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Apostila de Citologia Clínica.pdf

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APOSTILA 
DE 
CITOLOGIA 
CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ádamo Porto Gama 
E-mail: adamogama@hotmail.com 
 
 
1 
1 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
CITOLOGIA CLÍNICA 
 
CONSIDERAÇÕES HITÓRICAS E CONCEITOS GERAIS 
 
A citologia clínica é o estudo das doenças através das células que são provenientes de um 
processo de raspagem, descamação natural de uma superfície epitelial, cavitária ou obtidas por 
punção aspirativa por agulha fina (PAAF). A citologia clínica foca no estudo e pesquisa de células 
neoplásicas (malignas), além oferecer diversos subsídios importantes no diagnóstico de doenças da 
vagina, doenças que acomete o colo do útero, enfermidades de etiologia inflamatória, além de poder 
determinar nível hormonal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Através das pesquisas realizadas, George Papanicolau desenvolveu uma técnica chamada 
“esfregaço de Pap” que posteriormente passou a ser utilizada na detecção de células malignas de 
câncer cervical. Em 1943, os conceitos de câncer precoce e “carcinoma in situ” já eram amplamente 
conhecidos, e finalmente houve grande entusiasmo da comunidade médica, especialmente 
ginecologistas, que aprenderam o potencial do “esfregaço de Pap” na prevenção do câncer cervical. 
No início do século, o câncer de colo uterino constituía-se como a principal causa de morbidade e 
mortalidade por câncer, em mulheres, com a prática da citologia gerou um grande impacto, 
modificando o perfil dessa situação. O método de esfregaço de Pap, também conhecido como exame 
de Papanicolau ainda é considerado o método mais confiável na prevenção do câncer de colo uterino. 
A citologia clínica iniciou-se através de pesquisas 
realizadas pelo médico George Papanicolau, sendo 
atualmente um dos métodos de diagnósticos com 
maior importância na prática médica atual. 
As pesquisas iniciais do médico George Papanicolau 
tinham como objetivo alvo, o conhecimento dos 
efeitos hormonais sobre a mucosa vaginal, 
utilizando como meio de insvestigação esfregaços 
vaginais provenientes de animais de laboratórios e 
posteriomente de mulheres. 
 
 
2 
2 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
Componentes da coloração de Papanicolaou: 
 Hematoxilina de Harris 
 Contracorantes citoplasmáticos EA 36 (citologia cérvico-vaginal) 
 EA65 ( para outras preparações citológicas) 
 Laranja G 
É importante realçar, que a citopatologia é uma ciência muito mais abrangente, dirigida ao estudo de 
lesões em diferentes órgãos e tecidos, através da técnica de punção aspirativa por agulha fina. Na 
busca por métodos diagnósticos menos invasivos, a técnica de prevenção biópsia com punção 
aspirativa por agulha fina, ocupa posição de destaque, devido a ausência de complicações significativas 
para o paciente, aliada a outras vantagens, como simplicidade técnica, rapidez, baixo custo e 
confiabilidade diagnóstica. 
 O estudo citológico das amostras obtidas através de punção aspirativa por agulha fina permite o 
reconhecimento de condições inflamatórias assim como o seu agente etiológico, através especialmente 
de técnicas de coloração especial, assim como o diagnóstico diferencial entre tumores benignos e 
malignos. O estudo citológico das amostras obtidas através de punção aspirativa por agulha fina 
permite o reconhecimento de condições inflamatórias assim como o seu agente etiológico, através 
especialmente de técnicas de coloração especial, assim como o diagnóstico diferencial entre tumores 
benignos e malignos. 
 
 
 
3 
3 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CITOLOGIA CLÍNICA 
 
 
 
 
 
ANATOMIA DO TRATO GENITAL FEMININO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macroscopicamente o colo está dividido em: 
 Endocérvix : recobre o canal cervical (orifício cervical externo - OCE); 
 Ectocérvix : recobre a porção externa vaginal do colo; 
 Junção escamo colunar (JEC): região onde ocorre a junção abrupta dos dois epitélios. 
 
 
 
 Trompas Uterinas (tubas uterinas, trompas de Falópio): 
ductos bilaterais que se estendem do útero aos ovários. 
 Ovários: órgãos ovóides bilaterais situados próximos a 
cada trompa uterina. Têm função endócrina e 
reprodutiva. 
 Corpo do útero: estrutura periforme contígua ao colo 
uterino. 
 Colo uterino: é dividido em uma parte intravaginal 
visível ao exame (ectocérvice ou exocérvice) e outra 
supravaginal. 
 
 Prevenção e diagnóstico de câncer ginecológico (exame de Papanicolau) 
 Citopatologia geral (pesquisa de células malignas em diferentes amostras, incluindo aspirados obtidos 
através da técnica de PAAF de diferentes órgãos, escarro, líquidos pleural, ascítico e pericárdio, urina, 
descarga papilar, cistos de mama, lavados e escovados brônquicos, entre outros). 
 
