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Resumo tecido epitelial – Junqueira & Carneiro Introdução / tecidos orgânicos Os tecidos são constituídos por células e por matriz extracelular (MEC), esta pode formar estruturas complexas como as fibrilas de colágeno e membranas basais. Antigamente as principais funções adicionadas a MEC, eram de fornecer apoio mecânico para as células e ser meio para transportar nutrientes para as células e levar de volta seus catabolitos e produtos de secreção, considerando ainda a célula e a MEC, como unidades independentes, mas com a evolução das pesquisas foi possível observar que a célula e quem secreta a MEC, controlando a sua composição e ao mesmo tempo as células são controladas por moléculas da matriz extracelular, havendo por tanto uma elevada interação da matriz com a célula, podendo considerar dessa forma que as células e a MEC, possuem continuidade física, funcionando conjuntamente respondendo ao organismo. Tecidos básicos do organismo / características e organização O organismo humano e constituído de quatro tipos básicos de tecidos, os quais são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. O tecido epitelial é formado por células que revestem superfícies e que secretam moléculas tendo pouca MEC. Os tecidos não funcionam de maneira isolada, mas como associados uns aos outros, formando os diferentes órgãos do corpo. O sistema nervoso e uma exceção uma vez que este e constituído quase que completamente de pôr tecido nervoso. A maioria dos órgãos e composto de dois componentes principais, os quais são: o parênquima, composto pelas células responsáveis pela função típica do órgão, e o estroma, que é o tecido de sustentação representado quase sempre pelo tecido conjuntivo. Principais funções do tecido epitelial As principais funções do epitélio são de revestimento e secreção. Revestimento: e aplicado as superfícies internas, externas ou do corpo como um todo, (ex.: pele), sendo uma função extremamente importante dos epitélios, sendo que essa função está quase sempre associada a outas importantes atividades do epitélio de revestimento, tais como proteção absorção de íons e de moléculas, funciona ainda como sistema de percepção de estímulos, ou seja tudo que entra ou sai do corpo atravessa um folheto epitelial. Secreção: e outra função de grande importância, seja por células de epitélios de revestimento, seja por células epiteliais que unem se para construir estruturas especializadas em secreção, que são as glândulas. Algumas células epiteliais, como as células mioepiteliais, são capazes de contração. Principais características das células epiteliais Os epitélios são constituídos por células poliédricas, isto é células as quais possuem muitas faces. Essas células estão justapostas, e, entre elas há pouca substancia extracelular, as células normalmente se aderem uma a outra, devido as junções intercelulares. Essa característica torna possível que essas células se organizem como folhetos que revestem a superfície externa e as cavidades do corpo ou que organizem-se em unidades secretoras. Obs.: praticamente todos os epitélios estão apoiados sobre o tecido conjuntivo no caso dos epitélios que revestem as cavidades dos órgãos ocos (principalmente nos aparelhos, digestório, respiratório e urinário), esta camada de tecido conjuntivo recebe o nome de lamina própria. A porção da célula epitelial voltada para o tecido conjuntivo e denominada porção basal ou polo basal, enquanto a extremidade oposta que e voltada para a cavidade ou espaço é denominada porção apical ou polo apical; a superfície desta última região e denominada superfície livre. As superfícies das células epiteliais que confrontam células adjacentes, são denominadas superfícies laterais. Laminas basais e membranas basais Entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo subjacente há uma delgada lamina de moléculas denominada lamina basal, (esta estrutura e somente visível ao microscópio eletrônico), sendo formada por uma delicada rede de delgadas fibrilas (lamina densa). Os componentes principais da lamina basal são o colágeno IV, as glicoproteínas, laminina, entactina e proteoglicanos, as laminas basais prendem-se ao tecido conjuntivo por meio de fibrilas de ancoragem constituídos por colágeno VII. As lâminas basais existem não somente em tecidos epiteliais, mas também em outros tipos de células que entram em contato com o tecido conjuntivo. As laminas basais tem várias funções; sendo uma das principais a de promover a adesão das células epiteliais ao tecido conjuntivo subjacente, sendo também importantes para filtrar moléculas; influenciar a polaridade das células; regular a proliferação e a diferenciação celular pelo fato de se ligaram a fatores de crescimento; influir no metabolismo celular; organizar as proteínas nas membranas plasmáticas de células adjacentes; afetando a transdução de sinais através dessa membrana; servir como caminho e suporte para a migração de células. O nome membrana basal e utilizado para denominar uma camada situada abaixo de epitélios, visíveis ao microscópio de luz. A membrana basal a qual se