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MODELO TCC GUARDA COMPARTILHADA

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25
 NOME E SOBRENOME DO ACADÊMICO
A GUARDA COMPARTILHADA
E a Alienação Parental
CUIABÁ
2016
 NOME E SOBRENOME DO ACADÊMICO
A GUARDA COMPARTILHADA
E a Alienação Parental
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Cuiabá-UNIC, como requisito parcial para a obtenção do titulo de graduado em Direito.
CUIABÁ
2016
Dedico este trabalho a Deus e à minha família, sem eles esta conquista jamais seria alcançada.
agradecimentos
Aos amigos de faculdade, que desde o primeiro semestre estavam unidos, permutando conhecimentos, experiências e compartilhando amizade.
Aos Professores que aos seus distintos e diferentes conhecimentos ajudaram-nos a compreendermos melhor o que é o Direito nas mais variadas visões.
Aos tutores virtuais, que desde o projeto de TCC até esta etapa final, que me auxiliaram de modo cortês e eficiente.
A justiça adiada por muito tempo é a mesma coisa da justiça negada! (Martin Luther King).
ULTIMO SOBRENOME, Nome e Sobrenome. Guarda Compartilhada: e a alienação parental. 2016. Número total de folhas ____. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Direito – Universidade de Cuiabá, Cuiabá-MT, 2016.
RESUMO
A Guarda Compartilhada é a responsabilização recíproca e o exercício de direitos e deveres da mãe e do pai que não mais residem sob o mesmo teto, que cabe ao poder familiar dos filhos comuns; já na Guarda Unilateral, esta responsabilização era atribuída a um dos genitores, na massacrante maioria, à mãe.
A Guarda Compartilhada começou a ser praticada no Brasil através da Lei 11.698/08, que alterou os artigos 1.583 e 1.584 do Código Civil, deixando a escolha do Magistrado à aplicação, sempre que possível. Com a entrada em vigor da Lei 13.058/14, quando não houver acordo entre o casal quanto à guarda do filho e, encontrando-se ambos os pais aptos a exercer o poder familiar, serão aplicados a Guarda Compartilhada; esta aplicação deixa de ser regra quando um dos genitores declarar que não deseja a guarda do filho. 
O compartilhamento da guarda divide o poder entre ambos os genitores, equilibrando forças e evitando comportamentos lesivos aos interesses de seus filhos, tal como propiciados a guarda única.
Este estudo objetiva levar à sociedade, a importância desse modelo, vez que os benefícios que o rodeia, torna-se de grande magnitude à formação pessoal, intelectual e espiritual dos filhos.
Neste trabalho de conclusão de curso, fora dividido em três capítulos para melhor entendimento do que é Alienação Parental e a Guarda Compartilhada, com conteúdos explorados de referências bibliográficas renomadas e doutrinadores majoritários, bem como convívio diário em uma Vara de Família da Capital.
Palavras-chave: Guarda Compartilhada; Alienação Parental; Melhor interesse da Criança.
ULTIMO SOBRENOME, Nome e Sobrenome. Guarda Compartilhada: e a alienação parental. 2016. Número total de folhas ____. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Direito – Universidade de Cuiabá, Cuiabá-MT, 2016.
ABSTRACT
The Guard is Shared mutual accountability and the exercise of rights and duties of mother and father no longer live under the same roof, it is for the family power of joint children; Unilateral already in Guarda, this responsibility was assigned to one of the parents, the overwhelming majority of the mother.
The Shared Guard began to be practiced in Brazil by Law 11,698 / 08, which amended Articles 1583 and 1584 of the Civil Code, leaving the choice of the Magistrate the application wherever possible. With the entry into force of Law 13,058 / 14, when there is no agreement between the couple regarding the custody of the child and, lying both parents are able to exercise parental authority, will apply to Shared Guard; this application is no longer rule when one of the parents declare that do not want custody of the child.
The share of the guard divides power between both parents, balancing forces and avoiding harmful behavior to the interests of their children, as the only guard propitiated.