4 
4 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 HISTOLOGIA DO TRATO GENITAL FEMININO 
O trato genital feminino apresenta vários tipos de epitélio e tecidos de sustentação. São eles: 
 
 Epitélio malpighiano (pavimentoso estratificado queratinizado). 
 Epitélio escamoso estratificado não queratinizado 
 
Histologicamente temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ectocérvix: Epitélio escamoso estratificado não queratinizado 
(pluriestratificado), com halos claros, abundantes em 
glicogênio, nas células superficiais, cuja função, através dos 
lactobacilos e bacilos de Döderlein, é manter em níveis baixos 
o pH vaginal pela formação de ácido láctico. Apresenta mitoses 
nas camadas basais (o que não ocorre nas camadas 
superiores); 
 
Endocérvix: É o canal cervical que não é visível ao exame 
especular, sendo constituído pelo epitélio cilíndrico 
mucossecretor (o muco pode ser detectado no exame 
especular); células com núcleos transversais que recompõem o 
epitélio (células de reserva ou células totipotentes). 
A região da divisão entre endocérvice e ectocérvice tem 
importância histológica. 
 
5 
5 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
Epitélio pavimentoso estratificado do tipo queratinizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epitélio pavimentoso estratificado do tipo não-queratinizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
O epitélio escamoso estratificado, não queratinizado da ectocérvice é marginado abruptamente pelo 
epitélio colunar simples do canal endocervical, formando a junção escamocolunar (JEC), ou zona de 
transformação. A zona de transformação entre o epitélio escamoso da extocérvice e o epitélio colunar da 
endocérvice tem um significado especial, porque a maioria dos carcinomas cervicais e seus precursores 
surgem nessa localização. 
 
 
 
 
 
 
 Predominante na região vulvar. 
 Epitélio constituído por vários estratos celulares 
com camadas basais, parabasal, intermediária e 
superficial. 
 Caracterizado pela presença acima do epitélio de 
células queratinizadas e anucleadas. 
 
 
Presente nos lábios menores da vulva, vagina e na 
exocérviceFormado por três camadas: 
 Camada basal (profunda) 
 Camada intermediária 
 Camada superficial 
JEC (junção escamo-colunar): corresponde à região 
onde uma abrupta transição entre epitélios escamoso e 
glandular. Apresenta uma posição variável conforme a 
idade (na mulher jovem, localiza-se na ectocérvice 
expondo o epitélio cilíndrico ao ambiente vaginal, e na 
idosa, tende a situar-se dentro do canal cervical). 
 
 
 
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6 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
7 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
Células superficiais: 
 
São as células mais desenvolvidas do epitélio escamoso, aparecem isoladas ou 
em pequenos grupos. O citoplasma é claro, brilhante, transluzente e levemente 
eosinofílico ou cianofílico e o núcleo é denso e picnótico com halo perinuclear 
claro e estreito. 
 
Células intermediárias: 
 
Desenvolvem-se a partir da diferenciação das células parabasais, são elípticas 
ou alongadas, possui citoplasma cianofílico, transluzente claro, as margens 
celulares são bem delimitadas, com a presença de grânulos amarelados 
(glicogênio). 
 
Células Parabasais: 
 
São maiores que as células basais, descamam isoladamente, com formas 
redondas ou ovais, o citoplasma se cora menos intensamente que as células 
basais e o núcleo é arredondado com cromatina fina e granular. 
 
Células Basais: 
 
São células com origem tipicamente embrionária, cuja capacidade de 
reprodução é constante e intensa, sendo raramente encontradas no esfregaço, 
quando descamam são isoladas, possuem formas arredondadas ou ovais e o 
núcleo é grande, redondo ou oval, tendo um padrão de cromatina finamente 
granular. 
 
CÉLULAS ESCAMOSAS DA ECTOCÉRVICE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
COLPOSCOPIA 
A colposcopia é um exame complementar a técnica de Papanicolaou que auxilia no rastreamento do 
câncer de colo uterino e no diagnóstico do Papiloma Vírus Humano (H.P.V.), ou seja, é o exame que 
direciona o local adequado para a coleta do material. Para realizar a colposcopia, é necessário um 
aparelho chamado colposcópio que promove a visibilização do colo uterino por intermédio de lentes. 
 
É indicada nas seguintes situações: 
 Quando existem lesões do colo do útero perceptíveis no exame ginecológico de rotina 
 Quando são observadas alterações celulares através do exame Papanicolaou 
 
 
O exame que pode ser feito no consultório médico, 
sendo de simples realização e que consiste na 
visibilização do colo uterino por intermédio de lentes. 
Com o auxílio de substâncias específicas que são 
colocadas no colo do útero, lesões que são 
imperceptíveis a olho nu tornam identificáveis, 
possibilitando a realização de biópsias para diagnóstico 
das alterações celulares. 
 