vê no microscópio de luz e mais espessa que a lamina basal. Lamina basal: indica uma lamina densa, e a eventual presença de uma laminina rara, sendo vista apenas ao microscópio eletrônico. Membrana basal: e indicada para a faixa mais espessa vista ao microscópio de luz. Especialização da superfície basolateral das células epiteliais Interdigitações Várias estruturas associadas a membrana plasmática contribuem para a coesão e a comunicação entre as células. São encontradas na maioria dos tecidos, mas são muito abundantes em epitélios. As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mutua, sendo necessárias forças mecânicas relativamente grandes para separa-las. Essa coesão varia conforme o tipo de epitélio, mas e especialmente desenvolvida naquelas que estão sujeitas a forte trações como na pele e em parte devida a uma família de glicoproteínas, as caderinas, mas estas perdem a sua capacidade de adesividade na ausência de Ca²+. Outra forma de se aumentar a adesão celular e por dobras nas membranas chamadas de Interdigitações das membranas. Junções intercalares / junções de oclusão As membranas laterais de muitos tipos de células epiteliais exibem várias especializações que constituem as junções intercalares. Os tipos de junção funcionam não só como local de adesão, mas também como uma forma de vedante – prevenindo o fluxo de materiais pelo espaço intercelular, podendo ainda oferecer canais para a comunicação entre as células adjacentes. As junções podem ser classificadas como: Junções de adesão: (zonulas de adesão, desmossomos e hemidesmossomos) Junções impermeáveis: (zonulas de oclusão) Junções de comunicação: (junções comunicantes ou junções de gap) As junções estreitas ou zonulas de oclusão costumam ser junções mais apicais da sequência, sendo mais próxima da superfície apical da célula. O termo zonula, indica que a junção forma uma determinada faixa ou cinturão que circunda a célula completamente. E oclusão: refere-se a adesão das membranas que ocorrem nessas junções vendando o espaço intercelular. Junções intercalares / junções de adesão Zonula de adesão: essa junção circunda toda a célula contribuindo para a aderência entre as células adjacentes. Sendo uma característica importante dessa junção e a inserção de numerosos filamentos de actina no citoplasma subjacente a membrana da junção. Uma rede de filamentos de actina, filamentos intermediários e a espectrina existente no citoplasma apical de muitas células epiteliais se dá o nome de complexo unitivo. Um tipo dejunção bastante comum e o desmossomos ou macula de adesão, (os desmossomos também são encontrados entre as membranas das células musculares cardíacas). Os desmossomos possuem formato de disco, o qual e contida na superfície de uma célula, do lado interno da membrana de casa uma das células já uma placa circular que e chamada de placa de ancoragem, que e composta de pelo menos 12 proteínas, os desmossomos promovem uma adesão bastante firme, entre as células devido os filamentos de queratina são bastante fortes, em células que não são epiteliais os filamentos intermediários não são e queratina, mas e outras proteínas como a desmina ou vimetina. As proteínas da família das caderinas participam da adesão promovida por desmossomos. Hemidesmossomos: podem ser encontrados na região de contrato entre alguns tipos de células epiteliais e sua lamina basal, possuem estrutura de metade de um desmossomo, prendendo a célula na lamina basal. Nos desmossomos nas placas de ancoragem há principalmente caderinas, enquanto que nos hemidesmossomos nas placas existem as integrinas, sendo uma família de proteínas que podem agir como receptores para macromoléculas da matriz extracelular, tais como a lamina e colágeno tipo IV. Junções intercelulares / junções comunicantes Junções comunicantes (junções gap), podem existir praticamente em qualquer local das membranas laterais das células epiteliais, o musculo esquelético é uma exceção, pois este tipo de junção também e encontrado em outros tecidos. As junções comunicantes tornam possível intercambio de moléculas com massa molecular de até 1500 da. As junções comunicantes participam do processo coordenado de contração do musculo cardíaco. Especialização da superfície apical das células epiteliais Microvilos: a maioria das estruturas apresentam Microvilos, quando observadas ao microscópio eletrônico, podendo também ser chamada de microvilosidades, podem ser curtas ou longas as células de revestimento, as quais apresentam função de absorção como no intestino delgado e os túbulos proximais do rim apresentam centenas de Microvilos, possuem em seu interior feixes de actina. O conjunto de Microvilos mais o glicocalice, é facilmente visto no microscópio de luz, sendo chamado de bora escova ou borda estriada. Estereocilios: são prolongamentos longos e imóveis, que na verdade são Microvilos longos e ramificados, não devendo serem confundidos com os verdadeiros cílios que são prolongamentos moveis, os Estereocilios aumentam a área de superfície da célula, facilitando o movimento de moléculas para dentro e para fora da célula. São comuns nas células de