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ANALISE TEXTUAL

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RESUMO DE ANALISE TEXTUAL – AV1
Aula 1:
A língua 
-> é uma construção social, e corresponde à cultura, história e sociedade de um determinado povo, de uma determinada nação.
Linguagem é uma faculdade (capacidade) que permite exercitar a comunicação, latente ou em ação.
A variação padrão ou norma culta 
-> É a forma de se comunicar das pessoas que têm mais prestígio social, das que possuem um nível de escolaridade maior. Enfim, é a forma de comunicação das pessoas que são mais respeitadas na sociedade, daí a maioria não querer ter a mesma forma de falar das pessoas que têm pouco prestígio social.
Aula 02
-> A língua não é sempre a mesma em qualquer situação, ela varia de acordo com a região, com a idade, com a situação, com a formalidade ou informalidade do encontro, as pessoas envolvidas. Enfim, possuímos diversos contextos em que a língua se acomoda. A esse fenômeno denominamos Variação linguística.
Texto
-> É um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor. É a presença de recursos lingüísticos e semânticos (como coesão e coerência).
Há de se convir que um texto também deve ser claro, estando essa qualidade relacionada diretamente aos elementos coesivos, que promovem a ligação entre as partes. Vamos ver agora, portanto, os dois tipos básicos de coesão (clique nas palavras em destaque nas caixas para ver os exemplos de emprego):
Coesão – existem dois tipos de coesão: referencial e seqüencial.
1. Coesão referencial (a informação é retomada) – podendo ser Lexical e Gramatical:
1.1 Lexical permite o entrelaçamento do texto substituição/omissão de palavras – podemos destacar hiperônimos e sinônimos.
Exemplo de hiperônimos:
A gripe suína causou grande preocupação. Tal doença, se na forma grave, pode causar a morte.
Exemplo de sinônimo:
Os automóveis estão de maneira irregular deverão ser retirados do local. Caso contrário, os carros serão rebocados.
1.2 Gramatical permite o entrelaçamento do texto pelo emprego de i pronome, conjunções e numerais, dentre outros.Pronome ex1: O aluno ficou com dúvidas sobre o conceito. Ele pediu uma nova explicação ao professor.Conjunções ex2: Aqueles estudantes universitários, que estavam ontem na prova, foram prejudicados pela falta de luz. Numerais ex3: O mural indica dois avisos: o primeiro refere-se à matrícula; o segundo, à formatura.
2. Coesão seqüencial (a informação progride): existem dois tipos Temporal e Por Conexão.
2.1 Temporal – Permite a progressão da informação pela ordenação linear dos elementos, pela utilização de partículas temporais e pela correlação dos tempos verbais. Ordenação linear dos elementos ex1 : O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova. Utilização de partículas temporais ex2: Antes ele acreditava que não tinha jeito, agora ele está mais esperançoso. Correlação dos tempos verbais ex3: antes de o time ganhar o campeonato, ele havia se preparado por duas semanas.
2.2 Por conexão – Auxilia na compreensão do texto como um todo. Pode ser vista por meio de operadores do tipo lógico e operadores discursivos, dentre outros. Operadores do tipo lógico ex1: O shopping Center sofreu um incêndio porque não havia água para abastecer o sistema de segurança. Operadores discursivos ex2: O acidente ocorrido ontem exemplifica a falta de segurança nas estradas.
Coerência textual 
–> diz respeito ao sentido do texto, sua unidade significativa. Em outras palavras, as informações que emitimos podem se contradizer, ou gerar incompreensão. Exemplo: A estrutura da administração pública é dividida em direta e indireta. A administração pública direta é exercita por órgãos subordinados entre os entes gestores, porque a indireta é exercida por pessoas jurídicas criadas por lei vinculadas ao ente gestor. Este exemplo é um lixo mas o único que tem aqui rsrs.
Hipertexto 
–> pode ser entendido como uma espécie de conexão em que as informações podem ser lidas em diferentes seqüências. O leitor segue vários caminhos para desvendar/desdobrar a mensagem. É necessário ao leitor trabalhar com a habilidade de estabelecer relações entre texto e outros textos, bem como outras formas de comunicação (gráficos, tabelas etc.). Dessa forma, é possível dizer que o hipertexto é um dispositivo cognitivo, no sentido de que no instante da leitura podemos dar saltos, fazer associações.