A colposcopia, aliada à colpocitologia oncótica 
(Papanicolaou), representa altas possibilidades de 
diagnóstico de alterações celulares iniciais do câncer do 
colo do útero, aumentando a chance de tratamento 
especializado antes da evolução da doença. 
 
A citologia clínica não tem como único objetivo a pesquisa de células neoplásicas (malignas), mas 
também oferece subsídios importantes no diagnóstico de enfermidades de etiologia inflamatória. 
 
 
 
9 
9 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
 
 
 
A colposcopia e a vulvoscopia são de fundamental importância na avaliação de lesões do colo e da vulva, 
conduzindo a um melhor entendimento da doença. 
 
Técnicas de coleta na citologia ginecológica: 
 Esfoliativa - remove células superficiais da cérvice, 
endocervice e vagina. 
 (Espátula de Ayre ou escova endocervical) 
 
 Esfregaço vaginal- baseia-se na descamação natural das 
superfícies do colo e da vagina e se acumulam no fundo de 
saco vaginal. 
 
Tipos de coleta: 
 Coleta tríplice: endocérvice, ectocércice (JEC) e fundo do saco vaginal 
 Coleta dupla (MS): endocérvice e ectocérvice 
 
Colposcopia simples 
Acentuar as características dos tecidos alterados. 
 Ácido acético a 5% 
 Solução de Schiller- iodo (Células alteradas não fixam o iodo – patológico) 
 Solução de bissulfito 
 Azul de Toluidina a 2% 
 
Limitações para a realização da coleta 
 Sangramento 
 Pós-coito- 72 horas 
 Duchas vaginais 
 Menopausa 
 
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10 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
É considerada satisfatória a colposcopia em que a JEC (junção escamo colunar) é visível e insatisfatória 
quando ocorrer inflamação intensa ou atrofia acentuada. Nestes casos deve tratar as alterações e repetir a 
colposcopia após 30 dias. Para os casos de atrofia, usar estrogênio via vaginal. 
 
Uma colposcopia insatisfatória 
 JEC não visível 
 Colo não visualizado 
 Cervicolpites intensas (alteram a mucosa substancialmente) 
 Colos atróficos (não apresentão boa impregnação com o iodo) 
 
 
Técnica da coleta do exame citopatológico de prevenção ao câncer de colo uterino 
 
A paciente não deve estar menstruada, o medico deve diferenciar menstruação de sangramento vaginal, 
pois este poderá ser sinal de lesão de colo detectável à inspeção visual. O médico deve realizar a coleta 
mesmo na presença de menstruação se esta for a melhor oportunidade de realizar o exame em paciente 
que não tenha tido acompanhamento regular. 
 
 Não usar cremes vaginais há pelo menos 4 dias; 
 Não ter relações sexuais até 72 horas antes; 
 Colocar espéculo sem lubrificantes; 
 Não utilizar nenhuma solução intravaginal antes da coleta; 
 Realizar coleta ecto e endocervical; 
 Coletar o exame mesmo na presença de leucorréia, pois esta poderá ser a única oportunidade 
(retirar o excesso de secreção com uma gaze); 
 
 
 
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11 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
A combinação mais eficiente para se obter uma coleta satisfatória é o uso de escova para coleta da 
endocérvice, e da espátula de Ayre para coleta da ectocérvice, girando-a 360 graus sobre a JEC (junção 
escamo-colunar) colocadas de forma sobreposta na mesma lâmina. (Grau de recomendação A) . 
 
 
 
 
Preparo do esfregaço 
 Lâmina de vidro de boa qualidade 
 Identificar o material 
 O instrumento da coleta é colocado sobre a lâmina 
 Arraste-o ao longo do maior eixo da lâmina 
 Distribuir o material de forma homogênea 
 Não fazer movimentos circulares podem lesar as células. 
 
 
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12 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
A Fixação do material coletado 
 A lâmina deve ser fixada logo após o esfregaço ser confeccionado 
 Etanol 70 a 90% 
 Etanol desnaturado 95% 
 Propanol80% 
 Aerossóis fixadores contendo isopropanol e propilenoglicol 
 
Coloração 
O processo de coloração facilita o reconhecimento dos componentes celulares, possuindo como regra 
para a coloração, a captação dos elementos basofílicos dos corantes pelos núcleos, assumindo uma cor 
azul ou tom azulado. O citoplasma pode adquirir uma cor rosa (eosinofílico) ou azul (cianofílico). 
A Coloração de Shorr, combinada com hematoxilina de Harris pode dar excelentes resultados. 
 
