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AULA 08

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AULA 08 - COMO IMPLEMENTAR NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
Autora: Carolina de Andrade Spinola
Esse é o nosso último encontro. Chegou o momento de discutirmos as decisões práticas que devem ser tomadas para a implementação das oportunidades detectadas na aula anterior. Vamos abordar questões relativas ao registro da ideia e à sua transformação em um negócio. Você pode estar pensando: mas eu não quero montar um negócio, não tenho perfil para isso e, etc. O objetivo dessa aula é explicar como isso pode ser feito e as etapas que devem ser seguidas, por você ou por parceiros que você escolha. Trata-se de um conhecimento necessário e que lhe pode ser muito útil no futuro. Vamos lá! Vamos concretizar nossos sonhos!
OS FORMATOS DE NEGÓCIO: PRÓPRIO X FRANQUIA
Abrir uma franquia é uma das opções mais populares para aqueles que pensam em montar um negócio. A franquia ou franchising
É um sistema pelo qual um franqueador concede a um franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração do negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante a remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício (BRASIL, 1994 apud MDIC, 2005, p. 8).
Entende-se por franqueador quem desenvolveu o negócio, baseado em um produto ou serviço e concede a sua operacionalização a terceiros, denominados de franqueados. O sistema de franchising é uma maneira interessante de expandir o raio de atuação geográfica da empresa através da captação de parceiros capitalizados. Para o franqueado, constitui-se em uma alternativa segura de acesso ao mundo dos negócios mediante a integração a uma rede construída em torno de uma ideia testada e bem sucedida.
Portanto, para ser um franqueado não é preciso ser empreendedor. Ao oferecer segurança e retorno garantido, por um lado, a adesão ao sistema de franchising pode significar a perda de algo que é muito caro ao empreendedor: a sua liberdade de pensamento e execução. Para uma determinada classe de empresários, ser um franqueado não é uma atividade empreendedora, apenas um investimento onde, por acaso, o investidor pode ser o gestor. O único empresário/empreendedor neste negócio seria o franqueador. Para esse público, ser um franqueado equivale a “comprar um emprego”. Um emprego como gestor, é verdade, mas o fato é que em muitas situações é disto que se trata, ou seja, comprar uma posição.
Em termos gerais, o modelo de franquias é recomendado para aqueles que queiram fazer investimentos financeiros (dispondo de recursos para tal), que toleram menos o risco e requeiram uma maior previsibilidade das receitas. Em geral, as franquias mais bem estruturadas já possuem a fórmula pronta e possuem os requisitos prontos para o estabelecimento do negócio. O mesmo somente seguirá adiante se tudo passar pelochecklist, inclusive da capacidade financeira do franqueado.[1]
Para ingressar em uma rede de franquias, o interessado deve desembolsar uma taxa de admissão, chamada de Taxa de Franquia, e periodicamente, a depender da franquia escolhida, contribuir com o pagamento de royalties[2] e da taxa de publicidade.
Com isto, o investimento em franquia tende a ser elevado e de retorno mais comedido, porém mais seguro e previsível, sem maiores emoções ou sobressaltos, por estar baseado em um modelo já testado. As franquias consagradas tendem também a cobrar um prêmio maior por esta previsibilidade (taxa de franquia), e pelos custos de implantação embutidos, taxas de administração, marketing, etc.
