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CC 01 15 (2016.1)

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DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 (Angela Barral Bouzas) 
Cesar Corato 
 
SEMANA 1 
Caso - Tema: Classificação das constituições 
A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princípios 
próprios do modelo liberal clássico de forma conjugada com outros, típicos do modelo socialista. Esse 
pluralismo principiológico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, especialmente no art. 
170, CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, sem desprezar, no entanto, 
o papel do Estado na regulação do mercado. Considerando tal constatação, responda: 
a) Como o pluralismo principiológico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
Contemplando várias ideologias, amarra em torno de si vários seguimentos, diversos 
grupos pricipiológicos, liberais e sociais, costurando e propiciando a evolução de seu 
conteúdo ao longo do nosso desenvolvimento e amadurecimento social, buscando ser 
longeva. 
b) Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
O pluralismo principiológica a torna eclética ou compromissória, pela sua diversidade 
ideológica. 
 
 
SEMANA 2 
Caso 1 – Tema: Aplicabilidades das normas constitucionais 
Numa audiência no Juizado Especial Cível, em cujo processo o autor pleiteava uma indenização por danos 
morais no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), o advogado da empresa demandada, com amparo no art. 133 
da Constituição da República, pleiteou a extinção do processo sem apreciação de mérito (CPC, art. 267, IV), sob 
o fundamento de que o advogado é essencial à administração da justiça. O autor, mesmo não tendo formação 
jurídica, ofereceu defesa alegando que a Lei n.º 9.099/95 lhe garantia a possibilidade de postular em juízo sem 
assistência de defensor técnico. Diante de tal hipótese, considerando a aplicabilidade do art. 133, CRFB, seria 
correto afirmar que a Lei n.º 9.099/95 padece de vício de inconstitucionalidade? 
 
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por 
seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. 
O artigo citado é uma norma de eficácia contida, permitindo que a legislação 
infraconstitucional excepcione a regra da indispensabilidade. Sendo assim a lei nº 9099/95 
não tem vicio de inconstitucionalidade. 
 
 
 
 
 
Caso 2 – Tema: Recepção 
A Emenda Constitucional nº 1/69 permitia a criação, em sede de Lei infraconstitucional, de monopólios 
estatais. Com o advento da Constituição da República de 1988, a possibilidade de criação de monopólios por lei 
não foi mais contemplada. 
À luz da teoria da recepção, é possível sustentar a manutenção de monopólios estatais criados em sede 
infraconstitucional pelo ordenamento pretérito e não reproduzidos pela Constituição de 1988 ? 
 
A questão trata da legislação infraconstitucional pretérita que atribuía ao estado o 
monopólio para prestar o serviço postal, que se considerado como atividade econômica 
esta legislação não poderia ser recepcionada pela nova CF de 1988, que proíbe 
monopólios estatais para a atividade econômica, seria materialmente incompatível. 
No entanto, o STF julgou a questão e interpretou no sentido de que serviço postal não 
configura atividade econômica e sim serviço público, portanto, a lei foi recepcionada pela 
CF nova tendo sido revogada parcialmente somente no que tange a entrega de pacotes. 
 
