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PEDAGOGIA EMPRESARIAL VIVIANE

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS I 
PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA 
 
 
 
 
VIVIANE SILVA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 PEDAGOGIA EMPRESARIAL: 
A FORMAÇÃO NEGADA NOS CURSOS DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2013 
 
 
 
VIVIANE SILVA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDAGOGIA EMPRESARIAL: 
A FORMAÇÃO NEGADA NOS CURSOS DE PEDAGOGIA 
 
 
 
Monografia apresentada ao Departamento 
de Educação-Campus I, da Universidade 
do Estado da Bahia - UNEB, como parte 
do requisito para obtenção do grau de 
Licenciatura em Pedagogia, sob a 
orientação da Profa. Ms. Lanara 
Guimarães de Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA 
 Sistema de Bibliotecas da UNEB 
 Bibliotecária: Jacira Almeida Mendes – CRB: 5/592 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santos, Viviane Silva dos 
Pedagogia empresarial: a formação negada nos cursos de Pedagogia / Viviane Silva dos Santos . - Salvador, 2013. 
62f. 
Orientadora: Lanara Guimarães de Souza. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação. 
Colegiado de Pedagogia. Campus I. 2013. 
 
Contém referências e apêndice. 
1. Professores - Formação. 2. Educação - Estudo e ensino. 3. Planejamento educacional. I. Souza, Lanara 
Guimarães de. II. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação. 
 
 CDD: 370.7 
 
 
 
 
VIVIANE SILVA DOS SANTOS 
 
 
 
PEDAGOGIA EMPRESARIAL: 
A FORMAÇÃO NEGADA NOS CURSOS DE PEDAGOGIA 
 
 
 
Monografia apresentada ao Departamento de 
Educação-Campus I, da Universidade do 
Estado da Bahia - UNEB, como parte dos 
requisito para obtenção do grau de 
Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação 
da Prof
a
.Ms. Lanara Guimarães de Souza. 
 
 Salvador,___ de__________de 20__. 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
Prof ª Msc Lanara Guimarães de Souza. - Orientadora 
(UNEB – SALVADOR/BA) 
 
Profa Drª Marcea Andrade Sales 
(UNEB – SALVADOR/BA) 
 
Profa Msc Márcia de Freitas Cordeiro 
(UNIJORGE – SALVADOR/BA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Esta monografia teve como finalidade analisar em que medida os cursos de 
Pedagogia contemplam a temática da Pedagogia Empresarial em seus 
Projetos pedagógicos. Diante dos aspectos da Educação, formal e não formal, 
foi realizada uma análise histórica sobre a trajetória do curso de Pedagogia e a 
identidade do pedagogo, assim como das possibilidades de atuação para além 
dos ambientes escolares e como as mudanças ocorridas nas organizações 
influenciaram a inserção do pedagogo neste meio empresarial, e definiram o 
perfil deste profissional e sua forma de atuação. Foi abordado o surgimento do 
Departamento de Recursos Humanos e a Gestão de pessoas nas empresas, e 
como essas áreas influenciam no desenvolvimento do ser humano dentro e 
fora da empresa. Tomou-se como campo de pesquisa os Projetos Pedagógicos 
dos cursos de Pedagogia das seguintes instituições de ensino superior: 
Universidade do Estado da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Faculdade 
da Cidade do Salvador, Centro Universitário Jorge Amado, Universidade 
Estadual de Campinas, Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul e a 
Universidade Federal do Pernambuco. Assim, para melhor fundamentar a 
pesquisa, buscou-se autores que discutem o tema, tais como: Ribeiro (2006) 
que estabelece a Pedagogia empresarial como uma das possibilidades de 
atuação do Pedagogo; Holtz (2006) que trata do surgimento da Pedagogia 
Empresarial; Almeida (2006) que aborda as áreas de atuação do pedagogo. 
Essa pesquisa revelou que o tratamento dado ao tema pelos cursos de 
Pedagogia investigados, é incipiente e superficial, limitando assim o campo de 
atuação do pedagogo. 
 
PALAVRAS - CHAVE: Formação do pedagogo, Pedagogia empresarial, 
Projetos Pedagógicos do Curso de Pedagogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This monograph aims to ascertain the extent to which Brazilian Pedagogy 
courses include Pedagogy business. Considering the aspects of education, 
formal and non-formal analysis was performed on the historical trajectory of the 
Faculty of Education and the identity of the teacher, as well as the possibilities 
of performance beyond the school environment and how changes in 
organizations influenced the insertion educator in the business, and defined the 
profile of this work and the way it operates. It was discussed the emergence of 
the Department of Human Resources and Personnel management in the 
companies, and how these areas influence the development of the human 
being inside and outside the company. Was taken as the search field 
Educational Projects of Pedagogy of the following higher education institutions: 
University of Bahia, Bahia Federal University, College of the City of Salvador, 
Jorge Amado University Center, State University of Campinas, State University 
Mato Grosso do Sul and Federal University of Pernambuco. So for better 
support the research, we sought authors who discuss the topic, such as: Ribeiro 
(2006) that establishes the business as a Pedagogy of performance possibilities 
of the pedagogue; Holtz (2006) coined the term Enterprise Pedagogy and treats 
the emergence of Empresarial Pedagogy; Almeida (2006) that addresses the 
areas of work of teachers. This survey revealed that the treatment given to the 
subject by pedagogy courses investigated are weak and superficial, thus 
limiting the scope of work of teachers. 
 
KEYWORDS: Training Educator, Business Education, Educational Projects 
Pedagogy courses 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho especialmente a minha querida 
mãe, que sempre esteve ao meu lado, minha melhor 
professora, que me ensina a cada dia a ser uma 
pessoa melhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Se consegui chegar até aqui, com certeza não caminhei sozinha, pois sempre 
estive cercada por pessoas especiais! 
Agradeço primeiramente a Deus, que manteve a minha Fé e esperança, e fez 
acreditar que é possível; 
Aos meus pais, Antonio e Lourdes pelo incentivo e apoio incondicional, com 
certeza, sem eles eu nada seria. 
Aos meus irmãos André e Valdecira, os melhores do mundo. 
Ao meu noivo Alessandro, pelo amor, amizade, companheirismo e bom humor 
nos momentos de nervosismo e ansiedade. 
Aos amigos Ruth, Nina, Marcelo e Igor, pessoas magníficas. 
A turma de Pedagogia Plena 2008.2 pela força e determinação. Em especial as 
colegas, Ilka, Edicarla, Iramaia, Samanta, Evellin, Joana Angélica, Liliane Costa 
e Liliane Coutinho, que estiveram ao meu lado durante a minha trajetória 
acadêmica e, principalmente na construção desse trabalho, e mostraram o 
quanto a força da amizade ajuda a enfrentar as adversidades. 
A minha Orientadora, Profª. Lanara Souza, pelas contribuições, parceria e bom 
humor, durante a construção do presente estudo. 
A Professora Adelaíde Badaró, pela entrega incondicional e generosidade no 
exercício do seu trabalho, exemplo de Educadora. 
Enfim, quatro anos se passaram e sei que é apenas o início de uma trajetória 
pela busca do conhecimento... Valeua pena! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando você está inspirado por algum grande propósito, por 
algum projeto extraordinário, todos os seus pensamentos rompem 
seus vínculos: sua mente transcende as limitações, sua 
consciência se expande em todas as direções, e você se 
descobre em um mundo novo, grande e maravilhoso. Forças, 
faculdades e talentos dormentes tornam-se vivos, e você percebe 
que é uma pessoa melhor do que jamais sonhou ser. 
 
Patanjali 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
TABELA 01 - Os dez cursos com maior número de matriculados no Brasil – 
Censo 2009........................................................................................................22 
TABELA 02 - Número de matriculados, concluintes e ingressos no curso de 
pedagogia entre os anos de 2002 à 2009 nas modalidades presencial......23 
TABELA 03 - Caracterização das Instituições de Ensino Superior que tiveram 
os Projetos Pedagógicos Analisados...........................................................41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
GRÁFICO 01 - Educação Profissional.............................................................................. 42 
GRÁFICO 02 - Gestão de Pessoas.................................................................................. 43 
GRÁFICO 03 - Liderança e Motivação............................................................................. 45 
GRÁFICO 04 - Educação não formal............................................................................... 46 
GRÁFICO 05 - Pedagogia empresarial e outros espaços não escolares....................... 49 
GRÁFICO 06 - Técnica de Formação em Serviço........................................................... 52 
GRÁFICO 07 - Competências.......................................................................................... 53 
GRÁFICO 08 - Avaliação de Programas.......................................................................... 56 
GRÁFICO 09 - Avaliação Institucional.............................................................................. 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 
 
PERCURSO METODOLÓGICO................................................................................... 
 
12 
 
15 
1. A PEDAGOGIA E O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA................ 17 
1.1 A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO COM FOCO EXCLUSIVO 
NO ESPAÇO ESCOLAR.................................................................................. 
 
18 
1.2 PEDAGOGO: IDENTIDADE E DIVERSIDADE DE ÁREAS 
DE ATUAÇÃO.................................................................................................. 
 
23 
 
2. 
 
BREVE DISCUSSÃO SOBRE A PEDAGOGIA EMPRESARIAL................... 
 
