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TÉCNICAS DE ANÁLISE CONTEXTUAL Carlos Henrique Schroder Franciele de Paula Rodrigo Parra TÉCNICAS DE ANÁLISE CONTEXTUAL �Consiste em coletar informações e opiniões tanto de usuários atuais, ou de futuros usuários do sistema; �Em um primeiro momento auxiliam os projetistas na busca de informações sobre o contexto de uso e sobre a usabilidade de um sistema existente; �Na seqüência essas técnicas apoiaram as primeiras especificações para tais aspectos no futuro sistema. TÉCNICAS QUE SERÃO ABORDADAS � Entrevistas tradicionais; � Entrevistas contextuais; � Questionários de perfil e de uso; � Questionários de satisfação; � Observação do usuário; � Análise do trabalho; � Análise dos competidores. ENTREVISTAS TRADICIONAIS � Os projetistas obtêm informações e opiniões tanto dos usuários atuais como dos futuros usuários de sistemas que estão sendo concebidos ou avaliados; � O planejamento das entrevistas envolve inicialmente a identificação das necessidades das pessoas em termos de informações para o projeto; � A partir daí se inicia a preparação de um roteiro, com os tópicos a serem cobertos de modo a obter tal informação. ENTREVISTAS TRADICIONAIS � É preciso definir também a estratégia de registro das respostas, como a própria memória, anotações escritas, fitas de áudio e vídeo; � É importante fazer aos menos um teste-piloto com o material desenvolvido para a entrevista e treinar bem o roteiro e as questões a colocar; � A execução de uma entrevista deve se dar em quatro momentos distintos: aquecimento, introdução, entrevista e encerramento; � Em todos os momentos é importante que o entrevistador assuma uma postura neutra e analítica. ENTREVISTAS CONTEXTUAIS � As entrevistas contextuais são executadas enquanto o usuário realiza suas tarefas diretamente sobre o terreno; � Trata-se de uma combinação produtiva entre a técnica de entrevista e a de observação do usuário; � A estratégia neste tipo de entrevista é obter a maior quantidade de dados possível para posteriormente analisá-los. ENTREVISTAS CONTEXTUAIS � A etapa de execução envolve quatro momentos : � Entrevista tradicional: no início os entrevistadores devem solicitar aos entrevistados uma visão geral de seu trabalho, começando a estabelecer um clima de confiança. É interessante solicitar permissão para registrar os acontecimentos já nesta etapa. Caso o entrevistado trabalhe com clientes, é preciso pedir a permissão destes também; � Relação de mestre-aprendiz: em um segundo momento, o entrevistador deve assumir a postura de aprendiz, solicitando que o entrevistado descreva seu trabalho, observando-o e eventualmente colocando alguma questão. Para não atrapalhá-lo, será necessário chegar a um acordo sobre quando é possível e quando não é possível interromper. ENTREVISTAS CONTEXTUAIS � Observação: É interessante que o entrevistado faça toda e qualquer pergunta que lhe venha à mente, respeitando as limitações estabelecidas pelo acordo com o entrevistado. Isto porque durante a entrevista é difícil discernir o que é importante e o que não é. É necessário, porém, não perder o foco da entrevista; � Resumo: neste momento o entrevistador deve apresentar aos entrevistado um resumo do que aprendeu durante a entrevista e ficar atento a suas reações, pois nem sempre este último dirá que não está de acordo com alguma afirmação. Se surgirem dúvidas, será necessário colocá-las e tentar reconstruir os acontecimentos com o entrevistado. QUESTIONÁRIOS DE PERFIL E DE USO � Este tipo de questionário destina-se a obter informações sobre as características reais dos usuários de um software, ou aplicação web, e saber como eles efetivamente usam tais ferramentas; � As perguntas devem estar associadas às dúvidas da equipe de projeto, e suas respostas podem ser enviadas pelo correio ou pela internet; � Se houver retorno em grande número, o tratamento estatístico das respostas pode ser necessário para produzir dados objetivos. QUESTIONÁRIOS DE PERFIL E DE USO � Na elaboração do questionário, os responsáveis devem definir questões objetivas, amigáveis, fáceis de responder e de tratar posteriormente; � Antes de executar a pesquisa é preciso definir o tamanho da amostra, considerando que o retorno típico se situa entre um máximo de 20 a 30% dos questionários enviados; � É absolutamente essencial testar o questionário antes de enviá-lo a um grande número de pessoas; � O tratamento dos dados obtidos deve, sempre que possível, envolver ferramentas de software como planilhas eletrônicas, pacotes estatísticos e sistemas gerenciados de base de dados. QUESTIONÁRIOS DE SATISFAÇÃO �Os questionários de satisfação se aplicam principalmente quando existem usuários experientes que utilizam o sistema com frequência, que forneçam aspectos satisfatórios e insatisfatórios no sistema; �A principal recomendação ao planejar esse tipo de técnica se refere ao emprego de um questionário padronizado, que permitirá a comparação de resultados obtidos por diferentes