 
SEMANA 3 
Caso 1- Tema: Interpretação Constitucional 
Ronaldo, militar do exército, estava matriculado no Curso de Direito numa Universidade Particular de 
Pernambuco, quando foi transferido ex officio da Unidade sediada em Boa Viagem para a Unidade localizada 
no Município do Rio de Janeiro. 
Por conta do seu deslocamento e da necessidade de dar continuidade aos estudos na Cidade do Rio de Janeiro, 
o militar solicitou à Sub-reitoria de Graduação da UERJ, transferência do curso de Direito da referida 
Universidade Particular para o mesmo curso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com base na Lei n° 
9.536/97. 
O pedido do militar foi indeferido pela Sub-reitora da UERJ, com fulcro no ato normativo interno desta 
Universidade (Deliberação n° 28/2000), o qual regula esta matéria, uma vez que a Universidade de origem do 
militar era uma instituição de ensino superior particular. 
O militar impetra mandado de segurança alegando, em sua defesa, os seguintes argumentos: 
I - que o seu direito está amparado pelo parágrafo único do artigo 49 da Lei Federal n° 
9536/97 – dispositivo este que regulamenta o parágrafo único da Lei Federal n° 9.394/96 (estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional); 
II - que a norma restritiva do art. 99 da Lei 8.112/90 (entidades congêneres) não se aplica aos militares; 
III - que o ato normativo n° 28/2000, no qual o sub-reitor se baseou para indeferir o pedido de 
transferência, “tem vício de ilegalidade a negativa de matrícula”, pois contraria o conteúdo da Lei nº 9536/97, 
uma vez que a Lei federal não exige o caráter congênere entre instituições de ensino; 
Diante da situação acima descrita, questiona-se: qual a interpretação constitucional mais adequada para a 
solução deste conflito? 
A solução estaria no: 
Princípio da Igualdade - o intérprete deve levar em conta que a Constituição está no 
topo do ordenamento jurídico e é o fundamento de validade de todas as outras normas, 
sendo assim nenhuma lei pode contrariá-la materialmente, sob pena de ser considerada 
inconstitucional – assim, considerar a Lei n° 9.536/97, sem que seja através das lentes dos 
princípios é passar por cima do artigo 5º da constituição, pois o militar entraria de forma 
privilegiada numa instituição pública, sem ter passado em sua localidade anterior pelo 
mesmo crivo de ingresso para uma faculdade estadual. 
 
Ronaldo ingressará em uma faculdade de mesmo gênero, se baseando no princípio da 
igualdade. 
 
Caso 2- Tema: Princípio da razoabilidade 
O Estado do Tocantins publicou edital no Diário Oficial do Estado de concurso público para o preenchimento de 
vagas para o cargo de policial. Uma das provas é a realização de testes físicos e um dos testes exige que os 
candidatos façam a seguinte atividade: “Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios 
abdominais, por flexão de braços, deitado em decúbito ventral, em um maior número de repetições dentro de 
suas possibilidade, no período de um minuto, obedecendo à tabela de pontuação abaixo: 
...” 
Em função da redação incoerente do texto desse teste, o Estado publicou uma errata do edital no mesmo 
órgão oficial de imprensa, duas semanas antes de iniciarem as provas, com a seguinte redação: “Flexões 
abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de tronco, em decúbito dorsal 
em um maior número de repetições tocando os cotovelos nos joelhos ou coxas, no período de um minuto.” 
Como os candidatos já haviam se inscrito na prova no momento da percepção do equívoco da referida 
redação, muitos deles se consideraram surpreendidos, no dia da realização desse teste físico, pois não 
tomaram conhecimento da errata do edital. 
Alguns desses, que não conseguiram passar na prova de esforço físico, ingressaram com mandado de 
segurança com a alegação de que esse teste deve ser desconsiderado como critério de aprovação, pois foi 
incluído após as inscrições, apenas duas semanas antes do começo das provas e porque não foi publicado num 
jornal de grande circulação para que todos tivessem a chance de tomar conhecimento da modificação. Assim, 
alegam que houve ofensa ao princípio da razoabilidade. 
A quem assiste razão no caso? Dê os fundamentos jurídicos cabíveis (fundamentos normativos, jurisprudenciais 
e doutrinários).O princípio da razoabilidade deve ser aplicado e neste sentido creio que os candidatos 
não tem razão, afinal, o Estado do Tocantins corrigiu o edital, não existe uma obrigação 
para a publicação em algum veículo de imprensa em especial, além de que se o 
candidato vinha se preparando fisicamente para a prova não seria a mudança da redação 
que o tornaria menos apto fisicamente. 
Um conceito do princípio da razoabilidade: 
“O princípio da razoabilidade é uma diretriz de senso comum, ou mais exatamente, de 
bom-senso, aplicada ao Direito. Esse bom-senso jurídico se faz necessário à medida que as 
exigências formais que decorrem do princípio da legalidade tendem a reforçar mais o texto 
das normas, a palavra da lei, que o seu espírito. Enuncia-se com este princípio que a 
Administração, ao atuar no exercício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis 
do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e 
respeitosas das finalidades que presidiram a outorga da competência exercida. “ 
(http://www.jusbrasil.com.br/topicos/292526/principio-da-razoabilidade) 
A utilização do princípio da razoabilidade é muito utilizado nos pedidos de habeas corpus 
por constrangimento ilegal por excesso de prazo. 
(http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Princ%C3%ADpio+da+razoabilidade) 
 