Quadro 1 - Ranking das maiores redes de franquias - 2009
	Classificação
	Rede
	Segmento
	Total de Unidades
	1ª
	O BOTICÁRIO
	Cosméticos e Perfumaria
	2834
	2ª
	KUMON
	Educação e Treinamento
	1555
	3ª
	COLCHÕES ORTOBOM
	Móveis, Decoração e Presentes
	1313
	4ª
	WIZARD IDIOMAS
	Escolas de Idiomas
	1246
	5ª
	ESCOLAS FISK
	Escolas de Idiomas
	1001
	6ª
	L´ACQUA DI FIORI
	Cosméticos e Perfumaria
	966
	7ª
	HOKEN
	Beleza, Saúde e Produtos Naturais
	898
	8ª
	CCAA
	Escolas de Idiomas
	808
	9ª
	MICROLINS
	Educação e Treinamento
	747
	10ª
	AM PM MINI MARKET
	Negócios, Serviços e Conveniência
	725
	11ª
	CACAU SHOW
	Bebidas, Cafés, Doces e Salgados
	700
	12ª
	BOB´S
	Alimentação
	656
	13ª
	JET OIL
	Serviços Automotivos
	622
	14ª
	ÁGUA DE CHEIRO
	Cosméticos e Perfumaria
	580
	15ª
	CNA
	Escolas de Idiomas
	580
	16ª
	MCDONALD´S
	Alimentação
	567
	17ª
	BR MANIA
	Negócios, Serviços e Conveniência
	517
	18ª
	DROGARIAS FARMAIS
	Beleza, Saúde e Produtos Naturais
	470
	19ª
	CASA DO PÃO DE QUEIJO
	Bebidas, Cafés, Doces e Salgados
	441
	20ª
	LOCALIZA RENT A CAR
	Serviços Automotivos
	431
	21ª
	YÁZIGI INTERNEXUS
	Escolas de Idiomas
	420
	22ª
	SUBWAY
	Alimentação
	330
	23ª
	JADLOG
	Negócios, Serviços e Conveniência
	324
	24ª
	HABIB´S
	Alimentação
	317
	25ª
	GIRAFFAS
	Alimentação
	309
Fonte: ABF, 2009
Por outro lado, a decisão de constituir um negócio independente diz respeito àquele tipo de pessoa de quem vimos falando ao longo deste curso, dotada de alto grau de inventividade e alguma afeição ao risco: o empreendedor.
Como em toda atividade empresarial, o maior risco tende a estar associado ao maior retorno. Desta forma, investir na própria ideia, e ter o domínio e independência decorrentes dessa decisão, pode significar um retorno maior do que um negócio baseado em franquia. Todavia, esse resultado dependerá de alguns aspectos ponderados nas aulas anteriores, como a capacidade do empreendedor, a sua visão pessoal, a sua habilidade para identificar oportunidades de negócios e, então, entramos no tema desse encontro: a observância das etapas de planejamento necessárias a qualquer empreendimento, que vamos abordar nas seções seguintes.
MARCAS E PATENTES E A PROPRIEDADE INTELECTUAL
O registro da propriedade intelectual sobre as ideias que podem ser objeto de uma exploração comercial futura deveria ser uma das primeiras preocupações do empreendedor. Contudo, não é muito comum, no Brasil, o empreendedor iniciante pensar na proteção de sua ideia, havendo muitos casos em que invenções brasileiras posteriormente são patenteadas por estrangeiros.
De acordo com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO), a propriedade intelectual é uma
[...] expressão genérica que pretende garantir a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto (seja nos domínios industrial, científico, literário e/ou artístico) o direito de auferir, ao menos por um determinado período de tempo, recompensa pela própria criação. Constituem propriedade intelectual as invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, nomes, imagens, desenhos e modelos utilizados pelo comércio (WIPO, 2009).
A propriedade intelectual está dividida em duas categorias: a propriedade industrial, que inclui invenções (patentes), marcas comerciais, design industrial e designações de origem geográfica[3]; e os direitos autorais (copyright) que se aplicam a criações literárias e artísticas como romances, poemas, filmes, peças, composições musicais, desenhos, pinturas, fotografias, esculturas e designs arquitetônicos.
Dentro da propriedade industrial, o registro das patentes e marcas são os elementos que guardam uma relação mais próxima com o nosso tema. As patentes se aplicam nos casos em que a oportunidade de negócios identificada seja oriunda de uma invenção. O seu registro assegura ao empreendedor que a sua invenção não será copiada e explorada por possíveis concorrentes, que poderiam se beneficiar de tê-la encontrado pronta, sem ter necessitado incorrer em nenhum custo de desenvolvimento. Todavia, o processo é demorado, podendo chegar ultrapassar os 5 anos. A patente
[...] é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgados pelo Estadoaos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente (INPI, 2009)
O registro das patentes é normatizado pela Lei 9.279 de 14 de maio de 1996, conhecida como Lei de Patentes Industriais (LPI). De acordo com o seu artigo 42, ela estabelece que a patente
[...] confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar com esses propósitos:
1.produto objeto de patente
2. processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado ( BRASIL, 1996)
De acordo com a WIPO, cerca de 600 mil patentes foram concedidas, no mundo, em 2005. O Japão é o pais que detém a maior relação entre números de patentes e população (3 mil patentes em cada grupo de 1 milhão) e os Estados Unidos lideram o ranking geral, detendo quase um terço de todas as patentes solicitadas. O Brasil ocupa o 12º lugar nessa relação, mas de acordo com o mesmo relatório, o número de patentes solicitadas por não residentes é superior ao de residentes.