Aula 03
Coesão sequencial e a relação com o sentido
-> Retomemos, agora, nosso estudo sobre as relações que envolvem um texto. Quando falamos que um texto se caracteriza por apresentar uma ideia completa, isso significa dizer que as informações estão conectadas umas às outras coerentemente.  Deduzimos, assim, que há uma coesão sequencial que garante a textualidade. Clique nas partes em destaque no enunciado abaixo:
-> O clima esteve tão adequado neste período que a colheita foi muito boa.
-> Errado: O clima esteve tão adequado neste período porem a colheita foi muito boa
Ao ler um texto, necessito estabelecer relações sintático-semânticas: causa, consequência, comparação, disjunção etc. Isto porque essas relações estabelecem sentido no que se quer comunicar, a arrumação das informações obedece ao estabelecimento do sentido. Bem, quer dizer que as palavras, as expressões com as quais fazemos ligações entre as idéias, estabelecem significados, conduzem o sentido das mensagens. Sendo assim, não se pode utilizar qualquer elemento para conectar qualquer informação. Daí ser importante que tenhamos em mente os tipos de relações que podemos estabelecer entre as informações.
Aula 04
-> A coerência, como você já sabe, é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que não haja contradições ou erros que gerem incompreensão, mal entendido ou até mesmo falha na comunicação.
Existem 4 tipos de coerência: Coerência semântica, coerência sintática, coerência estilística e coerência pragmática.
Coerência semântica – refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em seqüência; a incoerência aparece quando esses sentidos não combinam, ou quando são contraditórios.
Ex: A casa que desejo comprar é bastante jovem. É incoerente o certo seria nova. Pois jovem é utilizado para seres humanos.
Coerência sintática – refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica: conectivos, pronomes etc., e trata da adequação entre os elementos que compõem a frase, o que inclui também às regras de concordância e de regência.
Ex: As pessoas que têm condições procuram o ensino particular, onde há métodos, equipamentos e até professores melhores. Ta errado pois este onde é especifico de lugar. Deveria ser substituído por no qual/ em que.
Coerência estilística – utilização de linguagem adequada às possíveis variações do contexto .Na maioria das vezes, esse tipo de coerência não chega a perturbar a interpretabilidade de um texto: é uma noção relacionada à mistura de registros lingüísticos (formal x informal, por exemplo). É desejável que quem escreve ou lê se mantenha num estilo relativamente uniforme.
Ex: O ilustre advogado observou que sua petição não prosperaria, haja vista seu cliente ter enfiado o pé na jaca. Errado pois não se pode começar de uma maneira formal e depois usar linguagem bem popular, com gírias.
Coerência pragmática – podemos dizer que esse tipo de coerência é verificado através do conhecimento que possuímos da realidade sociocultural, que inclui também um comportamento adequando às conversações. Refere-se ao texto visto como uma seqüência de atos de fala. Para haver coerência nesta seqüência, é preciso que os atos de fala se realizem de formas apropriadas, isto é, cada interlocutor, na sua vez de falar, deve conjugar o seu discurso ao do seu ouvinte de forma a manter a expectativa de conteúdo de acordo com a situação em que o texto é usado.
Falante 1: Você ouviu o que o professor disse?
Falante 2: Hoje faz um ano que minha avó faleceu.
-> A pessoa que é endereçada a pergunta não responde, pois não estabeleceu uma seqüência na conversa. Propôs outros assunto,irrelevante para a pergunta feita.
INTERTEXTUALIDADE EXPLÍCITA / INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA
1. Paráfrase - Consiste em reescrever com outras palavras as  principais ideias de outro texto. Existem algumas regras para se elaborar uma paráfrase. A primeira delas é respeitar a ordem em que aparecem as ideias do texto original. A segunda, que não se pode omitir nenhuma informação importante do texto parafraseado. Pela terceira regra não se podem fazer comentários sobre o texto original.
2. Resumo - É uma espécie de paráfrase, porque é fiel ao conteúdo do texto original, mas extrai dele apenas as ideias principais.  Essas devem ser apresentadas de maneira lógica e clara. Não podemos, em um resumo, emitir comentários sobre o texto original.
3. Resenha - é uma variedade de resumo, todavia nele se inclui o comentário. De modo geral, faz-se distinção entre a resenha-resumo e a resenha-crítica, de forma que, apenas no segundo tipo, possa inserir a apreciação do objeto resenhado. É importante, também, lembrar que se pode elaborar uma resenha de  filme, disco, espetáculo e, até, de uma partida de futebol.