 
SEMANA 4 
Caso 1 – Tema: Cláusulas Pétreas ou Superconstitucionais 
Tramita no Congresso Nacional proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão 
Constitucional nos moldes do artigo 3º da ADCT. A referida proposta de Emenda Constitucional prevê a 
realização de Referendo para a entrada em vigor dos dispositivos alterados pela Assembleia Revisora. É 
legítima tal proposta? 
 
Duas correntes, em uma não é possível, pois as alterações só podem acontecer por 
emenda, e a outra corrente acredita que sim desde que a revisão seja nos moldes do artigo 
60/CF o garantindo. 
 
Resposta 1: Para alguns autores só é possível modificar a constituição por emenda, visto 
que, não cabe criação de revisão constitucional por emenda ao ADCT (uma norma 
exaurida). Porém outra parte da doutrina defende a possiblidade de criar uma revisão 
desde que sejam respeitados os limites descritos no artigo 60/CF. 
 
Resposta 2: Não, pois a revisão constitucional prevista pelo Poder Constituinte Originário 
possui eficácia exaurida, e já foi realizada em 1993, não podendo ser criada uma nova 
Assembleia Constituinte Revisional. 
 
 
Caso 2 - Tema: Poder Constituinte Decorrente 
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, no exercício do Poder Constituinte Derivado Decorrente 
inseriu no texto da Constituição Estadual norma que assegurava aos candidatos aprovados em concurso 
público, dentro do número de vagas obrigatoriamente fixado no respectivo edital, o direito ao provimento no 
cargo no prazo máximo de cento e oitenta dias, contado da homologação do resultado. É Constitucional a o 
artigo 77, VII da Constituição do Estado do Rio de Janeiro? 
 
É inconstitucional pois viola o princípio da separação de poderes. 
 
É inconstitucional tal decisão, pois o edital anuncia determinado número de vagas, elas devem ser 
preenchidas, gerando o direito público subjetivo do aprovado a ser nomeado. Sendo que a 
administração pública não pode convocar o cidadão e depois deixar esgotar o prazo, sem proceder 
a nomeação, pois a administração pública não pode, por lei do próprio estado, antecipar esse juízo 
de conveniência, sendo que já há uma garantia no ordenamento constitucional, que fala sobre o 
prazo de dois anos. 
 
 
 
 
 
SEMANA 5 
Caso 1 - A União Brasileira de Artesãos, sociedade civil sem fins lucrativos, por decisão de sua diretoria 
determinou a exclusão de alguns de seus sócios sem garantia da ampla defesa e do contraditório. Entendendo 
que os direitos fundamentais assegurados pela Constituição não vinculam somente os poderes públicos, 
estando também direcionados à proteção dos particulares nas relações privadas, tais sócios buscam tutela 
jurisdicional no sentido de invalidar a referida decisão. Diante do que dispõe o art. 5º, XIX, CRFB, poderia o 
Poder Judiciário invalidar a decisão da diretoria da entidade? 
 
Sim, pois com base no princípio da horizontalidade, os direitos fundamentais se aplicam 
também nas relações privadas. 
 
Tendo em vista que não há qualquer possibilidade de uma associação civil agir em 
detrimento aos princípios constitucionais. Os direitos fundamentais ocorrem também entre 
pessoas físicas e jurídicas de direito privado, não somente entre o cidadão e o estado, sendo 
assim.... de forma horizontal e vertical. 
“A autonomia privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em 
detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados 
em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua 
incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria 
Constituição, cuja eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas 
relações privadas, em tema de liberdades fundamentais." (RE 201.819, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 11-10-05, DJ de 27-10-06).” 
 