sistemas. OBSERVAÇÃO DO USUÁRIO � A técnica de observação do usuário se caracteriza por um pesquisador observando o usuário e tomando notas, enquanto este trabalha em seu contexto usual; � Essa técnica é especialmente útil para obter dados quantitativos (tempo para as tarefas) e qualitativos (práticas e estratégias dos usuários) sobre o usuário em sua tarefa; � A observação pode ser direta, quando o observador está presente durante a tarefa, ou indireta, quando ele assiste a uma gravação da tarefa em vídeo. � É sempre necessária a realização de um teste-piloto para verificar se está tudo funcionando bem. OBSERVAÇÃO DO USUÁRIO �Durante as observações é importante anotar os eventos que não estão claros e tentar esclarecê-los como o usuário assim que a sessão terminar, e não durante a observação. É interessante fotografar a área de trabalho do usuário; as fotos facilitarão a análise dos aspectos do ambiente; �A elaboração do relatório deve começar assim que a observação terminar,quando o responsável deve anotar os detalhes importantes que ainda estão frescos em sua memória. ANÁLISE DO TRABALHO � A análise do trabalho é um método que integra e organiza resultados obtidos pelas técnicas de entrevistas, questionários e observação de interação. � Seu objeto é o conteúdo do trabalho, caracterizado por objetivos, usuários, estratégias, informações, ferramentas, materiais, ambientes etc. ANÁLISE DOS COMPETIDORES � Esta técnica visa identificar os pontos fortes e fracos dos produtos competidores antes que se comece o trabalho de projeto de seu próprio sistema. � Caracteriza-se por uma reunião de projeto com apresentações sobre os produtos competidores mais conhecidos; � As vantagens de cada produto são discutidas e um breve resumo da situação do mercado é realizado no final; � O resultado dessa técnica é uma listagem de características desejáveis para o futuro produto, bem como de aspectos desfavoráveis a serem evitados. TÉCNICAS DE ESPECIFICAÇÃO � As técnicas de especificação se referem ao trabalho de gerar, analisar e organizar requisitos para o novo produto, sistema ou aplicação; � As especificações serão usadas tanto para conduzir o projeto como para testar ou verificar o programa mais tarde. � Especificação de requisitos de usabilidade; � Cenários de uso; � Personas. ESPECIFICAÇÃO DE REQUISITOS DE USABILIDADE � Ao realizar essa atividade os projetistas farão a especificação de todos os fatores relacionados ao uso pretendido do programa: seu contexto e as exigências quantitativas e qualitativas quanto à usabilidade. Eles devem definir: � quem serão seus usuáriosdiretos e indiretos e quais são suas categorias; � quais são os objetivos que cada categoria terá em relação ao sistema e como os usuários deverão proceder para realizar seus objetivos; � como será o ambiente técnico, físico e organizacional em que o sistema será operado; � quais os requisitos para a interface e para a usabilidade do sistema. ESPECIFICAÇÃO DO CONTEXTO DE USO � O “Comitê de contexto de uso” deve ser formado por: � gerente de projeto; � representante de usuários; � desenvolvedores; � pessoal de treinamento; � pessoal de suporte; ESPECIFICAÇÃO DE EXIGÊNCIAS PARA A USABILIDADE � Definir uma lista de tarefas contendo: � + Tempo da tarefa � + Nível da Tarefa � + Forma de medir a satisfação do usuário; � Exemplo: “Os clientes de um cinema devem ser capazes de adquirir sua entrada pelo telefone celular com 98% de eficácia (realizar a tarefa em 98% dos casos) em menos de cinco minutos em media.” ESPECIFICAÇÃO DE EXIGÊNCIAS PARA A INTERFACE � Consistência; � Condução; � Compatibilidade. � Protótipo INTERFACE CENÁRIOS DE USO �Para elaborar os cenários de uso de solução é preciso decompor os objetivos dos usuários segundo as operações necessárias para alcançá- los; �Alem de gerar cenários que cubram as situações mais comuns, é interessante criar situações que desafiem o conceito do programa. PERSONAS � Esta é uma técnica com objetivos similares à de cenários de uso: constituir uma maneira simples e eficaz de analisar e comunicar uma parte das especificações de requisitos para usabilidade e para interface; � Em vez de caracterizar o publico a partir de dados demográficos e atributos, a técnica de personas descreve o perfil de uma pessoa fictícia envolvida com o produto; � As personas permitem maior entendimento dos usuários, colocando-os no centro das decisões de projeto. CONCLUSÕES � As técnicas de análise apresentadas neste capítulo são frequentemente empregadas de forma a se complementarem umas as outras. � As técnicas de cenário de uso e personas, portanto, facilitam o entendimento das especificações dos requisitos da usabilidade, colocando o usuário e o uso do sistema no centro das ações de desenvolvimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS � CYBIS, W., BETIOL, A.H, FAUST, R. Ergonomia e Usabilidade – Conhecomento, Métodos e Aplicações. 2º Ed. – São Paulo: Novatec - 2010
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