This study aims to bring to society the importance of this model, as the benefits that surrounds it, it is of great magnitude to the personal, intellectual and spiritual formation of their children.
In this course conclusion work, had been divided into three chapters for better understanding of what is Parental Alienation and the Shared Guard, with explored contents of renowned references and majority scholars and everyday living in a Family Court of the Capital.
Keywords: Shared Guard; Parental Alienation; Best Interests of the Child.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	11
CAPITULO I
DO PODER FAMILIAR	12
	1.1 - DA SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR..................................................13
	1.2 - DA DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR................................................14
	1.3 - DA EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR......................................................14
CAPÍTULO II
DA ALIENAÇÃO PARENTAL 	15
	2.1 - DA ALIENAÇÃO PARENTAL E A GUARDA COMPARTILHADA............16
CAPITULO III
DA GUARDA COMPARTILHADA	20
	3.1 - DA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................25
REFERÊNCIAS	26
	
INTODUÇÃO
A família é uma organização indispensável para manutenção da sociedade e do próprio Estado. Transformações culturais, morais, sociais e econômicas ocorridas principalmente durante o século XX implicaram no surgimento de um novo modelo familiar, mais democrático e humanizado. 
A família patriarcal cedeu lugar para um modelo de família baseada na igualdade e valorização de seus membros. 
O dinamismo da vida moderna, a maior participação das mulheres do mercado de trabalho, a divisão mais igualitária das tarefas domésticas pelo homem e a mulher, os frequentes conflitos de interesses entre os familiares e o maior número de ruptura dos relacionamentos exige uma disciplina normativa adequada a esta nova realidade social.
Considerando essas alterações na entidade familiar e na própria sociedade, o sistema de guarda exclusiva, atribuída a um dos genitores, geralmente a mãe, quando a extinção da união entre o casal, não mais reflete uma solução que privilegia o bem estar da prole e por isso a necessidade de estabelecer outras formas de guarda.
A opção da guarda compartilhada como a solução ideal torna-se cada vez mais usual, vez que abranda o sofrimento e traumas dos filhos, acarretados pelo modelo de guarda única. 
Fundada no direito de convivência dos filhos e, na igualdade de direito e deveres entre os pais, a guarda conjunta é o arranjo que mais se aproxima do princípio constitucional do melhor interesse da criança.
Vale ser observado ainda, que o pai e a mãe após o divórcio, trazem rancor um do outro e mesmo que não intencionado acabam transmitindo essa mágoa aos seus filhos, é daí que parte a importância da guarda compartilhada para que a própria criança cresça ao convívio de ambos os genitores, apesar da separação.
CAPÍTULO I
DO PODER FAMILIAR
Antes de começarmos a tratar do assunto Guarda Compartilhada e a Alienação Parental, devemos falar do instituto PODER FAMILIAR e os seus cotextos, para melhor compreendermos o assunto aqui abordado.
O Poder Familiar é o conjunto de direitos e deveres dos pais em relação à pessoa e aos bens de seus filhos menores e não emancipados, com a finalidade de propiciar o desenvolvimento integral de sua personalidade e promover à educação, à saúde e o bem estar da criança e adolescente.
Estes Direitos fundamentais estão assegurados pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010).
Para reforçar, o ECA, instituída na Lei 8.069/1190, em seu artigo 7º, “assegura à criança e ao Adolescente o Direito a um desenvolvimento sadio e harmonioso, bem como o Direito de serem criados e educados no seio de sua família” (sic).
Tal termo, Poder Familiar, revoga o que era utilizado antes do Código Civil de 2002, ou seja, naquela época, o termo utilizado era o PÁTRIO PODER – pois ressaltava que o Chefe de Família fosse o Varão, por causa de sua superioridade social perante a virago.
A entrada da Lei 10.406/02 – coloca em igualdade a responsabilidade do pai e da mãe na criação de suas próles, reconhecendo a entrada das mulheres no mercado de trabalho, bem como o aumento do número de homens nos trabalhos domésticos; eliminando a expressão Chefe de Família.