27 
2.1 O PEDAGOGO NA EMPRESA: FORMAS DE ATUAÇÃO.............................. 28 
2.2 RECURSOS HUMANOS NA GESTÃO DE PESSOAS: CAMINHOS E 
TRANSFORMAÇÕES...................................................................................... 
 
31 
2.3 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E SUA RELAÇÃO COM A PEDAGOGIA 
EMPRESARIAL................................................................................................ 
 
34 
2.4 CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA À ATUAÇÃO DO PEDAGOGO 
NA EMPRESA.................................................................................................. 
 
37 
 
3. 
 
PEDAGOGIA EMPRESARIAL E OS PROJETOS PEDAGÓGICOS.............. 
 
41 
3.1 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL......................................................................... 42 
3.2 GESTÃO................................................................................................ .......... 43 
3.2.1 Gestão de pessoas......................................................................................... 43 
3.2.2 Liderança e Motivação................................................................................... 45 
3.3 EDUCAÇÃO NÃO FORMAL............................................................................ 46 
3.4 PEDAGOGIA EMPRESARIAL E OUTROS ESPAÇOS NÃO 
ESCOLARES................................................................................................... 
 
49 
3.5 TÉCNICAS DE FORMAÇÃO EM SERVIÇO.................................................... 52 
3.6 COMPETÊNCIAS......................................................................................... .... 53 
3.7 AVALIAÇÃO..................................................................................................... 55 
3.7.1 Avaliação de Programas................................................................................ 56 
3.7.2 Avaliação Institucional................................................................................... 
 
57 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 59 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE ANÁLISE DA PESQUISA.................................. 
APÊNDICE B – MAPA CONCEITUAL DA PESQUISA................................................ 
 
 
61 
65 
66 
 
12 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
As transformações ocorridas na sociedade contemporânea, em seus 
aspectos sociais, econômicos e políticos, vêm exigindo dos profissionais de 
todas as áreas, sua formação continuada, tornando-se necessário haver 
discussões sobre a ampliação dos diversos campos de trabalho. Assim, com a 
Pedagogia não é diferente. As mudanças e exigências do mercado de trabalho 
têm levado o pedagogo a refletir sobre o processo educacional para além da 
prática docente. 
Os cursos de Pedagogia ainda têm como foco principal formar 
profissionais para atuação nos espaços educativos, como professor da 
educação básica. É recente o fato de o pedagogo desempenhar funções em 
outras organizações e instituições não escolares. Assim, muitos pedagogos 
desconhecem que o espaço de trabalho amplia-se a todo o momento, não 
sendo difícil encontrar questionamentos que permeiam as dúvidas de tal 
profissional, tais como: o que fazer para conquistar este espaço? O que fazer 
nesse espaço? Qual seria a sua função? 
Com a ampliação de ações que podem ser desenvolvidas pelo 
pedagogo, é fundamental que esse profissional procure conhecer as 
possibilidades existentes em áreas que englobam a educação configurando-a 
como a parte integrante, força motriz da sociedade. 
Nesse contexto, o presente trabalho busca mostrar a importância da 
expansão das áreas de atuação do pedagogo para os ambientes não 
escolares, assim como ressaltar que a educação não ocorre apenas no 
ambiente formal - a escola. É preciso evidenciar a participação do pedagogo na 
empresa, que vem passando por diversas transformações ao longo do tempo, 
e consequentemente, reforça a necessidade de um profissional que se 
encarregue de todo processo educativo. 
13 
 
O curso de Pedagogia e as atribuições do pedagogo ampliam-se com o 
tempo, bem como a formação do profissional em educação, sendo assim, é o 
momento para conhecer as possíveis áreas de atuação e questionar: Qual o 
tratamento dado à Pedagogia Empresarial nos Projetos Pedagógicos dos 
Cursos de Pedagogia? 
Desse modo, esta pesquisa tem por objetivo geral analisar como os 
Projetos Pedagógicos dos Cursos dePedagogia abordam a formação do 
pedagogo para sua atuação no ambiente empresarial, ou seja, em um espaço 
não escolar. Todavia, para que esse estudo fosse mais completo se fez 
necessário, antes, analisar o processo histórico da Pedagogia no Brasil e a 
construção da identidade do pedagogo. E, por conseguinte, identificar as áreas 
de atuação do pedagogo na empresa e como os Projetos Pedagógicos dos 
cursos de Pedagogia abordam esse tema. 
É preciso colocar em destaque que é durante o próprio período 
acadêmico que o pedagogo em formação é apresentado a um mercado 
prioritariamente focado na educação formal, na qual as instituições escolares 
são postas como ambiente possível de se encontrar experiências e 
desenvolver ações educativas. 
Esta temática foi escolhida, pois percebi que, ao longo da minha 
trajetória no curso de Pedagogia, poucas vezes a empresa foi mencionada 
como um dos possíveis caminhos para atuação do pedagogo no mercado de 
trabalho. Mas sempre acreditei que a Pedagogia como ciência da educação é 
multifacetada, pois caminha por vários espaços educativos. 
 O pedagogo inserido na empresa objetiva o conhecimento, 
desempenhando o papel de mediador e articulador de ações educativas, pois a 
atuação desse profissional na organização corporativa busca transformar o 
comportamento dos indivíduos, por serem estes que formam a empresa, para 
que haja a melhoria na qualidade das relações interpessoais e para formação 
individual. 
As ações desenvolvidas pelo pedagogo empresarial são amplas; por 
esse motivo, a sua formação deve ser calcada no desenvolvimento do 
14 
 
indivíduo nos mais diversos espaços de que necessitam da atenção sobre a 
organização dos processos educativos. 
Este trabalho está estruturado em três capítulos. No primeiro capítulo 
fez-se necessário abordar a Pedagogia e o contexto da educação brasileira, 
evidenciando as formas de educação existentes e o caminho percorrido pela 
Pedagogia e pelo Pedagogo no Brasil. Além disso, foi preciso tecer relações 
sobre a identidade e áreas de atuação do pedagogo, a fim de esclarecer os 
enganos ainda cometidos no que se refere ao exercício desta profissão. 
No segundo capítulo busquei compreender o significado e o contexto em 
que surgiu a Pedagogia Empresarial, assim como pontuei as possíveis áreas 
de atuação do pedagogo nesse ambiente. Entre o desenvolvimento das ações 
do pedagogo na organização, destaca-se a área de Recursos Humanos - RH, 
que desenvolve ações focadas no indivíduo. Porém percebe-se que o intuito 
principal é o recrutamento e o treinamento de pessoal para empresa. Assim, 
nos dias atuais, ocorreram mudanças em relação ao tratamento dado ao 
funcionário, por isso, os órgãos empresariais passaram a utilizar a Gestão de 
Pessoas, algo que abrange o RH, que visa o desenvolvimento pessoal e 
profissional do individuo, buscando motivá-lo, a fim de fazer com que o 
funcionário se veja como grande colaborador do crescimento da empresa. 
Além disso, foi trazida a relação do pedagogo com a educação profissional, 
como é a preparação do individuo para o trabalho e conhecimento dos seus 
direitos e deveres. Ao final deste capítulo foram destacados os conhecimentos 
que no desenvolvimento desse estudo se mostraram necessários ao pedagogo 
para que possa atuar na empresa. 
No terceiro capítulo foi realizada a análise dos Projetos Pedagógicos dos 
Cursos de Pedagogia de sete instituições: UNEB, UFBA, UNIJORGE e a 
Faculdade da Cidade do Salvador (localizados na cidade do Salvador – Bahia); 
UEMS, UFPE; UNICAM;, a fim de averiguar como abordam a Pedagogia 
empresarial e outros elementos ligados a esta área, assim como as outras 
formas de atuação do pedagogo além da escola 
 
15 
 
PERCURSO METODOLÓGICO 
 
 
A pesquisa é o processo de construção de conhecimento indispensável 
à vida do ser humano e, como tal, tem por objetivo gerar novos conhecimentos 
e/ou discutir sobre saberes já existentes. Assim, o homem vai construindo suas 
ideias e deixa uma “semente” para o futuro. 
Para realizar esse estudo, que tem abordagem qualitativa, foi tomado 
como base o método descritivo, que forneceu suporte para efetivar a realização 
de uma pesquisa que objetiva mostrar a importância do pedagogo no ambiente 
organizacional e conhecer a abordagem dos cursos de pedagogia sobre essa 
temática. 
A pesquisa descritiva refere-se a um trabalho desenvolvido, tendo como 
base a observação, o registro (descrição da observação) e a interpretação dos 
fatos, porém não há interferência do pesquisador. Desse modo, Gil (2002, p. 
42) afirma que: 
[...] as pesquisas que possuem como objetivo principal a descrição 
das características de determinado fenômeno ou população, ou que 
estabelecem relações entre variáveis podem ser denominadas de 
pesquisas descritivas. (GIL, 2002, p. 42) 
 
