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30/05/2016 Revisão para AV2 Direito Constitucional I Classificação das constituições Quanto à forma Escrita (orgânica) É aquela que está reunida em um único texto, como todas as Constituições brasileiras desde 1824. Não escrita consuetudinária ou costumeira (inorgânica) Nesta hipótese as normas não são reunidas em um documento, não são codificadas em um texto solene. Estão previstas em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções. O Exemplo mais famoso é a Constituição inglesa que, além dos costumes, possui diversos atos normativos de essência constitucional (Habeas corpus act/1679, Bill of Rights/1689, Act of Settlement/1701, dentre outros). Entretanto, exemplos nem tão comuns são o Estado de Israel e a Nova Zelândia que, assim como a Inglaterra, são constitucionalmente regidos por um conjunto de estatutos. Quanto ao tamanho Analítica, inchada, ampla, minuciosa, detalhista, desenvolvida ou prolixa Não se atém aos aspectos fundamentais, dispõe sobre diversos outros assuntos ou até mesmo dispondo demasiadamente sobre aspectos políticos, devido sua extensão, contém normas que não são materialmente constitucionais. Exemplo: Constituição do Brasil de 1988 e a Constituição da indiana de 1950. Sintética, breve, sumária, básica ou concisa Dispõe sobre aspectos fundamentais de organização do Estado em poucos artigos. Exemplo: Constituição norte-americana Quanto ao conteúdo Formal Abrange todas as normas jurídicas que tem como fonte o poder constituinte, gozando da prerrogativa de supremacia perante as outras normas jurídicas. Material, real, substancial ou de conteúdo É aquela que trata especificamente sobre divisão do poder político, distribuição de competência e direitos fundamentais. Quanto ao modo de elaboração Dogmática Se materializam em um único momento, agregando ao texto constitucional os valores políticos e ideológicos predominantes de um dado momento histórico. Histórica São fruto de lenta evolução histórica, representa a síntese da evolução da sociedade, engloba costumes, precedentes, convenções, jurisprudências e textos esparsos, como na Constituição inglesa. Quanto a dogmática Eclética, pragmática, utilitária ou compromissória Formada por diferentes ideologias conciliatórias. Dentre as quais podemos citar a Constituição brasileira de 1988, que teve a aprovação do sistema de governo (presidencialismo) com 344 votos a favor e 212 contra. Ortodoxa ou ideológica Quando formada por uma única ideologia, exemplo: Constituição soviética de 1936 e Constituição brasileira de 1937. Quanto a origem Promulgada, democrática, popular ou votada Elaboradas pela Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes legitimamente eleitos pelo povo, com a finalidade de sua elaboração. Exemplo: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946,1988. Outorgada Elaboradas sem a participação popular, estas são impostas pelo poder da época. Exemplo: Constituição de 1824, (outorgada pelo Imperador Dom Pedro I), a Constituição de 1937 (imposta por Getúlio Vargas), A Carta Política de 1967 (instituída pelo regime militar) e Emenda Constitucional nº 1/69 que alterou substancialmente a Constituição de 1967 (outorgada por uma junta militar). Pactuada Formada por um compromisso instável de duas forças políticas rivais. Exemplo: as Constituições francesa de 1791, da Espanha de 1845 e 1876, Constituição da Grécia de 1844. Cesarista (o povo não participa da criação, mas sim do referendo) Formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um imperador (plebiscito napoleônico) ou por um ditador (plebiscito de Pinochet, no Chile). A participação popular, neste caso, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder. Quanto a estabilidade Rígida Só poderão ser alteradas atendendo a um processo mais rigoroso que as normas infraconstitucionais. Exemplo: art.60, §2 CRFB/88, Suíça, Dinamarca, Austrália, E.U.A. Da Emenda à Constituição Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em Dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Flexível ou Plástica Não exigem nenhum procedimento especial para sua alteração, podendo ser alterada pelo processo legislativo ordinário, eventuais colisões entre normas constitucionais e normas legais são solucionadas pelo critério cronológico, v.g. Constituição da França, Noruega e da Itália de 1848. Semi-rígida ou semi-flexíveis Contém uma parte flexível e outra rígida, assim, alguns dispositivos exigem procedimento especial para alteração, outros não v.g. Constituição brasileira de 1824 Imutável ou Pétrea Essa denominação criada por Hans Kelsen, significa afirmar que estas seriam Constituições que não admitem alteração alguma, nem mesmo por processo solene. Silenciosa Transitoriamente imutável Transitoriamente flexível Quanto a legitimidade e efetividade Normativa Tem legitimidade e efetividade. São as Cartas políticas que conseguem estar alinhadas com a realidade política, como a Constituição de 1988. Nominal Tem legitimidade sem efetividade Embora tenham sido criadas com o intuito de regulamentar a vida política do Estado, não conseguem implementar este papel, pois estão em descompasso com a realidade política, tal qual aconteceu com as Cartas Políticas brasileiras de 1824 e 1934. Semântica Tem efetividade mas sem legitimidade Não tem por fim regular a vida política do Estado, buscam somente formalizar e manter o poder político vigente, como as Constituições de 1937, 1967/69. Quanto ao papel do legislador infraconstitucional Constituição fundamento Constituição moldura Constituição lei (Virgílio Afonso) Quanto ao sistema Principiológico Trabalha com conceitos abrangentes, plásticos. Nela há predominância de princípios, sendo, assim, necessária a ação concretizadora do legislador ordinário. Exemplo: CRFB/88. Preceitual Conceitos menos flexíveis, preceitos fechados. Nesta prevalecem as regras. Exemplo: Constituição mexicana Constituição relativamente pétrea ou super-rígida – Esta, além de exigir quorum diferenciado para sua modificação, é, em alguns pontos, imutável. Para os que seguem esta posição seria o caso da Constituição brasileira de 1988 em razão do art.60, §4. Quanto a função Provisória Definitiva Quanto a finalidade