Nos subcapítulos a seguir, abordaremos a questão da suspensão, destituição/perda e a extinção do poder familiar.
1.1 – DA SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR
Está escrito na Lei 10.406/02, em seu artigo 1.637 a Suspensão do Poder Familiar:
“se o pai ou a mãe abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a ele inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.”
Ou seja, é a restrição do poder familiar dos pais, após uma decisão do Juiz; tendo este lapso temporal de suspensão, enquanto perdurar aos interesses dos filhos - vejamos:
O Tribunal de origem, em manifesta contradição ao teor da decisão de fls. 369-370 (e-STJ), datada de 25 de abril de 2016, na qual manteve a criança na família substituta, porquanto medida mais condizente com seus interesses, garantindo-se a proteção integral e prioritária da criança, em 16.5.2016 anulou a sentença de procedência da ação civil pública, com base em nulidade processual, determinando o envio da criança ao abrigo. (Negrito nosso).
Um exemplo de suspensão é quando constatado o emprego do filho em ocupação proibida ou contrária à moral e aos bons costumes, ou que coloquem em risco a sua saúde. Outra possibilidade para suspensão é a condenação dos pais, em virtude de crime, cuja pena exceda a dois anos de prisão. A suspensão pode ser revista e modificada pelo magistrado sempre que se alterarem o cenário e os fatos que a provocaram.
1.2 – DA DESTITUIÇÃO/PERDA DO PODER FAMILIAR
Em contrariedade ao subcapítulo anterior, a Destituição ou Perda do Poder Familiar, os genitores perdem a titularidade da guarda, em melhor modo a descrever, deles serão retirado à guarda de seus filhos – por determinação judicial.
O artigo 1638, do Código Civil nos trás um rol elencando tais possibilidades, in verbis:
Art. 1.638 - Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho; 
II - deixar o filho em abandono; 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; 
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. 
É certo pontuarmos que esta é uma questão critica de elevada complexidade na decisão do Juiz, devendo este analisar as provas e as perícias trazidas nos autos para aplicar tal determinação e, antes de entrar neste mérito, deve-se aplicar a sanção da Suspensão, conforme já trazemos em alhures – como forma de advertir os genitores para mudança de atitude.
1.3 – DA EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR
Este subcapítulo é a forma mais objetiva, pois é a perda definitiva do poder familiar.
Extingue-se nos seguintes casos:
Pela morte dos pais ou do filho;
Pela emancipação ou maioridade do filho;
Ou por decisão judicial, aplicada aos pais que submeterem suas crianças a castigos imoderados, abandono ou que praticarem atos contrários à moral e aos bons costumes, esta última conforme demonstramos no subcapítulo 1.2.
Como os genitores são os titulares do poder familiar, fica obvio trazermos que com a morte dos dois, extingue-se tais poderes e, na morte de apenas um, fica o outro genitor com as obrigações e Direitos de cuidar de seu filho menor de idade – o mesmo vale para a morte do filhos tornando inexistente tal Poder.
Serve ainda, para quando o filho torna-se maior de idade ou emancipado, pois deixa de ser considerado juridicamente incapaz e torna-se responsável por administrar sua própria vida, respondendo por seus atos.
É importante frisarmos, a questão quando tratar-se sobre adoção, pois só podem ser legalmente adotadas, as crianças cujos pais perderam ou abriram mão do poder familiar. Sem essa condição, os genitores podem reclamar seus filhos de volta de quem estiverem com eles.
CAPÍTULO II
DA ALIENAÇÃO PARENTAL
Lei da Alienação Parental é a de nº. 12.318/2010 e começaremos a falar deste importante assunto através de um julgado no TJSC, na qual descrevei abaixo:[1: http://www.nacaojuridica.com.br/2014/04/justica-retira-guarda-e-poder-familiar.html?m=1]
A 4ª Câmara de Direito Civil do TJ confirmou a perda do poder familiar de mulher acusada de influenciar negativamente o filho contra o próprio pai.