Já na questão das marcas, a preocupação é maior, pois a reputação e a credibilidade estão associadas à marca, após alguns anos de atividade tornam o negócio conhecido e têm a capacidade de atrair, por si só, novos clientes[4]. Nestes casos, o registro da marca ganha importância cada vez mais crescente e crucial para a estratégia do negócio.
O registro da marca comercial não é obrigatório, mas garante uma proteção quanto ao uso indevido da imagem de sua empresa e/ou produto ao mesmo tempo em que agrega valor de mercado e favorece a sua diferenciação. A marca é
[...] um nome, termo, sinal, símbolo ou a combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los dos concorrentes (KOTLER, 1998, p. 393).
O registro da marca tem um prazo de validade de dez anos contados a partir da data de concessão, podendo ser prorrogados por períodos iguais e sucessivos.
No Brasil, a entidade responsável pelo registro das marcas e patentes é o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI)[5] vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
E então, você deve estar pensando: é importante para mim fazer esses registros? Bem, a patente é mais importante para o inventor, ou pequena empresa inventora, quando esta se dedica a implementar novas tecnologias. Invenções, notadamente no Brasil, são mais características em setores como: fórmulas químicas aplicadas à petroquímica e à indústria de cosméticos; softwares; novos tipos de materiais e tecidos,; novos tipos de máquinas aplicadas ao processo produtivo de fármacos, drogas e remédios. (ANI, 2009) Até mesmo a questão da marca depende da característica do negócio. Se você abre um restaurante, talvez o registro desta marca não seja tão importante em um primeiro momento, porém, se este negócio virar uma franquia ou você tiver planos de expandi-lo para outros mercados, o registro da marca se tornará fundamental.
ASPECTOS SOCIETÁRIOS
Se a decisão foi tomada e existe a disposição para se levar adiante a oportunidade, é preciso saber como legalizá-la e, nesse caso, a primeira providência de ordem prática diz respeito à constituição do empreendimento, à determinação da sua natureza jurídica. A nova organização que surge pode ser uma iniciativa pessoal ou de um grupo; pode ter, ou não, fins lucrativos. Quando uma organização tem fins lucrativos, a chamamos de empresa, e é por ela que vamos começar.
De acordo com o novo Código Civil Brasileiro, aprovado pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, mas que passou a vigorar a partir de 2003, as figuras jurídicas que designam uma empresa são: empresário, autônomo, sociedades simples, sociedades empresárias e sociedades cooperativas.
Caso uma pessoa pretenda desenvolver a atividade sozinha, sem o concurso de nenhum sócio, irá se enquadrar como empresário ou autônomo. A diferença entre as figuras do empresário e do autônomo reside no aspecto econômico da atividade escolhida: o primeiro, se ocupa de atividades destinadas à produção ou circulação de bens e serviços (fabricação, comércio e prestação de serviços em geral), o segundo, ao exercício de profissão legalmente regulamentada, o chamado profissional liberal, a exemplo dos advogados, dentistas, médicos, etc. que vendem serviços de natureza intelectual.
Já quando a iniciativa é coletiva, diz-se que se constitui em uma sociedade e
[...] celebram contrato de sociedades as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica (um ou mais negócios determinados) e a partilha, entre si, dos resultados (BRASIL, 2002, Art.981).
As sociedades se dividem em empresariais e não empresarias. A reunião de dois ou mais empresários para exercer profissionalmente certa atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços origina a sociedade empresária. Sendo assim, uma loja, uma fábrica, um hotel e uma assistência técnica autorizada são exemplos de sociedades empresárias.
A sociedade empresária tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro, inclusive a sociedade por ações, devendo inscrever-se na Junta Comercial do respectivo Estado (BRASIL, 2002, Art.982).
