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1 Profa Drª Cynthia Fernandes F Santos cynthiaff.santos@ufvjm.edu.br FISIOLOGIA HUMANA BÁSICA Introdução à Fisiologia Referências CONSTANZO, Linda S. Fisiologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 496p. GUYTON, Arthur C; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 1115 p. BERNE, Robert M; LEVY, Matthew N. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 1082 p. AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 1252p. CURI, Rui; PROCÓPIO, Joaquim. Fisiologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 857p. GANONG, William F. Fisiologia médica. 19. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, c2000. 623 p. Introdução à Fisiologia Humana • Objetivo da Fisiologia: explicar os fatores físicos e químicos responsáveis pela origem, desenvolvimento e progressão da vida. • Objetivo da Fisiologia humana: busca explicar as características e os mecanismos específicos do ser humano que fazem dele um ser vivo. Introdução à Fisiologia Humana – as células Células são as unidades básicas do organismo e são adaptadas a realizar algumas funções específicas. • Embora sejam diferentes, todas tem algumas características em comum por ex: todas utilizam O2 para reagir com carboidratos, lipídios e proteínas para gerar energia. Introdução à Fisiologia Humana – fluido extracelular Aproximadamente 60% do corpo humano é fluido (solução aquosa de íons e outras substâncias) • A maior parte deste fluido está dentro das células – fluido intracelular • Cerca de 1/3 do fluido está localizado fora das células – fluido extracelular Diferenças entre o fluido extracelular e intracelular Intracelular Extracelular Sódio Cloreto Íons bicarbonato (HCO3-) Nutrientes (O2, glicose, ácidos graxos e aminoácidos) Produtos de excreção celular Potássio Magnésio Fosfato 2 Potencial de repouso Mecanismos homeostáticos Homeostasia “Manutenção de condições quase constantes do meio interno.” Envolve diferentes órgãos e sistemas funcionais. Mecanismos homeostáticos Sistema circulatório (sistema de transporte e mistura de fluido extracelular) • Estágio 1 – movimentação de sangue pelo corpo nos vasos sanguíneos • Estágio 2 – movimentação dos fluidos entre os capilares e os espaços intercelulares. Mecanismos homeostáticos Origem dos nutrientes no fluido extracelular • Sistema respiratório – cada vez que o sangue passa pelos pulmões, captura o O2 dos alvéolos (membrana alveolar 0,4 a 2,o µm). • Trato gastrointestinal – parte do sangue bombeado pelo coração flui pelas paredes do trato gastrointestinal e nutrientes ingeridos dissolvidos são absorvidos pelo fluido extracelular no sangue. Mecanismos homeostáticos • Órgãos envolvidos no metabolismo • Sistema músculo-esquelético – responsável pelo movimento do corpo que nos permitirá buscar o alimento, fugir... Mecanismos homeostáticos Remoção dos produtos finais do metabolismo • Remoção do CO2 • Rins – a passagem do sangue pelos rins remove do plasma a maior parte as outras substâncias desnecessárias para as células (ácido úrico, íons, água...). Filtram grandes quantidades de plasma através dos glomérulos e posteriormente reabsorve para o sangue o que for útil às células (glicose, aminoácidos, íons...) 3 Mecanismos homeostáticos Regulação das funções corporais • Sistema nervoso – composto de 3 partes principais: • Aferência sensorial • Sistema nervoso central • Eferência motora Mecanismos homeostáticos Sistema hormonal de regulação • Hormônios: substância químicas que controlam diferentes funções; complementa o sistema nervoso. Reprodução • Contribui para a homeostasia pela criação de novos seres Alguns sistemas de controle do corpo Regulação das concentrações de oxigênio e dióxido de carbono no fluido extracelular • O mecanismo de controle depende da hemoglobina que combinam com o O2 na passagem pelos pulmões. Na passagem pelos tecidos, circunstâncias interferem na sua afinidade fazendo a liberação do O2. • A regulação do CO2 é controlada de forma diferente: com o acúmulo de CO2 o centro respiratório é estimulado e o aumento da FR promove a liberação do gás. Alguns sistemas de controle do corpo Regulação da pressão arterial • Sistema barorreceptor: simples e rápido. Alguns sistemas de controle do corpo Características do fluido extracelular Características dos sistemas de controle Feedback negativo - Ex: a regulação do CO2 Feedback positivo - Ex: hemorragia, coagulação 4 Profa Drª Cynthia Fernandes F Santos Fisiologia das membranas FISIOLOGIA HUMANA BÁSICA Bases gerais e celulares da fisiologia Células mergulhadas em um mar (LEC) limitadas em um espaço (tegumentos) . Neste líquido, as células captam O2 e liberam subprodutos metabólicos Compartimentalização dos fluidos do organismo Água • Solvente biológico; • Constitui a maior parte do peso das estruturas biológicas; • Cerca de 45 – 75% do peso corporal humano é constituído de água ���� dependendo do teor de gordura • Diminuída em tecidos ricos em gordura e com o envelhecimento • Seu volume: importante para fisiologia e fisiopatologia. Ex: edema • Possui uma condutividade elétrica mensurável Compartimentalização dos fluidos do organismo Água • Atinge as regiões mais distantes por meio de convecção e difusão. • Convecção: se move em bloco (impulsionada pelo coração) • Difusão/ osmose: atravessa diferentes tipos de membranas. Depende da diferença de concentração de uma substância através de uma membrana semi-permeável. • Ultrafiltração: permite a passagem de água e solutos de tamanho molecular pequeno por descontinuidades ou poros, movidos pela diferença de pressão hidrostática entre a luz do capilar e o espaço intersticial. Compartimentalização dos fluidos do organismo TotalTotal 5050--70%70% Transcelular*Transcelular* 11--3%3% * Separados por membranas epiteliais (Ex: cavidade pleural) CelularCelular 3030--40%40% IntersticialIntersticial 16%16% PlasmáticaPlasmática 44--5%5% Compartimentalização dos fluidos do organismo Volume extracelular (LEC) = 20% do PC e inclui o fluido intersticial e a água plasmática Fluido intersticial = banha as células (fora do sistema vascular). Difere do plasmático pela presença de concentração elevada de proteínas (70g/ L ou 16 mEq/ L) e na concentração de alguns íons. Fluido intracelular (LIC) = maior compartimento (30 – 40% do PC), não é homogêneo, depende da célula. Tem composição diferente do meio extracelular. 5 Intracelular Extracelular 140 mEq/ L ���� K+ 140 mEq/ L ���� Na+ 4 mEq/ L ���� K+ 100 mEq/ L ���� Cl - Compartimentalização dos fluidos do organismo 5 mEq/ L ���� Na+ Membrana celular Mosaico Fluído de Membrana: Este modelo admite que a membrana não é uma estrutura rígida, existindo movimentos das moléculas que a constituem, dotando-a, assim de grande fluidez. (Singer e Nicholson, 1972) Barreira celular de alta resistência que separa dois meios (IC e EC) Membrana celular Lipídios Substâncias orgânicas de origem biológica cuja característica principal é o fato de serem insolúveis em água. (Do Grego “lipos” = gordura) • Os lipídios de membrana pertencem basicamente a duas classes: fosfolipidios e esteróides. • Fosfolipídios: moléculas grandes e alongadas, com grande região apolar e uma região polar em uma das extremidades (ligação por glicerol = glicerofosfolipídios – ligação por esfingosina = esfingolipídios) 2 cadeias longas de carbono e hidrogênio e um grupo fosfato Membrana celular • Esteróides: o colesterol é o principal representante, região apolar e polar. Sua região apolar é composta por uma séria de anéis de carbono, o que torna sua estruturamais rígida que os fosfolipídios. Membrana celular As moléculas lipídicas têm grande mobilidade lateral, trocando de posição, com outras que se encontrem na mesma camada. Ocasionalmente, podem ocorrer movimentos transversais de fosfolípidos, de uma camada para a outra (movimentos de flip-flop) Membrana celular Proteínas As proteínas de membrana sã classificadas de acordo com sua localização na bicamada: 1. Proteínas periféricas (extrínsecas): não chega à interagir fortemente com as cadeias hidrocarbônicas dos lipídios, situando-se nas regiões dos grupos polares, com os quais interagem por pontes de hidrogênio, principalmente. 