 
Caso 2 – A ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário 
Intermunicipal, Interestadual e Internacional de Passageiros - ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade no 
Supremo Tribunal Federal onde pedia a declaração de inconstitucionalidade da Lei 8.899/1994. 
Tal norma assegura o direito ao passe livre às pessoas portadoras de deficiência, desde que comprovadamente 
carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual. 
Segundo a ABRATI, a norma viola os seguintes dispositivos constitucionais: art. 1ª, IV; art. 5º, XXII; art. 170, II e 
art. 195, § 5º. Alega, em síntese, violação do direito de propriedade e da livre iniciativa, direitos fundamentais 
que devem ser protegidos pelo Supremo Tribunal Federal. 
Em parecer, o Procurador-Geral da República manifestou-se pela improcedência da ação, uma vez que a 
Constituição consagra como Direito Fundamental a proibição de discriminação e a norma em xeque procura 
realizar a efetiva inclusão social dos deficientes físicos com carências econômicas, razão pela qual, numa 
ponderação entre os direitos em conflitos estes deveriam prevalecer em detrimento do direito à propriedade. 
Analise o conflito acima, assinalando se a Lei 8.899/1994 deve realmente ser declarada inconstitucional. Para a 
solução deste caso procure utilizar a técnica da ponderação de interesses. 
 
Ponderando os princípios, a livre iniciativa, o direito à propriedade, em confronto aos 
princípios da dignidade da pessoa humana e a solidariedade, a lei é razoável e não é 
inconstitucional, apenas se aplica mais os princípios que favorecem a coletividade que os 
individuais, sem excluir esse. 
Privilegiando os usuários que tenham deficiência física e não possuam recursos 
financeiros. 
 
 
Acredito não haver uma inconstitucionalidade, a lei é razoável e dá maior efetividade a 
princípios constitucionais como da solidariedade e da dignidade da pessoa humana. 
 
 
 
SEMANA 6 
Caso 1 – A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro abriu edital para concurso público para o provimento de 
vagas para Primeiro-Tenente, médico e dentista, do seu quadro de oficiais de saúde. 
De acordo com as regras do edital seriam admitidos apenas candidatos do sexo masculino, uma vez que a 
Polícia Militar, por sua natureza de ser uma polícia de confronto, poderia diferenciar quanto ao gênero na 
contratação de seus oficiais.Inconformada com a restrição do edital, Alethéia Maria, dentista regularmente inscrita no CRO (Conselho 
Regional de Odontologia) e com mais de dez anos de experiência na área de saúde, procura seu escritório de 
advocacia em busca de uma orientação jurídica quanto à legalidade do edital da PMERJ. 
É constitucional a restrição imposta pelo edital do concurso? 
 
Em regra não haverá um tratamento diferenciado, só nos cargos que exijam a diferença o 
que não ocorre nas funções de medico e dentista, sendo assim a restrição no edital é 
inconstitucional, pois fere o princípio da igualdade existente Constituição Federal. 
 
É no meu entender inconstitucional esta restrição, pois a Constituição Federal, mais 
precisamente no Art. 5º, I, declara que “homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição” ferindo o princípio da isonomia. Sendo assim, as 
mulheres também têm o direito de concorrer ao número de vagas oferecido pela Policia 
Militar. 
O tratamento só é diferenciado se houver na atividade desenvolvida a exigência de um 
tratamento diferenciado. 
 
Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
 
 
 