As sociedades empresárias podem ser constituídas por meio de um dos seguintes tipos:
a) Sociedade em nome coletivo
b) Sociedade em comandita simples
c) Sociedade em comandita por ações
d) Sociedade Limitada
e) Sociedade Anônima
Conforme vocês devem ter percebido, as duas últimas categorias são as mais comuns, sendo que as sociedades limitadas são as mais utilizadas nas micro e pequenas empresas. O que caracteriza a sociedade limitada é que a responsabilidade dos sócios é limitada, como o próprio nome já diz, à sua participação na sociedade, ou seja, caso a empresa tenha dívidas, os sócios respondem por ela, com o seu patrimônio, até o limite do valor das suas quotas.
As sociedades não empresariais referem-se às sociedades simples e às sociedades cooperativas. As sociedades simples são aquelas que em seu quadro social existem sócios que exercem profissão intelectual de natureza semelhante à prevista no caso dos autônomos, portanto, trata-se da reunião de duas ou mais pessoas que, se atuassem sozinhas, pela natureza da sua atividade, seriam registradas como autônomas.
As cooperativas são definidas como “empresas formadas e dirigidas por uma associação de usuários, que se reúnem em igualdade de direitos, com o objetivo de desenvolver uma atividade econômica ou prestar serviços comuns, eliminando os intermediários” (COOPERATIVA, 2009).
Outra maneira de concretizar a sua ideia pode ser através da criação de uma Organização Não Governamental (Ong)[6], caminho escolhido por muitos jovens, notadamente aqueles imbuídos de um forte empreendedorismo social. Todavia, é preciso esclarecer que Ong é tão somente uma sigla que expressa genericamente as organizações do terceiro setor tais como associações, fundações, institutos e, até mesmo, as já citadas cooperativas[7](SEBRAE, 2009). Mas o que são cada uma delas?
As Associações são “entidades de direito privado, dotadas de personalidade jurídica e caracterizadas pelo agrupamento de pessoas para a realização e consecução de objetivos e ideiais comuns, sem finalidade econômica, isto é, sem interesse de lucros” (DORNELAS, 2005, p. 214).
As Associações se diferenciam das cooperativas por essa natureza social e filantrópica. As cooperativas visam os interesses econômicos de seus sócios.
As Fundações têm a mesma finalidade social das Associações, mas, para a sua constituição, é necessária a doação de um patrimônio que passe a dela fazer parte.
Os Institutos normalmente têm fins científicos e estão vinculados a Universidades e outras entidades da esfera do conhecimento.
Bem, agora que você conhece todas as formas possíveisde constituir um empreendimento pela legislação brasileira, o próximo passo é encontrar as fontes de financiamento e apoio que podem concretizá-lo.
BUSCANDO APOIO PARA A IDEIA
É bem provável que você já tenha pensado em empreender, mas tenha desisitido da ideia por pensar que esse tipo de caminho é para aqueles que têm dinheiro. Que o valor requerido pelo investimento necessário para concretizar a sua ideia está muito acima das suas possibilidades, não é verdade? Bem, se isso não aconteceu com você, certamente aconteceu com alguém que você conhece, pois é um dos principais motivos que interferem na continuidade dos empreendimentos. É desse tema que trata essa seção: as possíveis fontes de apoio financeiro e tecnológico para o seu empreendimento.
De acordo com Dornellas (2005) as fontes mais usuais de apoio financeiro para os empreendimentos são as seguintes:
1. Economia pessoal, família e amigos
2. Investidor Anjo
3. Fornecedores, parceiros estratégicos e funcionários
4. Capital de risco (Venture Capital)
5. Programas Governamentais
O primeiro caso refere-se a aquelas pessoas que não tem problema de financiamento, pois ou possuem os recursos ou pertencem a familias que dispõem de condições de auxiliá-los nesse momento inicial. A decisão de empréstimo baseada em uma relação de parentesco se norteia muito mais pela confiança pessoal do que pela rentabilidade do empreendimento. Muitas vezes o empréstimo é feito sob a forma de participação societária, em que o sobrinho convida o tio para ser sócio, por exemplo.
