, privilégios, obrigações e modo de vida definidos legalmen- te. O Primeiro Estado era formado pelo clero, mais ou menos 1 por cento da população. Estava dividido em clero superior, formado pe- los bispos, arcebispos e cardeais, tinha vida faustosa, como a nobre- za, e possuía cerca de 20 por cento de todas as terras do país. O bai- xo clero, ao contrário, embora partilhasse dos privilégios do seu es- tado (por exemplo, não pagar impostos), era formado por padres muitas vezes tão pobres quanto seus paroquianos. O Segundo Estado era formado pela nobreza, dividida em nobre- za de espada, tradicional e orgulhosa de linhagens que remontavam muitas vezes à alta Idade Média, e nobreza togada, formada por ple- beus enriquecidos, que compraram títulos de nobreza, e seus des- cendentes. Compreendia 2 por cento da população, algo entre 250 e 400 mil pessoas. Apropriava-se de um terço de todas as rendas do país e tinha o monopólio dos mais altos cargos do Judiciário, da bu- rocracia, do clero e do Exército. Os burgueses tinham dinheiro e sonhavam con- quistar o poder O Terceiro Estado compreendia, formalmente, todo o restante da população, mas sua facção mais destacada era a burguesia, uma clas- se economicamente poderosa. Apesar de participar do poder, medi- ante a compra de cargos e títulos, seus negócios eram tolhidos pela existência de aduanas internas e pedágios, que impediam e oneravam a circulação de mercadorias dentro do país. Ressentia-se, ainda, da existência de companhias comerciais monopolistas, controladas pelo Estado, que dificultavam sua participação no comércio externo, de um lado; e de outro havia as limitações corporativas à liberdade de trabalho que impediam a livre contratação de trabalhadores. As ca- madas inferiores do terceiro estado eram formadas pela plebe das cidades, um conjunto de artesãos, operários, pequenos comerciantes e pequenos empresários. Eram os sans-culottes, que teriam, mais tarde, um papel decisivo na Revolução, da qual seriam, segundo o historiador inglês Eric Hobsbawn, "a principal força de choque". Ao seu lado acumulava-se, principalmente em Paris, uma formidável e ex- plosiva massa de miseráveis. Os camponeses formavam a classe mais numerosa e eram a base da sociedade francesa. A pobreza, entre eles, era generalizada, atin- gindo níveis dramáticos. O historiador Georges Lefebvre calcula que 10 por cento deles mendigavam, durante o ano todo, de propriedade em propriedade. Eram oprimidos, ainda, por mais de trezentas obri- gações feudais que tolhiam completamente sua liberdade. Na metade do século XVIII, reforçou-se o direito exclusivo da nobreza aos altos cargos da administração e do Exército. A restrição pareceu intolerável ao Terceiro Estado —e foi um erro fatal cometi- do pelo rei Luís XVI. CLIO História – Textos e Documentos ―Primeiramente um cavalo deve ser escovado dez vezes com a almofaça de ferro e somente então podeis vós limpá-lo com a escova macia. Terei de escovar-vos com violência, e quem sabe se chegarei jamais à escova macia.‖ De um proprietário de terras russo a seus servos, em 1780. Educação pública O Marquês de Condorcet defende na As- sembléia seu projeto de ―uma escola univer- sal, para meninos e meninas, leiga e gratuita, capaz de respeitar a liberdade individual e estimu- lar os talentos‖. A nobreza quis convocar os Estados Gerais. Sui- cidou-se Essa combinação de miséria popular e conflito entre os privilé- gios aristocráticos e os interesses da burguesia tornou-se explosiva quando combinada com a crise financeira da monarquia. Em 1787, o rei tentou criar um imposto a ser pago pela nobreza, que reagiu bra- vamente a esse ataque a seus privilégios. Foi convocada uma As- sembléia de Notáveis, formado por representantes da aristocracia e do clero, os dois primeiros estados que desfrutavam as mesmas prerrogativas, e ela decidiu que só a nação inteira, representada nos Estados Gerais, poderia criar novos impostos. O rei fez de tudo para revogar a decisão — prendeu parlamenta- res, exilou outros tantos — em vão. A rebelião cresceu e a nobreza ameaçada tornou-se porta-voz de uma nação que já não tolerava o poder real absoluto. Em julho de 1788, isolado e pressionado de todos os lados, o go- verno capitulou e aceitou convocar os Estados Gerais para 1º de maio de 