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DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com CONTEÚDO: 1. Seguridade Social. 1.1 Origem e evolução legislativa no Brasil. 1.2 Conceituação. 1.3 Organização e princípios constitucionais. 2. Legislação Previdenciária. 2.1 Conteúdo, fontes, autonomia. 2.3 Aplicação das normas previdenciárias. 2.3.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração. SEGURIDADE SOCIAL ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL: Origem: Nos primórdios da sociedade até meados do século XIX, a Proteção Social era ofertada ao desabastados por sua própria família, pelo resto de sua vida. Outro mecanismo protetivo rudimentar é a assistência voluntária, quando pessoas estranhas à família auxiliam os necessitados (socorros públicos e casas de misericórdia), como no caso das casas de assistência aos idosos ou mesmo das esmolas dadas a estes nas ruas. Apesar de antigas, as proteções da família e da assistência voluntária estão presentes até os dias de hoje. Evolução: Constituição de 1824: A primeira manifestação normativa sobre assistência social veio imprimida na Constituição de 1824, preconizando a instituição dos socorros públicos (art. 179). No entanto, nada de concreto assegurava ao cidadão, não tendo maiores consequências práticas. 1835 – Criação do MONGERAL: O primeiro montepio surgiu em 22 de junho de 1835, o Montepio Geral dos Servidores do Estado (MONGERAL), funcionou através de mutualismo, ou seja, um grupo de pessoas se associou e contribuiu a fim de que fosse formado um fundo para a cobertura de determinados infortúnios, sendo a primeira entidade privada a funcionar no país. Tivemos o mutualismo como forma organizatória e como precedente precioso da Previdência Oficial (Previdência Privada). Constituição de 1891: Primeira a conter a expressão “aposentadoria” (art. 75), porém somente os servidores públicos gozavam deste direito (somente casos de invalidez), não necessitando realizar contribuições, ou seja, a prestação era custeada pelo Estado de forma integral, ainda não se verificava regra de previdência social. .......................................................................................................................................................................................... NO MUNDO: 1917: Tivemos a primeira Constituição no mundo a mencionar a expressão seguro social, a do México. .......................................................................................................................................................................................... Dec. Legislativo 4.682/1923: Em, 24/01/1923, surge o marco inicial da Previdência Social no Brasil: A LEI ELOY CHAVES (LEC). O Deputado Federal Eloy Marcondes de Miranda Chaves, a pedido dos trabalhadores ferroviários estaduais, criou para estes a Caixa de Aposentadoria e Pensão (CAP). A LEC previa que cada empresa de estradas de ferro no Brasil deveria criar e custear parcialmente a sua própria CAP em favor de seus trabalhadores. Além disso, deveria prever quais benefícios seriam concedidos e quais seriam as contribuições da empresa e dos trabalhadores para a respectiva CAP. Era Vargas (1930 em diante): Em decorrência de problemas com as CAP, o governo decidiu unificá-las em Instituto de Aposentadoria e Pensão (IAP), que não mais seriam organizadas por empresas, mas sim pela categoria profissional. CF/1934: Pela primeira vez uma carta magna nos trouxe que o custeio da previdência ocorreria de forma tríplice, com contribuição dos empregadores, dos trabalhadores e do Estado. CF/1946: Foi à primeira Constituição a adotar o termo “Previdência Social” de forma expressa em substituição a expressão “Seguridade Social”. 1960: A Lei nº 3.807 unificou toda a legislação securitária, ficando conhecida como Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). 1966: Foi publicado o Decreto-Lei nº 72 que unificou os IAPs, criando o INPS (Instituto Nacional da Previdência Social), órgão público de natureza autárquica (unificação legislativa e administrativa). DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com 1977: Com o advento da Lei nº 6.439, o governo criou o SINPAS (SISTEMA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL), unificando 07 entidades no total: DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social); IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social); FUNABEM (Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor); INPS (Instituto Nacional de Previdência Social); CEME (Central de Medicamentos); INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social); LBA (Legião Brasileira de Assistência). CF/1988: Nasce o conceito de Seguridade Social no Brasil. CONCEITUAÇÃO: Art. 194, CF: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Seguridade Social = Previdência + Assistência Social + Saúde SAÚDE – arts. 196 a 200, CF → direito de todos independente de contribuição. PREVIDÊNCIA SOCIAL – arts. 201 e 202, CF → direito de todos aqueles que contribuem para o sistema. ASSISTÊNCIA SOCIAL – arts. 203 e 204, CF → direito de todos aqueles que necessitam, independente de contribuição. 