revestimento do epidídimo e do ducto deferente. Cílios e flagelos: os cílios são prolongamentos dotados de motilidade encontrados na superfície de algumas células epiteliais, são envolvidos pela membrana plasmática e contém dois micro túbulos ocos. Estes estão inseridos em corpúsculos basais, situados no ápice das células, logo abaixo da membrana, a fonte de energia dos cílios e o ATP. Os flagelos no corpo humano são encontrados apenas nos espermatozoides, sendo os flagelos mais longos e delimitado apenas um por célula. Tipos de epitélios São divididos em epitélios de revestimento e epitélio glandular, tal divisão e meramente didática, pois já epitélios de revestimento cuja as células também realizam a secreção (ex.: epitélios que revestem a cavidade do estomago). Epitélios de revestimento: as células estão dispostas em folhetos que recobrem a superfície externa do corpo ou as cavidades internas do corpo como lumem dos vasos sanguíneos, lumem de todos os órgãos ocos e tubos de diversos calibres. Características morfológicas Epitélio simples: o folheto epitelial e constituído de apenas uma camada de células. Epitélio estratificado: e constituído por mais de uma camada de células. Epitélio pseudoestratificado: este epitélio possui apenas uma camada de células, mas os seus núcleos, variam quanto a localização fazendo com que pareça que há mais de uma camada de células. Classificação de acordo com a forma da célula Epitélio simples O epitélio simples pode ser: pavimentoso, cubico ou prismático, sendo este último também denominado colunar ou cilíndrico. As células do epitélio simples pavimentoso são achatadas como se fossem ladrilhos, sendo seus núcleos alongados. Esse tipo de epitélio reveste o lumem dos vasos sanguíneos e linfáticos, reveste também as grandes cavidades do corpo, como pleural, pericárdica e peritoneal, recobrindo ainda os órgãos contidos nessas cavidades. As células do epitélio simples cubico, são cuboides e seus núcleos são arredondados, sendo encontrados na superfície externa do ovário e formando a parede de pequenos ductos excretores de muitas glândulas. As células do epitélio simples prismático (também conhecida como colunar ou cilíndrica), as células são alongadas, sendo o maior eixo das células perpendicular a membrana basal. Seus núcleos são alongados, elípticos e acompanham o maior eixo da célula. Constituído por exemplo o lumem intestinal e o lumem da vesícula biliar, alguns epitélios simples prismáticos são ciliados como e o caso da tuba uterina que realiza o movimento do ovócito. Epitélio estratificado O epitélio estratificado pode ser: cubico, prismático, pavimentoso ou transição De acordo com a forma das células cubicas e prismáticas, estes são raros no organismo, o cubico e encontrado em curtos tubos de ductos excretores de glândulas e o prismático, por exemplo, na conjuntiva do olho. Epitélio estratificado pavimentoso: e distribuído em vários camadas e a forma da célula depende de onde estão situadas as células mais próximas do tecido conjuntivo (são chamadas de células epiteliais basais), sendo geralmente cubicas ou prismáticas, sua migração lenta para superfície do epitélio, muda lentamente a sua forma também, formando-se células alongadas e achatadas, como ladrilhos. O nome do epitélio e derivado de sua camada mais superficial. Esse epitélio reveste as cavidades mais unidas como a boca, vagina e o esôfago sujeitos a atrito e a forças mecânicas e é mais corretamente denominado como epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. A superfície da pele cuja tem uma superfície seca e denominado epitélio estratificado prismático queratinizado, neste epitélio as células das camadas mais superficiais morrem e perdem suas organelas e seu citoplasma, sendo ocupadas por uma grande quantidade de queratina, essa camada de queratina confere grande proteção a superfície da pele impedindo a perda de liquido pela pele. As células mortas descama gradativamente da superfície. Epitélio de transição: reveste a bexiga urinaria o ureter e a porção inicial da uretra, é um epitélio estratificado que a forma das células da camada superficial variam com o estado e distensão ou relaxamento do órgão. Quando a bexiga está cheia o número de camadas parece diminuir, o epitélio se torna mais delgado e muitas células superficiais tornam se mais achatadas. Quando a bexiga está vazia, as células mais externa do epitélio são frequentemente globosas e de superfície convexa também chamada de célula abobada. Epitélio pseudoestratificado: é assim chamado por que embora seja formado por apenas uma camada de células os núcleos são vistos em diferentes alturas do epitélio, parecendo estarem em várias camadas, todas as células estão apoiadas na lamina basal, mas nem todas alcançam a superfície do epitélio. O exemplo mais conhecido desse tecido e o epitélio pseudoestratificado prismático ciliado que revestem as passagens respiratórias, mais calibrosas, que vão desde o nariz até os brônquios.Estes cílios são de grande importância pois dificultam a entrada de micro-organismos no pulmão, sendo encontrado este epitélio também no epidídimo. Epitélios