1789. Para infelicidade de Luís XVI, os debates e a exigência de mudan- ças já tinham ido tão longe que, inadvertida-mente, ele próprio levou o movimento reformista a um novo andamento ao convocar os Es- tados Gerais. Os deputados deviam ser eleitos em assembléias distri- tais, em todas as regiões da França; assim, a crise econômica, que desencadeou a crise política, passou a ser discutida por toda a nação em uma campanha eleitoral cujo tom era a denúncia do absolutismo. Formou-se então o Partido Nacional, uma frente contra a monar- quia absolutista, que desejava implantar na França um regime mo- nárquico à moda inglesa, regulado por uma Constituição. Sua orga- nização foi eficaz, e seu comitê central, a Sociedade dos Trinta, reu- niu-se desde outubro de 1788 em Paris, congregando homens uni- dos pela mesma vontade de mudança, como o abade Emmanuel- Joseph Sieyès; Georges-Jacques Danton; marquês de La Fayette; François VI, duque de La Rochefoucauld; Marie-Jean-Antoine- Nicolas de Caritat, marquês de Condorcet; Jacques-Pierre Brissot de Waiville;Adrien-Jean-François Duport; e Honoré-Gabriel Rigueti, conde de Mirabeau. Com a Assembléia Nacional, o poder começou a trocar de mãos No dia 5 de maio de 1789, em sessão solene com a presença do rei, foram abertos os Estados Gerais. Na sala de cerimônias, em Versalhes — o palácio que Luís XIV, o avô de Luís XVI, também chamado Rei Sol, construíra fora de Paris —, o clero e a nobreza ocuparam seus lugares, à direita e à esquerda do rei. Para enfatizar a posição subalterna do Terceiro Estado, seus representantes foram amontoados em banquetas, separados das ordens privilegiadas por uma barreira. Luís XVI advertiu contra o "desejo exagerado de inovação". Inutilmente; abria-se ali o cenário do segundo ato do drama revolu- cionário. Um novo tema logo somou-se ao debate: os critérios de votação. Havia uma tendência clara de rejeição da forma tradicional de vota- ção, como a adotada até a última vez que os Estados Gerais foram convocados, em 1614: um voto para cada estado. A nobreza e o cle- ro insistiam no critério antigo que favorecia sua posição. O terceiro CLIO História – Textos e Documentos Composto por Rouget de Lisle em abril de 1792, o hino dos marselheses tornou-se rapidamente o hino da Revolução. A Constituição do Ano I A primeira Constituição da República avança no sentido da democratização polí- tica (sufrágio universal masculino) e de uma igualdade social mais efetiva, estabe- lecendo o bem comum como objetivo da sociedade e destinando os recursos públi- cos, prioritariamente, ao atendimento dos cidadãos mais pobres. estado — que representava 95 por cento da nação — exigiu por sua vez o voto por cabeça, que daria posição de destaque à massa da or- questra política. Era o impasse: a nobreza e o clero queriam uma assembléia com poderes limitados, enquanto a burguesia queria transformá-la em Assembléia Nacional para escrever uma Constituição e impor limites ao poder do rei. Assim, decidiu tocar música própria e transformou os Estados Gerais em Assembléia Nacional, em 15 de junho de 1789, para a qual convocou solene-mente os deputados dos estados privilegiados. Era a rebelião aberta contra a autoridade real. O círculo íntimo dos colaboradores do rei aconselhou-o a tornar medidas de força, mas dividia-se quanto ao que fazer em seguida. 0 ministro Jacques Necker, um reformista da corte, recomendava al- gumas concessões para atrair a Assembléia Nacional. A burguesia tomou o poder em Paris. E os soldados aderiram No outro extremo, o irmão do rei, que seria rei ele próprio com o nome de Carlos X, um "duro" apoiado pela rainha Maria Antonieta, defendia pura e simplesmente o restabelecimento do Antigo Regime. Temeroso de uma guerra civil de conseqüências imprevisíveis, o go- verno tergiversou e, sem fechar oficialmente a Assembléia, criou obstáculos para sua reunião. A sala das sessões foi fechada a pretex- to de reformas. Os parlamentares refugiaram-se no salão do jogo de péia (uma espécie de squash) e juraram manterem-se reunidos até darem uma Constituição à França. O repto estava lançado, e come- çava a surtir efeito: 150 padres e três bispos uniram-se a eles. Luís XVI tentou, por sua vez, restaurar sua autoridade e cercado de tropas, cassou todas as prerrogativas da Assembléia. Mas