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Micro 4 Aula 1.pdf

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ESTRUTURA, CONDUTA E DESEMPENHO 
PLANO 
 O ponto de partida – Equilíbrio em competição perfeita 
 Duas estratégias para completar a teoria 
O trabalho empírico – Estrutura, conduta e desempenho (ECD/SCP) 
O trabalho abstrato 
 Dividiremos o trabalho abstrato em críticas “internas” e “externas” à 
teoria do equilíbrio em concorrência perfeita 
 Críticas internas 
Comportamento estratégico de equilíbrio (entrada, escala, poder de mercado, 
informação) – veremos que estão baseados na re-definição de equilíbrio 
 Críticas externas – o conceito de equilíbrio joga um papel menor (ou 
nulo) 
Custos de transação 
Modelos dinâmicos 
 
ESTRUTURA, CONDUTA E 
DESEMPENHO 
 A lógica da abordagem ECD 
 Estruturas básicas de mercado 
 Medidas de concentração 
 O mercado relevante 
 
A LÓGICA DO MODELO ECD 
 Abordagem com foco na análise empírica 
 Duas perguntas básicas 
Quanto poder de mercado é exercido pelas firmas? 
Quais as causas desse poder de mercado? 
 A hipótese básica 
O desempenho de uma indústria depende da sua estrutura 
Relaxa a hipótese de que os preços não dependem das decisões dos 
agentes feita no contexto do equilíbrio competitivo 
 A relação será uma relação empírica 
 
A LÓGICA DO MODELO ECD (II) 
 Estrutura – Fatores que determinam o grau de competição de uma 
indústria 
 Conduta – Comportamento das firmas envolvidas 
 Desempenho – Sucesso de uma indústria na criação de benefícios para 
os consumidores 
 
 
 Nota: Todas as palavras das definições anterior deveriam estar entre 
aspas. São definições informais e não precisas, que buscam passar a 
intuição atrás do modelo ECD 
 
ESQUEMA BÁSICO DO MODELO ECD 
Estrutura 
Conduta Demanda 
Tecnologia 
Desempenho 
AUTONOMIA ESTRATÉGICA 
Estrutura 
Conduta Demanda 
Tecnologia 
Desempenho Estratégia 
ECD ITERATIVO 
Estrutura 
Conduta Demanda 
Tecnologia 
Desempenho Estratégia 
Inovatividade 
Esforços de 
Vendas 
Estrutura, Conduta, Performance- o Modelo Básico 
 
 
Condições Básicas 
 
Demanda Consumidor Produção 
Elasticidade da Demanda Tecnologia 
Substitutos Matérias Primas 
Sazonalidade Organiz. Sindical 
Tx. Crescimento Durabilidade Produto 
Localização Localização 
Cond. Conformidade Economias de Escala 
Método de aquisição Economias de Escopo 
Estrutura 
No compradores e vendedores 
Barreiras à entrada (e saída) 
Diferenciação de Produto 
Integração Vertical 
Diversificação 
Conduta 
Propaganda e Marketing 
Pesquisa e Desenvolvimento 
Estratégias de preços 
Investimento em capital 
Táticas legais 
Escolha de produto 
Colusão 
Fusões e Contratos 
Performance 
Preços (margens de lucro) 
Eficiência produtiva 
Eficiência Alocativa 
Equidade 
Qualidade do Produto 
Progresso Técnico 
Rentabilidade 
Competitividade 
Políticas governamentais 
Regulação 
Política antitruste 
Barreiras à entrada 
Taxas e subsídios 
Incentivos a investimento 
Incentivos a emprego 
Polítias Macroeconômicas 
 
METODOLOGIA ECD 
 Normalmente, um estudo típico de ECD tem dois passos 
Definir uma medida de desempenho, quase sempre definida ex ante 
Medidas da estrutura se usam para explicar variações nos resultados de 
desempenho entre várias indústrias 
 Medidas de desempenho 
Taxa de retorno – por unidade de investimento 
Diferença entre preço e custo marginal 
 Medidas de estrutura de mercado 
Concentração da indústria 
Barreiras de entrada 
 