Garantia Garantia de direitos fundamentais. É a Constituição que tem pôr fim a limitação do poder estatal. É a chamada Constituiçãonegativa, porque estabelece limites sobre a atuação do Estado na vida do cidadão, um “non facere”. Exemplo: Constituição dos E.U.A. Dirigente, plano, diretiva, programática, ideológico-programática, positiva, doutrinal ou prospectiva Que estabelece os rumos do país e os direitos fundamentais. Além de estruturar e delimitar o poder do Estado, prevê um plano de metas e programas a serem atingidos pelo Estado. Este tipo de Constituição é recheada de normas programáticas, carecendo da atuação do legislador para torná-la efetiva, o que, para muitos, é temeroso. A título de exemplo, a Constituição de 1988, que é dirigente, possui diversos dispositivos programáticos, sendo o mais emblemático o art. 3 onde prevê desenvolvimento nacional, diminuição das desigualdades sociais, dentre outras previsões. Outras classificações Quanto ao objeto ou ideologia Constituição liberal ou negativa – É exteriorização do triunfo da ideologia burguesa do século XVIII, onde tinha por objetivo a não intervenção do Estado v.g. não há previsão sobre ordem econômica. : Constituição social ou positiva – Correspondem a momento posterior da evolução do constitucionalismo, em que passou a se exigir a intervenção do Estado atuando de forma positiva, como implementação dos direitos sociais e da ordem econômica. Outras classificações de constituição Hétero constituição, constituição elaborada fora, em casos de guerra. São transitórias. Auto constituição, constituição elaborada no próprio país. Constituição dúctil, ela pretende ser o caminho na busca das realizações individuais, o bem estar social. Constituição originária – são as que apresentam um princípio político novo. e.g. Constituição americana ao instituir o federalismo. Constituição-balanço – Registra o estágio onde se encontra as relações de poder no Estado. A constituição registra a ordem política econômica e social existente, refletindo a luta de classes no Estado. A Constituição soviética adotava este modelo, a cada novo estágio rumo a construção do comunismo, uma nova Constituição era promulgada, por isso a URSS possuiu Constituições em 1924, 1936, 1977. Constituição derivada – são as que não apresentam princípio político novo e sim reproduções das Constituições anteriores. Constituição Expansiva – São as que, além de manter temas já consolidados socialmente, os estende e ainda abordam novos temas, não previstos nas Constituições anteriores. Constituição plástica - sofrem mutações, mudando sua concepção. Constituição Brasileira é plástica e rígida ao mesmo tempo, podendo mudar a interpretação de forma mais simples e mudar a parte escrita por um processo mais dificultoso, solene. Constituição plástica Tem quem utilize essa denominação como sinônimo de Constituição flexível, porém, melhor entendermos Constituição plástica na qual há grande quantidade de normas abertas, ficando com o legislador ordinário a função de mediar a melhor forma de materialização das normas constitucionais, possibilitando, assim, uma maior “elasticidade” ao texto constitucional, permitindo que siga as oscilações populares, atendendo aos anseios de Ferdinad Lassale. Poder constituinte - artigo 60 Titular o povo Exercício, pelos representantes. O poder constituinte é um poder de fato, pois não existe um regramento específico e normativo para fins de exercício desse poder. O poder só é exercido quando há, factualmente, a necessidade de se adequar uma nova realidade social e novos valores com o que está disposto e juridicamente disciplinado na constituição. Entretanto, a consequência do exercício desse poder será jurídica, pois se materializará na constituição. A convocação para o exercício do poder constituinte se dá, via de regra, por meio da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Originário O poder constituinte originário é o poder constituinte que tem a capacidade de criar uma constituição, documento que organiza juridicamente um Estado. A constituição é um documento jurídico normativo que fará nascer um novo Estado do ponto de vista jurídico-formal. Cria o estado, é inicial, originário, soberano, extraordinário, ilimitado, incondicionada, inalienável... . Teoria positivista Defendida pelo STF . Teoria jusnaturalista Contraria que acredita que o poder constituinte está limitado pelos direito naturais. Classificação da Constituição Brasileira. A Carta Magna de 1988 é formal, escrita, dogmática, social, rígida (ou super rígida), democrática, dirigente, principiológica, analítica, eclética, normativa, originária, plástica e expansiva. Originário histórico (ou fundacional) Será aquele que cria a primeira constituição do Estado, no caso do Brasil efetivou-se com a elaboração da Constituição Imperial de 1824. Derivado Criado pelo originário, secundário, subordinado, limitado, condicionado... . Reformador art. 60 Apresenta limitações formais, materiais e circunstanciais. O poder constituinte derivado reformador estabelece a via ordinária de alteração da constituição, tendo caráter pontual e específico, tratando de temas particulares do texto constitucional, em obediência aos limites impostos na própria constituição. A reforma se faz por meio de ‘emendas constitucionais’. Subseção II Da Emenda à Constituição Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, e dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos do respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. O Poder Constituinte Derivado Reformador possui limitações formais que se dividem em limitações subjetivas e objetivas. As limitações formais subjetivas tratam de “quem” pode propor um Projeto de Emenda Constitucional (PEC). São 3 os legitimados para propor uma ‘PEC’: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando- se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. As limitações formais objetivas tratam das outras condições que a constituição impõe para permitir a mudança de seu texto, por meio de emendas constitucionais. . Revisor art. 3º ADCT Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. . Decorrente art. 25, cria constituições estaduais, esse poder pode ser inicial ou reformador. O