4. Paródia - é uma espécie de composição que imita, de forma cômica, o tema e/ou forma de outro texto.  É o diálogo entre dois textos, mas que pressupõe a ironia como recuperação de sentido.
O poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, inspirou muitas paródias de poetas brasileiros.
Aula 05
Os gêneros textuais podem ser encarados como as diversas formas que um texto assume para cumprir determinados objetivos, ou seja, para informar. Sendo assim, podemos admitir que diferentes formas de textos fazem parte de nosso cotidiano, levando em conta que a comunicação atende a vários propósitos. Os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento, em um determinado contexto.
Os gêneros texuais, portanto, são diretamente ligados às práticas sociais. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso de político, propaganda de televisão etc.
De forma geral, temos cinco tipos textuais, a saber (clique para ver a descrição): narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.
1. Narração - é um tipo de texto em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade, e normalmente apresenta-se no tempo verbal passado.
Quer ver um exemplo? Então vamos lá.
Numa noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.
2. Argumentação - Argumentar é, basicamente, defender um ponto de vista. A partir de um tema (assunto), emitimos uma opinião (tese) e justificamos o porquê daquela opinião (argumento).
Quer ver um exemplo? Então vamos lá.
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional diante da realidade do jovem. O mais importante a se destacar sobre esse tema é que não foi encontrada ainda uma solução eficaz para atrair os alunos de forma que possam se interessar mais a aprender. Um bom passo para evitar essa falta de interesse seria adequar as disciplinas à realidade das novas tecnologias de comunicação, de forma que o quadro negro não pareça uma ferramenta arcaica, obsoleta e incapaz de prender a atenção do aluno.
3. Exposição - Exposição é um tipo de texto que visa mostrar conhecimento sobre determinado assunto, e não necessariamente defender uma opinião. Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica, avalia, reflete, analisa... O texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição, a enumeração de suas características. Também é chamado texto informativo.
Quer ver um exemplo? Então vamos lá.
O Dia do Amigo foi adotado em Buenos Aires, Argentina, com o Decreto nº 235/79, sendo que foi gradualmente adotado em outras partes do mundo. Foi criado pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Ele se inspirou na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, considerando a conquista não somente uma vitória científica, como também uma oportunidade de se fazer amigos em outras partes do universo.
4. Descrição - A descrição é um tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. De forma geral, podemos dizer que descrever é “tirar uma fotografia” mental e depois tentar verbalizar essa “fotografia”.
Quer ver um exemplo? Então vamos lá.
O clarinete é madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes de metal. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal.
5. Injunção - é um tipo de texto que serve para indicar como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva, e os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo. Esse tipo de texto é comum em comerciais e manuais de ferramentas, por exemplo.
Quer ver um exemplo? Então vamos lá.
1. INTRODUÇÃO 
O aparelho MCP5000 (Yokogawa) é um aparelho que mede a tensão de alimentação (tecla “V”), a corrente (tecla “A”) e a potência (tecla “kW”) consumida, e a energia (tecla “kWh”) do aparelho a ser testado.
2. COMO LIGAR O YOKOGAWA?
• Conectar o Yokogawa à rede de energia; 
• Verificar se a tensão indicada é compatível à tensão de alimentação do aparelho a ser testado; 
• Ligar o aparelho a ser testado na tomada do Yokogawa.
RESUMO DE ANALISE TEXTUAL – AV2
Aula - 06
TIPOLOGIA TEXTUAL PARTE 2: NARRAR, EXPOR ARGUMENTAR. Gêneros Textuais: conto, crônica e petição.