De acordo com o processo, a mãe manipulou a criança para que confirmasse abuso sexual cometido pelo pai - fato posteriormente desmentido pelo menor.
A mulher apelou da sentença, que concedeu de forma concomitante a guarda do filho aos tios paternos, e alegou que o diagnóstico acostado aos autos sobre seu suposto desequilíbrio emocional foi um equívoco.
Disse que fez a denúncia contra o ex-companheiro por excessiva preocupação em apurar a realidade dos fatos e responsabilizar eventuais culpados.
Segundo os relatórios psicológicos, a mãe não poupou a criança de exposição, além de pressioná-la constantemente para falar a “verdade”.
Não viu importância no atendimento psicológico, pois acreditava que, se não pressionasse o filho, este não falaria sobre os supostos abusos nas sessões.
O menino declarou que a presença da mãe lhe fazia mal e demonstrou ressentimento pelo fato de ter sido afastado do pai a contragosto.
Para o desembargador Luiz Fernando Boller, relator do recurso, é arriscado retirar a guarda dos tios paternos, que amenizaram a dor causada pela compulsão materna em demonstrar a ocorrência do abuso.
A guarda, acrescentou, traz benefícios ao garoto, que junto da família substituta sentiu-se acolhido e protegido.
 “As visitas devem ser estimuladas, até mesmo para possibilitar o resgate, tanto quanto possível, da relação desgastada”, completou o magistrado.
A decisão foi unânime. (Negrito e destaque nosso).
Conforme vimos na matéria registrada junto ao site da Nação Jurídica, lamentavelmente essas situações e tantas outras repetem-se, seja de qual simples modo for, mas acontece; nesse caso em tela, a mãe não satisfeita com o fim do casamento, resolveu ‘punir o ex marido’ colocando o filho do casal contra ele, sem ela mesmo saber que o prejudicado na história não é o ex companheiro, mas sim, a criança que teve de passar por tal situação. 
Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. (Artigo 2º, Lei nº 12318, 2010, art. 2º).
Mas a caracterização da AP (Alienação Parental) não está relacionada a casos extremos de litígios, mas sim em pequenas situações do dia a dia se faz isso a tornar realidade, como veremos a seguir casos hipotéticos:
“Filho, você está indo para a casa do seu pai, qualquer coisa que acontecer com você, se ele brigar ou se a mulher dele mandar em você, me liga que a mamãe vai brigar com eles, ok”?“Filho, se você passar mal na casa da mamãe, você liga para o papai que eu vou ai ti dar remédios ou ti levar no médico, tá”?
Nessas duas situações ‘normais’ e corriqueiras de nosso cotidiano, deflagramos AP sem ao menos dar-nos conta, pois, no primeiro caso, o filho sempre vai poder contar com a mamãe em caso de travessuras de sua parte, desobrigando o pai de corrigir/educar seu próprio filho, assim, ele sempre ficará amparado pela proteção da mamãe e, tudo que a criança fazer de errado (responder os mais velhos, ser mal educado, lamber o prato e etc.) deixará o pai em maus lençóis ao tentar discipliná-lo, por que sempre haverá a sombra da genitora.
Na segunda situação, deflagramos que a criança só terá o alivio da dor se o pai estiver por perto, porque o pai foi enfático ao alertar o filho que se ele adoecer, em vez de contar para a mamãe sobre sua dor, ele contará ao papai.
Como observamos essas duas situações não há má fé por parte de nenhum dos dois pais, mas sim zelos que nós trazemos aos nossos filhos. Sim, isso é Alienação Parental não intencional.