poder constituinte derivado decorrenteé o poder outorgado aos entes estaduais da federação de editarem as suas próprias constituições. Nas federações há mais de um poder constituinte, pela existência do poder constituinte decorrente. O federalismo brasileiro, por ter características próprias, determina que os entes federativos brasileiros não tenham a mesma liberdade do federalismo estadunidense. Os estados- membros podem editar suas próprias constituições, mas o poder constituinte decorrente é limitado a obedecer os ditames e estar de acordo com a Constituição da República. CF CAPÍTULO III DOS ESTADOS FEDERADOS Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Difuso – mutação constitucional, a possibilidade de trazer uma nova interpretação, trabalha com a mutação constitucional. Supranacional – Criação de uma constituição para mais de um estado. Existe uma corrente (historiadores e sociólogos) que acredita que no futuro, surgiram novos impérios, estados com algo em comum que os levará a uma união sob uma mesma constituição. CF Subseção II Da Emenda à Constituição Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Aplicabilidade Plena As normas constitucionais de eficácia plena têm a possibilidade de produzir efeitos desde o momento em que são editadas e entram em vigor, pois não dependem de outras normas para serem efetivadas. Elas já são completas e estão aptas a serem seguidas de imediato. Contida Aplicabilidade direta e imediata, mas podem sofrer restrições para ser aplicadas ao indivíduo. Através de uma lei e pela própria constituição e seus princípios. As normas de eficácia contida poderão ser restritas: • pelo legislador infraconstitucional. (Ex.: art. 5º, VIII; art. 5º, XIII; art. 37, I da Constituição de 1988); • por outras normas constitucionais. (Ex.: arts. 136 a 141 da Constituição de 1988); • por conceitos jurídicos consagrados na doutrina e na jurisprudência. (Ex.: conceito de ordem pública na aplicação do art. 5º, XXV da Constituição de 1988). Limitada As normas constitucionais de eficácia limitada são o oposto das normas de eficácia plena, pois, no momento de entrada em vigor do texto constitucional, não possuem a possibilidade de serem aplicadas, por dependerem de regulação específica do legislador ordinário para serem regulamentadas. De aplicabilidade indireta e mediata, podendo ser programáticas ou princípios institucionalizadores. . Programática Normas complementares (uma lei regulamentadora), o Artigo 1º depende de um projeto de ação para que a lei constitucional atinja seu intento. Tratam de programas institucionais a serem cumpridos pelo governo em prol do interesse social. Ex.: Art. 6o (direito à alimentação, art. 196 (direito à saúde) etc. . Princípios institucionalizadores Criar a defensoria pública, depende de uma lei criando instituições para se atingir o objetivo. Nas quais o legislador constituinte indica que é necessária a estruturação posterior do órgão estatal, previsto na constituição, por atuação do legislador ordinário. As normas de princípio institutivo podem ser impositivas (obrigatórias) ou facultativas. Ex.: Art. 33: “a lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios” (art. 33). Recepção O que não houver conflito material, é recepcionado pela nova constituição, como infra constitucional. Em regra, no Brasil, a nova constituição opera uma total revogação da constituição anterior e, nesse sentido, as leis infraconstitucionais, existentes no Estado, ficam sem base de validade. Na medida em que as leis são utilizadas pelos juristas, elas passam, paulatinamente, por uma análise detalhada de questionamento de sua validade, diante do novo padrão de validade estabelecido pela nova constituição. Assim, as normas infraconstitucionais, que não estiverem de acordo com a nova constituição, serão revogadas, e as que estiverem de acordo serão recepcionadas. A recepção e a revogação poderão ser totais, quando se recepciona toda a lei, ou parciais, quando somente parte da lei mantém sua validade. Constitucionalismo Sempre ouve uma constituição? A quem creia que desde a antiguidade. O Constitucionalismo é o movimento social, jurídico e político que tem como principal característica a limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto constitucional, com o objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. Era Medieval – Império romano se rompe e surgem os impérios feudais. O comércio recua e a a existência de uma religião oficial e dois poderes, do bispado e dos senhores feudais. Surgem os burgos, manufaturas. Nova classe social baseada no modelo económico. O burguês surge com uma nova ordem econômica, a escravidão não é mais um bom negócio. Então a religião é afastada do poder, iniciam-se às guerras religiosas e surge o monarca. Na Idade Média, o grande marco do Constitucionalismo foi a Magna Carta de 1215, assinada pelo rei inglês João I, mais conhecido como João sem terra. O nome é peculiar, mas o rei ficou assim apelidado por não ter recebido nenhuma herança territorial de seu pai. Moderno – absolutista Democracia, separação dos poderes, presidencialismo/parlamentarismo, liberalismo O estado liberal. (Tratamento igual aos iguais e desigual mediante as desigualdades) A constituição garante os direitos fundamentais limitando o poder do estado, organizando a sociedade. Direitos fundamentais x direitos naturais Naturais nascem comigo: liberdades, igualdade etc. Declaração de direitos, Virgínia e da França, Fundamentais é o direito natural posto em uma norma. Foi somente no século XVII que os direitos previstos na Magna Carta começaram a ser respeitados, quando alguns documentos elaborados na Inglaterra começaram a reafirmar os direitosprevistos anteriormente. Os principais documentos criados para a efetivação dos direitos foram o Petition of Rights (1628), o Habeas Corpus Act (1679), o Bill of Rights (1689) e o Act of Settlement (1701). No século XVIII, dois documentos mudaram a história do Constitucionalismo: a Constituição Norte Americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1791. No meio dessas duas constituições, a Revolução Francesa em 1789 reforçou o movimento constitucionalista. Por influência dessas duas constituições e dos ideais da