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Docente: Shirlene Kelly Santos Carmo Pau dos Ferros, 03 de maio de 2016. Aula 9 – CINÉTICA QUÍMICA Universidade Federal Rural do Semi-Árido Disciplina: Química Geral Profª: Shirlene Kelly shirlene@ufersa.edu.br 2 Introdução 11/05/2016 2 O QUE VEREMOS NA AULA DE HOJE? O que é cinética química e porque estudá-la; Quais fatores afetam a velocidade de uma reação; Como a velocidade varia em função das diferentes condições; Os mecanismos de desenvolvimento de um reação. 11/05/2016 3 CINÉTICA QUÍMICA – É a área da química que estuda a velocidade das reações químicas. Termoquímica Informa sobre a direção e extensão de uma reação química Cinética Química Informa como a reação se realiza e a que velocidade Introdução 11/05/2016 4 Condições de ocorrência de uma reação química Natureza dos reagentes ou a “afinidade química”; Contato entre os reagentes; O efeito da temperatura; A influência dos agentes externos chamados catalisadores; Choques eficazes e energia de ativação; 11/05/2016 5 Concentração e Velocidade de Reação Velocidade de Reação – é definida como a variação que ocorre em determinado intervalo de tempo. Quando se fala de velocidade, necessariamente trabalhamos com a noção de tempo. A B tempo Unidade : mol/L.s 11/05/2016 6 A B Concentração de A Concentração de B C o n ce n tr a çã o ( m o l/ L) Tempo (s) Velocidade Média t A A a relação em médiaVelocidade t B B a relação em média Velocidade Concentração e Velocidade de Reação 11/05/2016 7 Velocidade de Reação e Estequiometria 11/05/2016 8 Concentração e Velocidade de Reação Velocidade Velocidade Instantânea Velocidade Inicial 11/05/2016 9 Velocidade Instantânea e Velocidade Inicial )()(94)(2)(94 aqaqlaq HClOHHCOHClHC smol/L6,2x10Vel.Inst. 400)s(800 L0,042)mol/(0,017 Vel.Inst. Δt ClHCΔ ainstantâne Velocidade 5 94 smol/L2,0x10lVel.inicia 0)s(200 L0,100)mol/(0,06 lVel.inicia Δt ClHCΔ inicial Velocidade 4 94 Concentração e Velocidade de Reação 11/05/2016 10 As leis de Velocidade e Ordem de reação dDcCbBaA Lei de Velocidade v = k [A]a [B]b Onde: v = velocidade da reação; [ ] = concentração da substância em mol/L; k = constante da velocidade específica para cada temperatura; a e b = ordem da reação. Obs.: A unidade da constante de velocidade depende apenas da ordem de reação da lei de velocidade. 11/05/2016 11 Uma reação pode ser de ordem zero, de 1ª ordem, de 2ª ordem, etc. ORDEM ZERO (em relação a um reagente): a alteração da concentração desse reagente não causa alteração à sua velocidade {vA = k[A] 0=k} A → produtos Ordem de reação PRIMEIRA ORDEM (em relação a um reagente): A velocidade de reação é proporcional a alteração na concentração. {vA = k[A] 1} ORDEM n (em relação a um reagente): ao alterar a concentração a velocidade da reação aumenta de 2n {vA = k[A] n}. As leis de Velocidade e Ordem de reação 11/05/2016 12 ProdutosA A relação é integrada entre os limites [A]0 no tempo t=0 e [A]t no tempo t tA A t dtk A Ad 0 0 ktAA t 0]ln[]ln[ ][ ][ Ak dt Ad v Reações de Primeira Ordem As leis de Velocidade e Ordem de reação 11/05/2016 13 As leis de Velocidade e Ordem de reação Reações de Primeira Ordem 0]ln[]ln[ AktA t baxy Diminuição da concentração do reagente com o tempo Utilização da relação linear ln[A] em função do tempo para o cálculo da constante k. 11/05/2016 14 As leis de Velocidade e Ordem de reação ProdutosA A relação é integrada entre os limites [A]0 no tempo t=0 e [A]t no tempo t tA A t dtk A Ad 0 0 2 kt AA t 0][ 1 ][ 1 2][ ][ Ak dt Ad v Reações de Segunda Ordem 11/05/2016 15 As leis de Velocidade e Ordem de reação Reações de Segunda Ordem 0][ 1 ][ 1 A kt A t baxy Tempo versus ln[NO2] Tempo versus 1/[NO2] 11/05/2016 16 Exemplo 1: Os seguintes dados foram coletados para a