1990: Criação do INSS, que se deu pela Lei 8.029/90; FUSÃO: INPS + IAPAS = INSS 1991: Foram publicados os diplomas básicos da seguridade social: Lei 8.212/91 – Plano de Custeio da Seguridade Social; Lei 8.213/91 – Plano de Benefícios da Previdência Social. 1999: Foi criado o Regulamento da Previdência Social, através do Decreto n° 3.048, regulamentando os dispositivos presentes no PCSS e PBPS. 2005: A Lei 11.098 criou a SRP (Secretaria da Receita Previdenciária), transferindo toda a parte de fiscalização e controle das contribuições sociais do INSS para a SRP. Nesse momento o INSS deixou de cuidar da parte de custeio para tratar apenas da Parte de Benefícios. 2007: Foi publicado a Lei 11.457, sendo extinta a SRP, sendo todas as suas atribuições repassadas para a então SRF (Secretaria da Receita Federal), que a partir daquele momento passou a ser denominada Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Assim temos: RFB (Receita Federal do Brasil) – Controle, Arrecadação e Fiscalização de todas as contribuições sociais devidas à Previdência Social. – Parte de Custeio. INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) – Controle e concessão dos benefícios previdenciários. – Parte de Benefícios. ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: O Direito Previdenciário, como ramo autônomo do Direito, possui princípios próprios. Alguns princípios são exclusivos da Seguridade Social, o que revela sua autonomia didática, enquanto outros são genéricos, aplicáveis a todos os ramos do Direito, inclusive o Securitário. Para fins de prova, importante estar ligado nos princípios constitucionais (também chamados objetivos), que estão sempre presente em provas das mais diversas bancas. Vejamos: DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com CF art. 194, Parágrafo único: Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - Universalidade da cobertura e do atendimento (UCA); A universalidade da cobertura demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de proteção social da sociedade em geral, como a velhice, a maternidade, casos de doença, invalidez e morte. A universalidade do atendimento demonstra que a Seguridade Social tem como objetivo atender a todas as pessoas, pelo menos em regra. II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (UEBS); Não deve haver diferença entre trabalhadores urbanos e rurais. A prestação do benefício ou do serviço ao segurado deve ser o mesmo, independentemente de ser ele um trabalhador do campo ou da cidade. III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços (SDBS); A prestação de benefícios e serviços à sociedade não pode ser infinita. Diante disso, deve o Estado lançar mão da Seletividade para fornecer benefício e serviços em razão das condições e cada um, fazendo de certa forma uma seleção de quem será beneficiado. No que tange a Distributividade deve-se buscar a redistribuição de renda aos mais pobres e garantir o atendimento em todas as regiões do país. IV - irredutibilidade do valor dos benefícios (IRRVB); Diz respeito ao reajuste do valor pago pelo benefício, o qual deve ter seu valor atualizado de acordo com a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). É a segurança jurídica dos benefícios como forma de manter o poder aquisitivo. CF/88, art. 201, §4º. É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. V - eqüidade na forma de participação no custeio (EFPC); Segundo este princípio, pessoas com o mesmo potencial contributivo devem contribuir de forma semelhante, enquanto que pessoas com menor potencial contributivo devem contribuir com valores menores. VI - diversidade da base de financiamento (DBF); A base de financiamento deve ser a mais ampla possível. CF/88, art. 195, §4º. A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (DDQ). Esse princípio visa à participação da sociedade, em geral, na gestão da Seguridade social. Com atuação de participantes dos trabalhadores, empregadores, aposentados/pensionistas e do governo, nos órgãos colegiados que representam a Saúde, Previdência Social e Assistência Social. Consequência da necessidade de Gestão quadripartite, temos o surgimento do CNPS: CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (CNPS): O Conselho Nacional de Previdência Social é órgão superior de deliberação colegiada, tem como principal objetivo estabelecer o caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. Composição: 15 membros: I – 06 representantes do governo federal; II – 09 representantes da sociedade civil, sendo: a) 03 representantes