esta não se submeteu e, num clímax heróico, Mirabeau recebeu o marquês de Brézé (enviado por Luís XVI para impor sua vontade), deixando cla- ro o ânimo de seus companheiros: "Se está aqui para nos fazer sair, deve pedir ordens para usar a força, pois só deixaremos nossos postos pela força das baionetas‖. A decisão da Assembléia de manter-se reunida até escrever uma Constituição espelhava o ânimo da própria nação. Apenas dois dias depois da bravata real, a burguesia parisiense erigiu uma autoridade cidadã em Paris, tomando o poder municipal à revelia do rei. Uma milícia burguesa foi formada (chamada mais tarde de Guarda Na- cional, sob o comando de La Fayette), enquanto os soldados do rei desertavam de forma crescente, unindo-se aos rebeldes e colocando- se ao serviço da Assembléia Nacional. Em Versalhes, uma facção da nobreza abandonou o rei e seus pares e uniu-se à Assembléia. No dia 27, o rei teve de ceder: por ordem sua, todos os estados privilegi- ados juntaram-se à Assembléia que, agora, estava completa e podia executar a peça que a França queria ouvir. Em 7 de julho, a Assem- bléia se proclamou Constituinte. A conspiração contra a liberdade, porém, prosseguia. Luís XVI mandou cercar Paris e Versalhes com dez regimentos comandados pelo marechal François-Marie de Broglie, um brutamontes, capaz de massacrar sem remorsos à primeira ordem. CLIO História – Textos e Documentos O Diretório e a religião ―A religião romana será sempre inimiga irreconci- liável da República‖. Era o que diziam os ―Diretores‖ a Bonaparte na Itália, reco- mendando-lhe ―destruir, se possível, o centro de unidade da Igreja romana‖. ―Chegou a hora da igualdade passar a foice por todas as cabeças. Portanto, legisladores, vamos colocar o terror na ordem do dia!‖ Robespierre, em discurso à Convenção, 5/9/1793 NNúúmmeerrooss Nos onze meses de atividade da ditadura jacobina, pelo menos 300 mil pessoas foram levadas aos tribunais da Revolução. Destas, 17 mil foram guilhotinadas e 25 mil executadas sumariamente, na grande maioria rebeldes ligados à contra- revolução na Vendéia e no vale do Rhône. O rei demitiu o ministério de Necker. E tudo veio abaixo No dia 11 de julho, Necker e os ministros que o apoiavam foram demitidos, e formou-se um governo de revanche, cuja estrela era jus- tamente de Broglie. Aceso o estopim, a explosão tomou-se inevitá- vel. A intransigência real ruiu junto com a Bastilha assaltada pela plebe. Vencido, Luís XVI dispensou as tropas, demitiu o ministério da revanche no dia 16 e chamou Necker para reorganizar o governo. Depois foi para Paris, acompanhado apenas por quatro pessoas e escoltado pela guarda militar burguesa de Versalhes. Na prefeitura, o rei não teve saída a não ser receber, das mãos do prefeito, o distinti- vo tricolor da Assembléia, símbolo de sua submissão à vontade do povo em armas. A queda da Bastilha foi o sinal para a revolução municipal na França, que fez repetir em todo país o que acontecera em Paris: as cidades instalaram novas autoridades, seguindo o modelo da capital. Ao mesmo tempo, a insurreição camponesa acentuou-se. O "Grande Medo", de julho e agosto de 1789, varreu na prática os privilégios feudais que a Assembléia vacilava em abolir. Combinada com a re- volução municipal, a insurreição camponesa teve um efeito arrasa- dor. 0 historiador inglês Eric J. Hobsbawm diz que "ao cabo de três semanas, desde 14 de julho, a estrutura social do feudalismo francês e a máquina estatal da monarquia francesa jaziam em pedaços". Durante dois anos, de 1789 a 1791, a revolução foi comandada pela ala mais moderada da burguesia, os girondinos. Seu domínio baseava-se, primeiro, no esforço para conter a radicalização popular e, depois, na tentativa de estabelecer uma compromisso com o rei e a aristocracia. Após a queda da Bastilha, em algumas regiões, princi- palmente na Alsácia, a burguesia cooperou sem reservas com a aris- tocracia na repressão aos levantes camponeses. Nasceu, enfim, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Quanto ao rei, depois de 14 de julho discutiu-se qual seria o po- der legislativo que a Constituição lhe reservaria. Depois de muitos debates, a Assembléia Constituinte decidiu, em 11 de setembro, dar ao monarca o direito de vetar pura e simplesmente as leis votadas
Compartilhar