Revolução Francesa, o Constitucionalismo se espalhou por toda a Europa e cada monarquia foi caindo por terra. Em decorrência dessa influência, foram elaboradas várias constituições, como a Primeira Constituição Espanhola de 1812 e a Primeira Constituição de Portugal de 1822. No Brasil, em 1824, foi elaborada a Primeira Constituição brasileira, outorgada por Dom Pedro I. Dom Pedro I sabia que a única forma de se legitimar no poder era por meio de uma constituição. O Constitucionalismo na contemporaneidade recebe o nome de Neoconstitucionalismo, sendo fruto de uma série de princípios constitucionais do século XX. Antes de se abordar de forma específica o Neoconstitucionalismo, é importante tratar de alguns constitucionalismos que o precedem. O Constitucionalismo Social é o movimento que passou a prever na constituição os direitos sociais, como por exemplo, o direito à saúde, à educação, à moradia, à alimentação, dentre outros. O Constitucionalismo Social surge na Constituição de México de 1917, mas se torna mais conhecido com a Constituição de Weimar (alemã) de 1919. Antes do Constitucionalismo Social, tinha-se a previsão somente de direitos individuais, em uma perspectiva liberal de defesa de direitos. No Estado Liberal, o indivíduo tinha seus direitos individuais e o Estado não interferia nas relações privadas, ou seja, as pessoas se viravam na luta pela sobrevivência. No Estado Social, a constituição prevê a necessidade de se defender os direitos sociais, o que exige uma postura mais ativa do Estado. No Brasil, a Constituição de 1934 (terceira constituição brasileira) foi a primeira a prever a defesa de direitos sociais. Constitucionalismo, iluminista e burguês. Fórmula da constituição, separação de poderes e direitos fundamentais. Inglaterra, poder supremo do parlamento. Brasil, poder supremo da constituição. Neoconstitucionalismo O Neoconstitucionalismo surgiu após a Segunda Guerra Mundial, como fruto do movimento do Pós-positivismo, tendo como marco teórico a Teoria da Força Normativa da constituição. O principal objetivo do Neoconstitucionalismo é buscar uma maior eficácia da constituição, em especial dos direitos fundamentais. O Neoconstitucionalismo objetiva assegurar uma maior eficácia dos direitos fundamentais, limitando o poder do Estado e exigindo dele o cumprimento integral do que está prescrito no texto constitucional. Importante consequência desse movimento é uma maior eficácia dos princípios constitucionais, que também são vistos como obrigatórios nessa ideologia. Exemplo dessa afirmativa se deu na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que examinou a questão da união homoafetiva, a união entre pessoas do mesmo sexo. O STF não se baseou apenas no texto constitucional, ou seja, no artigo 226 da Constituição, que define a união estável apenas como a união entre homem e mulher. O STF baseou-se no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana para dizer que a união homoafetiva também é considerada como entidade familiar, equiparando-se à união estável. A importância dessa decisão na efetivação do ideal neoconstitucionalista, pós-positivista, é fundamental, pois ao invés de se aplicar a regra do texto da constituição, aplicou-se o princípio constitucional. Hermenêutica (métodos e princípios de interpretação) Métodos Clássicos ou método de Savigny Gramatical Vale o escrito, posição positivista, a força da letra apenas. Sistemático Tenta igualar os inúmeros grupos, diante da norma, sem leva-la ao pé da letra, mas como um exemplo para se aplicar em diversas circunstâncias. Teleológico Que analisa os objetivos pelos quais a lei foi criada, também está nesse contexto de método hermenêutico clássico. Histórico Busca no contexto da época de criação da norma o que tentava alcançar o legislador com a lei criada. Que verifica a genealogia da lei, que se preocupa com o momento histórico de criação da lei. Lógico Utiliza-se de raciocínios lógicos para entender a lei e também faz parte dessa perspectiva clássica. Axiológico São os valores, interpretando a constituição usando o próprio texto constitucional. Métodos novos Tópico problemático Que parte do problema para chegar na interpretação adequada na norma. Foi normal no direito durante muito tempo ter um caso concreto e se aplicar o caso concreto a norma, a subsunção do caso concreto a norma, positivismo puro, atualmente se busca a melhor norma para se aplicar ao caso, aplicando a ponderação. Hermenêutico concretizador De Konrad Hesse, no qual o intérprete parte de uma pré-compreensão da norma para depois fazer um círculo hermenêutico indo do fato à norma e da norma ao fato quantas vezes for necessário para sua compreensão. É fazer com que ela tenha mais aplicabilidade, é fazer que se tenha uma pré-compreensão da norma antes de aplica-la. Científico espiritual Que busca o espírito, a vontade da constituição, para compreendê-la. Normativo estruturante No qual o interprete deve buscar o real sentido da norma constitucional, que não se confunde com o texto constitucional. Nos ensinamentos de Friedrich Muller, a constituição pode ser comparada metaforicamente a um iceberg e o texto constitucional seria apenas a ponta do iceberg a ser explorado em sua totalidade pela hermenêutica constitucional. Comparativo No qual o intérprete compara o texto da constituição do seu Estado com a constituição de outros Estados. Princípios da hermenêutica Princípio da Unidade Estabelece que quando houver conflito entre normas constitucionais elas devem se compatibilizar, ou seja, esse conflito não deve ser solucionado como critérios de medição de qual seria a norma mais importante. A constituição é um todo harmônico e a interpretação deve levar essa máxima em consideração. Concordância prática, ponderação de valores ou interesses Trata do conflito de direitos fundamentais, afirmando que eles devem se harmonizar na sua aplicabilidade. Correção funcional Afirma que o intérprete não pode alterar as competências constitucionais. Razoabilidade e/ou proporcionalidade Esses princípios não devem se confundir, pois são distintos. O princípio da razoabilidade tem sua origem nos Estados Unidos, decorrendo do devido processo legal substantivo (substantive due process of law). Segundo