glandulares São constituídos por células especializadas na atividade de secreção. Estas células tem a capacidade de sintetizar, armazenar e eliminar proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e glândula sebácea). Tipos de glândulas Existem glândulas unicelulares e multicelulares. Um exemplo desse tipo de glândulas e a célula caliciforme encontrada no intestino delgado e no trato respiratório. Obs.: o termo glândula e normalmente utilizado para designar agregados multicelulares, maiores e mais complexos da células epiteliais e glandulares. As glândulas exócrinas normalmente mantem sua conexão com o epitélio que se originaram, essa conexão possui a forma de ductos tubulares constituído por células epiteliais, sendo através desses ductos a eliminação das secreções alcançando a superfície do corpo ou cavidade. As glândulas endócrinas lançam suas secreções diretamente no sangue sendo transportadas pelo sangue até seu local de ação. Existem ainda dois tipos de glândulas endócrinas, a primeira e a formação de cordões que anastomosam-se entremeado por capilares sanguíneos, são exemplos as adrenais, paratireoide e o lóbulo anterior da hipófise. No segundo tipo e formado por vesículas ou folículos preenchidos de material secretado (ex.: glândula tireoide). As glândulas exócrinas sempre possuem duas porções, uma porção secretora, a qual e constituída pelas células responsáveis pelo processo secretório e os ductos excretores que transportam a secreção eliminada pelas células. As glândulas simples possuem apenas um ducto não ramificado, enquanto que as glândulas compostas possuem ramificações em seus ductos. A organização celular da porção secretora possui um segundo critério para a classificação das glândulas exócrinas. As glândulas simples podem ser tubulares (cuja a porção secretora tem formato de tubo), tubulares enovelados, tubulares ramificados ou acinosas (cuja a porção secretora tem formato arredondado). Alguns órgãos possuem função tanto endócrina como exócrina e um tipo de célula pode funcionar de várias maneiras como e o caso do pâncreas em que realiza a liberação da insulina o glucagon e também, o liquido pancreático. As células das ilhotas de Langherans do pâncreas liberam a insulina e o glucagon, e as células acinosas liberam enzimas digestivas no canal intestinal. As células ainda podem ser classificadas quanto a forma em que liberam a secreção no sangue podendo serem classificadas em merocrinas (ex.: pâncreas) a secreção e acumulada em grãos de secreções que e liberada por meio de exocitose sem perda do material celular. Holocrinas (glândulas sebáceas) o produto da secreção e eliminado junto com a célula, sendo um processo que destrói as células repletas de secreção. Apocrinas: suas secreções são juntamente com pequenas porções do citoplasma apical. Acinos seroso / tubos mucosos Acinos serosos: são pequenas porções secretoras formadas por células colunares ou piramidais, apresentam seu lumem bastante reduzido, o qual continua por um ducto excretor. Seus núcleos são arredondados e situam-se na porção basal da célula. Túbulos mucosos: são estruturas alongadas tubulares, sendo as vezes único e as vezes ramificado, apresentando um lumem dilatado que continua com um ducto excretor, os núcleos possuem cromatina condensada corando-se fortemente por hematoxilina (ex.: glândulas salivares). Células serosas: as células acinosas do pâncreas e das glândulas salivares são exemplos de células serosas, as células serosas normalmente são poliédricas ou piramidais, possuindo núcleos arredondados. Na região supra nucelar já um complexo de golgi bem desenvolvido, com muitas vesículas arredondadas, envolvidas por membranas e conteúdo rico em proteínas, chamadas de vesículas ou grânulos de secreção. Em células que produzem enzimas digestivas, essas vesículas são chamadas de grânulos de zimogênio. Quando as células liberam seus produtos de secreção, a membrana desses grânulos fundem-se com a membrana plasmática e o conteúdo do granulo e colocado para fora da célula por um processo chamado de exocitose. Células secretoras de muco: as células secretoras de muco mais bem estudas são as caliciformes do intestino. Essas células são encontradas no intestino e em grande parte da arvore respiratória, possuem grande variedade morfológica em suas secreções. Células secretoras de esteroides São encontradas em vários órgãos do corpo (ex.: testículos, ovários, adrenais etc....). São células endócrinas especializadas em sintetizar e secretar esteroides com a atividade hormonal. São células acidófilas, poliédricas ou arredondadas com um núcleo central e citoplasma que frequentemente possui gotículas de lipídeos. Possuem abundante reticulo endoplasmático liso formado por túbulos anastomosados, esta organela possui as enzimas que são necessárias para sintetizar o colesterol a partir do acetato e outros substratos. As mitocôndrias esféricas ou alongadas dessas células normalmente possuem cristas tubulares em lugar das cristas em forma de prateleiras que são comumente encontradas nas mitocôndrias de outras células.
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