O investidor anjo é uma pessoa que dispõe de recursos para investir em novos empreendimentos. Normalmente se constitui em empresários bem sucedidos que procuram alternativas rentáveis para a aplicação de seu dinheiro. Diferentemente do primeiro caso, aqui, o mais importante na decisão de apoiar uma ideia é a sua viabilidade, demonstrada através de um plano de negócios bem estruturado, fundamentado e consistente. Nos Estados Unidos, segundo Dornellas (2005), eles se constituem na principal fonte de financiamento das “start-ups[8]”. Os anjos não se expõem, tampouco colocam anúncios nos jornais, para achá-los é necessário acionar a sua rede de relacionamentos.
A terceira alternativa aplica-se ao caso de empresas existentes que necessitem de apoio para a inovação. Elas podem ser financiadas por fornecedores, que podem alongar o prazo de pagamento dos insumos; por clientes, que podem se tornar parceiros estratégicos no desenvolvimento de alguma nova aplicação; por parceiros como os franqueados, que entram com seu próprio capital e contribuem para a expansão do empreendimento; e por funcionários, que podem abrir mão de suas remunerações em troca de participações nos resultados.
O capital de risco ou venture capital corresponde à versão corporativa dos anjos, ou seja, trata-se de empresas, normalmente bancos de investimentos, que formam carteiras de investimentos baseadas em negócios com perspectiva de retorno acima da média do mercado e a um prazo curto (de 3 a 5 anos). A análise desses negócios também é profissional e baseada nos indicadores do plano de negócios. Ela é feita por profissionais muito experientes, contratados para tal fim. A prática revela que não se trata de uma alternativa comum para start-ups, mas para empreendimentos que já estejam saindo da sua fase inicial. Segundo Dornellas (2005), as empresas de base tecnológica e com foco em inovação são o principal alvo do venture capital. Os capitalistas não costumam participar da administração do empreendimento, mas assim como no caso dos anjos, serão sócios minoritários e terão direito de interferir nos seus rumos. A decisão de buscar esse tipo de apoio diminui a independência do empreendedor e, por esse motivo, deve ser pensada.
O Ministério da Ciência e Tecnologia, através da Finep, criou o programa Inovar, que visa aproximar os empreendedores dos investidores de risco a partir da realização de uma série de rodadas de negociação (Ventures Foruns). Para maiores informações sobre esses eventos e sobre a natureza dos empreendimentos que se apresentaram para buscar apoio, clique aqui.
Os programas governamentais referem-se às fontes de financiamento oriundas de recursos dos governos municipais, estaduais e federais. Muitos desses recursos são a fundo perdido (que não precisam ser devolvidos) ou repassados através de linhas de financiamento subsidiadas, com juros bem abaixo do praticado no mercado. Os principais agentes fomentadore são, no âmbito federal, o Ministério da Ciência e Tecnologia e, no âmbito estadual, o Fundo de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) conforme pode ser visto no quadro abaixo, onde foram reunidos alguns dos principais programas disponíveis.
Quadro 2 - Relação de principais programas de apoio ao empreendedorismo
	NOME DO PROGRAMA
	MANTENEDOR
	LINK
	Programa RHAE Inovação
	Ministério da Ciência e Tecnologia
	www.mct.gov.br/prog/rhae/Default.htm -
	Programa Softex
	Ministério da Ciência e Tecnologia/CNPq
	http://www.softex.br/_asoftex/programaSoftex.asp
	Programa Prosoft
	BNDES
	http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/
Institucional/Apoio_Financeiro/Linhas_
Programas_e_Fundos/Prosoft/prosoft_comercializacao.html
	Progex
	Ministério da Ciência e Tecnologia
	www.finep.gov.br/programas/progex.asp
	Inova Brasil
	Ministério da Ciência e Tecnologia
	http://www.finep.gov.br/programas/inovabrasil.asp
	Prime- Primeira Empresa Inovadora
	Ministério da Ciência e Tecnologia
	http://www.finep.gov.br/programas/prime.asp
	Sibratec
	Ministério da Ciência e Tecnologia
	http://www.finep.gov.br/programas/sibratec.asp
	Subvenção Econômica
	Ministério da Ciência e Tecnologia
	http://www.finep.gov.br/programas/subvencao_economica.asp
	Bahia Inovação
	Fapesb
	http://www.fapesb.ba.gov.br/apoio/bahia-inovacao/apresentacao
	Empreende Bahia
	Fapesb
	http://www.fapesb.ba.gov.br/apoio/empreende_bahia/apresentacao
	Programa de Apoio a Tecnologias Sociais e Ambientais
	Fapesb
	http://www.fapesb.ba.gov.br/apoio/tecsocialambiental/apresentacao
Fonte: Elaboração própria com base nos sites da Finep, Fapesb e Sebrae.