a razoabilidade, analisa- se se o ato praticado pelo poder público é razoável, ou seja, se o ato não é razoável ele não será constitucional. O Princípio da Proporcionalidade é diferente, tendo sua origem no Tribunal Constitucional Alemão e trata da verificação da limitação dos direitos fundamentais, por meio da legislação. O princípio da proporcionalidade utiliza-se de vários critérios para ser observado, como o da necessidade, adequação e, em especial, o critério da proporcionalidade em sentido estrito, que coloca na balança dos direitos constitucionais em conflito. Máxima efetividade Determina que o intérprete deve extrair das normas constitucionais a maior eficácia, eficiência, possível, mesmo que sejam normas programáticas. Conteúdo implícito Certas normas não trazem descritoexplicitamente as formas de viabilizar ou funcionamento, esse conteúdo que está implícito para que se possa atender sua função. Força normativa da constituição Idealizado por Konrad Hesse e estabelece que a constituição deve durar o máximo possível, evitando-se ao máximo as reformas constitucionais, o que gera uma estabilidade e segurança jurídica. Imperatividade da norma constitucional Poder coercitivo da norma constitucional se sobrepondo as demais normas. Eficácia integradora Nos casos de conflitos de normas constitucionais, o intérprete deve prestigiar a norma que busca uma maior integração política e social do Estado. Garantindo o sistema constitucional. Supremacia da constituição Da validade as demais leis. Classificação da interpretação Quanto à forma . Subjetivo (vontade do legislador) Não temos certeza dos desejos do legislador. . Objetivo (vontade da lei) Teoricamente a lei é mais inteligente que o legislador e imparcial, pois deixa à vontade pessoal do legislador de lado. Quanto a metodologia . Casos fáceis São mais claros exigindo menos esforço intelectual. . Casos difíceis Intrincados de difícil interpretação, muitas vezes pela diversidade de correntes ou apelos sociais. Quanto ao método . Retrospectiva Se baseando em decisões anteriores, não é satisfatória pois a sociedade muda e avança em seus conceitos. . Prospectiva Melhor solução, sendo possível, se apoia em novas visões, atuais, olhando pra frente. Quanto a origem . Poder executivo . Poder legislativo . Poder judiciário . Doutrinária Quanto ao resultado . Declarativa . Restritiva . Extensivo . Sociedade aberta dos intérpretes A interpretação vem de vários os lados, vem de todos. . Cláusulas abertas Conceito jurídico indeterminado, dotado de plasticidade, dando margem a ser complementado pelo intérprete, quando aplicado ao caso concreto. As cláusulas abertas garantem a maior atuação aos intérpretes, que não estará apenas no poder judiciário ou na doutrina e sim em toda sociedade para que possamos garantir a maior eficácia no texto constitucional. Vale lembrar que a interpretação possui limites na certeza e na segurança jurídica e mais, toda interpretação deve considerar o denominado círculo hermenêutico, ou seja as normais jurídicas não existem isoladamente, fazem parte de um contexto de normas que se relacionam entre si. . Mutação constitucional Há a mudança da interpretação da constituição, sem se alterar o texto da norma. É importante destacar que a mutação constitucional tem que estar presa às normas e ao sistema constitucional, sendo impossível a interpretação do texto constitucional de forma arbitrária. Assim, como se pode falar em mutação constitucional, pode-se falar também em mutação inconstitucional, que não é permitida, pois vai contra a própria constituição. Norma é o texto interpretado. ADCT, é uma norma condicional exaurida. Cláusula pétrea implícita, art. 60 Emenda constitucional CF Subseção II Da Emenda à Constituição Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. É possível se ter iniciativa popular de emenda constitucional? O povo propor PEC? No artigo 61, §2º, da constituição há previsão da iniciativa popular para a apresentação de um Projeto de Lei, e essa iniciativa popular tem como requisito a presença de 1% do eleitorado nacional, distribuído em 5 estados da federação, cada um deles representados por 3/10% de seus eleitores.12 Há uma grande divergência doutrinaria sobre a questão acima. José Afonso da Silva entende que SIM, pois a interpretação teria que ser sistemática, e se o povo é o titular do poder constituinte, permitiria-se a iniciativa popular13. Entretanto, a doutrina majoritária e o STF entendem que NÃO, pois deve ser tratada de forma restritiva a interpretação do artigo para a proteção do texto constitucional, sem analogias. É possível sanção de emenda à constituição? NÃO!!! A PEC não é submetida à aprovação do Chefe do Executivo!!! Não há participação do Presidente da República na promulgação e publicação de PEC, sendo que não existe sanção ou veto de emenda constitucional. Quem promulga são as mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, órgãos do Legislativo. Poder constituinte derivado reformador art. 60 Apresenta limitações formais, materiais e circunstanciais. O poder constituinte derivado reformador estabelece a via ordinária de alteração da constituição, tendo caráter pontual e específico, tratando de temas particulares do texto constitucional, em obediência aos limites impostos na própria constituição. A reforma se faz por meio de ‘emendas constitucionais’. O Poder Constituinte Derivado Reformador possui limitações formais que se dividem em limitações subjetivas e objetivas. As limitações formais subjetivas tratam de “quem” pode propor um Projeto de Emenda Constitucional (PEC). São 3 os legitimados para propor uma ‘PEC’: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando- se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. As limitações formais objetivas tratam das outras condições que a constituição impõe para permitir a mudança de seu texto, por meio de emendas constitucionais. Poder constituinte derivado decorrente e revisor . Decorrente art. 25, cria constituições estaduais, esse poder pode ser inicial ou reformador. O poder constituinte derivado decorrente é o poder outorgado aos entes estaduais da federação de editarem as suas próprias constituições. Nas federações há mais de um poder