SEMANA 7 
Caso – Num sábado à noite um cidadão recebe a visita de um Oficial de Justiça que havia se dirigido até 
sua residência com o fim de citar sua esposa, que se encontrava enferma e acamada. 
Preocupado com o estado de saúde de sua mulher, o cidadão não permitiu a entrada do Oficial de Justiça 
em sua casa, e quando este tentou ingressar forçosamente, foi repelido com um empurrão. 
Foi o cidadão então indiciado pelo crime de desobediência (art. 330, Código Penal). O Juiz de primeira 
instância o absolveu, entendendo ter o agente agido com inexigibilidade de conduta diversa, em face do 
exposto no art. 5º, XI da Constituição da República. 
No entanto, provendo apelo do Ministério Público, o Tribunal de Justiça reformou a decisão de primeiro 
grau, entendendo que o autor atuou com violência contra agente público competente que executava ordem 
com amparo legal. Ressaltou o Tribunal que o Oficial de Justiça encontrava-se de posse de mandado de citação 
que continha autorização expressa para cumprimento em domingo ou em dia útil, em horário diverso do 
estabelecido no caput do art. 172 do Código de Processo Civil, nos termos do § 2º deste mesmo artigo, 
condenando-o assim nas penas do crime de desobediência. 
Dessa decisão do Tribunal de Justiça o advogado interpôs Recurso Extraordinário, pedindo a reforma da 
decisão do TJ com o restabelecimento da sentença de 1º grau. Analise tecnicamente as possibilidades de 
sucesso desse recurso, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
 
A casa é asilo inviolável do indivíduo, o oficial não poderia cita-lo no final de semana e 
a noite, de acordo com a constituição, o cidadão terá uma resposta favorável ao recurso. 
 
A conduta do Oficial afronta os direitos fundamentais do cidadão, que está previsto da 
constituição federal no artigo quinto inciso XI, além disso, tendo o cidadão sua esposa 
enferma em casa, acaba se excedendo, porém de forma compreensível o que configuraria 
realmente a inexigibilidade de conduta diversa como excludente de culpabilidade, porém 
de acordo com o inciso quem está limitado pela lei é o Oficial, que só poderia entrar com o 
consentimento do cidadão, o que não foi dado por ele. 
Analisando o artigo 172 §2º, o excesso do oficial fica evidente, pois está claro que o 
morador é quem consente sobre a entrada em seu domicilio, já que o parágrafo cita o 
artigo 5º §2º, que dispõem a esse respeito. 
 
 
 
SEMANA 8 
Caso - Soldado do Exército Brasileiro, indignado por ter uma remuneração inferior ao salário mínimo, fato que 
contrariaria o art. 7º, IV da CRFB/88, lhe procura para saber da constitucionalidade dessa remuneração inferior 
ao salário mínimo. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 
 
De acordo com decisão do supremo pode haver determinadas categorias militares que 
recebam valor menor do que o salário mínimo, ficando garantido o salário mínimo apenas 
para o reconhecidamente trabalhador. 
 
 
SEMANA 9 
Caso – Mulher grávida, que trabalha sob a regime de contratação temporária, lhe consulta como advogado 
trabalhista para saber se tem direito à licença maternidade. 
Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 
 
 Toda mulher tem direito licença maternidade, seja a contratação temporária ou não. 
 
A temporariedade do vínculo não retira da gestante tal direito, pois se o fizesse seria um 
ato discriminatório. 
O caso acima é tratado conforme o art. 7°, XVIII da CF juntamente com o art. 10°, II, b, do 
ADCT. Tanto o STF quanto o STJ entendem que a empregada sob regime de contratação 
temporária faz jus a licença maternidade, principalmente aquelas que celebram vários 
contratos com o mesmo empregador. 
 
 
 
SEMANA 10 
Caso - João da Silva Smith, filho de Ana Maria da Silva, brasileira, natural dos Estados Unidos da América, 
cometeu um homicídio em Nova York em 26 de janeiro de 2000. No dia 28 de janeiro de 2000 fugiu para o 
Brasil. Ao chegar aqui, João da Silva Smith opta pela nacionalidade brasileira na Justiça Federal de acordo 
com os artigos 12, I, c e 109, X da CRFB/88. No ano de 2001, antes de se concluir o processo de opção de 
nacionalidade, o governo norte-americano pede a extradição de João da Silva Smith ao Brasil pelo homicídio 
cometido em 2000. Pergunta-se: o Brasil vai extraditá-lo? Por quê? 
 
O Governo Brasileiro só se pronunciará após a conclusão do processo de opção de 
nacionalidade, mas existe a possibilidade de extradição, mesmo havendo duas 
nacionalidades originárias, há o reconhecimento de uma nacionalidade real e efetiva no 
EUA, além do fato de que os direitos fundamentais não devem se prestar a proteção de 
atos ilícitos. 
 