O instrumento utilizado nessa pesquisa teve a perspectiva de análise 
documental. Foi criada uma tabela para registro sistematizado das categorias 
de análise identificadas nos Projetos Pedagógicos do curso de Pedagogia. A 
finalidade foi verificar o tratamento dado pelos cursos de Pedagogia sobre a 
Pedagogia Empresarial. 
As categorias de análise que foram trabalhadas ao longo da pesquisa 
bibliográfica; tratam-se dos conhecimentos que foram pontuadas como 
necessários aos Cursos de Pedagogia que visem formar profissionais para 
atuar também fora da sala de aula; em ambientes de educação não formal. 
Pela frequência com que aparecem na literatura, são estes os temas: 
Educação Profissional; Gestão de Pessoas, Gestão do Conhecimento, 
16 
 
Liderança e Motivação; Projetos Sociais; Educação Não Formal; Pedagogia 
Empresarial e outros espaços não escolares, Técnicas de formação em Serviço; 
Competências, Avaliação de Programas, e Avaliação Institucional. 
Nesta pesquisa, foram utilizados 7 Projetos Pedagógicos do Curso de 
Pedagogia, a fim de descobrir a forma como a Pedagogia Empresarial é 
mencionada. Assim, no quadro instrumento de análise (ver apêndice A), foi 
instituída uma legenda para explicitar claramente as respostas. São as 
seguintes representações: Ausente (A); Abordagem Superficial (AS); 
Abordagem Aprofundada (AP); e Presente como Disciplina Curricular (PD). 
A escolha dos Projetos Pedagógicos do Curso de Pedagogia seria 
inicialmente em nível local; foi pensado na escolha de projetos de Instituições 
públicas e privadas, apenas da cidade do Salvador. Porém, durante a 
pesquisa, que teve como suporte fundamental a internet, não foi possível ter 
acesso a um número mínimo de projetos para realizar uma análise mais 
consistente. Assim sendo, o trabalho expandiu-se e foram encontrados projetos 
dos cursos de pedagogia de diferentes regiões do Brasil. Desse modo, foram 
colhidos sete projetos, das seguintes instituições: 
1- Faculdade da Cidade do Salvador 
2- Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP 
3- Universidades do Estado da Bahia - UNEB 
4- Centro Universitário Jorge Amado - UNIJORGE 
5- Universidade Federal do Pernambuco - UFPE 
6- Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UEMS 
7- Universidade Federal da Bahia – UFBA 
 
Ao desenvolver este estudo procurei fundamentar o meu trabalho nas 
principais referências bibliográficas sobre o tema, pois acredito que para 
desenvolver uma pesquisa concisa uma boa revisão de literatura dá condições 
para argumentar e posteriormente, eu pudesse fazer as devidas inferências, 
fidelizar os meus objetivos e confrontar as informações coletadas. 
 
17 
 
1. A PEDAGOGIA E O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA 
 
A educação é um bem precioso para à humanidade, e como tal deve ser 
refletida, pois as práticaseducativas ocorrem tanto de forma voluntária, como 
acontecem involuntariamente nos mais variados ambientes sociais. Desse 
modo, é preciso pensar a educação como algo inerente ao ser humano, que se 
inicia assim que nasce e perdura por toda vida. 
É fundamental destacar que a educação também ocorre de modos 
diferentes entre os povos, visto que cada sociedade tem distintos costumes e 
regras. Desse modo, a intencionalidade da educação é voltada para diversas 
finalidades. Por exemplo: a religião, o casamento e direito das mulheres 
existentes no Brasil não são os mesmos que no Afeganistão. Porém, isso 
também pode ocorrer de modo diferente dentro de uma mesma sociedade. 
Brandão (1995), destaca que é “por meio da educação que o sistema da 
sociedade impõe suas normas, esse também é o meio pelo qual as pessoas 
que convivem com o indivíduo passa todo o seu saber”. 
No Brasil, vários autores tornaram-se imprescindíveis para o 
entendimento sobre a importância da educação nos seus mais diversos 
âmbitos e formas, tais como: Carlos Brandão e Moacir Gadotti, que trouxeram 
contribuições para a reflexão sobre a educação em seu modo geral. 
Fundamentado nesses educadores, entende-se que a educação está presente 
desde o nascimento da humanidade, e ao longo do seu desenvolvimento pode 
ser vista de varias formas, como destacamos neste trabalho, a educação 
formal e não formal. Brandão (1995, p. 128) ressalta que: 
[...] a educação ocorre em todos os espaços sociais em que o 
individuo faz parte, em casa, na rua, na igreja, ou na escola. De um 
modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: 
para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, 
para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a 
vida com a educação. (BRANDÃO, 1995, p. 128) 
18 
 
De acordo a essa perspectiva, pode-se classificar a educação em duas 
categorias: a educação formal e educação não-formal, evidenciando, assim a 
educação como direito de todos, independentes do local em que aconteça. 
A educação formal tem objetivos claros e específicos e é representada 
principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma diretriz 
educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e 
burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos 
Ministérios da Educação. A educação não-formal é mais difusa, menos 
hierárquica e menos burocrática. Os programas de educação não-formal não 
precisam necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de 
“progressão”. Podem ter duração variável, e podem, ou não, ter certificados de 
aprendizagem. (GADOTTI, 2005). 
A educação não - formal não deve ser vista como algo sem 
intencionalidade, pois tal como a educação formal, o principal objetivo é a 
aprendizagem do ser humano. Contudo, o tempo para essa aquisição de 
conhecimentos é mais flexível, não há um período determinado, sempre ocorre 
de acordo com as demandas de cada individuo. 
É no campo da educação não formal que se desenvolveu o presente 
estudo; considerando que a aprendizagem se faz a todo o momento na vida do 
indivíduo; especialmente no seu campo do trabalho. O pedagogo surge, então, 
como o profissional que pode orientar e mediar formas de aprendizagem em 
diversos espaços diferentes no âmbito escolar. 
 
1.1. A Formação do Pedagogo com foco exclusivo no espaço escolar 
 
Para que haja entendimento sobre como a formação do pedagogo é 
limitada ao âmbito escolar, é necessário recorrer a sua história, pois, da 
construção, das ideias, ao desenvolvimento de práticas educativas que foram 
consolidadas, houve muito estudo sobre a validade, conceito e finalidade da 
pedagogia no âmbito da educação, que marca um grande caminho percorrido. 
19 
 
A Pedagogia surge a partir da necessidade que o homem apresenta de 
comunicar-se, ter a educação como forma de obter o conhecimento e inserir-se 
no meio social, seja direta ou indiretamente. Desse modo, ao longo dos anos a 
Pedagogia esteve atrelada ao processo educativo, desde que o homem passou 
a revelar intencionalidade nesse processo. 
A Pedagogia no sentido próprio nasceu entre o os séculos XIII 
e XIX. Sendo que, no Brasil, teve início entre o século XIX e XX. Porém, 
apenas com a utilização do termo. Em 1826, Januário da Cunha Barbosa, 
pretendia através do Projeto de Lei, instituir um sistema completo de educação 
distribuído em quatro graus, sendo que o primeiro, relativo ao ensino elementar, ou 
seja, conhecimentos necessários a todos instintivamente, foi chamado de 
“pedagogias”. (SAVIANI, 2008). De certa forma, a Pedagogia já existia nessas 
propostas de ensino, por ter objetivos definidos para aprendizado do indivíduo, 
entretanto não se discutia a educação através de uma visão pedagógica concreta. 
De fato, a Pedagogia passou a configurar-se como prática educativa 
imprescindível e eficaz ao desenvolvimento do ser humano, que colabora 
efetivamente na estruturação do ambiente educativo, tornando-se uma ciência 
da educação, que busca desenvolver estudos, teorias e pensa em práticas que 
revelem transformações planejadas, mas de acordo com as diferenças de cada 
individuo. 
A importância do pedagogo para a educação começou a revelar 
preocupações na formação desse profissional dando início às movimentações 
para formalização e fortalecimento dos saberes necessários ao pedagogo. Tal 
como as discussões acerca do seu campo de atuação. Daí o surgimento do 
curso de Pedagogia. 
O Curso de Pedagogia foi criado no Brasil nos anos 1930, com a 
organização da Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, 
através do Decreto-Lei n. 1. 190 de 4 de Abril de 1939, visando a dupla função 
de formar bacharéis e licenciados para varias áreas. Inclusive, para o setor 
pedagógico, ficou instituído, por tal documento legal, o chamado “padrão 
federal” ao qual tiveram que adaptar os currículos básicos dos cursos 
oferecidos pelas demais instituições do país. (SILVA, 2006) 
20 
 