Crônica- tem como características gerais: relação com a vida cotidiana, narrativa informal, familiar, intimista. Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial, uso do humor. Uma crónica ou crônica é uma narração, segundo a ordem temporal. O termo é atribuído, por exemplo, aos noticiários dos jornais, comentários literários ou científicos, que preenchem periodicamente as páginas de um jornal. Ex: Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela segunda vez o ponto culminante do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado ótimo. As façanhas dele me emocionaram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto, temendo e tremendo toda a vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que levam alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido o cume mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada sem a ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser humano bem sucedido a vencer desafios assim? Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humanidade. Se cada um repetisse meu exemplo, ficando solidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda estaríamos nas cavernas, lascando o fogo com pedras, comendo animais crus e puxando nossas mulheres pelos cabelos, como os trogloditas –se é que os trogloditas faziam isso. Somos o que somos hoje devido a heróis que trocam a vida pelo risco. Bem verdade que escalar montanhas, em si, não traz nada de prático ao resto da humanidade que prefere ficar na cômoda planície da segurança. Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Negrete é a aspiração de ir mais longe, de superar marcas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até que ponto ele foi temerário ao recusar o oxigênio suplementar. Mas seuexemplo –e seu sacrifício- é uma lição de luta, mesmo sendo uma luta perdida
Conto - é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista. Ex: Era uma vez um tão vaidoso de sua pessoa que só faltava pisar por cima do povo. Certa vez procuram-no uns homens que eram tecelões maravilhosos e que fariam uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo, mas que só podia ser enxergada por quem fosse filho legítimo. O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via. O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo. Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.
Petição - é um pedido a uma autoridade, mais comumente a um funcionário governamental ou entidade pública. No sentido coloquial, uma petição é um documento oficial assinado por vários indivíduos. Uma petição pode ser oral e não escrita, e recentemente através da Internet. O termo também tem um significado específico na profissão jurídica como um pedido, dirigido a um órgão jurisdicional ou tribunal administrativo, procurando algum tipo de alívio, como uma ordem judicial. E é formado de várias partes.
Texto argumentativo - tem como objetivo persuadir alguém das nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer tema ou assunto. É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar, depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da opinião. Ex: A frase Kaio Campadelli é um cantor famoso no meio teen, tem um belo futuro pela frente já que canta e compõe músicas muito bem, logo ele será um Cantor da nova geração muito conhecido geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes: a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais , depoimentos - enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem consistência.
Aula 07
Estrutura do Parágrafo
->O parágrafo, assim sinalizado, auxilia a leitura, pois indica ao leitor que estamos trabalhando posições, ideias sobre o assunto. Dessa forma, mesmo que eu não leia o que está escrito no parágrafo, apenas a percepção da sua presença já pode me trazer uma série de interpretações e, em decorrência, um protocolo de leitura em relação ao texto. Chamamos de protocolo de leitura uma certa disposição para ler um texto. Assim, estabeleço expectativas em relação ao que lerei de acordo com a classificação prévia que faço do texto. Por exemplo, se leio uma matéria jornalística, espero que o seu conteúdo seja verdadeiro; o mesmo não acontece quando faço a leitura de um poema. Assim, pela minha experiência de leitor, determino as expectativas em relação ao texto. Voltaremos a esse assunto mais adiante. Se o texto tem parágrafos curtos, a possibilidade de o autor tratar de maneira mais superficial o assunto é muito grande, pois a complexidade exige parágrafos maiores. Se o texto tem parágrafos longos, é bem possível que o autor tenha produzido uma abordagem mais profunda sobre as ideias. Todavia, isso não é uma regra. Comecemos pelo sinal que o representa: §. Esse sinal simboliza dois “S” unidos, abreviação do latim signum seccione. Indica, como o nome diz, um sinal de corte, de fragmentação, de seção. Essa é a ideia do parágrafo: ele contem uma unidade, que é parte de um todo. Ex: Art. 9º O funcionamento das entidades e organizações de assistência social depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social, ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso. § 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios de inscrição e funcionamento das entidades com atuação em mais de um município no mesmo Estado, ou em mais de um Estado ou Distrito Federal.
Conceito – é uma unidade de texto composta por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. Denominamos tópico frasal a idéia central ou nuclear.
Tipos mais comuns de Tópico Frasal
Declaração inicial – o autor declara uma opinião por meio de uma frase afirmativa ou negativa. Ex: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Aplicação: serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Definição – trata-se de um bom recurso didático, defino algo quando delimito o seu significado dentro de um campo semântico. Exemplo: O jornal é um meio de comunicação feito com papel em que se imprimem textos. Aplicação: serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos dissertativos/informativos.
Divisão – o parágrafo pode se iniciar dividindo o assunto, indicando como será tratado em seu desenvolvimento. Exemplo: As informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão. Aplicação: serve para vários tipos de texto.