Periodicidade do Rastreamento 
A cada três anos, após dois exames normais consecutivos com 
intervalo de um ano. (Grau de recomendação A). Existe pouca 
evidência de que o rastreamento anual é mais efetivo do que a 
cada 3 anos para a população em geral. Anualmente em 
mulheres com risco (HIV positivo, imunodeprimidas, com lesões 
prévias de alto risco). Mulheres histerectomizadas por outras 
razões que não o câncer ginecológico, não precisam ser incluídas 
no rastreamento. 
 No exame de rastreamento de câncer de colo uterino (coleta de citopatológico de colo uterino, inspeção 
visual e inspeção com ácido acético e lugol) são consideradas alteradas as seguintes situações: 
 
 
 
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13 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
Alterações visuais no colo uterino: Alterações no exame citopatológico de colo uterino: 
 Pólipos 
 Tumores 
 Erosões 
 Epitélio branco 
 Áreas leucoacéticas 
 Áreas com Teste de Schiller positivo. 
 
 
Alterações celulares benignas: (citologia normal) 
 Inflamação 
 Reparação 
 Metaplasia escamosa imatura 
 Atrofia com inflamção 
 Radiação 
 
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14 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
 
 
 
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15 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
ALGUNS TIPOS CELULARES ENCONTRADOS NÃO ORIGINÁRIOS DO TGF 
 
Leucócitos 
A presença de grande quantidade de leucócitos sugere 
processo inflamatório. Entretanto poderá surgir também 
a possibilidade de câncer invasivo. O diagnóstico de 
processo inflamatório não pode ser baseado 
exclusivamente no encontro de leucócitos no esfregaço, 
exceto se forem observados em quantidade alarmante. 
 
 
Hemácias 
São normalmente encontrados no período menstrual, 
logo após a ovulação devido a ruptura do folículo 
ovariano, esfregaços atróficos, escovadura da 
endocérvice ou ulceração e, ainda, neoplasia cervical, 
abortamento, hiperplasia do endométrio. 
 
 
Histiócitos 
São encontrados nos esfregaços vaginais no período 
menstrual, podendo aparecer ate o 12⁰ dia do ciclo, na 
fase pós-menstrual e em processos de cicatrização. 
Apresenta núcleos variáveis em tamanho, número e 
forma, sua cromatina nuclear é extremamente ativa. O 
histiócito apresenta abaulamento nuclear conferindo 
formato reniforme. O DIU é responsável por seu 
aumento. 
 
 
 
 
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16 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
Plasmócitos 
A sua presença indica um quadro de processo 
inflamatório crônico cervical ou endometrial, os 
plasmócitos não podem ser visualizados em condições 
normais nos esfregaços vaginais. São células com 
características aredondadas ou ovais, com núcleos 
excêntricos e com cromatina arranjada em forma de roda 
de carroça. 
 
Linfócitos 
Possuem as mesmas funções dos plasmócitos, sendo 
presentes em processos crônicos. Podem-se observar 
duas formas: Forma adulta e o tipo imaturo ou blástico 
(linfoblasto). LA (são pequenas células de núcleos 
intensamente corados e praticamente picnóticos. Seus 
citoplasmas são bastante escassos). e LB (são células de 
núcleos grandes com cromatina granulosa e citoplasma 
é abundante e basófilo. 
 
Neutrófilos - Polimorfonucleares 
São células pequenas com núcleo segmentado, podendo 
apresentar até 5 lóbulos, são células presentes em 
grande número nos processos inflamatórios. Esfregaço 
purulento. Exemplo: Geralmente a tricomoníase e 
infecções bacterianas determinam esfregaços bastante 
purulentos. 
 
 
 
 
 
 
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17 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
Muco 
É um Espessado, filamentoso, grumoso que não tem 
significado oncológico nem tão pouco funcional quando 
examinado pela coloração citológica. Na fase estrogênica 
é transparente e praticamente invisível. Na segunda fase, 
ou fase luteínica, se torna grumoso e corável em verde, 
aprisionando leucócitos, detritos celulares e flora 
bacteriana. 
 
Espermatozóides 
São achados, com certa freqüência nos raspados 
vaginais. Os esfregaços pós-coito, além de prejudicar a 
avaliação cito-hormonal, podem levar a falsos 
diagnósticos de leucorréia. Desconfiamos de pós-coito 
quando encontramos secreção mucóide no exame 
especular. 
 
 
Fibroblasto 
Pode ser confundido com células fibrosas, características 
de carcinomas freqüente em processos de cicatrização 
cervical núcleo alongado, pequeno e bem corado, 
citoplasma cianófilo e pálido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
18 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
Bacilos de Döderlein 
São considerados comensais normais de cavidade 
vaginal de mulheres jovens. Estas células mostram 
grande variação em número e tamanho , de acordo com 
a fase do ciclo menstrual. São bactérias muito pequenas 
em forma de bastonete, chamados de lactobacilos. 
 