velocidade de desaparecimento de A na reação: Experimento [A] (mol/L) [B] (mol/L) Velocidade (mol/L.s) 1 0,1 0,1 4,0x10-5 2 0,1 0,2 4,0x10-5 3 0,2 0,1 16,0x10-5 CBA a) Determine a lei de velocidade para a reação; b) Calcule a constante de velocidade; c) Calcule a velocidade quando [A] = 0,050mol/L e [B]= 0,100mol/L; Concentração e Velocidade de Reação 11/05/2016 17 02/1 2 1 t Em uma reação de primeira ordem, temos: ktAA t 0]ln[]ln[ 2/1 0 0 2/1 0 2/1 ][ ][21 ln ][ ][ ln kt A A kt A tA k t 693,0 2 1 Tempo de Meia-vida As leis de Velocidade e Ordem de reação 11/05/2016 18 As leis de Velocidade e Ordem de reação 11/05/2016 19 As leis de Velocidade e Ordem de reação Em uma reação de segunda ordem, o tempo de meia vida depende das concentrações dos reagentes, e consequentemente varia a medida que a reação progride, logo temos: 02 1 1 Ak t 11/05/2016 20 Fatores que afetam as Velocidades das Reações 1) O estado físico dos reagentes Área de contato Nº de colisões Velocidade Os reagentes devem entrar em contato para que reajam. Quanto mais rapidamente as moléculas chocam, mais rapidamente eles reagem; As reações que envolvem sólidos tendem a prosseguir mais rapidamente se a área superficial do sólido for aumentada. 11/05/2016 21 2) A concentração dos reagentes Nº de moléculas Concentração Nº de colisões Velocidade Fatores que afetam as Velocidades das Reações A maioria das reações químicas prossegue mais rapidamente se a concentração de um dos reagentes é aumentada. 11/05/2016 22 Fatores que afetam as Velocidades das Reações 3) A temperatura na qual a reação ocorre Temperatura Nº de colisões Velocidade E.C. As velocidades das reações químicas aumentam conforme a temperatura aumenta. 11/05/2016 23 4) A presença de um catalisador Os catalisadores são substâncias que aceleram o mecanismo sem sofrerem alteração permanente (não são consumidos durante a reação). Um catalisador aumenta a velocidade de uma reação por diminuir a sua energia de ativação. Um catalisador acelera a reação mas não aumenta o rendimento, ou seja, ele produz a mesma quantidade de produto, mas num período de menor tempo. Fatores que afetam as Velocidades das Reações 11/05/2016 24 segundocolisões de número velocidade As moléculas tem que colidir para reagir. Contudo, para a reação ocorrer é necessário mais que simplesmente uma colisão: As colisões precisam ser eficazes (FATOR DE ORIENTAÇÃO); Quanto maior o número de colisões, maior a velocidade; O aumento da temperatura aumenta a velocidade. Teoria das Colisões 11/05/2016 25 Complexo Ativado “ Na teoria do complexo ativado, uma reação ocorre apenas se duas moléculas adquirem energia suficiente, talvez do solvente ao redor, para formar um complexo ativado e atravessar uma barreira energética.” 11/05/2016 26 Energia de Ativação Energia de ativação (Ea) é a energia mínima necessária para iniciar uma reação. 11/05/2016 27 EQUAÇÃO DE ARRHENIUS Fração de moléculas com energia igual ou maior que Ea Número de colisões que ocorrem por segundo Fração de colisões que tem orientação apropriada RTEaAek / Onde: k = constante de velocidade; Ea = energia de ativação; R = constante universal dos gases; T = temperatura absoluta; A = fator de freqüência. Equação de Arrhenius 11/05/2016 28 Equação de Arrhenius Determinação da Energia de ativação A RT Ea k lnln 1) Tomando o logaritmo natural da Equação de Arrhenius, teremos: Podemos comparar esta equação à equação de uma reta: A TR Ea k ln 1 ln baxy 11/05/2016 29 Determinação da Energia de ativação 2) Pode-se obter Ea a partir do valor de k, a duas temperaturas diferentes, por cálculo direto: 1/ 1 RTEa Aek Para qualquer T1 e T2, respectivamente: 2/ 2 RTEa Aek Dividindo K1 por K2: 2 1 / / 1 1 RTEa RTEa Ae Ae k k 122 1 11ln TTR Ea k k Equação de Arrhenius