O Bacharel em Pedagogia tinha uma formação que perpassava pelas 
varias áreas das Ciências Humanas, Sociais, nas Artes, Letras, Matemática, 
Física, Química. Caso o graduando do bacharelado pretendesse lecionar nas 
escolas, ele deveria cursar mais duas disciplinas, a Didática e Prática de 
Ensino. Porém o campo de atuação do bacharel em pedagogia tornou-se 
confuso. Silva (2006) ressalta que: 
[...] a prescrição de um currículo, o qual nem se quer se limitou ao 
mínimo, para a formação de um profissional não claramente 
identificável, só poderia resultar inadequada. Essa inadequação é 
representada principalmente pela provocada, de um lado, na 
expectativa do exercício da funções de natureza técnica as serem 
realizadas Por esse bacharel e, de outro lado, pelo caráter 
exclusivamente generalista das disciplinas fixadas para sua formação. 
(SILVA, 2006, p. 13). 
A licenciatura em Pedagogia formava profissionais para atuar nas 
classes normais, para lecionar Filosofia, Matemática e História, enquanto o 
bacharel, depois de formado, seria considerado um “técnico em educação ou 
“especialista em educação” e atuar assim na administração escolar. Contudo, 
de acordo com a Lei Orgânica do Ensino Nacional – Decreto-Lei n. 8.530/41, 
qualquer formação em nível superior habilitava para o trabalho na escola, 
retirando a exclusividade do pedagogo no ambiente escolar, seja da 
administração ou nas salas de aula. 
Em 1968, com a Lei da Reforma Universitária n. 5.540, o curso de 
Pedagogia foi unificado, não havendo mais a divisão entre licenciatura e 
bacharelado. A partir daí o curso ganhou habilitações: Supervisão, 
Administração, Inspeção Educacional e orientação, todos esses referentesao 
ambiente escolar. Sobre esse fato Saviani (2008, p.51) diz que: 
[...]o pedagogo foi taxado de generalista, pois se procurou privilegiar 
a formação de técnicos por meio das habilitações com funções 
supostamente bem específicas no âmbito das escolas e sistemas de 
ensino que configurariam um mercado de trabalho, demandando em 
conseqüência, os profissionais com uma formação específica que 
seria sugerida pelo curso de pedagogia. Daí a reestruturação desse 
curso exatamente para atender a referida demanda. (SAVIANI, 2008, 
p.51) 
 O autor ainda ressalta que: 
As habilitações visavam à formação de técnicos com funções 
supostamente bem especificadas no âmbito das escolas e sistemas 
de ensino que configurariam um mercado de trabalho também 
21 
 
supostamente já bem constituído, demandando profissionais com 
uma formação específica que seria suprida pelo Curso de Pedagogia, 
então reestruturado exatamente para atender a essa demanda. 
(SAVIANI, 2007, p.120) 
 
De acordo com a afirmação acima, não é difícil perceber que houve uma 
significativa reestruturação no curso de pedagogia, mas também é correto 
afirmar que o curso se tornou repartido, reduzido a conhecimentos fechados a 
determinada habilitação, onde os saberes necessários ao pedagogo tornaram-
se limitados, sem a compreensão do todo. 
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN/96 revelou 
novas possibilidades e campos que atingiram a uma maior parcela da 
sociedade em que é necessário a existência de um profissional atento com as 
questões educativas. A possibilidade de um curso mais estruturado nas 
diferentes áreas da docência. Porém, persiste a “docência como a base da 
identidade profissional de todos os profissionais da educação” (SILVA, 2006, 
p.68). Como relata o Art. 62 da LDBEN/96: 
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em 
nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em 
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como 
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil 
e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em 
nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 1996). 
 
A LDBEN/96 traz, também, as seguintes determinações para os cursos 
de Pedagogia. Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: 
 
I – cursos formadores de profissionais para a educação básica, 
inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes 
para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino 
fundamental; 
II – programas de formação pedagógica para portadores de diplomas 
de educação superior que queiram se dedicar à educação básica; 
III – programas de educação continuada para os profissionais da 
educação dos diversos níveis. (BRASIL, 1996). 
 
22 
 
 Mas, atualmente, com o Parecer do Conselho Nacional de Educação – 
CNE n.5/2005 efetivou-se algumas transformações ao curso de Pedagogia, 
que foi homologada pelo CNE n.3/2006. Houve a confirmação da extinção das 
habilitações, agora deixando a cargo das instituições, perante seus Projetos 
Político-Pedagógico propiciar modalidades do campo pedagógico, mesmo 
calcado na formação para a docência, o curso de pedagogia agora tem como 
objetivo formar o pedagogo para atuar na educação formal e não formal. De 
acordo com Libâneo (2006, p. 850): 
A base de um curso de Pedagogia não pode ser a docência. A base 
de um curso de pedagogia é o estudo do fenômeno educativo, em 
sua complexidade, em sua amplitude. Então, podemos dizer: Todo 
trabalho docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho 
pedagógico é trabalho docente (LIBÂNEO, 2006, p. 850). 
 Consideramos, então, que há uma melhor compreensão sobre o 
trabalho pedagógico e a amplitude das suas ações. O professor deve pautar 
suas ações em práticas pedagógicas planejadas, porém tais métodos também 
podem ser desenvolvidos em outras áreas que não a escola e ter como agente 
da ação outro que não seja necessariamente o professor. 
É importante ter o conhecimento sobre o crescimento ano após ano do 
curso de Pedagogia no Brasil, seja na modalidade presencial ou Educação à 
Distância que consequentemente mostra o aumento de profissionais que 
estarão em exercício futuramente, podendo atuar nas mais diversas áreas que 
a Pedagogia oferece. 
Tabela 1 – Os dez cursos com maior número de matriculados no 
Brasil – Censo 2009 
 
 Fonte: Censo da Educação Superior/MEC/INEP/DEED 2009. 
23 
 
Tabela 2 – Número de matriculados, concluintes e ingressos no 
curso de pedagogia entre os anos de 2002 à 2009 nas modalidades 
presencial e a distância 
 
 Fonte: MEC/INEP 2010 
A tabela acima revela que de acordo com o Censo 2009, o curso de 
Pedagogia encontra-se entre os dez cursos com o maior número de 
matriculados nas modalidades presenciais e Educação à Distância (EAD). 
Desse modo, é indispensável a discussão sobre o conceito de 
Pedagogia e a identidade do pedagogo para que seja instituído de fato as 
áreas que necessitam da existência deste profissional. Assim a seção seguinte 
trata desse aspecto sobre a Pedagogia ainda desconhecido e/ou ignorado por 
muitos. 
 
1.2. Pedagogo: Identidade e diversidade de áreas para atuação 
 
Na história da formação do pedagogo foram muitas as discussões pela 
afirmação da identidade deste profissional. Porém, mesmo com a criação e 
reformulação do curso de Licenciatura em Pedagogia, há a necessidade de 
ampliação, uma vez que a sociedade vem em uma crescente transformação, 
através de fatores como a globalização, tecnologia, economia, e entre outros 
elementos que vem modificando o processo educativo. Para Libâneo (2004, p. 
68): 
24 
 
O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática 
educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos 
processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de 
ação, tendo em vista objetivos de formação humana definidos em 
sua contextualização histórica. (LIBÂNEO, 2004 p. 68) 
Por muito tempo o conceito da Pedagogia foi extremamente questionado 
e consequentemente a identidade do pedagogo por vezes foi colocada em 
questão, tornando essa autoafirmação inconsistente. É quase impossível 
acreditar que haja um pedagogo que nunca tenha sido sumariamente 
questionado até mesmo pelas pessoas do próprio convívio, com perguntas do 
tipo: O que é mesmo um pedagogo? O que faz o pedagogo? E ainda afirmam 
que o pedagogo se forma para ser professor ou para trabalhar na escola. 
A Pedagogia é uma ciência, e como tal está incumbida de pesquisar e 
articular as práticas educativas necessárias à sociedade. Assim, Genovesi 
(1999, p 98 apud SAVIANI 2008) afirma que: 
 O papel da pedagogia, como ciência, não é outro senão oferecer 
modelos formais sobre o problema da formação do indivíduo 
racionalmente justificáveis e logicamente defensáveis, 
particularizando as variáveis que os compõem enquanto instrumentos 
interpretativos e propositivos de uma classe de eventos educativos. 
(GENOVESI 1999, p. 98 apud SAVIANI, 2008) 
Mesmo com todas as respostas que foram construídas perante as 
práticas do pedagogo, tal profissional tem dificuldade para assumir o seu papel, 
ainda com ações educativas definidas; e quando se fala em Pedagogia o 
pensamento logo é voltado para as escolas, principalmente para a sala de aula, 
da Educação Infantil as Anos Iniciais do Ensino Fundamental I, reduzindo o 
lócus do pedagogo à Educação Formal. É fundamental reforçar que o 
pedagogo é sim muito importante para a educação escolar, mas é sabido que 
esse ambiente não é o único onde ocorre a educação. Libâneo (2004), 
esclarece que: 
[...] a Pedagogia ocupa-se, defato, dos processos educativos, 
métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um 
significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo 
de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e 
historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação 
educativa. O pedagógico refere-se a finalidades da ação educativa, 
implicando objetivos sociopolíticos a partir dos quais se estabelecem 
formas organizativas e metodológicas da ação educativa. Nesse 
entendimento, o fenômeno educativo apresenta-se como expressão 
de interesses sociais em conflito na sociedade. É por isso que a 
25 
 
Pedagogia expressa finalidades sociopolíticas, ou seja, uma direção 
explícita da ação educativa. [...] Pedagogia é, então, o campo do 
conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto 
é, do ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na 
sociedade como um dos ingredientes básicos de configuração da 
atividade humana (LIBÂNEO 2004, p.22). 
 