 
 
Os lactobacilos na presença de glicogênio, passa a se multiplicarem devido a sua alta afinidade pelo 
glicogênio, ao se nutri do glicogênio os lactobacilos ficam túrgidos ao ponto de promover a redução 
do pH ( 3,2) favorecendo a lise celular e consequentemente irá liberar fosfolipídeos e favorecer a 
presença de núcleos desnudos ao local. Como a cândida(microorganismo fúngico) faz parte da 
microbiota normal, vai ocorrer a migração da cândida presente na microbiota ao local onde ocorreu a 
lise celular, devido a presença de fosfolipídeos, que atua como receptor da cândida promovendo a 
formação de pseudo hifas na sua estrutura celular o que permite a sua invaginação aos tecidos 
iniciando assim um quadro de infecção fúngida denominado de candidose. A candidose é uma 
condição clínica comum, durante a gestação, pois é onde ocorre um aumento dos níveis de 
progesterona na preparação do útero para a gravidez promovendo excreção da reserva do glicogênio 
final. 
 
 
 
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19 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
 
 
Gardnerella Vaginalis 
 
 
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20 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
Trichomonas Vaginalis 
 
 
HPV / Condiloma acuminado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 Apostila de Citologia Clínica – 2010Ádamo Porto Gama 
 
 
Actinomyces sp 
 
 
Flora bacteriana do tipo Lactobacilar 
A flora vaginal normal é constituída, por bacilos Döderlein. Os lactobacilos utilizam o glicogênio celular 
transformando-o em ácido lático, principal guardião da cavidade vaginal contra as infecções. Às vezes 
 
22 
22 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
determinam um fenômeno chamado citólise, esta é a destruição do citoplasma de células da camada 
intermediária pelo efeito do baixo pH. Este fenômeno é normal quando discreto. A exarcebação dessa 
flora pode determinar o aparecimento de corrimentos. 
A intensidade com a qual o epitélio vaginal descama varia direta e proporcionalmente com a qualidade e 
duração da ação esteróide, observada na atividade estrogênica combinada a progesterona ou a 
androgênios. Dessa forma, o resíduo vaginal encontra-se clinicamente aumentado na segunda fase do 
ciclo, no uso de anovulatórios, na ovulação crônica e na gravidez. Distúrbios endócrinos como diabetes, 
tratamento com anticepcionais, gravidez levam a um aumento constante de citólise proeminente além do 
baixo pH observados nestas situações clínicas, gera, na vagina, condições ambientais propícias aos 
desenvolvimentos das leveduras. Um meio permanentemente úmido, quente, rico em glicogênio(ou 
glicose) e com pH constantemente ácido é condição ideal pra o desenvolvimento de fungos imperfeitos 
ou mesmo para favorecer recidivas que frequentemente conferem à moléstia caráter terapêutico rebelde. 
 
Conclusões sobre esfregaços vaginais citolíticos 
 Os esfregaços citolíticos podem ser encontrados em 15% dos corrimentos vaginais. 
 A citólise como causa de corrimento vaginal ocorre em 11,7% da vaginites 
 Associação de agentes inflamatórios 3,4% das vaginites 
 As leveduras são as principais agentes encontrados nas vaginites 
 A anovulação favorece a citólise(segunda fase do ciclo e gravidez) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
23 Apostila de Citologia Clínica – 2010 Ádamo Porto Gama 
NEOPLASIAS 
Neoplasias Malignas 
Neoplasia Intraepitelial Vulvar (NIV) 
A neoplasia intraepitelial vulvar é considerada uma lesão epitelial maligna pré-invasiva. Ela se 
caracteriza pela existência de atipia, um número aumentado de mitoses, e pela perda da diferenciação 
das células superficiais do epitélio. Macroscopicamente, a NIV se manifesta por leucoplasia vulvar. A 
lesão pode ser única, mas freqüentemente é multicêntrica. A associação freqüente (até 30%) de NIV e 
carcinomas escamosos de outros locais do trato genital feminino aponta para uma etiologia comum 
em até 90% dos casos de NIV pode ser identificado DNA de HPV de alto risco, como o 16 e o 18. 
Todavia, a NIV pode ocasionalmente regredir espontaneamente. O risco de evoluir para uma lesão 
invasiva (carcinoma escamoso da vulva) é maior em mulheres mais velhas e em imunodeprimidas. 
 
Carcinoma Da Vulva 
Cerca de 85% dos carcinomas vulvares são carcinomas de células escamosas. Dentre os 15% restantes, 
encontram-se carcinomas basocelulares, adenocarcinomas e melanomas. Os carcinomas escamosos 
da vulva podem ser divididos em dois grupos: o primeiro inclui tumores precedidos por neoplasia 
intraepitelial vulvar, e portanto associados a HPV de alto risco. Estes tumores são prevalentes em 
mulheres com menos de 65 anos. O segundo grupo engloba os carcinomas precedidos por lesões 
vulvares não neoplásicas (líquen escleroso ou liquenificação). 
Neste grupo, a associação com infecção pelo HPV é incomum. Esta classe de tumores prevalece em 
mulheres com mais de 65 anos, e é 3 a 4 vezes mais comum do que os tumores relacionados ao HPV. 
Seja de que grupo for, o carcinoma vulvar se inicia como lesão leucoplásica, que evolui para um tumor 
de padrão exofítico/vegetante ou endofítico/ulcerado, determinando dor e desconforto locais, 
prurido, até exsudação por infecção secundária. O risco de metástase é proporcional ao tamanho do 
tumor, profundidade de invasão e invasão linfática. 
 