dos aposentados e pensionistas; b) 03 representantes dos trabalhadores em atividade; c) 03 representantes dos empregadores. DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com Regras importantes para a prova sobre o CNPS: 1 – Os membros da sociedade civil e seus respectivos suplentes, serão indicados pelas Centrais Sindicais e pelas Confederações Nacionais, no entanto, os 15 membros serão (mais os suplentes) nomeados pelo Presidente da República; 2 – Os representantes titulares da sociedade civil são garantidos por um mandado de 02 anos, com apenas uma recondução consecutiva por igual período; 3 – O CNPS será presidido pelo Ministro de Estado da Previdência Social; 4 – As reuniões ordinárias do CNPS ocorrerão 01 vez por mês, por convocação de seu Presidente, podendo ser adiada em no máximo 15 dias, se houver requerimento da maioria dos conselheiros (08 membros) nesse sentido (maioria absoluta); 5 – As reuniões extraordinárias poderão ser convocadas pelo Presidente ou por requerimento de 1/3 dos conselheiros; 6 – As reuniões do Conselho serão iniciadas com a presença da maioria absoluta de seus conselheiros, sendo exigida a deliberação pela maioria simples dos membros presentes; 7 – As ausências ao trabalho serão abonadas; 8 – Os membros e suplentes gozam de estabilidade provisória no emprego, da nomeação até 01 ano após o término do mandato, só podendo ser dispensado por motivo de falta grave, regularmente comprovada mediante processo judicial; 9 – Compete aos Órgãos Governamentais encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima de 02 meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta orçamentária da Previdência Social, devidamente detalhada. OUTROS PRINCÍPIOS DE VITAL IMPORTÂNCIA: 1 – SOLIDARIEDADE (art. 3º, I, CF): Traduz o verdadeiro espírito da previdência social, que visa à proteção coletiva, na qual as pequenas contribuições individuais geram recursos suficientes para a criação de um manto protetor sobre todos, viabilizando a concessão de prestações previdenciárias em decorrência de eventos preestabelecidos. A solidariedade impede a adoção de um sistema de capitalização pura em todos os segmentos da previdência social, em especial no que diz respeito aos benefícios não programados, pois o mais afortunado deve contribuir com mais, tendo em vista escassez de recursos e contribuições de outros. 2 – CONTRAPARTIDA (PRÉ-EXISTÊNCIA DE CUSTEIO): Nenhum benefício poderá ser criado, majorado ou estendido sem a fonte de custeio prévio. Este princípio visa o equilíbrio atuarial e financeiro do sistema securitário. O benefício demanda o custeio, assim como a contribuição exige algum benefício. Art. 195, §5º, CF - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 3 – PROGRESSIVIDADE DAS CONTRIBUIÇÕES: Estabelecimento de alíquotas ou base de cálculos diferenciados para as contribuições da Seguridade Social das empresas ou entidades a elas equiparadas em função da: atividade econômica, utilização de mão de obra intensiva, porte da empresa e condição estrutural do mercado. Art. 195, §9º, CF - As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo (da empresa ou entidades equiparadas) poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de- obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 4 – NOVENTENA (ANTERIORIDADE NONAGESIMAL MITIGADA): As contribuições sociais para a Seguridade Social só poderão ser exigidas depois de decorridos 90 dias da data de promulgação da lei que as houver instituído ou modificado. Art. 195, §6º, CF - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas depois de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIACurso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA: COMPETÊNCIA: Art. 22, CF – Compete privativamente à UNIÃO legislar sobre: XXIII – seguridade social; * Competência privativa pode ser delegada por lei complementar. Art. 24, CF – Compete à União, aos Estados e ao DF legislar concorrentemente sobre: XII – previdência social, proteção e defesa da saúde. LOGO: Competência Privativa → Seguridade Social. Competência Concorrente → Previdência Social e Saúde. TIPOS DE REGIME PREVIDENCIÁRIO: RGPS = CLT + EMPREGADOS PÚBLICOS RPPS = SERVIDORES PÚBLICOS (U, E, DF, MUN) REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR = FACULTATIVO PARA TODOS. CONTEÚDO, FONTES E AUTONOMIA: CONTEÚDO: Legislação previdenciária é o conjunto de leis e atos administrativos referentes ao funcionamento do sistema securitário. Este complexo de normas jurídicas costuma ter relações com toda a seguridade social, ou seja, previdência social, assistência social e saúde. Daí vem à relevância da legislação previdenciária, como sistema composto por leis, decretos, portarias, pareceres, instruções normativas etc. FONTES: Qualquer fonte de Direito, na acepção formal, inclusive na área securitária, decorre de uma