2. Proteínas integrais (intrínsecas): interagem com as porções polares e apolares. Servem como conexão entre os meios IC e EC podendo permitir a passagem de substâncias (carreadores ou canais iônicos) ou transmissão de mensagem para o meio IC (receptores) 6 Membrana celular 1. Funções: transporte de água e íons (alguns insolúveis na membrana); interagir com hormônios, mediadores químicos e fármacos; junções (“gap junctions”). 2. Característica: são altamente seletivas Transporte pela membrana - Difusão • O transporte pela membrana acontece por difusão ou transporte ativo. • Difusão: movimento browniano e “random-walk”: aleatório através dos espaços intramoleculares da membrana ou em combinação com a proteína transportadora. Usa energia cinética • Transporte ativo: movimentos de íons e outras substâncias através da membrana combinados com uma proteína e contra um gradiente de concentração. Requer uma fonte adicional de energia. Transporte pela membrana - Difusão Difusão • Se dividem em 2 tipos: difusão simples e facilitada. • Difusão simples: o movimento das moléculas ocorre através de uma abertura na membrana ou pelos espaços intermoleculares, sem que ocorra interação com proteína carreadora. A intensidade é determinada pela concentração de soluto. • Difusão facilitada: requer interação com proteína carreadora Transporte pela membrana - Difusão • Difusão por canais protéicos (simples): são vias tubulares que atravessam a membrana e em geral são seletivas. Desidratação Reidratação Transporte pela membrana - Difusão • Comportas das proteínas de canais: meio para controlar a permeabilidade iônica. Abertura e fechamento das comportas: 1. Por voltagem: a conformação molecular do canal reage a uma alteração de potencial elétrico 2. Por controle químico (ligantes): alterações após ligações químicas • Difusão facilitada (ou mediada por transportador): o transportador facilita a difusão da substância. Tem velocidade limitada em comparação com a difusão simples – dependem de mudança conformacional. Ex de substância transportada: glicose Transporte pela membrana - Difusão Características da difusão facilitada: - Saturação: as proteínas possuem nº limitado de sítios de ligação; -Estereoespecificidade: reconhece a substância a ser transportada (e “similares”); -Competição : havendo mais de um soluto a ser transportado, a presença de um interfere na velocidade de transporte do outro. 7 Transporte pela membrana - Difusão Fatores que interferem na velocidade da difusão: 1. Concentração da substância entre os lados da membrana; 2. Potencial elétrico; 3. Diferença de pressão através da membrana. 2 3 Transporte de água • Se difunde pela membrana em 2 sentidos de forma que em equilíbrio o volume celular permanece estável (movimento efetivo zero). • Osmose: movimento da água causado por gradiente de concentração de água entre 2 lados de uma membrana semi-permeável. • Pressão osmótica: pressão necessária para interromper a osmose. Determinada pela concentração da solução em termos do número de partículas. A Osmose B Pressão Equilíbrio osmótico em hemácias - hemólise Meio isotônico Equilíbrio osmótico (plasma) Solução NaCl 145 moles/ L Meio hipotônico Equilíbrio osmótico Solução NaCl 100 moles/ L Meio hipotônico Equilíbrio osmótico Solução NaCl 50 moles/ L Hemácias em: • Solução isoosmótica ([uréia] = 300 mmoles/ L) ���� inicialmente não altera volume, em seguida incham e hemolisam (é hipotônica) • Solução hiperosmótica ([uréia] = 900 mmoles/ L) ���� inicialmente murcham em seguida incham e hemolisam Transporte pela membrana – transporte ativo • Ocorre quando o transporte se dá contra um gradiente de concentração e utiliza para isso uma fonte de energia. Utilizam proteínas transportadoras. Ex: Na+, K+... • Transporte ativo primário: energia utilizada é derivada da hidrólise de ATP (trifosfato de adenosina) • Transporte ativo secundário: energia gerada originalmente pelo transporte ativo primário. Transporte pela membrana – transporte ativo Transporte ativo primário Bomba de sódio e potássio (Na+ / K+ - ATPase) • Adenosina trifosfatase ativada pelo sódio e pelo potássio • Catalisa a hidrólise do ATP em ADP e usa a energia para expulsar 3 Na+ da célula e levar 2 k+ para dentro da célula para cada mol de ATP (proporção de acoplamento de 3:2 porque transfere 3 cargas positivas para fora e 2 para dentro) Transporte