 
 
 
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O câncer de colo uterino ainda é um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, pois 
apresenta altas taxas de prevalência e mortalidade em mulheres de nível social e econômico baixo e 
em fase produtiva de suas vidas. Estas mulheres, uma vez doentes, ocupam leitos hospitalares, o que 
compromete seu papel no mercado de trabalho, privando-as do convívio familiar e acarretando um 
prejuízo social considerável. São estimados 500.000 novos casos da doença por ano, dos quais 79% 
ocorrem nos países em desenvolvimento. No Brasil, a estimativa em 2006 foi de 19.260 novos casos. 
Sem considerar os tumores de pele não-melanomas, o câncer do colo do útero é o mais incidente na 
região Norte, o segundo tumor mais incidente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste e o terceiro 
mais freqüente na região Sudeste. Os fatores de risco mais importantes para desenvolvimento de 
lesões pré-neoplásicas e de carcinoma invasor do colo são a infecção pelo papiloma vírus humano 
(HPV) e, secundariamente, a alta paridade, grande número de parceiros, idade no primeiro coito, baixo 
nível socioeconômico e tabagismo. A prevenção do carcinoma cervical baseia-se na educação sexual 
como parte importante da prevenção do carcinoma cervical, orientando-se o uso correto de 
preservativos, desmotivando a promiscuidade sexual e o início precoce da atividade sexual. 
O exame citopatológico de Papanicolaou tem sido recomendado como método de rastreamento de 
grandes populações, a fim de detectar lesões pré-malignas e malignas.A nomenclatura para emissão 
de laudos citopatológicos aceita atualmente no mundo todo é o Sistema Bethesda 2001. Este sistema 
classifica as anormalidades de células epiteliais escamosas em quatro categorias: (1) Células escamosas 
atípicas (ASC); (2) Lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL); (3) Lesão intra-epitelial escamosa 
de alto grau (HSIL); e (4) Carcinoma de células escamosas. 
A categoria ASC contém duas subcategorias: ASC-US (células escamosas atípicas de significado 
indeterminado), que se refere às alterações sugestivas tanto de LSIL como de SIL de grau 
indeterminado, e ASC-H (células escamosas atípicas, não é possível excluir uma HSIL), cuja designação 
é reservada para a minoria dos casos de ASC onde as alterações citológicas são sugestivas de HSIL. 
As lesões de baixo grau (LSIL) abrangem as alterações celulares causadas pelo HPV (coilocitose) e uma 
displasia leve ou neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) 1. As lesões de alto grau (HSIL) abrangem 
displasia moderada, displasia severa e carcinoma in situ ou (NIC) 2 e 3. Embora o exame citopatológico 
seja reconhecido como a razão primária para a drástica redução do câncer cervical, ele apresenta 
limitações com relação à sensibilidade para a detecção das lesões pré-malignas, além disso, a grande 
maioria das infecções por HPV genital é assintomática e autolimitada. 
 
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TERMOS CITOLÓGICOS 
Metaplasia 
Alteração não compatível com o local encontrado e sem magnilidade apresentando células 
provenientes da zona de transformação (JEC), podendo ser um achado fisiológico. 
Metastase 
Alteração do tecido que apresenta células com característivas evidentes de outros tecidos. 
Células colunares endocervicais 
São células provenientes da mucosa endocervical em mulheres obtidas por meio de escovado. Sua 
ausência indica que a JEC não foi alcançada. 
Escamas córneas 
São células escamosas superficiais anucleadas observadas em esfregaços onde há processos de 
ceratinização.Prolapso uterino, leucoplasia, epitélio branco. 
Pérolas Córneas 
São agrupamentos concêntricos de células escamosas bastantes eosinofílicasassociada ao processo de 
metaplasia escamosa madura. 
Células endometriais 
São observadas no período menstrual, sendo considerados um achado citológico normal até o 12o dia 
do ciclo. 
Esfregaços Citolíticos (Citólise) 
Caracteriza-se pela presença de núcleos desnudos de células intermediárias normais, juntamente com 
os resíduos citoplasmáticos em meio a abundante flora bacteriana lactobacilar. 
Discariose (Displasia) 
É uma expressão citológica que quer dizer que há atipia nuclear. E é um termo reservado `a presença 
de modificações celulares relacionadas com as displasias e o Câncer. NIC=I; NIC=, II NIC= III. 
 