e 11/05/2016 30 Exemplo: A seguinte tabela mostra as constantes de velocidade para o rearranjo de isonitrila de metila a várias temperaturas. Temperatura (°C) K(s-1) 189,7 2,52 x 10-5 198,9 5,25 x 10-5 230,3 6,30 x 10-4 251,2 3,16 x 10-3 a) Calcule a energia de ativação para a reação; b) Calcule a constante de velocidade a 430K. Equação de Arrhenius 11/05/2016 31 Variação de K em função de T para uma reação de 1ª Ordem, Temperatura (°C) K(s-1) 189,7 2,52 x 10-5 198,9 5,25 x 10-5 230,3 6,30 x 10-4 251,2 3,16 x 10-3 Equação de Arrhenius 11/05/2016 32 Temperatura (K) 1/T (K-1) Ln k 462,9 2,160 x 10-3 -10,589 472,1 2,118 x 10-3 -9,855 503,5 1,986 x10-3 -7,370 524,4 1,907 x 10-3 -5,757 4109,1 00215,000195,0 )4,10(6,6 Δx Δy Inclinação x R Ea Inclinação 31,8).109,1( 4 xEa kJ/mol157,9ou J/mol157890Ea a) Equação de Arrhenius 11/05/2016 33 b) 122 1 11ln TTR Ea k k Temperatura (K) K(s-1) 462,9 2,52 x 10-5 472,1 5,25 x 10-5 503,5 6,30 x 10-4 524,4 3,16 x 10-3 Para T = 430K 430 1 462,9K 1 8,31J/molK l157890J/mo 1052,2 ln 15 1 sx k 14,3 1 1 5 1052,2 e sx k )0432,0)(1052,2( 51 xk 16 1 100,1 sxk Equação de Arrhenius 11/05/2016 34 Mecanismos de Reação Química Um mecanismo de reação descreve em detalhes a ordem na qual as ligações são quebradas e formada, bem como as variações nas posições relativas dos átomos no curso da reação. Reação Química Elementar Não-elementar 11/05/2016 35 Mecanismos de Reação Química 1) Etapas Elementares: A reação para reagir o NO e O3 para formar o NO2 e O2 parece ocorrer como resultado de uma única colisão envolvendo moléculas de NO e O3, apropriadamente orientadas e energéticas o suficiente. )()()()( 223 gOgNOgOgNO “O número de moléculas que participam como reagentes em uma etapa elementar define a molecularidade da etapa. “ 11/05/2016 36 Mecanismos de Reação Química 2) Mecanismos de várias etapas: Por exemplo, para a reação: Realiza-se por um mecanismo de duas etapas: “A lei de velocidade da reação é definida pela etapa lenta.“ )()()()( 22 gCOgNOgCOgNO 11/05/2016 37 Mecanismos de Reação Química 11/05/2016 38 Mecanismos de Reação Química 3) Mecanismos com uma etapa inicial rápida: É difícil derivar a lei de velocidade para um mecanismo no qual um intermediário é um reagente na etapa determinante da velocidade. Essa situação origina-se em um mecanismo de várias etapas quando a primeira etapa não é determinante da velocidade. 11/05/2016 39 Catálises e Biocatalisadores Um catalisador é uma substância que faz variar a velocidade de uma reação química sem que ele próprio sofra uma variação química permanente no processo. Dada a reação: aE A Um catalisador pode afetar a velocidade de reação alterando o valor de ou Catálise Homogênea Catálise Heterogênea Catálise 11/05/2016 40 Catálises e Biocatalisadores 11/05/2016 41 Catálises e Biocatalisadores As enzimas são um tipo de catalisadores bastante seletivos. Muitos destas catalisam apenas a reações específicas. 11/05/2016 42 Catálises e Biocatalisadores A partir da cinética química e da equação geral de balanço molar é possível desenvolver as equações de um projeto para os vários tipos de reatores industriais: batelada, semicontínuo e contínuo Avaliando essas equações, podemos determinar o tempo ou o volume do reator necessários para converter uma quantidade específica de reagentes em produtos 11/05/2016 43 Referências Bibliográficas ATKINS, P.; JONES, L. Princípios De Química - Questionando A Vida Moderna e o Meio Ambiente - 5 ª Ed. – 2011. Editora: Bookman. BRADY, J. E.; HUMISTON, G. E. Química Geral, vol 2. LTC Editora. Rio de Janeiro. BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química – A Ciência Central. Editora: Pearson Education – Br. 9ª edição. São Paulo.
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