Interrogação – o autor quer aguçar a curiosidade do leitor acerca do tratamento dado a um determinado tema, mediante uma pergunta. Exemplo: O crescente uso da internet provocará o fim do jornal? . Aplicação: serve para vários tipos de teto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Alusão/citação – o autor faz referência a um fato histórico, um exemplo, às palavras de outra pessoa, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. Exemplo: Conta a tradição que quer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa. Aplicação: serve para vários tipos de texto.
Exemplo de parágrafo argumentativo – As tragédias ecológicas são importantíssimas, mas as humanas talvez sejam mais. Uma árvore pode, mais ou menos, ressuscitar, uma floresta, um bosque, se cuidarmos deles. Mas os mortos não ressuscitam, não há maneira de devolvê-los à vida. Se é verdade que devemos nos preocupar com a catástrofe ecológica, não é menos certo que se deve pensar, sobretudo, na catástrofe que será a morte de uma quantidade de seres, que nem podemos imaginar. Tópico Frasal por declaração inicial, Comparação de situação para reforçar a declaração inicial, explanação/explicação da declaração inicial.
Tipos mais comuns de Desenvolvimento
Explanação da declaração inicial – o autor esclarece a afirmação ou negação que fez no tópico. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Somos bombardeados todo o tempo por relatos de agressões, via televisão, rádio e jornais Parece até que objetivo é tornar normal a barbaridade, repetindo os feitos dos bandidos vezes sem conta, até a exaustão.
Enumeração de detalhes – trata-se de um tipo de desenvolvimento muito específico, pois é bastante comum em parágrafos descritivos. Nesse sentido, há uma preocupação em apresentar detalhes da afirmaçãoque foi feita, de maneira mais genérica, no tópico. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Sendo assim, os jornais só falam de sangue e tragédia. A televisão, por sua vez, prioriza as mazelas como forma de manter a audiência. Até a internet, embora seja um meio jovem, não se diferencia dos seus antecessores, pois é ela também meio de prática de crimes de pedofilia, por exemplo.
Comparação – há quem faça distinção entre analogia e contraste, distinguindo as formas de comparação. Assim, a Analogia seria uma comparação entre semelhantes, enquanto o Contraste se configuraria pela aproximação de termos acentuando suas diferenças. Para facilitar, trataremos esse caso apenas de Analogia. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Nos primórdios, as marcações nas rochas feitas pelos povos primitivos indicavam caminhos, perigosos, símbolos de sentido restrito etc. Atualmente, a mídia ultrapassou esses limites físicos e permite uma pluralidade de significados que, sem controle ou censura, podem ferir a sociedade.
Causa e conseqüência – o desenvolvimento apresenta uma relação de causas para a declaração feita no tópico, ou dela decorrentes, ou conseqüências, ou ambas. Exemplo: a violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Tal uso resulta em uma série de distorções, como a apresentação de cenas chocantes em horários inadequados na televisão, por exemplo. Isso gera nos telespectadores uma espécie de senso comum que aceita a violência como algo natural.
Aula 08
Raciocínio Argumentativo
Raciocínio Indutivo - Muitas vezes, para formularmos um ponto de vista, uma opinião, precisamos analisar diversas situações que nos levam a uma conclusão (tese). Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio indutivo. A Indução é o princípio lógico segundo o qual deve-se partir das partes para o todo. Ou seja, ao fazer uma pesquisa, deve-se ir coletando casos particulares e, depois de certo número de casos, pode-se generalizar, dizendo que sempre que a situação se repetir o resultado será o mesmo. Ex: O ferro conduz eletricidade, O ferro é metal; O ouro conduz eletricidade, O ouro é metal; O cobre conduz eletricidade, O cobre é metal; Logo os metais conduzem eletricidade. Podemos afirmas que o cientista tem que passar pela experimentação, a formulação da hipotese, a repetição do experimento, a testagem da hipotese e, por fim, a criação de uma fórmula ou lei que poderá ser aplicada a todos os fenômenos.
Raciocínio Dedutivo - Por outro lado, também podemos ter uma idéia geral, uma visão geral sob um determinado tema, que será comprovada a partir da verificação de alguns casos particulares. Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio dedutivo. A dedução é o princípio lógico segundo o qual devemos partir do geral para o particular. Assim, devemos primeiro criar uma lei geral e depois observar casos particulares e verificar se essa lei não se contradiz. Para os adeptos da dedução, o cientista não precisa de mil provas indutivas. Basta uma única prova dedutiva para que a lei possa ser considerada válida. Exemplos: Todo vertebrado possui vértebras. Todos os cavalos são vertebrados. Logo, todos os cavalos têm vértebras.Todo metal conduz eletricidade. O mercúrio é um metal. Logo, o mercúrio conduz eletricidade.