Levando em conta essa definição sobre a Pedagogia, fica evidente uma 
perspectiva sobre quem é o pedagogo. Se a Pedagogia é a ciência da 
educação, o pedagogo, por sua vez, é o profissional que tem como campo de 
trabalho o processo pedagógico, as formas de educação e o ser humano, que 
é o sujeito principal, a quem se destinam todos esses estudos, teorias e 
práticas. 
Contrapondo a amplitude da educação, nos mais diferentes ambientes e 
faixa-etárias, os cursos de Pedagogia na atualidade ainda tem o foco na 
docência, nos ambientes formais. Entretanto, a educação não se estabelece 
apenas no âmbito escolar, pois o processo educativo ocorre em diversos 
espaços, sejam hospitais, ONGs, bancos, empresas das mais diversas 
características, entre outras. Mas o que esses ambientes tem em comum? 
Essa resposta não é complexa, pois basta observar que tais espaços são 
formados por pessoas e a educação tem como foco os indivíduos, suas 
singularidades em um meio social e coletivo. LIBÂNEO (2004, p.116) ressalta: 
 
É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o entendimento de que 
as práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da 
vida social não se restringindo, portanto, à escola e muito menos a 
docência, embora estas devam ser a referência da formação do 
pedagogo escolar. Sendo assim o campo de atuação do profissional 
formado em pedagogia é tão vasto quanto são as práticas educativas 
na sociedade. Em todo lugar onde houver uma prática educativa com 
caráter de intencionalidade, há aí uma pedagogia. LIBÂNEO (2004, 
p.116). 
 Historicamente as áreas mais comuns para atuação do pedagogo além 
da docência, já citada, são: a gestão, a coordenação e a supervisão escolar. É 
evidente que a participação deste profissional neste local é extremamente 
importante, pois cada um contribui de uma forma para a construção de um 
ambiente mais propício para a aprendizagem. Assim o gestor escolar, tem 
como papel organizar a escola, observar suas demandas, enquanto a estrutura 
26 
 
física e ao pessoal que está envolvido nesse processo, ou seja, pensar em 
como formar um local propício para o aprendizado do individuo que ali esteja 
inserido. Enquanto ao coordenador compete pensar e estruturar a organização 
das praticas educativas, orientar os docentes na construção de atividades que 
propiciem o enlace entre teorias e práticas que levem ao aprendizado de 
acordo com as necessidades do aluno. 
 Com a inserção do pedagogo em diversificados espaços sociais, o foco 
principal é o desenvolvimento humano, e em todos esses ambientes, o 
pedagogo pode desenvolver diversas funções, visando resultados. Desse 
modo, Almeida (2007, p.07) destaca algumas áreas possíveis para atuação do 
pedagogo, a saber: 
 Coordenação de ações culturais em gibitecas, brinquedotecas, parques 
temáticos, fundações culturais, teatros, parques e zoológicos; 
 Elaboração de políticas públicas visando melhoria dos serviços à 
população em autarquias, hospitais e governo nas esferas 
municipais, estaduais e federais; 
 Gestão de desenvolvimento de conselhos tutelares, centros de 
convivência, abrigos e organizações não governamentais; 
 Desenvolvimento de recursos humanos em empresas, entre outras. 
(ALMEIDA, 2007, p.07) 
Dentre as possíveis áreas de atuação do pedagogo citadas, a que vem 
ganhando grande evidência é a Pedagogia empresarial, que passa por 
constantes transformações, diante da competitividade que acirra o mercado 
global. Por isso, é preciso conhecer o pedagogo empresarial, a partir de 
conceitos e teorias, que deixem evidente, qual o seu real papel na empresa, 
que é um local onde deve predominar a coletividade, aprendizagem e 
autonomia dos envolvidos. Assim sendo, o segundo capitulo desta pesquisa 
busca-se tratar desses fatos, apurando o significado da existência de um 
profissional como pedagogo em meio à organização coorporativa. 
 
 
 
 
27 
 
 
2. BREVE DISCUSSÃO SOBRE A PEDAGOGIA 
EMPRESARIAL 
 
 
A Pedagogia Empresarial caracteriza-se como uma das possibilidades 
de formação/atuação do pedagogo bastante recente, especialmente no 
contexto brasileiro. Tem seu surgimento vinculado à ideia da necessidade de 
formação e ou preparação dos recursos humanos nas empresas. (REBEIRO, 
2008) 
Devido a grande necessidade de formação de funcionários capacitados 
para o trabalho, o Governo Federal sanciona a Lei nº 6. 297/75, que vem com o 
propósito de servir como incentivo para a criação de cursos de formação para 
os operários. Desse modo a seguinte Lei 6. 297/75 destaca: 
Art. 2º Considera-se formação profissional, para os efeitos desta Lei, 
as atividades realizadas em território nacional, pelas pessoas 
jurídicas beneficiárias da dedução estabelecida no Art. 1º que 
objetivam a preparação imediata para o trabalho de indivíduos, 
menores ou maiores, através da aprendizagem metódica, da 
qualificação profissional e do aperfeiçoamento e especialização 
técnica, em todos os níveis. 
 § 1º As despesas realizadas na construção ou instalação de 
centros de formação profissional, inclusive a aquisição de 
equipamentos, bem como as de custeio do ensino de 1º grau para 
fins de aprendizagem e de formação supletiva, do 2º grau e de nível 
superior, poderão, desde que constantes dos programas de formação 
profissional das pessoas jurídicas beneficiárias, ser consideradas 
para efeitos de dedução. (BRASIL, 1975). 
É preciso ressaltar que essa área de atuação não estava voltada para a 
Pedagogia, mas também é possível perceber que a inserção do pedagogo na 
empresa esteve amparada. Quando se fala em formação humana, que se 
caracteriza como processo educativo, logo aparece o pedagogo, que é 
especialista em educação. “Um dos propósitos da Pedagogia é de qualificar 
todo pessoal na organização, nas ações administrativas, operacional, 
gerencial, elevando a qualidade e a produtividade organizacionais”. 
28 
 
(FERREIRA 1985 apud RIBEIRO 2008, p.9). Mas, também no desenvolvimento 
social e qualidade de vida das pessoas. 
A Pedagogia Empresarial surge como ferramenta competitiva entre as 
empresas, quando as cobranças pela formação do ser humano na organização 
torna-se mais evidente. Cobranças estas sentidas no processo diário da própria 
organização, pela busca de resultados satisfatórios na produção e lucro. 
O termo Pedagogia Empresarial começou a ser utilizado na década de 
80, criado por Holtz (2006) , uma das autoras principais pesquisadoras do 
assunto. Este termo identifica o profissional da Pedagogia inserido nas 
organizações. Nessa mesma época, o pedagogo passou a ter como função 
principal o desenvolvimento e treinamento de pessoal na empresa, mais 
conhecidocomo (TeD). O desenvolvimento aqui citado refere-se à formação do 
funcionário inserido na organização, mas é preciso diferenciar o 
ensino/formação e treinamento. A formação é a qualificação profissional, que 
propõe o desenvolvimento intelectual do indivíduo sobre aspectos do trabalho, 
enquanto o treinamento são procedimentos de aprendizado para a prática, ou 
seja, as ações são sempre realizadas de uma mesma forma. 
2.1. O Pedagogo na Empresa: Formas de atuação 
 
Segundo a pesquisadora Holtz (2006, p.6), “A Pedagogia e a empresa 
fazem um casamento perfeito. Ambas tem o mesmo objetivo em relação às 
pessoas, principalmente nos tempos atuais” Logo, o pedagogo visa elevar a 
qualificação profissional das pessoas envolvidas no ambiente organizacional, 
com práticas educativas que promovam uma aprendizagem significativa e que 
tragam como consequência as transformações desejadas pela empresa. 
As demandas do pedagogo na organização são: planejar, executar, 
coordenar, acompanhar e avaliar as ações educativas. De acordo Greco 
(2005), o pedagogo na empresa está incumbido de refletir as práticas 
educacionais, na supervisão de elementos no processo cotidiano das 
transformações ocorridas e, além disso, na gestão do conhecimento. 
29 
 
 A gestão do conhecimento, citada anteriormente que vem sendo 
utilizada pelas empresas é, portanto, “o processo sistemático de identificação, 
criação, renovação e aplicação dos conhecimentos”. Esta gestão tem como 
finalidade conhecer a empresa como um todo, planejar todos os passos que 
deve seguir e conhecer suas possibilidades. 
Partindo do princípio utilizado pela gestão do conhecimento, o foco 
principal da organização é o aprendizado do indivíduo, e a valorização do 
conhecimento existente, denominado capital intelectual; propõe meios de 
renovação e aquisição de novos saberes que certamente serão o diferencial da 
empresa. 
Podemos utilizar como exemplo a criação das Universidades 
Corporativas, que são cursos coordenados pela própria empresa. Nascidas na 
década de 1970 nos Estados Unidos, as Universidades Coorporativas (UCs) 
desembarcaram no Brasil nos anos 90 - em 1999, eram apenas dez em todo o 
país. Passada uma década, o número de empresas que investem nesse 
modelo de formação e aprimoramento de funcionários cresceu 2.400%, 
atingindo 250 unidades. (FRANÇA, 2009). O autor ainda ressalta que o termo 
“universidade” é uma espécie de marca, porque as instituições corporativas 
não são reconhecidas pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC. 
Convém destacar que as universidades corporativas não podem ser 
comparadas com centros de treinamento, pois esse ambiente de ensino tem 
uma ideia abstrata que disponibiliza o conhecimento de forma organizada, 
assim como as instituições de ensino superior. 
 Certamente o pedagogo tem efetiva participação nas ideias expostas 
acima. Este profissional está diretamente ligado à dinâmica da organização, 
tendo participação ativa nas modificações que a empresa e as pessoas que a 
desenvolve necessitam. Entretanto, nem sempre é fácil o trabalho do pedagogo 
nesse espaço, devido à resistência pela mudança que são expostas pelas 
pessoas envolvidas nesse processo, neste caso, os funcionários e a própria 
organização, veem a inovação como inimigo, algo desnecessário. 
30 
 
