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Docente: Shirlene Kelly Santos Carmo Aula 8 – Termodinâmica Química Universidade Federal Rural do Semi-Árido Disciplina: Química Geral Profª: Shirlene Kelly shirlene@ufersa.edu.br 2 TÓPICOS 03/05/2016 2 Sistemas, estados e funções de estado; Trabalho e calor; A primeira lei da termodinâmica; Termoquímica; Entropia e a segunda lei da termodinâmica; Terceira lei da termodinâmica; Energia livre; TÓPICOS A sociedade moderna depende de energia para sua existência. Quaisquer sinais de falta de energia (cortes repetitivos de energia elétrica, falta de gasolina, dentre outros), são suficientes para fragilizar as pessoas. Quase toda energia de que dependemos é derivada de reações químicas, como por exemplo, a queima de combustíveis fósseis, as reações químicas ocorridas em baterias ou a formação de biomassa pela fotossíntese. Natureza de Energias Energia Cinética é a energia do movimento (translacional, vibracional e rotacional). Objetos, sejam eles, bolas de tênis ou moléculas possuem energia cinética. 2 2 1 mvEk Energia Potencial é a energia que um objeto possui em virtude de sua posição. Se refere posição do sistema em relação a um referencial Natureza de Energias gmzEP Natureza de Energias Energia Interna (U) é considerada quando um sistema é capaz de realizar um trabalho. Existem alguns tipos de energia interna, como: a energia cinética de translação das partículas, a energia cinética de rotação das partículas e a energia potencial de ligação entre as partículas. O sistema sofre mudança, que pode envolver trabalho sendo realizado ou calor sendo transferido. Natureza de Energias WQU PK EEUSistemadoEnergia )( Natureza de Energias Unidades de Energias A unidade SI para a energia é o Joule (J), em homenagem a James Joule (1818 - 1889): Onde 1 J = 1 kg m2/s2 e, 1 cal = 4,184 J Uma caloria (cal) foi originalmente definida como a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de 1 g de água de 14,5 °C para 15,5°C. SISTEMAS TERMODINÂMICOS Quando utilizamos a termodinâmica para analisar mudanças de energia, focalizamos nossa atenção em uma parte do universo limitada e bem definida. A parte que selecionamos para estudar é chamada sistema; todo o resto é chamado vizinhança. SISTEMAS TERMODINÂMICOS sistema vizinhança contorno Um sistema é definido como uma região restrita do espaço ou uma porção finita de matéria sobre a qual uma dada análise será conduzida. Sistema é separado de sua vizinhança por uma fronteira, que pode ser real ou imaginária, fixa ou móvel. O sistema pode interagir com sua vizinhança por meio de troca de energia, matéria etc. TIPOS DE SISTEMAS (a) Um sistema aberto pode trocar matéria e energia com a vizinhança. (b) Um sistema fechado pode trocar energia com sua vizinhança, mas não pode trocar nenhuma matéria. (c) Um sistema isolado não pode trocar energia e nem matéria com a vizinhança. TIPOS DE SISTEMAS NATUREZAS DE FLUXOS DE ENERGIA Sistema: é a parte do universo na qual estamos interessados; Vizinhança: é o resto do universo; Fronteira: É a interface entre o sistema e a vizinhança; Trabalho: É uma forma de fluxo ordenado de energia (movimento contra uma força) Calor: é uma forma de fluxo desordenado de energia (diferença de temperatura) CALOR X TRABALHO A transferência de energia na forma de Calor é fornecida por ΔT. Isso estimula o movimento desordenado dos seus átomos ou moléculas. Trabalho e calor são a essência da termodinâmica. Assim é fundamental que o estudante de termodinâmica entenda claramente as duas definições tendo em vista que a análise correta de muitos problemas térmicos dependem da distinção entre elas. CALOR X TRABALHO CALOR X TRABALHO A transferência de energia na forma de trabalho pode ser interpretada como sendo uma força atuando em uma partícula, produzindo