mediado 2 íons K se ligam na porção externa e 3 Na se ligam na parte interna ativando a função de ATPase � hidrólise ATP em ADP liberando uma ligação fosfato de alta energia � alteração conformacional � transporte 8 Transporte mediado Uma das funções da bomba é o controle do volume IC (sem ela, as células inchariam até estourar): Meio IC possui proteínas e outras substâncias que não podem sair e a maioria delas possui carga negativa, atraindo assim cargas positivas Esses íons positivos atrairão água para o meio IC Bomba: transporta 3 cargas positivas para fora e 2 para dentro Transporte mediado Transporte pela membrana – transporte ativo Transporte ativo primário Transporte de Ca2+ - Bomba de cálcio • A concentração de cálcio no meio IC é muito baixa (muito menor que no EC) • 2 bombas de cálcio: uma na membrana celular bombeando cálcio para fora e a outra o bombeia para o interior do retículo sarcoplasmático (células musculares) e mitocôndrias • Atuam como uma ATPase • SERCA(Sarcoplasmic reticulum membrane Ca2+ ATPase) PMCA (Plasma membrane Ca2+ ATPase) Transporte pela membrana – transporte ativo Transporte ativo primário Transporte de H+ • Fundamental em: - nas glândulas gástricas (importante na secreção de ácido clorídrico); - túbulos distais e ductos coletores corticais (secretado do sangue para urina para eliminação do excesso do íon – contra gradiente de concentração) Transporte pela membrana – transporte ativo Transporte ativo secundário Co-transporte • A energia acumulada em um transporte pode impulsionar o transporte de outra substância. Ex: glicose – Na+ Contratransporte • Transporte em sentido oposto em que ambas se ligam à proteína transportadora e a energia gerada no transporte de uma faz o transporte das duas. Ex: Na+ - Ca2+ (Na+ para o interior e Ca2+ para o exterior); Na+ - H+ Profa Drª Cynthia Fernandes F Santos Eletrofisiologia: Potenciais de membrana e potenciais de ação FISIOLOGIA HUMANA BÁSICA 9 Potenciais de membrana Potenciais elétricos estão presentes em todas as membranas de virtualmente todas as células. Potencial de membrana Se colocarmos um eletrodo no interior de uma célula e outro na superfície é possível verificar, no voltímetro, uma diferença de potencial constante: com o lado de dentro negativo com relação ao lado externo (em repouso). Em neurônios ~ - 90 mV A célula está polarizada • -90 mV (interior negativo) • Bomba de Na+ e K+ que bombeia (3 íons para fora - Na+ e 2 para dentro K+) � déficit positivo dentro da célula • Canais de extravasamento são 100 x mais permeáveis ao K+ Potencial de repouso Em repouso K+: • A permeabilidade ao K+ é 25 vezes maior em comparaçãocom o Na+ e o • Gradiente de concentração de K+ de 20:1 � favorável a sua saída • O gradiente de concentração é contrabalançado pelo potencial de repouso (-90 mV interior negativo) Potencial de repouso Em repouso Na+: • Gradiente de concentração de Na+ de 9:1 mais (concentrado no meio extracelular) � favorável a sua entrada • O influxo de Na+ não ocorre porque em repouso a permeabilidade da membrana é baixa Potencial de repouso Mecanismo iônicos do potencial de ação Observações iniciais: O potencial de ação é acompanhado por uma corrente inicial para dentro da célula, seguida por uma corrente para fora da célula (convenção: o sentido da corrente corresponde ao movimento de cargas positivas). Mecanismo iônico: o fluxo de íons acontece em função de um gradiente que, por sua vez, é dependente da condutância da membrana ao íon. Os sinais nervosos são transmitidos por potencias de ação, que são alterações rápidas do potencial de membrana e se propagam com grande velocidade. 