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Coloidose (Coilocitose) 
É a a atipia celular que indica a presença de infecção ativa pelo HPV. 
Depleção gilcogênica 
Redução da quantidade de glicogênio do epitélio escamoso do colo uterino e vagina. A camada 
intermediária é rica neste açúcar que é armazenado sob estimulação hormonal (estrogênio). Dando 
reação positiva no teste de Schiller (iodo-negatividade), pois células alteradas não fixam o iodo. 
Hiperplasia epitelial 
É o espessamento que varia com o momento endócrino, podendo estar espessado em situações 
reacionais, inflamatórias, pré-neoplásiacas e neoplásicas. 
Hiperceratose 
É um processo anormal de maturação. Os processos irritativos crônicos, mutações epiteliais e lesões 
pré-neoplásicas e neoplásicas, podem conferir ao epitélio uma camada de queratina. 
Paraceratose 
É um processo anormal de maturação e um processo incompleto de queratinização epitelial, as células 
superficiais se queratinização sem perder seu núcleo geralmente fusiforme. 
Disceratose 
É processo anormal de maturação de células profundas que se mostram arredonda de citoplasma 
densamente eosinofílico de de núcleo picnótico. 
Espongiose 
É um edema intercelular . As células do epitélio ficam afastadas umas das outras. 
 
 
 
 
 
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HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS 
Ciclo Mestrual 
O aparecimento da menstruação marca o início da vida reprodutiva das mulheres. As mulheres podem 
perder cerca de 130 ml de sangue por ciclo, podendo estender 130-300 ml. Geralmente, o 
sangramento, que não coagula a menos que seja muito abundante, é mais abundante no segundo dia. 
É considerado o primeiro dia de sangramento como o primeiro dia do ciclo menstrual, que envolve 
vários elementos, incluindo os principais hormônios produzidos pelos ovários e a hipófise, o 
estrogênio, progesterona e o folículo-estimulante, envolvendo vários órgãos como o útero, ovários, o 
hipotálamo e a hipófise, entre outros. O endométrio é o revestimento do útero, que é constituído por 
três camadas: a primeira é o que é removida com a menstruação todo mês através da descamação, e é 
regenerada no mesmo período, de acordo com o estágio em que ele pertence. Com base nos eventos 
do sistema endócrino, ciclo menstrual, que pode ser entre 23 e 35 dias é dividido em três fases. 
 
A fase folicular (pré-ovulatório): Inicia no primeiro dia de sangramento e continua até o dia antes da 
ascensão pré-ovulatório de hormônio luteinizante, que marca o início da fase ovulatória. Este é o mais 
variável de duração, uma vez que é considerado normal dentro de uma faixa que se estende desde 12 
a 14 dias. Durante este período, espessamento endometrial ocorre devido ao estrógeno e do hormônio 
folículo estimulante, que se regenera completamente em um período de quatro a sete dias após a 
menstruação. Da mesma forma estimula o crescimento de um grupo de três a 30 folículos (óvulos) que 
são recrutados por causa de seu crescimento acelerado durante os últimos dias do ciclo anterior. 
Como os níveis de hormônio folículo-estimulante queda hormonal, escolha um desses folículos para 
ovular e, quando maduros, outros são eliminados. 
 
Fase ovulatória: Ocorre normalmente no dia 14 do ciclo, dada a uma complexa série de eventos 
hormonais que ocorrem na mesma, a fase ovulatória é considerada como a fase fértil do ciclo 
menstrual. Isto é, quando o folículo ou amplia ovo e protuberâncias na camada externa do ovário, 
levando à ruptura da ovulação, ou a liberação de óvulos pelos ovários. 
 
 
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Fase lútea (pós-ovulatória): Tem início na segunda metade do ciclo menstrual, onde o óvulo começa 
a migrar em direção do útero através da trompa de falópio, o que leva ao aumento dos níveis de 
progesterona e ajuda a preparar o revestimento do útero para uma possível gravidez. Se um 
espermatozóide fertiliza o óvulo e adere à parede do útero, a mulher fica grávida. Se o óvulo não é 
fecundado, ele se dissolve ou é absorvido pelo organismo, a gravidez não ocorrer, o estrogênio e 
queda dos níveis de progesterona, o revestimento do útero é alargada e menstruação andar livre. 
 