Segundo o STF o processo de opção de nacionalidade não acontece de forma livre, 
sendo necessário faze-lo junto à justiça federal. Sendo assim, o solicitante só é considerado 
brasileiro nato após a conclusão de tal processo. O s.r. Smith poderá ser extraditado, pois 
sua extradição foi solicitada antes de ser concluído o referido pedido de opção de 
nacionalidade. 
 
 
SEMANA 11 
Caso - Marco Fiori, italiano pelo critério do jus sanguinis e brasileiro pelo critério do jus soli, e domiciliado no 
Rio de Janeiro, viaja a Roma onde comete um furto de duas obras de arte e retorna ao Brasil. O governo 
italiano pede a sua extradição. Pergunta-se: o Supremo Tribunal Federal vai conceder a extradição? Por 
quê? 
 
O STF não concedera a extradição de Marcos, pois apesar dele possuir cidadania italiana 
por ser descendente de italianos (jus sanguinis), ele nasceu em solo brasileiro onde tem a 
nacionalidade real e efetiva (jus soli), sendo assim Marco é brasileiro nato. 
 
 
SEMANA 12 
Caso concreto - O Vice-Governador do Estado do Pará, eleito duas vezes para o cargo de Vice-Governador, 
sendo que no segundo mandato sucedeu o titular, consulta-lhe para saber se há possibilidade constitucional 
de se reeleger Governador. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 
 
Sim, pois ele era anteriormente vice-governador, assumindo o governo no mandato 
passado. Como exemplo temos o Governador afastado do Rio de Janeiro (Pezão). 
O art. 14, §5° da CF, já alterado pela EC 16/97, prevê para chefes do executivo a 
reeleição para um únicoperíodo subsequente. Sendo assim é possível que o vice em 
questão se candidate para eleição/reeleição para o mandato de governador, pois a 
substituição ocorreu no segundo mandato, sendo possível a reeleição para o cargo titular 
por mais um mandato subsequente. 
 
 
SEMANA 13 
Caso concreto - A Emenda Constitucional No. 52/06, que entrou em vigor em março de 2006, alterou a 
redação do art. 17, §1º, CRFB, para conferir aos partidos políticos plena autonomia para definir o regime de 
suas coligações eleitorais, extinguindo a chamada verticalização das coligações partidárias. Logo, a partir da 
referida reforma as coligações partidárias realizadas em âmbito nacional deixaram de ser obrigatórias em 
âmbito estadual, distrital ou municipal. Diante de tais circunstâncias, seria possível aplicar as novas regras ao 
pleito de outubro de 2006? Resposta fundamentada. 
 
NÃO seria possível aplicar as novas regras para o pleito de 2006, pois tais regras só 
poderiam ser aplicadas um ano após sua vigência. Princípio da anualidade (não surpresa). 
Segundo Ação Direta de Inconstitucionalidade N° 3.685-8 de 22 de março de 2006 que o 
STF julgou como procedente. 
 
 
 
SEMANA 14 
Caso concreto - Referindo-se ao poder constituinte originário, o preâmbulo da 
Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 1937, dizia que o Presidente da República, “atendendo às 
legitimas aspirações do povo brasileiro à paz política e social (...)” e atendendo a outras circunstâncias, resolvia 
“assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo brasileiro, sob um 
regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao seu bem-estar e à sua 
prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde hoje em todo o País”. 
Considerando tal preâmbulo, como classificar a Carta, quanto à origem? Por quê? 
Apesar do belo preâmbulo que menciona “as legitimas aspirações do povo brasileiro à 
paz política e social”, a constituição de 1937 é constituição outorgada (imposta), porque 
entrou em vigor por meio de decreto presidencial sendo assim ela não é legitimada pelo 
povo. 
 