10 Despolarização: • O início de um potencial de ação depende de um estímulo que atinja o limiar que aumente a condutância ao Na+ produzindo uma intensa entrada do íon na célula • A tendência é neste momento o potencial de membrana atingir valores próximos ao equilíbrio de Na+ (+55 mV – interior positivo) • Assim ocorre a inversão de polaridade • O � da condutância ao Na+ é transitório (menos de 1ms) e a permeabilidade volta a ser baixa Mecanismo iônicos do potencial de ação Repolarização: • A inversão da polaridade da membrana causada pela entrada de Na+ cria um gradiente eletroquímico favorável à saída de K+ • O � tardio da condutância provoca saída suficiente para repolarizar a membrana e pode se manter por algum tempo, possibilitando a hiperpolarização. Mecanismo iônicos do potencial de ação Reestabelecimento dos gradientes iônicos: • Bomba de Na+ - K+ Mecanismo iônicos do potencial de ação Potencial de ação 0 – Potencial de repouso 1 – Despolarização 2 – Ultrapassagem 3 – Pico 4 – Repolarização 5 - Hiperpolarização Limiar de disparo Repouso Mecanismo iônicos do potencial de ação Os canais de Na+ que geram o potencial de ação: • São dependentes de voltagem • Pode estar em 3 conformações aberta, fechada ou inativa ~ -70 a 50 mV Mecanismo iônicos do potencial de ação Os canais de K+ envolvidos no potencial de ação: • São dependentes de voltagem (abertura relacionada a despolarização) • Difere dos canais de Na+ por: 1) ativação é mais lenta; 2)não sofre a inativação rápida típica, probabilidade de abertura permanece alta durante período de despolarização 11 Mecanismo iônicos do potencial de ação Retorno aos gradientes iônicos: • Bomba de Na+/ K+ : 1. custo energético; 2. Sua atividade aumenta com o aumento da concentração de Na+ no IC (proporcionalmente a 3 potência do aumento) Propagação do potencial de ação • Um círculo vicioso de feedback positivo abre os canais de sódio após ser atingido o limiar de disparo Aumento do potencial de membrana Abertura de canais de Na+ Aumento do potencial de membrana Abertura de mais canais de Na+ Estímulo mecânico, químico ou elétrico Propagação do potencial de ação Características do PA: 1 – Amplitude e formato estereotipados: para um mesmo tipo celular cada PA parece idêntico; 2 – Propagação: iniciado em 1 ponto, despolariza porções adjacentes; 3 – Lei do “tudo ou nada” • Prolonga o potencial de ação • Envolve abertura de canais de Ca2+; e cinética lenta de canais de K+ Platô em potenciais de ação • Para que haja ritmicidade a membrana deve ser suficientemente permeável ao Na+, para permitir uma despolarização automática. • Hiperpolarização: saída de K+; e cinética lenta de canais de K+ Ritmicidade Fibras nervosas Mielinizadas e Amielinizadas Transmissão em nervos 12 Transmissão em nervos Aumenta a velocidade de condução até 50x: 0,25 m/s – amielínicas 100 m/s – mielínicas Frequência de estímulos: 1. Frequências baixas: geração de um potencial para cada pulso, mesmo limiar de excitabilidade 2. Frequências altas: se � o intervalo entre estímulos, o limiar de excitabilidades para o próximo estímulo é �, até que se torna impossível gerar outro potencial de ação. Descarga repetitiva Logo após um potencial de ação, os canais de Na+ ficam inativos e não abrem as comportas. Período refratário: 1. Absoluto: corresponde ao intervalo entre a o momento em que o limiar de disparo é atingido até cerca de 1/3 da repolarização. Nenhum estímulo é capaz de desencadear potencial de ação. 2. Relativo: deste ponto até antes do repouso. Estímulos fortes podem desencadear potencial de ação. Consequência funcional: limita a frequência máxima de potenciais a serem transmitidos Período refratário Profa Drª Cynthia Fernandes F Santos Eletrofisiologia: Sinalização neuronal FISIOLOGIA HUMANA BÁSICA Sinalização Neuronal As funções do SNC baseiam-se na atividade coordenada de dezenas de bilhões de neurônios, mediando desde funções primitivas (reações reflexas) até a complexa percepção do meios externo, mecanismos de atenção e o controle de movimentos delicados e precisos. Sinalização Neuronal SNC contém mais de 100 bilhões de neurônios e cada neurônio pode receber até 200.000 aferências. 