um deslocamento, o trabalho realizado por essa força é dado por: CALOR X TRABALHO Por convenção usa-se o sinal negativo antes do P. CALOR X TRABALHO Convenção de Sinal entre Calor e Trabalho Q 0 Calor adicionado ao sistema (transferido da vizinhança para o sistema) Q 0 Calor retirado do sistema (transferido do sistema para vizinhança) W 0 O trabalho é realizado pela vizinhança no sistema W 0 O trabalho é realizado pelo sistema na vizinhança CALOR X TRABALHO PROPRIEDADES INTENSIVAS E EXTENSIVAS • Propriedades Intensivas: São aquelas que independem da quantidade do material que forma o sistema, por exemplo, pressão, temperatura, ponto de ebulição, ponto de fusão, etc. • Propriedade Extensiva: São aquelas que dependem da quantidade do material que forma o sistema, por exemplo, volume e energia interna. EQUILÍBRIO TERMODINÂMICO Equilíbrio é uma palavra que denota uma condição estática ou ausência de modificações. Na termodinâmica, ela é somente usada para significar a ausência de modificações, ou ainda, a completa não existência para a tendência à modificação em uma escala macroscópica. A nível Microscópico PROCESSO REVERSÍVEL E IRREVERSÍVEL “Um processo é reversível se, depois que o processo ocorrer, o sistema puder retornar ao seu estado inicial sem qualquer efeito líquido nas vizinhanças”. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Exemplo: (1) Ao receber uma quantidade de calor Q = 50J, um gás realiza um trabalho igual a 12 J, sabendo que a Energia interna do sistema antes de receber calor era U = 100 J, qual será esta energia após o recebimento? (2) Em uma transformação termodinâmica sofrida por uma amostra de gás ideal, o volume e a temperatura absoluta variam como indica o gráfico a baixo, enquanto a pressão se mantem igual a 20 N/m2. Sabendo-se que o gás absorve nessa transformação 250J de calor, logo a variação de energia interna é? a) 100J b) 150J c) 250J d) 350J e) 400J 00J PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Possíveis variações da Energia Interna no sistema termodinâmico PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Conservação de energia: A lei da conservação de energia diz que a energia não se cria, não se perde, mas um tipo de energia pode ser transformada em outro tipo de energia, como por exemplo, trabalho pode ser convertido em calor. Assim, a energiatotal presente em um processo é uma quantidade CONSERVATIVA = 1° lei da termodinâmica. (Acúmulo de energia)= (Entrada de fluxo de energia) – (Saída de fluxo de energia) + (Calor) + (Trabalho) FUNÇÕES DE ESTADO Depende somente dos estados inicial e final do sistema, e não de como ocorre sua trajetória. ENTALPIA As mudanças químicas podem resultar na liberação ou absorção de calor. A função termodinâmica chamada entalpia responde pelo fluxo de calor nas mudanças químicas que ocorrem a pressão constante quando nenhuma forma de trabalho é realizada a não ser o trabalho PV. Definida para qualquer sistema pela seguintes expressão: Em unidades de massa ou de mol: ΔH > 0 Endotérmico (O sistema ganhou calor da vizinhança) ΔH < 0 Exotérmico (O sistema liberou calor para vizinhança) PVUH VPUH ENTALPIA ENTALPIA INICIALFINAL HHH REAGENTESPRODUTOS HHH Em uma dada reação química: ENTALPIA Muitas vezes as diferenças entre e são pequenas, particularmente para reações químicas. Quando todos os reagentes e produtos são líquidos ou sólidos, ocorrem apenas variações bem pequenas de volume. H U ENTALPIA OU CALOR DE REAÇÃO ENTALPIA Algumas observações a serem feitas sobre a entalpia: - A entalpia é uma propriedade extensiva, pois é diretamente proporcional a quantidade de reagentes consumida no processo. - A variação de entalpia para uma reação é igual em valores absolutos, mas oposta em sinais para o da reação inversa. - A variação de entalpia para uma reação depende do