O trabalho do pedagogo, além de desenvolver meios de inovação, é 
estimular às pessoas para a compreensão sobre a sua importância destas 
modificações. Por conseguinte, o pedagogo tem como função, propor formas 
de inserção desse funcionário. Entra a partir daí a utilização de técnicas de 
formação em serviço, apresentadas por Luck (2008, p.20), como ações 
especiais para uma gestão participativa, que são as seguintes: 
 Criar uma visão de conjunto associado a uma ação de cooperação; 
 Promover um clima de confiança; 
 Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes; 
 Associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar 
esforços; 
 Estabelecer demandas do trabalho centrada nas ideias e não em 
pessoas; 
 Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto. 
(LUCK, 2008, p. 20) 
 
As ações descritas acima são propostas pela autora para a gestão 
escolar, porém também podem contribuir com o desenvolvimento da 
organização corporativa, pois tem como princípio apoiar a participação do 
pessoal no desenvolvimento das ações na empresa. 
 Ribeiro (2008, p.22) por sua vez, destaca quatro tipos de competências 
em que a atenção é voltada para os funcionários-aprendizes. São elas: a 
competência na atuação, competência na técnica, competência para auto-
aprendizagem e competência social. Dessa forma, a autora expõe quais serão 
as estratégias utilizadas em cada tipo de competência, a saber: 
a) Competência na atuação: configuração metodológica e didática 
pautada em uma ideia eminentemente instrumental da aprendizagem, 
caracterizada na aprendizagem por transmissão e na aprendizagem 
por ação; 
b) Competência técnica: ênfase em técnicas como discurso/conferência, 
debates, uso de áudios visuais, simulações, projetos individuais, 
oficinas de artes, trabalhos com textos em grandes e pequenos 
grupos. 
c) Competência para auto-aprendizagem: técnicas de como aprender a 
trabalhar. 
d) Competência social: trabalho em equipes e métodos de comunicação. 
(RIBEIRO, 2008, p.22) 
Faz-se preciso acrescentar mais uma competência, que revela o 
principal sentido de se desenvolver o trabalho das pessoas na organização 
31 
 
com uma finalidade definida, essa é a competência na autonomia, que faz com 
que o individuo se veja como parte do desenvolvimento da empresa, conheça 
seus direitos, suas condições de trabalho e tudo que leve ao bem estar pessoal 
e profissional. 
É necessário que o pedagogo saiba que a aquisição dessas 
competências se dará de forma individualizada, pois o que está sendo dito, 
nem sempre atinge a compreensão de todos, ou pelo menos, não da mesma 
forma. Porém, o pedagogo empresarial deve encontrar-se preparado e ter 
competências para lidar com as constantes demandas existentes na empresa, 
que é um ambiente composto por pessoas com diferentes concepções de 
mundo, dentre as quais podem ser destacadas: o trabalho em equipe e a 
resolução de situações-problema. O trabalho em equipe requer o respeito à 
opinião do outro, a fim de construir um local de trabalho mais democrático e 
participativo nas decisões e resolução de problemas. 
Todas essas propostas de engajamento das pessoas da empresa nos 
seus processos diários em busca da qualidade, estão alocadas em uma área 
especifica que trata do ser humano na organização, conhecida como Recursos 
Humanos (RH), porém vem passando por algumas modificações, com um 
termo mais novo, a Gestão de Pessoas. Dessa forma, se faz necessário um 
estudo sobre essas diferentes denominações. Será que as diferenças 
encontram-se apenas no título? Assim, na seguinte seção serão realizadas 
comparações sobre qual a finalidade tanto do RH como da gestão de pessoas, 
e quais as demandas e instrumentos utilizados para alcançar os objetivos. 
 
2.2. Recursos Humanos na Gestão de Pessoas: caminhos e 
transformações. 
 
Podemos dizer que os Recursos Humanos sempre existiram, desde o 
início da vida humana, ou pelo menos desde que o homem aprendeu que 
direcionar e organizar tarefas em prol da sobrevivência do coletivo seria 
importante. Toledo (1982, p.13), diz que: 
32 
 
[...] recursos humanos é uma área tão antiga, quanto os homens e 
seus agrupamentos. Assim sendo, esteve sempre presente, como 
atividade auxiliar da organização e direção de trabalho grupal, desde 
estágios rudimentares da coleta de frutas,da caça, da pesca, da 
agricultura e criação de animais. 
 
A área de Recursos Humanos teve inicio no século XIX, com o 
movimento dos trabalhadores na Europa, que se contrapuseram às 
transformações ocorridas nas empresas naquela época, mudanças essas que 
denominavam a empresa como “ninhos de alienação econômica e espiritual”, 
devido a fragmentação do trabalho, onde o operário era posto para desenvolver 
repetidamente uma mesma tarefa. Um dos nomes que trouxe esse 
pensamento reducionista foi F. Taylor (1856-1915), que também objetivava a 
redução de tempo na ação e o aumento da mão- de -obra sem qualificação. 
 A história do Departamento de Recursos Humanos - RH no Brasil inicia-
se junto à legislação trabalhista na década de 30, com o movimento sindical e a 
proteção aos trabalhadores que levaram às modificações significativas nas 
relações de trabalho, surgindo naquele momento a proteção social aos 
trabalhadores. (DULTRA, 2001). 
O RH por muito tempo foi considerado como forma de controle 
autoritário das pessoas envolvidas nos processos da organização, uma vez 
que, a função inicial era estritamente de recrutamento e treinamento e de certa 
forma a fiscalização de pessoal, ou seja, um enquadramento, de acordo 
exclusivamente com as regras determinadas pela empresa. 
Por um longo período o Departamento de Recursos Humanos 
permaneceu configurado como uma área na organização, que por mais que 
tratasse exclusivamente de pessoas, não as tinha como foco principal. Para 
Toledo (1982, p.34), o objetivo fundamental do RH atualmente, traz um clima 
de motivação, ou seja, encontra-se mais focada no bem estar dos funcionários. 
Ribeiro (2008, p.53) explica que: 
Cabe ratificar que a área de recursos humanos, sobretudo no 
contexto da sociedade e organizações contemporâneas, constitui-se 
na área mais importante na estrutura de qualquer organização. 
Planejá-la não é fácil e implementá-la não é algo tão simples, 
especialmente quando se trata de operacionalizar programas que 
33 
 
atendam tanto aos interesses organizacionais quanto aos aspectos 
de melhoria de desempenho profissional e pessoal. (RIBEIRO, 2008, 
p. 53) 
 A autora ainda destaca que: 
[...] uma filosofia de recursos humanos que tenha a valorização da 
dimensão humana reconhece a importância do desenvolvimento das 
pessoas e da participação/delegação como um processo que está 
além do simples emitir ordens, tomar decisões e “determinar” 
responsabilidades. A liderança passa a ser, também, um instrumento 
para formação e capacitação de pessoal e profissional, onde a 
liberdade o respeito e a cooperação passam a compor a competência 
profissional. (RIBEIRO, 2008, p.87) 
Podemos perceber que a empresa precisa desenvolver meios que 
tragam as pessoas envolvidas para dentro desse espaço, fazendo com que 
elas pensem a organização em conjunto, procurando formas de motivação e 
desenvolvimento da autonomia e conhecimentos inerentes aos processos 
existentes na empresa como um todo. 
Atualmente, a área de recursos humanos, depois de passar por diversas 
transformações, vem recebendo uma nova denominação, sendo utilizada por 
algumas empresas como Gestão de Pessoas. Alguns estudiosos afirmam que 
a Gestão de Pessoas difere-se do RH no que se refere ao trabalho 
desenvolvido, pois para alguns, o órgão de Recursos Humanos encarrega-se 
apenas do recrutamento, treinamento das pessoas. Enquanto a área de Gestão 
de Pessoas, além de comportar o RH, também fica diretamente incumbida dos 
projetos de formação de pessoal. Assim, Chiavenato (2004, p.11) diz: 
 [...] a moderna gestão de pessoas é o conjunto de variadas 
atividades, tais como: descrição e análise de cargos, planejamento de 
RH, recrutamento, seleção, orientação e motivação das pessoas, 
avaliação do desempenho, treinamento e desenvolvimento, relações 
sindicais, segurança, saúde e bem estar. (CHIAVENATO, 2004, p.11) 
O papel tanto da área de Recursos Humanos ou Gestão de Pessoas 
está pautada no ser humano, que hoje em dia vem sendo colocado em lugar de 
destaque, devido à comprovação de que, as pessoas envolvidas na 
organização, para que trabalhem com mais vontade, devem ser estimuladas, 
levando em conta, suas particularidades, conhecimentos e necessidades de 
formação. 
34 
 
Desse modo, Chiavenato (2004), expõe três aspectos fundamentais 
manifestados pela Gestão de Pessoas no que se refere ao tratamento que 
deve ser dado aos funcionários na empresa, são estes: as pessoas como seres 
humanos, que defende a individualidade, conhecimentos, competências e 
habilidades, pessoas como pessoas e não como meros recursos da 
organização; as pessoas como ativadores inteligentes de recursos 
organizacionais, que trazem renovação para empresa, que dinamizam o 
cotidiano da organização; e por fim, as pessoas como parceiras da 
organização, com grande influência sobre o sucesso da organização, tudo isso 
com dedicação, responsabilidade e comprometimento. 
 Diante dos aspectos acima apontados, para haver uma dinâmica 
positiva nas empresas é preciso se estabelecer parceria entre os atores1 dos 
processos da organização, onde a mesma deve ter como objetivo o 
crescimento pleno do indivíduo que ali esteja inserido. Contudo, o funcionário 
também deve corresponder aos objetivos da corporação. 
 