Além do apoio financeiro, as empresas nascentes precisam de apoio tecnológico e de um ambiente propício para o desenvolvimento de suas atividades. No início de sua trajetória, os empreendimentos não possuem marca conhecida e, a depender da sua área de origem, se ressentem da falta de conhecimento de práticas gerenciais básicas. É muito comum, também, que a disponibilidade financeira não seja suficiente para custear a sua estrutura física. Nesse momento crítico, o apoio de entidades como as incubadoras de negócios, o Sebrae, institutos de pesquisa e de estímulo ao empreendedorismo são cruciais.
As incubadoras de empresas são entidades sem fins lucrativos que proporcionam “ambientes dotados de capacidade técnica, gerencial, administrativa e infra-estrutura para amparar o pequeno empreendedor. Elas disponibilizam espaço apropriado e condições efetivas para abrigar ídéias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso” (ANPROTEC, 2009).
Segundo a Anprotec (2009), o Brasil possui 383 incubadoras, sendo 339 em operação (com empresas incubadas), 32 em implantação (em processo de estruturação) e 12 em projeto.
A Unifacs tem uma incubadora, sabiam disso? Ela funciona desde 2007, no Prédio de Aulas 8, do Caminho das Arvores. Foi montada com o apoio da Fapesb e do Sebrae. É classificada como uma incubadora de inovação, ou seja, apóia todo o tipo de empreendimento inovador, conforme discutido nas aulas anteriores. Para maiores informações sobre a incubadora ou sobre como participar dela, contactehttp://www.incubadora.unifacs.br.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também é uma possibilidade de apoio muito valiosa. Ela assessora os empreendedores desde o momento da realização do plano de negócios, passando pela constituição formal da empresa, disponibilização de cursos, consultorias, até a divulgação dos negóciosatravés da organização de caravanas que possibilitam a participação das pequenas empresas em feiras e rodadas de negócios. Em Salvador, o Sebrae, anualmente, realiza um grande evento destinado ao fomento e divulgação do empreendedorismo, chamada Feira do Empreendedor.
Por fim, gostaríamos de destacar o apoio fornecido pelo Instituto Empreender Endeavor. Trata-se de uma entidade internacional, com sede em Nova York, que atua no Brasil desde 2000. Ela oferece suporte aos empreendedores através do oferecimento de cursos, biblioteca virtual, guias de consulta, boletins informativos, premiações e uma consultoria espeializada para projetos selecionados. Além disso, atua junto a investidores, como uma ponte de ligação entre os investidores de risco e anjos e os start-ups.
INTRODUÇÃO AO PLANO DE NEGÓCIOS
Falamos muito de Plano de Negócios na seção anterior, da sua importância para os empreendedores - como um sinalizador da viabilidade de sua oportunidade de negócios - e para os eventuais investidores, que procuram nesse documento informações sobre a sua rentabilidade.
O Plano de Negócios é um documento escrito pelo empreendedor em que ele descreve a sua ideia dentro de um contexto mercadológico, explicitando as suas características relacionadas com os aspectos operacionais ou técnicos, administrativos, financeiros e econômicos. Existem inúmeros modelos de Planos de Negócios e, se você procurar, facilmente encontrará na internet os modelos do Sebrae, ou do Prof. José Dornellas - referência usual no material desse curso - e ainda outras fontes que listaremos na bibliografia complementar. Todavia, vamos descrever, nessa última seção, a metodologia empregada nos cursos de negócios da Unifacs. Diferentemente, das fontes citadas, entendemos que o plano de negócios deve transcender a ideia do projeto da nova empresa e, antes de mais nada, verificar se essa ideia é viável, do ponto de vista de uma análise de competitividade.