2.1 – DA ALIENAÇÃO PAREANTAL E A GUARDA COMPARTILHADA
O Professor e Psicólogo, Dr. José Inácio Parente, que também é vice-presidente da Associação de Psiquiatria e Psicologia da Infância e Adolescência – APPIA conceitua o seguinte:
“Toda criança tem o direito e a necessidade de conhecer o seu pai, não um pai condenado a um convívio limitado a visitas como se ele fosse alguém a ser evitado. Em toda separação, pai e mãe são sempre coautores e corresponsáveis. Conhecer o pai é partilhar com ele de seu cotidiano, onde os filhos possam ver e sentir sua visão de mundo, sua profissão, seu dia-a-dia, sua maneira de ver o amor e a vida." (Negrito e Sublinho nosso).
Após a leitura desse magnífico parágrafo, curto, porém cheio de sapiência, o convívio do filho com ambos os genitores, apagará de sua mente a manipulação determinado por um dos guardiões, a criança verá fisicamente e presencialmente, que seu genitor(a) não é essa malfeitoria descrito pelo outro(a), mas sim aquele que o cuida e lhe dar os amparos necessários, carinho e proteção recíproco que todos devem ter.
As estatísticas coprovam a negatividade da uniparentade da guarda, veremos:
Meninas sem um pai nas suas vidas têm 2,5 vezes mais propensão a engravidarem na adolescência;
Meninos sem um pai nas suas vidas têm 63% mais chances de fugirem de casa e 37% mais chances de utilizarem drogas;
Meninos e meninas sem pai têm duas vezes mais chances de necessitarem de cuidados profissionais para problemas emocionais ou de comportamento. (dados Mapa da violência - Crianças e Adolescentes do Brasil, 2012).
Assim, o genitor alienante utiliza-se do poder familiar de seu filho, para ferir o ex-companheiro. Como na massacrante maioria, a mãe que detêm a guarda, estas são as principais alienantes.
Nesta mesma linha de raciocínio, trazemos a observação de Roberta Palermo:
Embora ainda não haja números precisos sobre o tema, alguns dados ajudam a entender por que a mãe tem mais chance de se tornar alienadora. De acordo com as Estatísticas de Registro Civil, divulgadas em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 87,3% dos casos são elas que detêm a guarda dos filhos em casos de separação. Nesse contexto, ainda segundo o IBGE, cerca de 1/3 dos filhos perde contato com o pai, sendo privados do afeto e do convívio com o genitor ausente. (PALERMO, 2012, p. 12).
No seio familiar, através dos princípios soberanos constitucionais em relação à Pessoa Humana, devem ser efetivamente conjugada com amor, em sintonia com a CF/88, a família assume um novo conceito, onde o afeto e o amor passaram a ser determinantes na construção de um elo familiar, assim esboçamos:
[...] a família passa por importantes e sensíveis evoluções. A primeira delas é o princípio da igualdade entre os cônjuges que por via de consequência direta extingue o pátrio poder e institui o poder familiar, agora exercido pelo casal, em igualdade de condições; além de determinar que a administração do lar passa a caber a ambos. A segunda grande diferença é que a Constituição Federal determina a isonomia entre os descendentes, o que faz cessar qualquer tipo de desigualdade entre irmãos, independente da origem da filiação. Outro divisor de águas é a afetividade, a trazer como consequência o fato de que a família pós-moderna, [...], tem o propósito de impulsão para a afirmação da dignidade das pessoas de seus componentes, tratando-se de locus privilegiado, o ambiente propício, para o desenvolvimento da personalidade humana em busca da felicidade pessoal e não mais como instituição merecedora de tutela autônoma, justificada por si só, em detrimento, não raro, da proteção humana. (CABRAL, 2010). (Negrito nosso).
Em resumo ao que aqui já foi discutido e comprovado, trago a frase de brilhante Claudia Berlezi, sobre a alienação parental:
“Alienar uma criança é matar, desestruturar. Covardia não esquecida. Ignorância pura e sabida, que geram traumas, que podem durar por toda uma vida. Até a criança crescer, se tornar adulta e entender que o errado do "seu ser" era mero reflexo do ser que não foi o que deveria ser”. (Destaque nosso).