2.3. Pedagogia Empresarial e sua Relação com a Educação Profissional 
Para conhecer como se dá a educação voltada para a qualificação das 
pessoas envolvidas na empresa, e como estas interferem na vida do individuo 
que necessita ou pretende inserir-se no ambiente organizacional, é importante 
ter conhecimentos sobre a Educação Profissional, devido à necessidade de 
entender o processo de ampliação da educação que tem como pretensão a 
formação profissional, de acordo com as demandas do mercado e do próprio 
indivíduo. 
A Educação Profissional tem uma longa trajetória, que está 
compreendida desde o período mais antigos da história, quando os homens 
organizavam seus trabalhos e os conhecimentos eram passados entre as 
gerações, para que não fossem perdidos os saberes que eram responsáveis 
pela sobrevivência do coletivo. 
35 
 
A consolidação da Educação Profissional veio com a Revolução 
Industrial, ocorrida na Inglaterra, no século XVIII. Assim, Wittaczk (2008, p.79) 
afirma que [...] “a revolução industrial inglesa promoveu profundas alterações 
nas relações de produção e capital e, consequentemente, nas estruturas e 
modelo de educação que deveria suprir o mercado produtivo, dominado pela 
burguesia.” (WITTACZK, 2008, p.79) 
No Brasil, a Educação Profissional teve início no ano de 1909, com o 
Decreto-Lei nº. 7.566, no governo de Nilo Peçanha, onde foram criadas 19 
Escolas de Apredizes Artífices. Porém, segundo Wittaczk (2008), foi em 1930 
que a Educação Profissional começou a tomar novos rumos, com o inicio da 
industrialização no País e a criação de escolas superiores que visava à 
formação de pessoas para o processo produtivo. 
Em 1942, com o Decreto-Lei nº. 4.048 foi criado o Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial (SENAI), com o intuito de organizar o ensino 
profissional do País. Durante esse período ainda vigorava a separação ensino 
profissionalizante e superior, ou seja, as pessoas oriundas da educação 
profissional não poderiam inserir-se no ensino superior, havia então um 
preconceito instituído, pois aos indivíduos do ensino profissional cabia apenas 
na parte prática do processo. 
Com relação à educação profissional, a Lei Federal nº 1.076/50 passou 
a permitir o acesso ao ensino superior dos egressos do ensino profissional, 
desde que comprovassem os conhecimentos necessários para tanto. Essa foi 
uma tentativade amenizar a rígida divisão entre os dois níveis (CNE/CEB nº 
16/99). 
A Educação Profissional é um marco importante na construção histórica 
do Brasil, entretanto é importante refletir até que ponto essa educação foi 
pensada para o desenvolvimento intelectual das pessoas. 
 
_____________ 
1Neste trabalho denomina-se atores todas a pessoas que trabalham na organização. 
36 
 
Será que essa forma de educação está pautada na aprendizagem ou na 
mecanização do sujeito? 
É importante afirmar que a evolução da Educação Profissional por muito 
tempo se estabeleceu apenas de acordo com as necessidades das empresas, 
pois havia uma vasta distância entre a qualificação das pessoas para o 
aumento da lucratividade e a satisfação do indivíduo que ali se encontrava. 
Atualmente, o pensamento e a prática sobre a Educação profissional 
vem se modificando, e uma das vertentes dessa transformação está pautada 
no desenvolvimento de competências, já citada nesse trabalho como foco das 
empresas. Mercadante (2004) reforça a importância da formação pela 
competência quando relata: 
Competência profissional, de acordo com as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, é 
entendida como a capacidade de mobilizar, articular e colocar em 
ação valores, conhecimentos e habilidades, visando ao desempenho 
eficiente e eficaz de atividades ligadas ao mundo do trabalho. Em 
outras palavras, é a capacidade pessoal de articular os saberes 
(saber que se refere aos conhecimentos, saber fazer que se refere às 
habilidades, saber ser e conviver que se referem aos valores e 
atitudes) inerentes a situações concretas de trabalho. 
(MERCADANTE, 2004, Pag. 49) 
Com as crescentes demandas do mercado globalizado e competitivo, é 
preciso saber que a educação profissional pautada na alienação do processo 
produtivo não abarca a necessidade que a empresa tem de se manter frente 
aos concorrentes. Hoje em dia, as pessoas oriundas da educação profissional 
mostram-se mais visionárias, articulam seus saberes com suas necessidades e 
refletem sobre suas pretensões profissionais. Cordão (2010) destaca que: 
A educação profissional está situada na confluência de dois direitos 
fundamentais do cidadão: o direito à educação e o direito ao trabalho, 
ou seja, o direito à profissionalização, conforme cita o artigo 227 da 
Constituição. A educação profissional é então entendida não mais 
como preparação para o posto de trabalho. Não é treinamento 
operacional. Não é formação de mão de obra. Até porque não existe 
mais aquela clássica separação entre a mão de obra e o “cabeça” da 
obra, o gerente, o planejador, o controlador de qualidade. (CORDÃO, 
2010, p. 92) 
É preciso enfatizar que é indiscutivelmente necessária a existência de 
educadores na preparação do profissional para o mercado de trabalho que 
visem à construção de um saber diferenciado e expansivo frente às demandas 
37 
 
pessoais e das organizações. Assim, esse formador vem a contribuir não 
apenas com conteúdos programados para execução de tarefas, mas com os 
conhecimentos de forma geral, fazendo com que esse aluno chegue ao 
mercado de trabalho preparado para existência de desafios, sem o 
pensamento estagnado, tendo participação ativa nos planejamentos da 
empresa e conhecendo seus direitos e deveres profissionais. 
 
2.4. Conhecimentos Necessários para à Atuação do Pedagogo na 
Empresa 
 
Considerando a revisão de literatura apresentada, é possível estabelecer 
alguns conhecimentos básicos necessários para a atuação do pedagogo na 
empresa. Desse modo, os aspectos analisados foram pontuados por fazerem 
parte do cotidiano da organização corporativa. Tais conhecimentos são: 
Educação Profissional; Gestão de Pessoas, Liderança e motivação; Educação 
não formal; Pedagogia Empresarial e outros espaços não escolares, Técnicas 
de formação no trabalho; Competências, Avaliação de Programas, e Avaliação 
Institucional. Vejamos cada uma delas: 
 A Educação Profissional é uma modalidade de educação que tem 
fundamental importância para formação do indivíduo, por ser o momento 
de aprendizado para o alcance de uma profissão ou o seu 
aperfeiçoamento. É nesse momento que o profissional que está sendo 
formado deve ter os conhecimentos sobre o trabalho em uma 
organização, bem como, seus direitos e deveres. Ela é fundamentada 
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394, de 20 de 
dezembro de 1996), complementada pelo Decreto 2208, de 17 de abril 
de 1997 e reformado pelo Decreto 5154, de 23 de julho de 2004. O 
principal objetivo da Educação Profissional é a criação de cursos que 
voltados ao acesso do mercado de trabalho, tanto para estudantes 
quanto para profissionais que buscam ampliar suas qualificações. Há 
três níveis de Educação Profissional segundo a legislação brasileira: 
38 
 
1. Nível básico: Voltado para estudantes e pessoas de qualquer nível de 
instrução. Pode ser realizado por qualquer instituição de ensino. 
2. Nível técnico: Voltado para estudantes de ensino médio ou pessoas 
que já possuam este nível de instrução. Realizado apenas por 
instituições de ensino médio, com autorização prévia das 
secretarias estaduais de educação. 
3. Nível tecnológico: Voltado para pessoas que queiram cursar um 
ensino superior tecnológico. Realizado apenas por instituições de 
ensino superior, com autorização prévia das secretarias estaduais 
de educação. 
 
 Gestão de pessoas é um diferencial nas empresas, pela constante 
busca da qualidade, da competência pela melhor atuação dos 
colaboradores, direcionada a capacitação profissional e ao 
desenvolvimento pessoal do individuo. Além disso, busca também uma 
cultura organizacional que incentive a colaboração, o compartilhamento 
de saberes. Segundo Chiavenato (2004), essa área tem sido a 
responsável pela excelência das organizações bem-sucedidas e pelo 
aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a 
importância do fator humano em plena Era da Informação. 
 