 
 
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CRITÉRIOS CITOLÓGICOS DE MALIGNIDADE 
Terminologia diagnóstica 
 
 Esfregaço negativo: não encontramos células malignas. 
 Esfregaço positivo: mínimo de três células malignas em todo o esfregaço. 
 Esfregaço suspeito: menos de três células malignas em todo o esfregaço ou 
quando apenas células displásica estão presentes 
 
Em relação ao núcleo 
 Espaços vazios: em decorrência do aumento de conteúdo de cromatina e de seu 
desarranjo no interior de núcleo, podemos encontrar espaços completamente vazios de 
cromatina ou até de suco nuclear, sendo uma condição de malignidade. È o mais sguro critéro 
citológico de malignidade. (cromatina aumentada com arranjo irregular, com granulações 
grosseiras e cordões densos e tortuosos). 
 Hipercromasia: Coloração escurecida do núcleo em decorrência do aumento do conteúdo de 
cromatina que acaba por apertar o núcleo em um processo inicial de cariopicnose. È considerada 
o segundo critério quando acompanhada de pelo menosoutros dois critérios. 
 Espessamento acentuado e irregular da membrana nuclear: real aspecto observado em células 
malignas. 
 Halos perinucleares: Halo ou vacúolo nuclear em volta de um ou mais nucléolos. Maior 
predominância em células de adenocarcinoma. 
 Figuras aberrantes de mitose: Significam quase sempre sinal de malignidade. 
 Formações aberrantes na estrutura da cromatina: cordões grosseiros e grânulos 
irregulares de cromatina Associado a outros critérios torna-se grande valor. 
 Grande nucéolo e/ou aumento do número deles: irregular, com, tendência para o arredondado 
ou ovalado coloração mais densa que o resto do núcleo. 
 
 
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 Irregularidade do contorno nuclear externo: desenhos anormais do núcleo como 
lobulações, saliências reentrâncias, formações laterais em botão. È de grande auxílio quando a 
hipercromasia está presente. 
 Aumento exagerado do núcleo: importante quando junto com hipercromasia, tendência a 
diagnóstico errôneo. 
 Modificações nucleares degenerativas: vacúolo nuclear, membrana nuclear rota ou 
reabsorção do núcle (células fantasmasa). 
 Amoldamento do núcleo: núcleos se apretando uns contra os outros. 
 Anisocariose: acentuada diferença de tamanho entre núcleos ou células malignas. Critério de 
invasão tumoral. 
 Espaços claros: espaços mais claros que o restante do núcleo, dve estar associado a outros 
critérios. 
 Forma aberrantes do núcleo: associadp a outros critérios, principalmente hipercromasia poderá 
diagnosticar malignidade. 
 Cromatina sexual aberante: corpúsculo de Baar exageradamente grandes e/ou múltiplos 
em uma célula maligna. 
 
 Em relação ao citoplasma 
 Coloração do citoplasma: tendência cianófila nos estágios iniciais e a coloração eosinófila 
pode sugerir carcinoma escamoso da cavidade oral. 
 Presença de vacúolos anormais: grandes e únicos ou pequenos e múltiplos, com 
contornos nítidos empurrando o núcleo para a periferia é observado em adenocarcinoma. 
 Inclusões no citoplasma: inclusões (grânulos, corpos estranhos) no citoplasma de células 
malignas. Estas possuem atividade fagocitária exaltada. 
 Queratinização irregular do citoplasma: comumente encontrado em células de tumor 
invasivo do tipo escamoso 
 
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 Queratinização exagerada do citoplasma: citoplasma opaco e uniformemente eosinofílico 
(rosa escuro vermelho). Associado a tumor invasivo. 
Em relação a toda a célula 
 Formas celulares aberrantes: oferece reais perigos de interpretação, necessário que a 
malignidade celular esteja bem definida. 
 
 Em relação às células ou grupos de células no esfregaço 
 Anisocariose e, secundariamente anisocitose: variação no tamanho do núcleo e do citoplasma. 
 Grupamentos densos de células e núcleos soltos: exibem acentuada hipercromasia. 
 Irregularidade no padrão celular: alteração ou aus~encia de uniformidade das células e seus 
núcleos. 
 Estratificação acentuada de grupos celulares ou paraqueratose: encontrado em estágios 
avançados de carcinoma escamoso. Quando associado à hipercromasia nuclear, 
alongamentos ou outras anormalidade nucleares. 
 
 Causas de erros mais comuns 
 Células atípicas de outras áreas 
 Material deteriorado 
 
 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
 GOMPEL, C.; KOSS, L.G. Citologia Ginecológica e suas bases anatomoclínicas, 1 ed., 1997. 
 CARVALHO, G. Citologia do trato genital feminino. 4.ed., 2002. 
 TUON, F. F. B.; BITTENCOURT, M. S.; PANICHI, M. A.; PINTO, A. P. Avaliação da sensibilidade e 
especificidade dos exames citopatológico e colposcópico em relação ao exame histológico na 
identificação das lesões intra-epiteliais cervicais. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 
48, n. 2, 2002. 
 
 
Apostila de Citologia Clínica - Ano 1, Número 1, 2010 (Out.2009) 
Arquivo Pessoal - Farmácia 
Palavras Chave: ectocérvice, endocérvice e junção escamo-colunar. 
 
Ádamo Porto Gama 
adamogama@hotmail.com 
Belo Horizonte - Minas Gerais

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