Conforme vimos, é nítida a capacidade da Guarda Compartilhada em dizimar o mau que é a Alienação Parental; o princípio do maior interesse de nossas crianças é de estar ao lado de quem os ama e os quer o bem, seus genitores!
A seguir, veremos o Capítulo III, no qual falaremos mais sobre o instituto da Guarda Compartilhada nos moldes da Lei 13.058/14.
CAPÍTULO III
DA GUARDA COMPARTILHADA
A Guarda Compartilhada é a responsabilização recíproca e o exercício de direitos e deveres da mãe e do pai que não mais residem sob o mesmo teto, que cabe ao poder familiar dos filhos comuns; já na Guarda Unilateral, esta responsabilização era atribuída a um dos genitores, na massacrante maioria, à mãe.
A Guarda Compartilhada começou a ser praticada no Brasil através da Lei 11.698/08, que alterou os artigos 1.583 e 1.584 do Código Civil, deixando a escolha do Magistrado à aplicação, sempre que possível. 
Com a entrada em vigor da Lei 13.058/14, quando não houver acordo entre o casal quanto à guarda do filho e, encontrando-se ambos os pais aptos a exercer o poder familiar, serão aplicados a Guarda Compartilhada; esta aplicação deixa de ser regra quando um dos genitores declarar que não deseja a guarda do filho. 
O compartilhamento da guarda divide o poder entre ambos os genitores, equilibrando forças e evitando comportamentos lesivos aos interesses de seus filhos, tal como propiciados a guarda única.
Já em relação à guarda uniparental, esta formação se fica limitada ao companheirismo de apenas um dos genitores, àquele que há convívio mais amplo, conquanto o outro ficasse apenas nas horas do passeio, como por exemplo: em final de semana alternado.
Nesta sintonia, Maria Berenice Dias, já fazia severas críticas aos atributos do poder familiar, uma vez que o rol do artigo 1.634, CC/02, não elenca, em sua opinião, o dever mais importante quanto aos filhos:
(...) o dever de lhes dar amor, afeto e carinho. A missão constitucional dos pais, pautada nos deveres de assistir, criar e educar os filhos menores, não se limita a vertences patrimoniais. A essência existencial do poder parental é a mais importante, que coloca em relevo afetividade responsável que liga pais e filhos, propiciada pelo encontro, pelo desvelo, enfim, pela convivência familiar.(DIAS, 2009, p. 388) grifo da autora (Destaque nosso).
Ou seja, antes mesmo da vigência da Lei 13.058/14 (da Guarda Compartilhada), já havia sérias críticas quanto à guarda desenvolvida naquela época. Maria Berenice, em 2009, já não concordava com a limitação do convívio dos filhos com os pais, quando estes estavam em vigor do casamento, e posterior ao Divórcio, vivenciasse apenas com um dos genitores, em guarda uniparental.
3.1 – DA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como é sabido, o padrão estabelecido nas Leis Brasileiras, é em conceder a Guarda Unilateralàs mães, e que dos 30 dias corridos em um mês, os pais tem em média 04 dias para ficar com seus pequeninos (dados do IBGE de 2003), esse fato é bem recordado na frase dos ilustres, Wallterstein, Lewis e Blakeslee:
 “(...) os relacionamentos dos pais são limitados pelo relógio, pois constantemente são interrompidos, contribuindo assim, com a imagem de pai ausente”. (p. 175. 2002).
São as mamães quem participa efetivamente na vida de seu filho, é ela quem dá o amor e carinho cotidiano, é ela quem o abraça quando necessário e participa integralmente na vida escolar e saúde, enquanto o pai se torna uma espécie de “visita de shopping”, aquele que aparece apenas para leva-lo ao passeio.
Neste aspecto, se contradiz ao artigo 229, Constituição Federal/88:
“os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos, e os filhos na idade adulta, tem o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.” (grifo nosso).