constituinte, pela existência do poder constituinte decorrente. O federalismo brasileiro, por ter características próprias, determina que os entes federativos brasileiros não tenham a mesma liberdade do federalismo estadunidense. Os estados- membros podem editar suas próprias constituições, mas o poder constituinte decorrente é limitado a obedecer os ditames e estar de acordo com a Constituição da República. . Revisor art. 3º ADCT A revisão é ampla e genérica, sendo exceção, pois é via extraordinária de modificação da constituição. A revisão constitucional se dá por meio de emendas constitucionais amplas, chamadas de revisionais, que possuemo intuito de analisar a adaptação do novo texto constitucional à sua aplicação prática, fazendo-se ajustes. A revisão constitucional está prevista no artigo 3o do ADCT: Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. Está é uma norma exaurida Direitos fundamentais e suas características Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Direitos naturais são inerentes a pessoa humana, onde quer que se esteja, o problema é que o estado não os defendiam, então sendo positivados se tornaram direitos fundamentais. Todos os direitos fundamentais são vindos dos direitos naturais, mas nem todos os direitos naturais foram positivados. Direitos fundamentais são normas de conteúdo declaratório, pois diz quais são os direitos que os indivíduos têm. Garantias são normas de conteúdo assecuratório, pois asseguram o exercício dos direitos fundamentais na sociedade. Os direitos fundamentais são tocados pelas garantias, uma delas são os remédios, que são as garantias fundamentais previstas no artigo 5o que visam a proteção de direitos fundamentais, sendo eles o habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e ação popular. Dimensões dos direitos fundamentais 1ª direitos individuais, liberdade. Estado liberal Trata dos direitos individuais e está ligada ao ideal revolucionário francês da liberdade. A primeira dimensão está ligada aos direitos individuais do homem. São eles: direito à vida, integridade física, liberdade (individual, de iniciativa e concorrência, de pensamento e de consciência filosófica e política), propriedade privada, vida privada, intimidade e inviolabilidade de domicílio, sigilo de correspondência, sigilo bancário, dentre outros. 2ª direitos sociais. Estado social É marcada pelo questionamento das bases do Estado Liberal e da igualdade formal, aquela apenas determinada no texto da lei. A necessidade de viabilidade desses direitos impõe ao Estado uma obrigação de atuar em prol da satisfação das carências da coletividade. Os direitos sociais e coletivos terão o intuito de defender direitos das coletividades que possuem características específicas que precisam de normas particulares para atingirem uma igualdade real nas relações sociais. Um exemplo é o caso das pessoas portadoras de necessidades especiais que precisam de normas que viabilizem o seu acesso físico a prédios públicos e privados, criando uma igualdade de acesso para todos os indivíduos. Aqueles que possuem uma limitação física terão condições iguais após a construção de rampas, por exemplo, para o acesso de cadeiras de roda. Somente através dessas normas se alcançará a igualdade real. 3ª pós segunda guerra, direitos relativos ao meio ambiente, a não intervenção entre os povos... são os direitos coletivos, democracia, uma sociedade fraterna. Esses novos direitos estão ligados ao terceiro ideal da Revolução Francesa: a fraternidade. Eles pertencem a todos os indivíduos, mas sua realização e seu exercício extrapolam a esfera individual e as fronteiras dos Estados. Os direitos fundamentais de terceira geração, também chamados de direitos de fraternidade ou de solidariedade, aparecem com a conscientização de que o mundo é dividido em nações desenvolvidas e subdesenvolvidas ou em fase de desenvolvimento. Decorrem, pois, da reflexão acerca de temas referentes ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade. 4ª democracia, os novos direitos, direitos virtuais. 5ª direito virtual. 6ª Características dos direitos fundamentais Os direitos fundamentais são normas de conteúdo declaratório, pois diz quais são os direitos que os indivíduos têm. Por outro lado, as garantias fundamentais são normas de conteúdo assecuratório, pois asseguram o exercício dos direitos fundamentais na sociedade. Os chamados de ‘remédios constitucionais’ são as garantias fundamentais previstas no artigo 5o que visam a proteção de direitos fundamentais, sendo eles o habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e ação popular. Caracteristicas Universal, aplicam-se a todos, sem qualquer preconceito de gênero, classe social, etnia, nível de instrução intelectual, raça, origem, nacionalidade etc. Histórico, Uma grande construção histórica, fim da escravidão, direitos sociais, políticos e civis, para essas conquistas, muitos deram a própria vida, e hoje a luta mudou de campo mas a batalha segue, nos tribunais. Complementável, Os direitos fundamentais vem se complementando pela história. Concorrentes, pois são exercidos simultaneamente. Ao mesmo tempo mais de um direito fundamental é aplicado. Irrenunciável, Não se pode abrir mão. Imprescritível, não tem validade. Aplicabilidade imediata, já nascemos com esses direitos. Eficácia horizontal, entre pessoas e relações jurídicas, de direito privado. Inalienável, Não posso vender. Relativo, servem para o bom cidadão, os direitos fundamentais não protegem atos ilícitos. Mas singular pros singulares. Eficácia erga omines, se aplica a todos. Aplicabilidade excepcional (quanto às suas restrições) (os direitos fundamentais podem sofrer restrições considerando outros direitos fundamentais ou interesses constitucionais). Atipicidade (os direitos fundamentais elencados no artigo 5° não apresentam característica de exaustividade) Obs.: os direitos fundamentais possuem uma aplicabilidade imediata, contudo quando tratamos de direitos sociais Ricardo Lobo torres afirma: Que a jusfundamentalidade dos direitos sociais está presente apenas no que considerarmos mínimo existencial (tem aplicabilidade imediata). O mínimo existencial está diretamente relacionado ao conceito de reserva do possível e do