 Liderança e motivação: os dois encontram-se diretamente ligados, pois a 
depender da maneira de liderar podem surgir sinais na prática que 
mostrem se a liderança está fazendo a diferença de forma positiva ou 
negativamente. De acordo com Chiavenato (2003), “à ação de liderar 
cabe estimular e auxiliar o bom desempenho encontra-se diretamente 
ligado a motivação do individuo da organização”. 
 
 Educação não formal é a primeira configuração de aprendizado 
vivenciada pelo homem, e perdura ao longo de toda vida. Freire (1997, 
p. 50) ressalta que: 
Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que aprendemos ser 
possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância 
das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas 
39 
 
salas de aula das escolas, nos pátios dos recreios, em que variados 
gestos de alunos, de pessoal administrativo, de pessoal docente se 
cruzam cheios de significação. (FREIRE, 1997, p.50) 
 
Portanto, o autor enfatiza que todas as experiências não-formais 
encontradas nos mais diversos lugares de convivência social possibilitam o 
aprendizado do indivíduo. 
 Técnicas de formação em Serviço visam assegurar a participação de 
todos os agentes da organização nas ações diárias, a fim de estabelecer 
uma gestão mais participativa. Luck (2008) revela que as tais técnicas, 
motivam os funcionários e consequentemente eleva a qualidade no 
desempenho do serviço. 
 Competências são conhecimentos adquiridos pelas pessoas e acima de 
tudo a forma como esses saberes são utilizados. Segundo Mercadante 
(2004), “A competência é formada pela prática, construída em situações 
concretas, problemáticase desafiadoras, com conteúdos, contextos e 
riscos identificáveis pelo aluno”. Assim, pode-se dizer que existe 
competência, quando além de ter o conhecimento o indivíduo consegue 
aplicá-lo no momento adequado. 
 A Pedagogia empresarial e outros ambientes não escolares como já 
foram abordados no presente estudo, são possíveis áreas de atuação do 
pedagogo. Quando falamos sobre Pedagogia empresarial, precisamos 
destacar que é campo de atuação do pedagogo muito recente, porém 
mostra-se como necessário e indispensável para a organização que visa 
a estruturação dos processos educativos. Ribeiro (2006, p. 9) descreve: 
Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço 
educativo, estruturado como uma associação de pessoas em torno de 
uma atividade com objetivos específicos e, portanto, como um espaço 
também aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e 
metodologias que garantam uma melhor aprendizagem/apropriação 
de informações e conhecimentos. (RIBEIRO, 2006, p.9) 
 
 Dessa forma, a empresa e o pedagogo devem trabalhar unidas, com o 
propósito que vai além da lucratividade, pois o conhecimento dos indivíduos 
atuantes na empresa é que possibilita o sucesso e consequente crescimento 
da organização perante o mercado. 
40 
 
 Avaliação é um instrumento fundamental para a análise, 
planejamento e aplicação de intervenções adequadas para a melhora de 
resultados. Luckesi (1999, p.43) diz que “para não ser autoritária e 
conservadora, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, 
deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento 
da identificação de novos rumos”. Assim, para a empresa é 
indispensável que se tenha nos planejamentos dois tipos de avaliação, 
que são: a avaliação de programas e a avaliação institucional. 
 A avaliação de programas é um processo de análise e 
monitoramento de programas em andamento a fim de alimentar com 
informação os envolvidos com os programas. O uso das informações 
produzidas na avaliação de políticas e programas, seja para ajustes na 
implementação, como para formulação de novos programas, é que 
podem vir a promover a garantia de resultados previstos desde o seu 
planejamento. Além disso, as avaliações têm o uso inerente de produzir 
conhecimento a partir da prática avaliativa que se caracteriza 
fundamentalmente como um processo de mobilização e gerenciamento 
do conhecimento técnico disponível, para verificar e explicar se uma 
mudança planejada ocorreu (ARRETCHE, 1998). 
 A avaliação institucional é um processo interno de analise do próprio 
desenvolvimento, configurado com padrões próprios da instituição, que 
não tem caráter público e sem propósito de comparação com outras 
instituições. Segundo Ristoff (2000), a avaliação é um instrumento 
fundamental para todo organismo que busque desenvolvimento e 
qualidade. Visa o auto conhecimento institucional, buscando sempre a 
excelência na produção, sistematização e qualidade dos serviços 
oferecidos. O propósito da avaliação institucional deve ser o de conduzir 
ao aperfeiçoamento constante dos empreendimentos humanos. 
 
 
 
 
 
41 
 
 
3. PEDAGOGIA EMPRESARIAL E OS PROJETOS PEDAGÓGICOS 
DOS CURSOS DE PEDAGOGIA 
 
Neste capítulo busca-se investigar como as Licenciaturas de Pedagogia 
tratam a Pedagogia empresarial em seus Projetos Pedagógicos do curso - 
PPC. Assim, foram escolhidas sete Instituições de Ensino Superior, públicas e 
privadas, descritas na tabela abaixo: 
Tabela 3 – Caracterização das Instituições de Ensino Superior que 
tiveram os Projetos Pedagógicos Analisados 
INSTITUIÇÕES ADMINISTRAÇÃO 
Universidade do Estado da Bahia Estadual 
Universidade Estadual de Campinas Estadual 
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul Estadual 
Faculdade da Cidade do Salvador – BA Privada 
Centro Universitário Jorge Amado Privada 
Universidade Federal da Bahia Federal 
Universidade Federal do Pernambuco Federal 
 Fonte: Projetos Pedagógicos das Instituições de Ensino Superior analisadas. 
O Projeto Pedagógico é um instrumento norteador e fundamental para 
organização dos processos educativos em qualquer modalidade de ensino. 
Segundo Veiga (2001, p. 11), “[...] O projeto pedagógico tem como propósito a 
explicitação dos fundamentos teórico-metodológicos, dos objetivos, do tipo de 
organização e das formas de implementação de avaliação institucional”. Assim, 
podemos dizer que, no ensino superior, ele pode definir a identidade do curso. 
E, com a Pedagogia não é diferente, sendo possível encontrar cursos de 
pedagogia com diferentes focos referentes à teoria e prática que se pretende 
formar. 
42 
 
Sabemos que o pedagogo como profissional multifacetado, precisa estar 
habilitado a atuar em diversificadas áreas no mercado de trabalho. Assim, faz-
se necessário uma maior atenção com a formação desse profissional. 
Algumas Instituições de Ensino Superior defendem a atuação do 
pedagogo tanto para educação formal, como não-formal. Mas, realmente existe 
o interesse em formar um pedagogo mais contextualizado com as suas 
possíveis práticas? Esses objetivos são explicitados de forma clara nos 
Projetos Pedagógicos? De que forma? 
Assim sendo, a seguir realizaremos a análise dos Projetos Pedagógicos 
dos Cursos das diferentes Instituições mencionadas, a partir dos elementos 
que consideramos indispensáveis para a formação do pedagogo. 
 
4.1. Educação Profissional 
 
Gráfico 1 – EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
 
 Fonte: Pesquisa documental, 2012 
 
De acordo com a análise realizada, percebe-se que sobre a Educação 
Profissional dentre os sete PPCS investigados, todas trazem nos Projetos 
Pedagógicos a mesma questão referente a esta modalidade de educação e 
dizem ter como base a LDBEN – 9394/96, quando descrevem como uma das 
43 
 
atribuições do Pedagogo, citando esse quesito de maneira semelhante, na área 
de serviço e apoio escolar, referente ao trabalho apenas dentro da escola. Mas, 
não aparece em nenhum dos Projetos, como componente curricular. 
Segundo Mercadante (2004), [...] “a educação profissional tem que ter, 
necessariamente, a intencionalidade estratégica do desenvolvimento, não 
podendo se reduzir às necessidades dos empregadores e forças do mercado 
de trabalho”. Portanto, um Curso de Pedagogia, que vise uma formação mais 
completa para o pedagogo, deve trazer conhecimentos também referentes à 
educação profissional; noções que vão além do ensino das técnicas para o 
trabalho; elementos que tratem sobre os direitos e deveres, ética e moral no 
serviço e relações interpessoais. Além de contribuir para a inserção desse 
profissional para trabalhar com a organização e planejamento nesta área, 
também pode colaborar para o aperfeiçoamento das habilidades e 
competências dos indivíduos inseridos no contexto empresarial. 
 
4.2. Gestão 
 
A Gestão é a área de maior importância na empresa, pois está 
encarregada de desenvolver meios para inserção do pessoal nos processos 
diários da organização Assim, pode configurar-se como uma Gestão 
participativa que, segundo Luck (2008), é compreendida como uma forma de 
envolver os funcionários na tomada de decisões da organização. Sendo assim, 
pode-se destacar a seguir dois tipos de gestão com grande relevância para a 
empresa. 
 
4.2.1 Gestão de Pessoas 
 
Gráfico 2 – GESTÃO DE PESSOAS 
44 
 
 
 Fonte: Pesquisa documental 2012 
 
Diante dos sete PPCS analisados, apenas o PPC da UFPE apresenta a 
gestão de pessoas como componente curricular “Gestão de pessoas na 
educação”. Na descrição da ementa da disciplina, o PPC expõe as seguintes 
questões:

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