Ora, o texto é nítido ao descrever que OS PAIS DEVEM interagir na vida dos filhos e os filhos devem dar o feedback aos PAIS, mas como teremos essa maravilha da reciprocidade sendo que apenas um dos mentores tem total afinidade aos seus filhos?
É dai que surge aquela conhecida frase de “um pai (ou uma mãe) cuida de 10 filhos, mas 10 filhos não cuidam de 01 pai (ou uma mãe)”; fato este dar-se por motivo em que 90% dos casos de pais separados, a guarda é uniparental.
A guarda uniparental, regra antiga, está basicamente citada no livro, FAMÍLIA E DIGNIDADE HUMANA:
 “(...) a guarda uniparental é o reflexo distorcido de uma imagem em que pai e mãe deveriam ser investidos com iguais direitos e deveres em relação aos filhos comuns”.
E ainda, facilita a adesão à S.A.P., conforme já vimos alhures capítulo, e que aqui reforçamos:
“(...) A guarda uniparental possibilita que os filhos sejam usados como meio de vingança, que sejam retirados da companhia do genitor não guardião e sirvam de moeda de troca em barganhas inconfessadas e inconfessáveis”. (p. 596. IBFAM. 2006).
Isso ocorre, por exemplo, quando continuamente, um dos pais ‘implanta’, ao filho, ideias de abandono e desamor, atribuídas ao outro genitor, fazendo-se acreditar que, por conta da menor convivência com o infante, o alienado não é boa pessoa e não possui valores à altura de ser pai ou mãe.
Outro caso contra a uniparentade de guarda dar-se em omitir ao outro genitor, informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e etc.; mesmo que a guarda fique restritamente a um dos genitores, o outro permanece com direitos e responsabilidade não podendo aquele que é o detentor da guarda desautorizá-lo.
A Guarda Compartilhada é tão benéfica à humanidade, que há citações em cursos bíblicos, lá na época de Cristo e que aqui transcrevo, graças à permissão voluntaria e gentil da APASE:
“Nos relatos da Bíblia e da história, encontramos Salomão, um grande rei que recebeu de Deus sabedoria para conduzir o seu povo. 
Ponderava sobre suas decisões e fazia bom uso de sua autoridade e das leis, as quais também cumpria, pois era justo. 
Certa vez, como narram as escrituras, se viu diante de um caso inusitado, sobre o qual deveria dar seu veredicto. 
Duas mulheres se apresentavam diante dele, disputando a guarda de uma criança. Cada uma delas alegava ser a mãe do menor e pedia para si a sua tutela. 
O que fazer??? 
Uma decisão errônea iria alterar para sempre o futuro de alguém que, na disputa de ambas as partes, acabara sendo vista apenas como “objeto do direito”. 
Como na época, o DNA era ainda uma informação que pertencia apenas ao Criador, Salomão teve de usar toda a sabedoria à ele conferida para ditar a seguinte sentença: 
-“Como não conseguem chegar à um acordo, tragam uma espada e partam a criança ao meio, e dêem um pedaço à cada uma.” 
Imaginem o espanto daqueles que o cercavam ao ouvir tal declaração. Seria melhor escolher uma das duas e lhe entregar a criança. 
Porém uma das mulheres clamou que, pelo bem da criança a entregassem à outra mulher e lhe preservassem a vida. 
Diante deste fato, Salomão pôde perceber o verdadeiro amor daquela mulher, revelando-a como a verdadeira mãe, e deu à ela a posse de seu filho. 
A Justiça foi feita, já que a outra era uma impostora. 
Imaginemos então que os envolvidos fossem uma criança, sua mãe e seu...PAI? 
Isso mesmo, seu pai. 
Provavelmente não seria pedido que se cortasse a criança ao meio já que ali não havia uma parte ilegítima. 
O que fazer então??? 
Provavelmente, Salomão com toda sua sabedoria, responsabilidade e senso de justiça, decretaria que ambos deveriam zelar, prover o sustento e a educação, dando-lhe amor e respeito, fazendo o uso da qualidade de PAI e de MÃE, que lhes foram confiados em relação ao menor, já que, nem mesmo um REI poderia destituir um ou outro de sua função. 