princípio do não retrocesso. Pode-se somar direitos fundamentais, por meio de tratados internacionais que versem sobre os direitos humanos. Passando por 2 turnos com aprovação de 3/5 (quórum), no congresso nacional. Caso contrário, se torna infra. A primeira forma de eficácia dos direitos fundamentais é a eficácia vertical, ou seja, a defesa dos direitos fundamentais é um dever do Estado e um direito das pessoas. Há uma relação de verticalidade, pois o Estado é um devedor e os indivíduos são os credores dos direitos. Além da eficácia vertical, os direitos fundamentais possuem uma eficácia horizontal, ou seja, os direitos fundamentais são também aplicados nas relações entre os particulares. O STF já decidiu nesse sentido, sendo um direito e uma obrigação dos particulares o respeito aos direitos fundamentais. Direitos sociais e seus princípios Os direitos sociais são os conhecidos direitos de segunda dimensão, pois demandam uma prestação positiva do Estado para sua efetivação, em prol da dignidade da pessoa humana no convívio social. Os direitos sociais básicos estão previstos no artigo 6o da constituição: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília: Senado, 1988.Os direitos sociais são caracterizados pela irrenunciabilidade, pois não podem ser anulados pela vontade dos interessados como, por exemplo, nas relações de trabalho não se pode diminuir os direitos do trabalhador por meio de um contrato de trabalho. Todos são beneficiários dos direitos sociais, mas precisam deles, em especial os hipossuficientes, que dependem do Estado para obter as condições materiais mínimas para o seu desenvolvimento e manutenção da dignidade da pessoa humana. Garantias, remédios A distinção dos direitos e garantias fundamentais é importante para se compreender o papel de cada um desses institutos no Estado Democrático de Direito. Rui Barbosa foi o primeiro no Brasil a distinguir os dois institutos. Os direitos fundamentais são normas de conteúdo declaratório, pois diz quais são os direitos que os indivíduos têm. Por outro lado, as garantias fundamentais são normas de conteúdo assecuratório, pois asseguram o exercício dos direitos fundamentais na sociedade. Os chamados de ‘remédios constitucionais’ são as garantias fundamentais previstas no artigo 5o que visam a proteção de direitos fundamentais, sendo eles o habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e ação popular. Remédios Os remédios constitucionais são garantias previstas no texto constitucional, ou seja, elementos normativos que têm como objetivo assegurar o exercício regular dos direitos fundamentais. Essa proteção é necessária para se efetivar e resguardar a implantação dos direitos fundamentais em toda sua medida e extensão. O nome “remédio” é utilizado para fazer alusão à cura de uma doença, que no caso é o desrespeito a um direito fundamental. Os remédios constitucionais são: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e ação popular. Artigo 5° CF Os direitos individuais tem aplicabilidade imediata. Nacionalidade artigo 12 parágrafo 3 A nacionalidade é o vínculo jurídico e político que o indivíduo tem com o Estado. Não deve se confundir com naturalidade, que designa o local físico, cidade, de nascimento da pessoa. Não necessariamente é o mesmo Estado a que o indivíduo será vinculado pela nacionalidade. A nacionalidade poder ser originária (primária ou de origem), estabelecida no momento do nascimento do indivíduo ou adquirida (secundária), oriunda da manifestação da vontade do indivíduo que deseja se vincular ao Estado. ‘Quase nacionalidade’ citado pela doutrina que confere somente aos portugueses com residência permanente no Brasil os mesmos direitos inerentes ao brasileiro, salvo quando exige- se a nacionalidade para exercer um direito como, por exemplo, o direito de votar e ser votado. Não se pode ter discriminação entre os brasileiros natos ou naturalizados, salvos os casos de diferenciação previstos na constituição. A distinção entre o brasileiro nato e o naturalizado sobre cargos públicos: Art. 12. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII – de Ministro de Estado da Defesa. A distinção entre o brasileiro nato e o naturalizado sobre extradição: Art. 5º. LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Assim, o brasileiro nato não pode nunca ser extraditado e o naturalizado só poderá ser extraditado se for condenado por crime cometido antes da naturalização ou, a qualquer tempo, se for condenado por tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins. O Brasil não extradita estrangeiro condenado ou acusado por crime político e de opinião, uma vez que concedemos asilo político. “Art. 5º – LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião”. A naturalização pode ser cancelada por sentença judicial, fundamentada por realização de atividade nociva ao interesse nacional. A segunda hipótese trata da possibilidade do nacional adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária estrangeira ou imposição da naturalização para que o indivíduo permaneça no território estrangeiro ou para o exercício de direitos civis. CF CAPÍTULO III DA NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; Ius soli, pelo solo. b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; Funcional (Jus sanguinis, pelo sangue). c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Alínea com redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) Jus sanguinis, pelo sangue. II - naturalizados: Naturalizados são os de nacionalidade derivada. a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Alínea com redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Os quase nacionais. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Alínea acrescida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Alínea acrescida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Estrangeiro regular: turista, trabalho. Permanente. Estrangeiro irregular: está ilegalmente no país. Diferença entre brasileiro nato e naturalizado:CF Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. § 1.º Em qualquer caso, pelo menos 70% (setenta por cento) do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. § 2.