Mas o que isso tem a ver com Argumentação? - Um argumento é um conjunto de afirmações encadeadas de tal forma que se pretende que uma delas, a que chamamos a conclusão (ou tese), seja apoiada por outras afirmações (os argumentos propriamente ditos). A diferença mais importante entre um argumento e um raciocínio é que num argumento pretendemos persuadir alguém de que a conclusão é verdadeira, ao passo que num raciocínio queremos apenas saber se uma determinada conclusão pode ser justificada ou não por um determinado conjunto de afirmações.
Tipos de argumentos mais comuns
Argumento de autoridade – a conclusão se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. A citação pode auxiliar e deixar consistente a tese. Exemplo: o problema da miséria urbana no Brasil muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos diretos de tal miséria. Entretanto, ela existe, e não só nas notícias de jornal ou nos programas televisivos. Ou, como diria Caetano Veloso, “o Haiti é aqui”.
Argumentação por causa e conseqüência – para comprovar uma tese, você pode buscar as relações de causa (os motivos, os porquês) e de conseqüência (os efeitos). Exemplo: O problema da miséria urbana no Brasil muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos de tal miséria. Entretanto, ela existe e não só nas notícias de jornas ou nos programas televisivos. Em virtude da negligência do poder público ao longo de décadas, hoje temos uma parcela desprovida de instituições que possam atenuar (ou extinguir) tal problema.
Argumento de Exemplificação/Ilustração – a exemplificação consiste no relato de um pequeno fato (real ou fictício. Esse recurso argumentativo é amplamente usado quando a tese defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais dados concretos. Exemplo: O problema da miséria urbana no Brasil muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos de tal miséria. Entretanto, ela existe e não só nas notícias de jornais ou nos programas televisivos. Um exemplo claro disso é a diferença na taxa de mortalidade infantil entre os estados da região sul e os estados da região nordeste.
Argumentos de Provas Concretas ou senso comum – ao empregarmos os argumentos baseados em provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações concretas, extraídas da realidade. Podem ser usados dados estatísticos ou fatos notórios (de domínio público). Exemplo: O problema da miséria urbana no Brasil muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos de tal miséria. Entretanto, ela existe e não só nas notícias de jornas ou nos programas televisivos. Alguns estados brasileiros estão em situação alarmante. Segundo dados do IBGE sobre o PIB (em 2002), o Maranhão possui 83 municípios na lista dos 100 municípios mais pobres do Brasil.
Contra-argumentação 
-> Nada mais é que uma nova argumentação em que se procura desmontar um raciocínio anteriormente apresentado. Uma forma bastante eficaz de se contra-argumentar é utilizar o senso comum (aquilo que as pessoas usam no seu cotidiano, o que é natural e fácil de entender, o que elas pensam que sejam verdades, geralmente porque ouviram falar de alguém, que ouviu de alguém...). Assim como o senso comum, muitas vezes criamos afirmações/generalizações sem qualquer fundamento. Em outras palavras, fazemos uma dedução sem comprovação, como é o caso das lendas urbanas e dos mitos que circulam pela internet.
Aula 09
Sentidos Metafóricos e Metonímicos
-> Quando as palavras, os elementos lingüísticos, conduzem o leitor para o entendimento da mensagem, o trabalho que ele terá será fundamentalmente com essas palavras, ou seja, esse elementos lingüísticos conduzem o entendimento.
Metáfora - Metáfora é um princípio onipresente da linguagem, pois é um meio de nomear um conceito de um dado domínio de conhecimento pelo emprego de uma palavra usual em outro domínio. Essa versatilidade faz da metáfora um recurso de economia lexical, mas com um potencial expressivo muitas vezes surpreendente”. É o emprego da palavra fora de seu sentido normal. Daí ser classificada figura de linguagem, pois cria uma associação de sentidos de forma figurada. Ela baseia-se na transferência (metaphorá em grego significa “transporte”) de um termo para um contexto próprio. Quando isso ocorre, temos um processo metafórico de produção de sentido. A metáfora entre palavras funciona a partir do estabelecimento de uma relação/comparação de sentido entre um elemento comparado e um elemento comparante.Exemplo: Amor (elemento comparado) é fogo(elemento comparante) quearde sem se ver.Para mim essa desculpa não cola. (colar em sentido literal, é o ato de unir duas partes, em sentido figurado significa “funcionar”, “valer”. Mandou o funcionário pro olho da rua (uma rua não possui “olho”, logo “olho da rua” significa “desempregado”, “demitido”. Em textos também se encontram muitas metáforas. Exemplo: Meu coração é um balde despejado, Eu sou um poço de dor e amargura. Sou um cachorro sem sentimentos. Seus olhos são dois oceanos. Meu pensamento é um rio subterrâneo.