 
SEMANA 15 
Questão Objetiva: As Constituições brasileiras se mostraram com avanços e retrocessos em relação aos 
direitos humanos. A esse respeito assinale a alternativa correta. 
(A) A Constituição de 1946 apresentou diversos retrocessos em relação aos direitos humanos, principalmente 
no tocante aos direitos sociais. 
(B) A Constituição de 1967 consolidou arbitrariedades decretadas nos Atos Institucionais, 
caracterizando diversos retrocessos em relação aos direitos humanos. 
(C) A Constituição de 1934 se revelou retrógrada ao ignorar normas de proteção social ao trabalhador. 
(D) A Constituição de 1969, mesmo incorporando as medidas dos Atos Institucionais, se revelou mais atenta 
aos direitos humanos que a Constituição de 1967. 
 
 
SEMANA 16 
1- Acerca do conceito, dos elementos e da classificação da CF, do poder constituinte e da hermenêutica 
constitucional, assinale a opção correta: 
De acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas 
e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco: 
 (A) norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para ser 
aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo apenas 
determinada pela realidade social, mas determinante em relação a ela. 
(B) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais do 
poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais legitimidade. 
(C) A CF admite emenda constitucional por meio de iniciativa popular. 
(D) Segundo Pedro Lenza, os elementos limitativos da CF estão consubstanciados nas normas constitucionais 
destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das 
instituições democráticas. 
(E) Constituição rígida é aquela que não pode ser alterada. 
2- Com relação aos partidos políticos, ao alistamento, à eleição e aos direitos políticos, assinale a opção 
correta: 
(A) Considere que Petrônio tenha sido eleito e diplomado no cargo de prefeito de certo 
município no dia 1.º/1/2008. Nessa situação hipotética, o mandato eletivo de Petrônio 
poderá ser impugnado ante a justiça eleitoral, no prazo de 15 dias a contar da diplomação, 
por meio de ação instruída com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou 
fraude. 
(B) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com registro dos seus estatutos no Tribunal 
Superior Eleitoral. 
(C) É vedado aos estrangeiros, ainda que naturalizados brasileiros, o alistamento como eleitores. 
(D) Suponha que Pedro, deputado federal pelo estado X, seja filho do atual governador do mesmo estado. 
Nessa situação hipotética, Pedro é inelegível para concorrer à reeleição para um segundo mandato 
parlamentar pelo referido estado. 
(E) A condenação criminal com trânsito em julgado ensejará a perda dos direitos políticos do condenado. 
 
 
3- Assinale a opção correta acerca do conceito, da classificação e dos elementos da constituição: 
(A) Segundo a doutrina, os elementos orgânicos da constituição são aqueles que limitam a ação dos 
poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e consubstanciam o rol dos direitos 
fundamentais. 
(B) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a decisão 
política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos 
individuais e à atuação democrática, enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos 
no documento, destituídos de decisão política fundamental. 
(C) Na acepção formal, terá natureza constitucional a norma que tenha sido introduzida na lei maior por 
meio de procedimento mais dificultoso do que o estabelecido para as normas infraconstitucionais, desde que 
seu conteúdo se refira a regras estruturais do Estado e seus fundamentos. 
(D) Considerando o conteúdo ideológico das constituições, a vigente Constituição brasileira é classificada 
como liberal ou negativa. 
(E) Quanto à correspondência com a realidade, ou critério ontológico, o processo de 
poder, nas constituições normativas, encontra-se de tal modo disciplinado que as relações 
políticas e os agentes do poder se subordinam às determinações de seu conteúdo e do seu 
controle procedimental. 
4- Julgue os itens subsequentes, relativos aos poderes constituintes originário e derivado: 
I - O poder constituinte originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é 
considerado um poder permanente. 
II - Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição, sem 
alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte difuso. 
III - O STF admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo editado antes da nova 
constituição e perante o novo paradigma estabelecido. 
IV - Pelo critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se 
adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas constituições, não se 
estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica. 
V - O poder constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização, 
segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional, 
permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional. 
Estão certos os itens: 
(A) I e V. 
(B) II e III. 
(C) I, III e IV. 
(D) I, II, IV e V. 
(E) II, III, IV e V.

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