 
BACKGROUND HISTÓRICO 
Fatores que 
facilitaram a 
concentração 
Incentivos a 
explorar 
economias de 
escala e escopo 
Grande onda de 
concentração da 
industria norte-
americana 
Período marcado por preços baixos e instáveis 
Processo de competição acirrada 
Grandes investimentos (escala) 
Guerra de preços 
Mercados que antes 
estavam separados se 
tornam competitivos 
P/ operar em plena 
capacidade (grandes c. 
fixos – escala) as firmas 
competiam em preços 
BACKGROUND HISTÓRICO 
Guerra de preços 
Instabilidade de 
preços – prejudicial 
as firmas 
Acordos para poder 
manter os preços e 
os lucros 
Organização de 
cartéis, colusões e 
corporações 
Preços maiores que 
os competitivos 
bem estar 
Pressão dos 
consumidores e 
pequenos produtores 
Pequenos 
produtores: (a) 
pressão da alta de 
preços de insumos 
(b) estratégias de 
retirada do mercado 
1890 – pilar da lei 
anti-trust americana : 
Sherman Act 
 
Estima-se 
82 “trusts” em 
1898 e 234 
em 1904 
BACKGROUND HISTÓRICO 
Guerra de preços 
Instabilidade de 
preços – prejudicial 
as firmas 
Acordos para poder 
manter os preços e 
os lucros 
Organização de 
cartéis, colusões e 
corporações 
Preços maiores que 
os competitivos 
bem estar 
Pressão dos 
consumidores e 
pequenos produtores 
Pequenos 
produtores: (a) 
pressão da alta de 
preços de insumos 
(b) estratégias de 
retirada do mercado 
1890 – pilar da lei 
anti-trust americana : 
Sherman Act 
 
BACKGROUND HISTÓRICO 
Guerra de preços 
Instabilidade de 
preços – prejudicial 
as firmas 
Acordos para poder 
manter os preços e 
os lucros 
Organização de 
cartéis, colusões e 
corporações 
Preços maiores que 
os competitivos 
bem estar 
Pressão dos 
consumidores e 
pequenos produtores 
Pequenos 
produtores: (a) 
pressão da alta de 
preços de insumos 
(b) estratégias de 
retirada do mercado 
1890 – pilar da lei 
anti-trust americana : 
Sherman Act 
 
Estima-se 
82 “trusts” em 
1898 e 234 
em 1904 
BACKGROUND HISTÓRICO 
 Sherman Act 
 Proíbe práticas que limite o comércio 
Que coordene competidores 
 Proíbe ações com o objetivo de monopolização 
Note que não é uma proibição do monopólio 
Penas estabelecidas e poderiam levar até a prisão dos agentes que não 
respeitassem a lei 
BACKGROUND HISTÓRICO 
 Até 1897 o Sherman Act não foi realmente colocado em prática 
 Em 1897 a Suprema Corte toma uma decisão contra 18 
companhias ferroviárias -> estas empresas estavam coordenando 
tarifas para o transporte de bens 
Esta decisão estabeleceu jurisprudência -> punindo as empresas competitivas 
por combinar preços 
Houve uma tentativa de argumentar que a coordenação de preços era para 
evitar competição predatória 
A corte americana estabeleceu que acordos de preços entre firmas 
competitivas era ilegal e que não era papel dos juízes decidir quais acordos 
deveriam ser permitidos 
NOTE QUE... 
 Há movimentos políticos e ideológicos que reforçam e 
enfraquecem os movimentos de defesa da concorrência 
1977 -> pico de casos anti-trust -> 1911 casos 
1989 -> baixa de casos anti-trust -> 638 casos 
Anos Regan (1981-1988) 
Escola de Chicago 
Monopólio e a integração 
vertical pode aumentar a 
eficiência 
BACKGROUND HISTÓRICO – 
DIFERENTE PERCURSO DA UNIÃO 
EUROPEIA 
Anti-trust 
Europa 
Nacional 
Alemanha Inglaterra 
União 
Europeia 
Principal 
motor 
As regras da Comunidade (União) Europeia são transpostas aos Estados 
Nacionais -> impulso nas regras de defesa da concorrência nacionais 
BACKGROUND HISTÓRICO – 
ALEMANHA 
 Lei anti-trust de 1923 -> reação a hiperinflação -> o acordo de preços 
estava puxando os preços 
Esta lei não proibi os cartéis 
 Identificar e assegurar que não haja ´abuso` de preços 
 Os cartéis eram aceitos (e de certo modo incetivados) 
Criação de campeões nacionais 
 1957 -> Criação de leis anti-trust + estritas-> Federal Cartel Office 
 1957 -> proíbe acordo de preçosentre competidores 
 1973-> regras de revenda se torna ilegal 
 1973-> controle de fusões e aquisições 
BACKGROUND HISTÓRICO – 
INGLATERRA 
 Introdução recente de um corpo de leis coerentes de Defesa da Concorrência 
Lei anti-trust embrionaria: Dyer´s case (1414) -> primeiro embrião 
 