13 As membranas neuronais são especializadas na geração de sinais elétricos Todas as informações a serem veiculadas devem ser codificados em sinais elétricos Essa tarefa é realizada por receptores sensoriais, terminações nervosas ou células diferenciadas. As informações devem percorrer longas distâncias: impulsos nervosos, ou potenciais de ação O neurônio Organização do SNC Organização do SNC Controle de (funções motoras): 1. Contração de músculos esqueléticos 2. Contração da musculatura lisa de órgãos 3. Secreção de substâncias químicas por glândulas Função integrativa Níveis funcionais do SNC Três níveis principais do SNC possuem características específicas: 1 - Nível da medula espinhal 2 - Nível subcortical ou cerebral inferior 3 - Nível cortical ou cerebral superior Níveis funcionais do SNC Nível da medula espinhal Circuitos neurais intrínsecos da medula podem ser responsáveis por: • Movimentos de marcha; • Reflexos que afastam o corpo de objetos que causam dor; • Reflexos para que as pernas se enrijeçam e sustentem o corpo; • Reflexos que controlam circulação local, movimentos gastrointestinais ou excreção urinária. Níveis funcionais do SNC Nível subcortical A maioria das atividades chamadas subconscientes são controladas por: medula oblonga, ponte, mesencéfalo, hipotálamo, tálamo, cerebelo e gânglios da base (Ex: controle da respiração). 14 Níveis funcionais do SNC 2. Cerebelo: • Estrutura foliácea, ligada ao tronco encefálico, situada dorsal à ponte e à medula • Funções: coordenação dos movimentos, planejamento e execução dos movimentos, manutenção da postura e a coordenação dos movimentos da cabeça e dos olhos • Integra a informação sensorial e a motora cortical além de informações sobre o equilíbrio. Níveis funcionais do SNC 3. Tálamo e hipotálamo: diencéfalo • Tálamo: processa quase toda a informação sensorial que chega ao córtex cerebral e quase toda a informação motora que vem do córtex cerebral e segue para o tronco encefálico e medula espinhal. • Hipotálamo: contém centros que regulam a temperatura corporal, a ingestão de alimentos e balanço hídrico. É também uma glândula endócrina que controla a secreção da hipófise. Contém ainda corpos celulares de neurônios da hipófise posterior que secretam hormônio antidiurético (ADH) e ocitocina. Níveis funcionais do SNC 1. Tronco encefálico: bulbo, ponte e mesencéfalo • Bulbo: Onde estão centros autônomos que controlam arespiração e PA; e centros que coordenam reflexos de deglutição, tosse e vômito; • Ponte: participa do equilíbrio e da manutenção da postura e da regulação da respiração. Transmite informações dos hemisférios cerebrais para o cerebelo. • Mesencéfalo: participa do controle dos movimentos dos olhos e alguns núcleos relacionados aos sistemas visuais e auditivos. Níveis funcionais do SNC 4. Gânglios da base: núcleo caudado, putâmen e globo pálido • Recebem impulsos de todos os lobos do córtex cerebral e se projetam por meio do tálamo até o córtex frontal, onde participam da regulação do movimento Níveis funcionais do SNC 5. Hipocampo e amígdala: fazem parte do sistema límbico • Hipocampo: participa de circuitos de memória; • Amígdala: emoções e se comunica com SNA por meio do hipotálamo (Ex: emoções vs FC...) Níveis funcionais do SNC Nível cortical • Composto por 4 lobos: frontal, temporal, parietal e occipital • Córtex é extremamente grande e não funciona sozinho. É essencial para processo do pensamento, memória... 15 Sinapses no SNC – transmissão de informações Transmissão sináptica Sinapses Zonas de comunicação entre uma célula nervosa e a célula seguinte em uma cadeia funcional. 1. Sinapse elétrica: comunicação pela passagem direta da corrente elétrica (junções comunicantes) 2. Sinapse química: a transmissão da informação depende da liberação de um mediador químico (maioria) Transmissão sináptica Sinapses elétricas •Regiões de aposição entre 2 células contíguas, em regiões especializadas em condução � junções comunicantes. •Transmissão instantânea (úteis em respostas rápidas!) •Transmissão pode ser em ambas as direções. Transmissão sináptica Sinapses químicas • Terminação pré e pós sinápticas preservadas. • Terminação pré-sinaptica: muitas mitocôndrias (intensa atividade metabólica) e vesículas com mediadores (neurotransmissores) • A seqüência se inicia com a despolarização da terminação pré- sináptica que promove a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica. • Os receptores pós-sinápticos reconhecem os neurotransmissores • Transmissão unidirecional Transmissão química da atividade sináptica Terminações nervosas � transdutores biológicos Conversão, síntese e armazenamento de neurotransmissores Liberação na fenda sináptica pelos impulsos nervosos Ligação com receptores específicos na membrana