estado dos reagentes e dos produtos. (sólido, líquido ou gasoso) H PROCESSOS ENDOTÉRMICOS E EXOTÉRMICOS Endotérmico Absorve calor da vizinhança Exotérmico Transfere calor para a vizinhança Uma reação eNDotérmica mostra-se fria Uma reação eXotérmica mostra-se quente; Exemplos: Clorato de Potássio CALOR DE FORMAÇÃO (ΔHf) A entalpia de formação, também denominada entalpia-padrão de formação, ou calor-padrão de formação, é o cálculo do calor liberado ou absorvido na formação de 1 mol de uma substância a partir de substâncias simples, no estado padrão. ENTALPIA DAS REAÇÕES A entalpia é uma propriedade extensiva (a ordem de grandeza do ΔH é diretamente proporcional a quantidade: Quando invertemos uma reação, alteramos o sinal do ΔH: A variação da entalpia depende do estado: ENTALPIA DE LIGAÇÃO Por que as reações químicas absorvem ou liberam calor? H2 + Cl2 –> 2HCl ΔH = 2 HCl – (H2 + Cl2) ΔH = 2 (-103) – (104 + 58) ΔH = -206 – 162 ΔH = – 44 kcal/mol ENTALPIA DE LIGAÇÃO FATORES QUE INFLUENCIAM NO VALOR DO ΔH Temperatura: Se uma reação ocorre a uma temperatura X, obtém-se , Se a mesma reação ocorrer a uma temperatura Y, obtém-se um diferente de Pressão: O valor do em uma reação envolvendo substâncias sólidas e líquidas praticamente não varia com a mudança de pressão. No caso de substâncias gasosas, o valor de começa a variar de modo significativo para pressões da ordem de 1000 atm. Quantidade de reagentes e produtos: Se por exemplo a quantidade de reagentes e produtos for dobrada, a quantidade de calor irá dobrar, também. XH YH XH H H FATORES QUE INFLUENCIAM NO VALOR DO ΔH Quantidade de reagentes e produtos: o valor do ΔH de uma reação varia em função da concentração de cada um de seus participantes e da natureza destes. O aumento da concentração provoca um aumento proporcional da variação de entalpia. Exemplo: FATORES QUE INFLUENCIAM NO VALOR DO ΔH Fase de Agregação: A energia das substâncias aumenta progressivamente à medida que elas passam da fase sólida para a líquida e para a gasosa. Presença de solvente: Quando dissolve-se uma determinada substância em um solvente qualquer, ocorre liberação ou absorção de energia na forma de calor. Assim, se uma reação ocorre na ausência de um solvente, o valor de será diferente daquele obtido quando fazemos a mesma reação na presença de um solvente. gáslíquidosólido HHH H RELAÇÃO ENTRE ΔH E ΔU Para reações que não envolvem gases, a diferença entre ΔH e ΔU é bem pequena, então podemos assumir ΔH = ΔU. Uma vez se concentrarmos nossa atenção nos gases ideais: e, Logo, RTnUPVUH INICIALINICIALINICIALINICIALINICIAL RTnUPVUH FINALFINALFINALFINALFINAL RTnUH gás CALORIMETRIA A Quantidade de calor transferido entre o sistema e a vizinhança é medida experimentalmente por calorimetria. O aparelho utilizado para medir a calorimetria é o calorímetro. CALORIMETRIA Capacidade Calorífica Os objetos podem absorver ou emitir calor, essa emissão ou absorção faz com que o objeto mude sua temperatura. Essa variação ocorrida é determinada por sua capacidade calorífica. A capacidade calorífica é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura em 1 oC. CALORIMETRIA A capacidade calorífica de 1 mol de substância é chamada Capacidade calorífica molar. E a capacidade calorífica de 1g de substância é chamada de capacidade calorífica específica. Calor específico Pode ser determinado experimentalmente medindo-se a variação de temperatura ∆T, que uma massa conhecida ‘m’, da substância pode ganhar ou perder certa quantidade específica de calor, q. CALORIMETRIA 𝑪𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄í𝒇𝒊𝒄𝒐 = 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒆𝒓𝒊𝒅𝒐 𝒈𝒓𝒂𝒎𝒂𝒔 𝒅𝒂 𝒔𝒖𝒃𝒔𝒕â𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒙 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝒅𝒂 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒆𝒓𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂 𝑱 𝒈𝑲 Tm q c Lei de Hess “Se uma reação é executada em uma série de etapas, o ΔH para a reação será igual à soma das variações de entalpia para as etapas individuais. Por exemplo: PROCESSOS ESPONTÂNEOS Muito dos processos que ocorrem à sua volta são espontâneos, isto é, uma vez iniciados prosseguem sem a necessidade de ajuda externa. A dissolução do sal em água é um exemplo de processo espontâneo. A espontaneidade de um processo pode depender da temperatura. A queda e a quebra de um ovo é espontânea, no entanto, o sentido contrário não, até porque ovos quebrados não se recompõem magicamente. PROCESSOS ESPONTÂNEOS Expansão espontânea de um gás Porque um gás se expande espontaneamente?? • Quando existem muitas moléculas, é muito mais provável que as moléculas se distribuam entre os dois frascos do que todas permanecerem em apenas um frasco. PROCESSOS ESPONTÂNEOS Em qualquer processo espontâneo, o caminho entre reagentes e produtos é irreversível. Quando um sistema varia por um processo irreversível, ele deve tomarum caminho diferente (com diferentes valores de q e w) para conseguir voltar ao seu estado original. ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Os gases expandem espontaneamente por causa da tendência das moléculas em espalhar-se entre os diferentes arranjos que elas podem assumir. A variação na desordem com a variação de energia afeta a espontaneidade de processos químicos. A desordem é expressa por uma grandeza termodinâmica chamada entropia, dado pelo símbolo ‘S’. Quanto mais desordenado um sistema, maior a sua entropia. Segundo a 2ª lei da Termodinâmica: A entropia de um sistema isolado não se altera se ele realiza um processo reversível e aumenta se ele realiza um processo irreversível. ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA T q S revsistema ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Em termos de a segunda lei pode ser expressa como segue: em qualquer processo reversível, . Enquanto em qualquer processo irreversível (espontâneo), vizinhançasistemauniv SSS univS 0 univS 0 univS Para sistemas isolados: 0 vizinhançaS ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA T q S sistemavizinhança A entropia na vizinhança dependerá de quanto calor for absorvido ou fornecido pelo sistema. Para um processo isotérmico, a variação de entropia da vizinhança é dada por: Para uma reação que ocorre a pressão constante, o qsist é simplesmente a variação da entalpia para a reação, H T H S sistemavizinhança ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Em processos espontâneos a matéria e a energia tendem a se tornar mais desordenadas. A entropia (S) mede o grau de desordem do sistema. Em processos espontâneos, a entropia do sistema tende sempre a aumentar. ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA ENTROPIA ZERO – TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA A terceira lei afirma então que: 00 TS A entropia de todos os cristais perfeitos se aproxima de zero quando a temperatura absoluta se aproxima de zero. ENERGIA LIVRE DE GIBBS – Previsão de Espontaneidade A energia livre de Gibbs é a energia da qual o processo dispõe para realizar trabalho útil à temperatura e pressão constantes. É também denominada Energia Livre de Gibbs, pois foi proposta em 1878, pelo físico americano Josiah Willard Gibbs (1839-1903), com a finalidade de avaliar a espontaneidade do sistema. ENERGIA LIVRE DE GIBBS – Previsão de Espontaneidade Para uma reação espontânea, a entropia do universo deve aumentar; As reações com valores de ΔH grandes e negativos são espontâneos; ENERGIA LIVRE DE GIBBS – Previsão de Espontaneidade EFEITO DA TEMPERATURA NA ESPONTANEIDADE DE PROCESSOS
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