 
1948, Monopolies and Restrictive Practices (Inquiry and Control) Act 
 Evitar que prejudique o interesse publico 
1979 – Liberalismos de Margaret Thatcher -> laissez-faire (primazia dos contratos) 
1998 -> lei contra acordos de preços (acordos anticompetitivos) e abuso de poder de 
mercado 
2003 -> lei referente as fusões e aquisições 
Restrições contratuais devem ser limitadas ao menos que sejam justificadas e 
razoáveis -> deixa espaço discricionário p/ política publica 
BACKGROUND HISTÓRICO – 
DIFERENTE PERCURSO DA UNIÃO 
EUROPEIA 
 União Europeia -> pilar central defesa da concorrência entre os Estados Membros (mesmo a 
regulação „ex ante‟ tem como base as regras e objetivos de defesa da concorrência) 
 Tratado de Paris 1951 -> Comunidade Europeia do Carvão e do Aço 
França, Alemanha, Italia e Benelux 
Tratado proíbe barreiras de comércio assim como 
 práticas discriminatórias e restritivas 
Alguns artigos importantes: 
 Artigo 65 -> proíbe contratos e acordos entre firmas 
que direta ou indiretamente dificulta, restringe ou distorce condições normais de competição 
(+ tarde o artigo 81 do tratado de Roma foi baseado neste) 
 Artigo 66 -> lida com as fusões e aquisições (que não devem criar uma situação 
privilegiada) (esta disposição não entra no tratado de Roma) 
 
Muitos dos 
principais 
pontos ainda 
hoje estão 
baseados 
neste tratado 
BACKGROUND HISTÓRICO – 
DIFERENTE PERCURSO DA UNIÃO 
EUROPEIA 
 Tratado de Roma (1957) – Constitutivo da Comunidade Econômica 
Europeia 
Princípio no artigo 31 “a system ensuring that competition in the internal 
market is not distorted” 
Um dos principais objetivos a política de defesa da concorrência na UE é 
eliminar do sistema econômico qualquer discriminação baseada em questões 
nacionais 
 Eficiência econômica + integração econômica 
DESEMPENHO – RESULTADOS ESPERADOS 
Preço menos custo marginal Lucros no curto prazo Lucros no longo prazo 
Competição 0 + ou – 0 
Monopólio + + ou – 0 ou + 
Oligopólio + + ou – 0 ou + 
Competição 
monopolística 
+ + ou – 0 
DESEMPENHO – TAXA DE 
RETORNO 
 A taxa de retorno é uma medida dos lucros de uma firma... 
 ... Mas devem ser lucros descontando custos de oportunidade, não 
lucros contáveis 
 A diferença mais relevante aparece quando tratamos ativos 
duráveis 
Precisamos medir custos de capital, o que é normalmente difícil 
O custo de capital é um custo de oportunidade 
O custo de capital é um fluxo mais do que um estoque 
 
DESEMPENHO – MARGENS 
CUSTO-PREÇO 
 Permite evitar muitas das dificuldades associadas com o cálculo da 
taxa de retorno 
 Índice de Lerner 
 