pós- sináptica Recaptação, difusão ou metabolismo � voltando para dentro da terminação pré- sináptica A estrutura decisiva para a transmissão da informação é a estimulação na área de menor limiar para gênese do potencial de ação (cone de implantação, ou segmento inicial do axônio) ���� quantidade elevado de canais de Na+ voltagem- dependentes Transmissão sináptica – sinapses centrais 16 O neurônio Zona receptora Local de origem dos impulsos Axônio: transmissão “tudo ou nada” Terminações nervosas: secreção do transmissor sináptico Anatomia sináptica Neurônio motor típico: presença de terminais excitatórios e inibitórios. Se diferencia dos neurônios de outras partes pelo tamanho; comprimento, n° de dendritos e de terminais pré- sinápticos. Neurônio motor Anatomia sináptica • Terminal pré-sináptco (botóes sinápticos) • Fenda sináptica • Mitocôndrias • Vesículas com neurotransmissores • Receptores (excitatórios ou inibitários) Transmissão sináptica • O Ca2+ é fundamental na fusão e liberação das vesículas sinápticas. • Ao chegar nas terminações pré-sinápticas, o potencial de ação abre os canais de Ca2+ mediados por voltagem (é recapturado pelo trocador Na+ - Ca2+) Anatomia sináptica - receptores Receptores � proteínas de membrana no neurônio pós-sináptico Suas moléculas possuem 2 componentes: 1 – Componente de ligação: local em que se liga o neurotransmissor (se exterioriza na fenda sináptica); 2 – Componente ionóforo: atravessa toda a membrana até o interior do neurônio pós-sináptico. Pode ser de 2 tipos: a) canal iônico (permite a passagem de íons com especificidade); b) ativador de segundo mensageiro Anatomia sináptica - Sistema de segundo mensageiro Efeitos possíveis após a ativação da proteína G: 1 - Abertura de canal iônico 2 - Ativação de enzimas na membrana: AMPc (monofosfato de adenosina) ou GMPc (monofosfato de guanosina) 3 - Ativação de enzimas IC 4 - Indução de transcrição gênica Ativados em situações de alterações prolongadas. Ex: memória 17 Anatomia sináptica – Receptores excitatórios e inibitórios Receptores Excitatórios: 1. Abertura de canais de Na+ 2. Redução da condução de canais de Cl- e K+ (diminui perda de K+ - carga positiva – do IC) 3. Aumento na atividade metabólica do neurônio 4. Aumento na expressão de receptores excitatórios/ redução dos inibitórios Receptores Inibitórios: 1. Abertura de canais de cloreto (permitem a migração de Cl- para o IC aumentando a negatividade) 2. Aumento na condutância de K+ para fora da célula 3. Redução na atividade metabólica do neurônio 4. Redução na expressão de receptores excitatórios/ aumento dos inibitórios Transmissão sináptica – Mediadores Neurotrasmissores de moléculas pequenas e ação rápida Classe I Acetilcolina Casse II: Aminas Norepinefrina Epinefrina Dopamina Serotonina Histamina Classe III: Aminoácidos Ácido gama-aminobutírico (GABA) Glicina Glutamato Aspartato Classe IV Óxido nítrico (NO) Três estados dos neurônios – PPSE e PPSI Repouso Excitado Inibido Potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPSE) • São potenciais locais e só desencadearão um PA quando integrados (somados) a ponto de atingir o limiar. • Somação temporal: soma de PPS sucessivos gerados pela estimulação repetida de uma única sinapse. • Somação espacial: soma de PPS que ocorrem simultaneamente Transmissão sináptica – sinapses centrais Transmissão sináptica – Inibição neuronal • Induzem a abertura de canais de cloreto • O mesmo efeito seria observado com a abertura de canais de K+ Potenciais pós-sinápticos inibitórios (PPSI) Transmissão sináptica – Inibição neuronal Sistemas inibitórios: sinapse excitatória com interneurônio inibitório. Ex:o neurônio motor pode dar origem a um colateral que forma sinapses com interneurônio inibitório. (Este interneurônio específico é conhecido como células de Renshaw). 18 • Potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPSE) e inibitórios (PPSI) somação temporal ou espacial Integração • Somação temporal: soma de PPS sucessivos gerados pela estimulação repetida de uma única sinapse. • Somação espacial: soma de PPS que ocorrem simultaneamente Transmissão sináptica – sinapses centrais
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