estrutura de poder, a qual traz a necessária garantia de cumprimento de determinada norma imposta à sociedade. Sobre o tema temos as seguintes classificações: a) Fontes materiais do direito: são todos os atos e fatos humanos que inspiram a criação e o conteúdo dos atos normativos (fontes formais do direito). b) Fontes formais do direito: os atos normativos e as jurisprudências produzidas pelo Poder Público, em razão das Fontes Materiais. c) Fontes primárias (principais): é a lei em sentido estrito. Ex.: CF, Lei complementar e Lei Ordinária. d) Fontes secundárias (complementares): são instrumentos utilizados para explicar as fontes primárias. Ex.: Decretos, Portarias e Instruções Normativas. AUTONOMIA: Para alguns, o surgimento do Direito Previdenciário veio a partir de segmentação do Direito Administrativo, devido à organização estatal da proteção social, enquanto outros o consideram como evolução do Direito do Trabalho, devido ao fato de trazer normas referentes à relação entre patrões e trabalhadores, incluindo aí preceitos de ordem previdenciária. A autonomia do Direito Previdenciário é consequência do conjunto de princípios jurídicos próprios deste ramo, além do complexo de normas aplicáveis a este segmento. Pode-se, ainda, encontrar conceitos jurídicos exclusivos do Direito Previdenciário, como, por exemplo, o salário-de-benefício ou o salário-de-contribuição, os quais são estranhos a outros ramos do Direito. DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS: VIGÊNCIA, HIERARQUIA, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO: VIGÊNCIA: Diz respeito à sua existência jurídica em determinado momento. Em geral, a vigência da lei previdenciária não difere das demais leis, que, salvo, disposição em contrário, começam a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicadas (art. 1º da LINDB). *Exceções: princípio da anterioridade nonagesimal mitigada e leis que estabelecem períodos de transição. HIERARQUIA: A hierarquia das normas é a ordem de graduação entre estas, segundo uma escala decrescente, na qual a norma superior é substrato de validade da norma inferior. A legislação previdenciária é submetida a esta mesma hierarquia, prevalecendo às normas constitucionais em detrimento das legais e estas, em detrimento das normas complementares. A princípio, não há hierarquia entre as duas leis básicas da previdência (Leis 8.212 e 8.213), cabendo algumas regras de preferência em caso de conflito de normas: norma específica prevalece sobre a genérica e o in dúbio pro misero. INTERPRETAÇÃO: Visa a determinar o sentido e a abrangência das normas jurídicas, de modo que seu aplicador alcance a correta mens legis. Vejamos as principais formas de interpretação: a) Gramatical ou Literal: deve prevalecer o significado literal das palavras utilizadas pelo legislador. b) Finalística ou Teleológica: será aplicada a legislação que atenda o fim almejado pelo legislador. É dado destaque ao objetivo a ser alcançado. c) Sistemática: é analisada de acordo com o sistema em que está inserida. Será feito um estudo de todas as normas que tratam daquele mesmo assunto. d) Histórica: busca conhecer e entender o que pensava o legislador na época da edição da lei. Quais os objetivos e motivos alegados na época. e) Autêntica: feita por quem editou a lei inicialmente, usada para tirar dúvidas, disciplinar o alcance da lei. f) Restritiva ou Limitativa: o intérprete busca a mais correta interpretação a ser aplicada, pois neste caso o legislador dispôs além do que era necessário. g) Extensiva: neste caso o texto é restrito, o legislador disse menos do que se esperava, exigirá uma análise ampla. INTEGRAÇÃO: Visa o preenchimento de lacunas do ordenamento jurídico, buscando a solução adequada para a lide. Técnicas de integração: A) Analogia: busca-se a opção que seria feita pelo legislador, baseando-se em previsões análogas, existentes no ordenamento jurídico. Em suma, previsões similares. B) Equidade: é a aplicação da justiça social. C) Costumes: são práticas reiteradas, de longa data, pela sociedade e aceitas como corretas. D) Princípios Gerais do Direito: fornecem as principais diretrizes do ordenamento jurídico, responsáveis pela fundação de toda a construção jurídica. DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com TREINAMENTO 1 - (CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados) Com relação à evolução histórica e à organização institucional da previdência social, julgue o item a seguir. A Constituição Federal de 1934 inovou a ordem constitucional brasileira no que se refere à fonte do custeio previdenciário, que passou a ser tríplice, provinda de contribuições do Estado, do trabalhador e do empregador. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2 - (CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados) Com relação à evolução histórica e à organização institucional da previdência social, julgue o item a seguir. A Constituição de Weimar, de 1919, foi o primeiro diploma legal de magnitude constitucional em que se tratou de tema previdenciário. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3 - (CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados) Embora a Lei Eloy Chaves, de 1923, seja considerada, na doutrina majoritária, o marco da previdência social no Brasil, apenas em 1960, com a aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social, houve a uniformização do regramento de concessão dos benefícios pelos diversos institutos de aposentadoria e pensão então existentes. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4 - (CESPE – 2013 – TRT 10ª Região) O princípio do caráter democrático da administração da seguridade social preconiza que sua gestão será quadripartite, com a participação da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5 - (CESPE – 2010 – TRT 21ª Região) Em relação à história da previdência no Brasil, julgue os itens que se seguem. Com a criação do Instituto Nacionaldo Seguro Social, foram unificados, nesse instituto, todos os órgãos estaduais de previdência social. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6 - (CESPE – 2010 – DETRAN-ES) A Lei n.º 3.807/1960, conhecida como Lei Orgânica da Previdência Social, notabilizou-se por ter uniformizado a legislação previdenciária dos diversos institutos de aposentadoria e pensão. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7 - (CESPE – 2010 – TRT 21ª Região) A previdência social, por seu caráter necessariamente contributivo, não está inserida no sistema constitucional da seguridade social. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8 - (CESPE – 2010 – TCE/BA) Na evolução da previdência social brasileira, o modelo dos institutos de aposentadoria e pensão, que abrangiam determinadas categorias profissionais, foi posteriormente substituído pelo modelo das caixas de aposentadoria e pensão, que eram criadas na estrutura de cada empresa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 9 - (CESPE – 2010 – DPU) Em relação aos institutos de direito previdenciário, julgue os itens que se seguem. A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 4.682/1923), considerada o marco da Previdência Social no Brasil, criou as caixas de aposentadoria e pensões das empresas de estradas de ferro, sendo esse sistema mantido e administrado pelo Estado. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10 - (CESPE – 2008 – INSS) A fusão da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciária centralizou em apenas um órgão a arrecadação da maioria dos tributos federais. Contudo, a fiscalização e a arrecadação das contribuições sociais destinadas aos chamados terceiros SESC, SENAC, SESI, SENAI e outros permanecem a cargo do INSS. ( ) CERTO ( ) ERRADO 11 - (CESPE – 2008 – INSS) O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal atualmente vinculada ao Ministério da Previdência Social, surgiu, em 1990, como resultado da fusão do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS). ( ) CERTO ( ) ERRADO 12- (CESPE – 2015 - TRF 5ª Região/Juiz Federal) Considerando que, no âmbito do direito previdenciário, os princípios se confundem com os objetivos da seguridade social, assinale a opção correta. a) A distributividade na prestação dos serviços visa evitar, entre outros efeitos, a concentração de atendimento em certas regiões do país em detrimento de outras. b) Historicamente, a irredutibilidade do valor dos benefícios tem sido adotada tanto em seu sentido real quanto nominal. c) A universalidade de cobertura restringe-se ao aspecto objetivo da seguridade social, ao passo que a universalidade de atendimento, ao aspecto subjetivo. d) A equivalência dos benefícios e serviços prestados às populações urbanas e rurais deve ser entendida com relatividade, admitindo-se, no âmbito principiológico, diferenciações decorrentes da relevância de uns trabalhadores sobre outros. e) O princípio da seletividade evidencia as diferenças que podem ser admitidas no tratamento entre beneficiários de um mesmo regime. DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com 13 - (CESPE – 2014 – TC/DF) Com relação à origem, à evolução legislativa, aos princípios constitucionais e à organização da seguridade social no Brasil, julgue o próximo item. A seguridade social rege-se pelo princípio constitucional da solidariedade, segundo o qual nenhum benefício poderá ser criado sem a correspondente fonte de custeio total. ( ) CERTO ( ) ERRADO 14 - (CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados) Acerca da seguridade social, julgue o item que se segue. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, tendo entre seus objetivos a universalidade da cobertura e do atendimento bem como a uniformidade e a equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. ( ) CERTO ( ) ERRADO 15 (CESPE – 2013 – TC/DF) Uma norma legal que apenas altere o prazo de recolhimento das contribuições sociais destinadas à previdência social não se sujeitará ao princípio da anterioridade. ( ) CERTO ( ) ERRADO 16 - (CESPE – 2010 – TCE/BA) O princípio constitucional que estabelece a uniformidade e a equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais representou um avanço na proteção social do trabalhador rural, que, até a CF, era mais restrita quando comparada à do trabalhador urbano. ( ) CERTO ( ) ERRADO 17 - (CESPE – 2008 – PGE/ES) A administração da seguridade social possui caráter democrático mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados. ( ) CERTO ( ) ERRADO 18 - (CESPE – 2008 – PGE/ES) O princípio da distributividade na prestação de benefícios e serviços tem sua expressão maior na área de saúde, dado o amplo alcance conferido pela intensa utilização do Sistema Único de Saúde. ( ) CERTO ( ) ERRADO 19 - (CESPE – 2008 – INSS) Um dos objetivos da seguridade social é a universalidade da cobertura e do atendimento, meta cumprida em relação à assistência social e à saúde, mas não à previdência. ( ) CERTO ( ) ERRADO 20 - (CESPE – 2014 – TC/DF) Com relação à origem, à evolução legislativa, aos princípios constitucionais e à organização da seguridade social no Brasil, julgue o próximo item. A seguridade social é organizada sob a forma de regime geral único, gerido pelo INSS, de caráter contributivo, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. ( ) CERTO ( ) ERRADO 21 - (CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados) Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue. Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como parte de um todo. ( ) CERTO ( ) ERRADO 22 - (CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados) Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue. A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição contrária, entra em vigor quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. ( ) CERTO ( ) ERRADO 23 - (CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados) Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue. As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991. ( ) CERTO ( ) ERRADO 24 - (CESPE – 2008 – INSS) Pelo fato de serem concedidos independentemente de contribuição, os benefícios e serviços prestados na área de assistência social prescindem da respectiva fonte de custeio prévio. ( ) CERTO ( ) ERRADO 25 - (CESPE – 2008 – INSS) A importância da proteção social justifica a ampla diversidade da base de financiamento da seguridade social. Com o objetivo de expandir ou de garantir a seguridade social, a lei poderá instituir outras fontes de financiamento, deacordo com o texto constitucional. ( ) CERTO ( ) ERRADO DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com 26 - (CESPE – 2008 – DPE) No regime de distribuição de competências legislativas promovido pela Constituição Federal, a seguridade social e, especificamente, a previdência social incluem-se entre as competências privativas da União. ( ) CERTO ( ) ERRADO 27 - (CESPE – 2007 – AGU) No regime de distribuição de competências legislativas promovido pela Constituição Federal, a seguridade social e, especificamente, a previdência social incluem-se entre as competências privativas da União. ( ) CERTO ( ) ERRADO 28 - (CESPE – 2003 – AFPS) A equidade na forma de participação do custeio, como princípio da Previdência Social, é diretriz dirigida ao legislador ordinário e corolário do princípio da solidariedade, procura estabelecer normas que ajustem a capacidade contributiva dos segurados, podendo, inclusive, variar alíquotas ou diferenciar bases de cálculo em razão da atividade econômica ou da utilização de mão de obra. ( ) CERTO ( ) ERRADO 29 - (CESPE – INSS – Adaptada) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, tendo entre seus objetivos a universalidade da cobertura e do atendimento bem como a uniformidade e a equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. ( ) CERTO ( ) ERRADO 30 - (CESPE – INSS – Adaptada) Embora a Constituição Federal de 1988 (CF) arrole entre os objetivos da organização da seguridade social o caráter democrático da administração, sua gestão está a cargo exclusivamente do governo federal. ( ) CERTO ( ) ERRADO DICAS DO CARVALHO Material: CRISTIANO CARVALHO Disciplina: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Curso: INSS Data: 09/01/2016 AULA 01 Dicas do Carvalho CRISTIANO CARVALHO E-mail: dicasdocarvalho@gmail.com GABARITO 1 – C 26 – E 2 – E 27 – E 3 – C 28 – E 4 – E 29 – C 5 – E 30 – E 6 – C 7 – E 8 – E 9 – E 10 – E 11 – E 12 – A 13 – E 14 – C 15 – C 16 – C 17 – C 18 – E 19 – E 20 – E 21 – E 22 – C 23 – C 24 – E 25 – C
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