DESEMPENHO – MARGENS PREÇO-CUSTO 
DESAFIOS 
 Medida do custo marginal 
 
ESTRUTURAS E ENTRADA 
Vendedores Compradores 
Estrutura de 
mercado Entrada Rivais Entrada Rivais 
Competição Simples Muitos Simples Muitos 
Monopólio Impossível Nenhum Simples Muitos 
Monopsónio Simples Muitos Impossível Nenhum 
Oligopólio Difícil Poucos Simples Muitos 
Oligopsónio Simples Muitos Difícil Poucos 
Competição 
monopolística 
Simples Muitos Simples Muitos 
TEMAS 
 Tema 1 – Estrutura, conduta e desempenho 
 Tema 2 – Conceitos de solução de jogos 
 Tema 3 – Barreiras estruturais à entrada 
 Tema 4 – Entrada e comportamento estratégico 
 Tema 5 – Governança 
 Tema 6 – Firma 
ESTRUTURA, CONDUTA E 
DESEMPENHO 
 Temos o modelo de equilíbrio parcial, mas nenhuma indústria 
parece comportarse segundo o modelo 
 Então, se comportam como? 
 Vamos introduzir hipóteses que podem ser diretamente 
observáveis e testar elas 
e.g. se o mercado está muito concentrado, os preços serão elevados 
 
HIPÓTESES QUE QUEREMOS 
RELAXAR 
 Os preços são fixos e não dependem das decisões dos agentes 
 Não existem economias de escala ou escopo 
 Os agentes maximizam lucro 
CRÍTICAS INTERNAS – TEMA 2 
 Vamos respetar a lógica básica do modelo em competição perfeita 
Todo o mundo se comporta resolvendo problemas de otimização 
 O que vamos mudar são as coisas que os agentes levam em 
consideração quando resolvem esses problemas de otimização 
 Duas possibilidades 
Imagino que os meus rivais produzem igual quantidade sem importar o preço 
Imagino que os meus rivais produzem a um preço fixo sem importar quanto eles 
produzem 
Qual é a certa? 
 Precisamos colocar condições mais gerais para a definição do 
equilíbrio. A ferramenta será a teoria dos jogos (teoria matemática, 
não econômica) 
CRÍTICAS INTERNAS – TEMA 3 
 Várias hipóteses são tomadas por conveniência matemática 
Queremos garatir a existência do equilíbrio 
 É o caso das economias de escala e escopo... 
...que nos leva ao conceito de monopólio natural... 
...e à introdução (histórica) da regulaão e a defesa da concorrência 
 No geral, vamos estudar o que acontece quando relaxamos a 
condição de “Para cada firma ativa, existe uma firma inativa 
exactamente igual” 
 
CRÍTICAS INTERNAS – TEMA 4 
 Grande parte das ideias complementares até então estão 
relacionadas com achar uma definição de equilíbrio que poda ser 
usada quando existe interação estratégica 
 Nesse contexto, estudaremos essa interação estratégica quando os 
agentes consideram a possibilidade de entrar e sair do mercado 
 Ademais, estudaremos estudará quando os agentes sabem que, 
ademais de competir, têm a possibilidade de cooperar 
TEMAS 
 Tema 1 – Estrutura, conduta e desempenho 
 Tema 2 – Conceitos de solução de jogos 
 Tema 3 – Barreiras estruturais à entrada 
 Tema 4 – Entrada e comportamento estratégico 
 Tema 5 – Governança 
 Tema 6 – Firma 
As críticas 
internas 
CRÍTICAS EXTERNAS – CUSTOS DE 
TRANSAÇÃO 
 A primeira condição que tiramos em relação aos estudos anteriores é a 
de racionalidade 
 Entendemos racionalidade no sentido de que as suas preferências 
cumprem os axiomas necessários para admitir representação em 
funções de utilidade 
 Quando não temos função de utilidade, não temos problema de 
maximização (Note que a teoria dos jogos não tem um problema 
especialmente serio com isso) 
 Se parte de uma mudança de foco: das decisões às transações 
No tema 4 consideramos transações ao considerar problemas de informação... 
 ...Mas só estudamos os incentivos que existem antes da troca 
Agora estudaremos o que acontece depois da troca 
CRÍTICAS EXTERNAS – FIRMA 
 Continuamos sem ser racionais (não podemos usar os axiomas para as 
preferências) 
 A interação estratégica entre os agentes responde a outros conceitos 
Competição por inovar 
Competição na criação de capacitações 
 O conceito de equilíbrio é pouco relevante 
 Não existe um objetivo unificado e específico que descreva aos agentes 
envolvidos 
Portanto, é difícil disser se estão ou não estão em equilíbrio, ou se existe um 
refinamento do conceito de equilíbrio que os descreva

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