E, o que fazer caso um dos dois, sem motivo palpável e movido pelo egoísmo, se negasse a compartilhar a guarda de seu filho com o outro genitor? 
Provavelmente a guarda seria dada àquele que compreendesse que suas diferenças não devem ser maiores que o respeito pelos sentimentos de uma criança que, pela sua fragilidade, se sentiria “partida ao meio” ao se ver OBRIGADA à escolher entre o papai ou a mamãe”. 
Esta é a essência da GUARDA COMPARTILHADA. (Grifo e destaque nosso). [2: http://www.apase.org.br/14007-salomao.htm]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de tudo que aqui foi estudado, fica mais que comprovada que o modelo de guarda compartilhada trazida na Lei 13.058/14 - é a melhor alternativa por garantir uma relação mais próxima dos filhos com ambos os genitores, possibilitando um melhor desenvolvimento, bem como a satisfação dos pais por ser a mais evidente (ao menos em longo prazo), na medida em que se dividem as responsabilidades de forma igualitária, ajudando-os a acabar com o acirramento da disputa para conquistar o amor do filho, o que acaba reduzindo os embates e o surgimento da Alienação Parental.
Vimos também, que o modelo do Pátrio Poder encontra-se extinto, visto a igualdade constitucional de Direitos e Deveres entre o marido e a mulher na participação da criação dos seus filhos, não mais justificando a ausência desta participação quando ruptura-se o relacionamento.
A atenção que os pais sempre devem ter cuidado findo o casamento que, a parte mais fraca desse delicado momento, é dos filhos. É nesta oportunidade desastroso na família que venha prejudicar a formação intelecto e efetivo deles.
Concluímos, portanto, para os dias de hoje, o modelo ideal de guarda é a compartilhada, visto que proclama a igualdade dos genitores em face de formação da prole, impõe obrigações comuns em relação à educação, desenvolvimento e o sustento e, possibilita que os filhos sejam criados e recepcionados pelo amor de ambos. 
E finalmente, ao longo dos tempos desde a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil em 1988 até o dia atual, foi-se obedecido o artigo 227 em que trata do princípio do melhor interesse da criança e adolescente e o artigo 229 do mesmo diploma, no qual certeiramente descreve que a criação dos filhos deve ser dos pais.
REFERÊNCIas
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Família e Dignidade Humana. Anais V Congresso Brasileiro de Direito de Família. IBFAM. 2006.
CURIA, Luiz Roberto; CÉSPEDES, Lívia; NICOLETTI, Juliana. Código Civil 2012. 43ª Edição. SARAIVA. 2013.
Constituição Federal/88: Atualizado em 2012.
ZAMARIOLA, Aldrin Teubl Sanches; CAMARGOS, Daniela Romano Tavares; OLIVEIRA, Glauber Vinicius Vieira. Análise da Obrigatoriedade da Guarda Compartilhada e as Repercussões nas Famílias Brasileiras, Lei 13.058/14. RT. 2012. 
SILVA, Ana Maria Milano. A Lei sobre a Guarda Compartilhada. 4ª edição. São Paulo. J.H. Mizuno, 2010.
SILVA, Denise Maria Perissini. Guarda Compartilhada e Síndrome de Alienação Parental, o que é isso? 2ª edição. Campinas. Armazém do Ipê. 2011.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8ª edição. São Paulo. Editora RT Revista dos Tribunais. 2011.http://www.cnj.jus.br/g98j. Acesso em: 29 de maio de 2016.
1 Disponível em: http://www.nacaojuridica.com.br/2014/04/justica-retira-guarda-e-poder-familiar.html?m=1. Acesso em: 23 de abril de 2016.
2 Disponível em: http://www.apase.org.br/14007-salomao.htm. Acesso em: 23 de abril de 2016.

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