º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, em qualquer meio de comunicação social. CF Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: (...) VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília: Senado, 1988, grifo nosso. Direitos políticos, elegibilidade CF CAPÍTULO IV DOS DIREITOS POLÍTICOS Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. § 1.º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2.º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3.º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. § 4.º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5.º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. § 6.º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7.º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8.º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9.º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termo do art. 5.º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4.º. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência. Partidos políticos artigo 17 CF CAPÍTULO V DOS PARTIDOS POLÍTICOS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006) § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. Histórico das constituições 1824 Monárquica, poder moderador, possibilidade de alterar com processo solene ou não, é semirrígida, voto censitário, outorgada. 1891 República, presidencialista, separação de poderes (3), federação, rígida, promulgada. Federação é uma forma de estado, o Brasil era unitário. 1934 República, presidencialista, separação de poderes (3), federação, rígida, promulgada, direitos sociais. 1937 República, presidencialista, separação de poderes (3), federação, rígida, outorgada. Separação de poderes e federalismo neste período não era praticado. 1946 República, presidencialista, separação de poderes (3), federação, rígida, promulgada, direitos sociais. (De 61 a 63 o Brasil foi parlamentarista, voltando a ser presidencialista ainda em 63) 64 golpe civil Militar. 1967 República, presidencialista, separação de poderes (3), federação, rígida, outorgada. Nomeação de prefeitos e estado de sítio. Autocracia, Estado autoritário. 1969 (Grande emenda, alguns a considera como uma constituição propriamente dita). 1988 República, presidencialista,separação de poderes (3), federação, rígida, promulgada. A judicialização da política e o ativismo judicial A judicialização da política é um fenômeno crescente, em que questões executivas e/ou legislativas "sem soluções" para forte grupo de interessados desembocam como recurso final e implacável no poder Judiciário. Na prática temos a jurisprudência da neófita Lei da "Teoria do domínio do fato", construída exclusivamente para pôr na cadeia, José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e João Paulo Cunha. Todos sumariamente condenados (sem provas) na famosa AP 470, mais conhecida como ação penal do mensalão petista. E cuja maioria deles nunca deveriam ter sidos julgados pelo STF de Joaquim Barbosa, simplesmente por não terem foro privilegiado. Fato que preocupou até o sr. Rodrigo Janot, procurador-geral da República, que sugeriu a criação de um grupo formado pela Advocacia-Geral da União, Procuradoria-Geral da República, Ministério da Justiça e das Relações Exteriores para defender essas condenações nesse impetuoso julgamento. Outro exemplo prático dessa crescente Judicialização no Brasil foi o recurso da oposição - com fins eleitoreiros - liderada pelo pré-candidato à presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi acatado pela ministra do STF Rosa Weber, na criação de CPI exclusiva da Petrobras, em detrimento ao mensalão mineiro, trensalão paulista e questões envolvendo o Porto de Suape em Pernambuco. A Judicialização na política, segundo o cientista político estadunidense Chester Neal Tate, "é o fenômeno que significa o deslocamento do polo de decisão de certas questões que tradicionalmente cabiam aos poderes Legislativo e Executivo para o âmbito do Judiciário." Há, portanto, uma diferença gritante entre Judicialização da política e ativismo judicial. Segundo o mestre do direito administrativo José dos Santos Carvalho Filho, "em ambos os casos, há aproximação entre jurisdição e política. Ocorre que essa aproximação decorre de necessidade, quando se estar diante de judicialização, e de vontade, quando se trata de ativismo". A ideia de ativismo judicial está associada a uma participação mais ampla e intensa do Judiciário na concretização dos valores e fins constitucionais, com maior interferência no espaço de atuação dos outros dois Poderes. A postura ativista se manifesta por meio de diferentes condutas, que incluem: A aplicação direta da Constituição a situações não expressamente contempladas em seu texto e independentemente de manifestação do legislador ordinário; A declaração de inconstitucionalidade de atos normativos emanados do legislador, com base em critérios menos rígidos que os de patente e ostensiva violação da Constituição; A imposição de condutas ou de abstenções ao Poder Público, notadamente em matéria de políticas públicas. As origens do ativismo judicial remontam à jurisprudência norteamericana. Registre-se que o ativismo foi, em um primeiro momento, de natureza conservadora. Foi na atuação proativa da Suprema Corte que os setores mais reacionários encontraram amparo para a segregação racial (Dred Scott v. Sanford, 1857) e para a invalidação das leis sociais em geral (Era Lochner, 1905-1937), culminando no confronto entre o Presidente Roosevelt e a Corte, com a mudança da orientação jurisprudencial contrária ao intervencionismo estatal (West Coast v. Parrish, 1937). A situação se inverteu completamente a partir da década de 50, quando a Suprema Corte, sob a presidência de Warren (1953-1969) e nos primeiros anos da Corte Burger (até 1973), produziu jurisprudência progressista em matéria de direitos fundamentais, sobretudo envolvendo negros (Brown v. Board of Education, 1954), acusados em processo criminal (Miranda v. Arizona, 1966) e mulheres (Richardson v. Frontiero, 1973), assim como no tocante ao direito de privacidade (Griswold v. Connecticut, 1965) e de interrupção da gestação (Roe v. Wade, 1973). 06/06/2016 Revisão para AV2 AV2 13/06/2016
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