Metonímia - consiste na transferência de um termo para o âmbito de um significado que não é o seu, processado por uma relação cuja lógica se dá, não na semelhança, mas na contiguidade das idéias. A relação entre os elementos que os termos designam não depende exclusivamente do indivíduo, mas da ligação objetiva que esses elementos mantêm na realidade. Relação de aproximação,em que parte do conteúdo semântico de uma palavra ou expressão é relacionado a outra palavra ou expressão, também numa comparação implícita. Exemplo: Causa pelo efeito: Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno). Sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não ao cigarro). Marca pelo produto: O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte) Autor pela obra: Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral). Continente pelo conteúdo: Bebeu um copo de água. (Ninguém "bebe" um copo, mas sim a bebida que está nele.)
Aula 10
Polissemia, Duplo Sentido e ambigüidade
Polissemia - Como você já deve saber, as palavras de uma língua podem possuir mais de um sentido em diferentes contextos de uso. Dá se o nome polissemia a esse fenômeno, e são raras as palavras que não o apresentam. Em outros termos, todas as palavras “tendem” a ser polissêmicas, justamente pela possibilidade de se tomar um determinado termo em sentido figurado (como na metáfora e na metonímia), entre outras causas. As palavras tem o mesmo significado literal, mesma origem e forma idêntica. Por exemplo a palavra: letra (pode significar sinal gráfico do alfabeto, texto de uma música e título de crédito). De Littera, Latim, que originariamente significa letra do alfabeto.
Homonímia - é outro fenômeno: temos palavras que possuem “raízes” distintas, mas que são idênticas na maneira de escrever e de falar. Nesses casos, forma-se um homônimo: dois vocábulos que possuem a mesma configuração fonológica e ortográfica. Possui significados literais distintos, origens distintas e formas idêntica. Exemplo a palavra “manga”: do Latim manica, significa parte de roupa, do Malaio manga, significa fruta.
->Uma das ferramentas discursivas para se explorar o caráter polissêmico das palavras é o duplo sentido. Por esse princípio, podemos definir duplo sentido como a propriedade que têm certas palavras e expressões da língua de serem interpretadas de duas maneiras diferentes em diferentes contextos de utilização da língua. Os jornais voltados para leitores de classes sociais de baixa escolaridade, por exemplo, usam e abusam do duplo sentido de palavras e expressões, quase sempre com alguma conotação sexual, como forma de atrair a curiosidade do leitor para consumir o jornal e suas noticias, por exemplo: o bombeiro pedofilo é pego com a mangueira na mão.
Ambigüidade - Diferentemente do duplo sentido, a ambiguidade é a indeterminação de sentido que certas palavras ou expressões apresentam, dificultando a compreensão de uma determinada passagem do texto, ou até dele como um todo. Embora muitas pessoas considerem duplo sentido e ambiguidade sinônimos, eles não são. A ambiguidade não é intencional, já que sua ocorrência é resultado de alguma construção linguística problemática. Pode ser lexical : uso de palavras ou expressões cujos sentidos podem gerar interpretação indevida . Exemplo: Natália Guimarães vai a leilão e ganha bezerro de presente. Ela foi a um leilão ou foi leiloada, geralmente a ambigüidade lexical é resolvida pelo acionamento de conhecimento de mundo do leitor e pelo contexto da mensagem. E estrutural: falha na disposição de palavras ou expressões em um período, ou uso indevido de referente. Exemplo: o aluno encontrou o professor durante suas férias, o pronome seu, é o campeão de ambigüidade, pois a maneira que vemos, não permite dizer de quem é a férias. O professor aconselhou os alunos a estudarem neste fim de semana. Não permite dizer se o professor emitiu o conselho neste fim de semana ou era pra estudar durante o fim de semana.

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