Entende-se por competitividade, em linhas gerais, a capacidade que uma empresa tem de competir na indústria em que atua. Ora, sabemos que algumas atividades são de mais difícil inserção do que outras. Sabemos que alguns setores, inclusive, em tempos de globalização, enfrentam uma competição nacional e/ou global em que fatores relacionados às características econômicas, mercadológicas, infraestruturais e físicas dos estados e/ou países serão ainda mais importantes do que a competência do empreendedor individual. A concorrência da China em muitos segmentos industriais tem comprovado isso. Então, antes de descrever a ideia e projetar os seus resultados futuros, cabe, ao nosso ver, uma análise que valide e legitime essa decisão de investimento. A análise de competitividade levada a cabo nesse estágio inicial é baseada nos modelos teóricos da Análise Estrutural da Indústria (5 Forças) e do Diamante Nacional, ambos de Michael Porter, e do Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira (ECIB) de Luciano Coutinho e João Carlos Ferraz.
Bem, uma vez vencida essa etapa, passamos à ideia do projeto que está dividido segundo Spinola (2000) em 5 partes, descritas a seguir:
1. Estudo Administrativo - nesse capitulo são inseridos os dados de identificação do negócio, seus aspectos jurídicos e tributários, bem como a estrutura organizacional da empresa (descrição dos cargos, alocação de pessoas e distribuição de tarefas), aspectos trabalhistas e as estratégias mercadológicas, operacionais e financeiras do negócio;
2. Estudo de Mercado - esse é o coração do projeto. Trata da descrição detalhada do produto/serviço, da determinação das condições de mercado existentes para o seu sucesso, do estudo do comportamento da clientela e da concorrência. Tudo isso é feito para determinar o espaço existente no mercado para a entrada de um novo empreendimento e as possiveis expectativas de faturamento.
3. Estudo Técnico ou Operacional - nesse capitulo dão detalhados os aspectos tecnológicos relacionados com produção/comercialização do produto ou prestação do serviço. As medidas de segurança e de prevenção a danos ambientais também são abordadas. Ainda nessa etapa, o investimento fixo necessário para a montagem do empreendimento é totalizado.
4. Estudo Financeiro - trata do investimento financeiro requerido e das opções de financiamento que serão consideradas.
5. Estudo Econômico - apresenta a estrutura de custos do projeto, a demonstração de resultados e o cálculo dos principais indicadores de viabilidade microeconômica e macroeconômica. Os primeiros se referem aos indicadores procurados pelos investidores de risco e anjos e, dizem, de maneira objetiva, quão interessante é o empreendimento enquanto uma alternativa de investimento financeiro. Os segundos, são observados pelas entidades públicas de fomento que, ao selecionar um negócio para apoiar, procuram saber sobre a sua contribuição para a economia em termos de geração de empregos, impostos e valor agregado para a renda nacional.
A elaboração do Plano de Negócios requer algum conhecimento de administração e, portanto, é ensinada nos cursos de gestão, em matérias que sucederão essa disciplina. Os empreendedores oriundos de outras áreas podem recorrer ao auxílio das incubadoras e do Sebrae, conforme já mencionado, para realizá-la. Há também livros bem accessíveis que introduzem esse assunto e estão listados abaixo. Mas, independentemente da estratégia escolhida para a sua realização, o mais importante é não deixar de fazê-lo.
Bem, chegamos ao fim do nosso curso. Espero encontrá-lo em outras ocasiões para podermos discutir melhor o tema. Nossa intenção foi aproximá-lo um pouco dessa oportunidade de futuro profissional que representa o empreendedorismo, em qualquer uma das suas concepções: como uma postura profissional dentro de organizações constituídas ou como a possibilidade de gerar um novo empreendimento, quer seja ele lucrativo ou de cunho social. Desejamos que as provocações trazidas tenham contribuído para você, hoje, se conheça um pouco melhor e tenha melhores condições de sonhar uma visão de futuro inspiradora. Boa sorte!
SÍNTESE
A última aula do curso discutiu as providências necessárias para a concretização da oportunidade de negócio, apresentou as principais alternativas de financiamento para os novos empreendimentos e mostrou algumas das mais importantes entidades de apoio e fomento a novos negócios. Por fim, apresentamos, em linhas gerais, as principais etapas de um plano de negócios.

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