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Quando mais benéfica, convenção deve prevalecer sobre acordo coletivo Notícias do TST

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11/06/2016 Quando mais benéfica, convenção deve prevalecer sobre acordo coletivo ­ Notícias do TST
http://www.tst.jus.br/en/noticias/­/asset_publisher/89Dk/content/quando­mais­benefica­convencao­deve­prevalecer­sobre­acordo­coletivo/pop_up?_101_IN… 1/2
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Quando mais benéfica, convenção deve prevalecer sobre acordo
coletivo
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(Seg, 4 Mar 2013, 7h)
A Teleperformance CRM S.A. não conseguiu prover, no Tribunal
Superior  do  Trabalho  (TST),  recurso  no  qual  sustentava  que  o
acordo coletivo deve prevalecer  sobre a convenção coletiva. A
empresa  queria  não  ter  que  pagar  valor  referente  à  não
concessão de intervalo do digitador ­ descanso de 10 minutos a
cada 50 minutos – a um ex­empregado que  fez o pedido  com
base em previsão de convenção coletiva.
Ao examinar o caso, a Subseção  I Especializada em Dissídios
Individuais  (SDI­1)  do  TST,  por  maioria  de  votos,  manteve
decisão da Segunda Turma, entendendo que para solucionar a
controvérsia  relativa  à  coexistência  de  acordo  e  convenção
coletiva de trabalho deve ser aplicado o artigo 620 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Esse dispositivo prevê que
as condições estabelecidas em convenção coletiva, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo
coletivo de trabalho.
Os acordos coletivos são  realizados entre o sindicato de empregados e uma ou mais empresas. Já a convenção coletiva
ocorre entre o sindicato de trabalhadores e o de empregadores. No caso em questão, um agente de atendimento de vendas
comissionadas pediu o deferimento da aplicação de uma cláusula de convenção coletiva que previa a concessão de intervalo
do digitador.
O caso tratava de cláusula de convenções coletivas de trabalho, firmadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de
Telecomunicações (Sinttel) e pelo Sindicato das Empresas de Informática, Telecomunicações e Similares do Estado de Goiás
(Sindinformática), vigentes no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006.
Ao julgar a reclamação do agente de atendimento, a 6ª Vara do Trabalho de Goiânia (GO) deferiu­lhe o pedido, considerando
que as  vantagens previstas nas convenções coletivas deveriam ser asseguradas ao  trabalhador,  em vista do disposto no
artigo  620  da  CLT.  A  empresa,  então,  recorreu  ao  Tribunal  Regional  do  Trabalho  da  18ª  Região  (GO),  que  reformou  a
sentença, excluindo essa condenação.
Pelo entendimento do Regional, deveria ser privilegiado o acordo coletivo, por ser norma mais específica, em razão de ser
firmado entre sindicato e empresa. Dessa forma, julgou que sobre a relação existente entre as partes deveria incidir somente o
acordo coletivo, em sua totalidade. Como no acordo inexistia previsão da concessão do intervalo requerido, o TRT excluiu da
condenação o pagamento de indenização pela não concessão do intervalo.
O  trabalhador  recorreu  ao  TST  e  a  Segunda  Turma,  então,  determinou  o  retorno  dos  autos  ao  TRT  de Goiás,  para  que
examinasse o caso sob o enfoque do artigo 620 da CLT, com a aplicação da norma mais favorável. Por meio de embargos, a
empresa apelou à SDI­1, sustentando que o teor do artigo 620 não foi absorvido pela Constituição da República.
SDI­1
O  recurso da empregadora  foi  conhecido pela SDI­1, por haver decisão da Oitava Turma com entendimento de que,  "por
serem mais  específicos,  porquanto  firmados  em  consonância  com  a  realidade  da  empresa  que  os  celebrou,  os  acordos
coletivos presumem­se mais benéficos, devendo prevalecer sobre as convenções coletivas de trabalho".
O relator dos embargos, ministro Augusto César Leite de Carvalho, esclareceu que o artigo 620 da CLT não foi revogado por
outra lei nem foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, estando, portanto, em vigor. Além disso, salientou
que não há como referendar a tese de que o artigo 620 não teria sido recepcionado pela Constituição de 1988, em razão de
incompatibilidade com o artigo 7º, incisos VI, XIII e XXVI.
Segundo  o  relator,  "é  inconteste  que  a  aplicação  das  normas  no  direito  do  trabalho  continua  regida  pelo  princípio
constitucional da norma mais benéfica ao empregado, consagrada no caput do artigo 7º da Constituição". Assim, o artigo 620
da CLT em nada conflita com a Constituição. "Ao contrário, converge com a regra estabelecida pelo legislador constituinte",
explicou o relator.
 "Não há hierarquia entre acordo coletivo e convenção coletiva do trabalho", ressaltou o ministro, que concluiu, então, que
11/06/2016 Quando mais benéfica, convenção deve prevalecer sobre acordo coletivo ­ Notícias do TST
http://www.tst.jus.br/en/noticias/­/asset_publisher/89Dk/content/quando­mais­benefica­convencao­deve­prevalecer­sobre­acordo­coletivo/pop_up?_101_IN… 2/2
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"diante do princípio da norma mais benéfica, não se pode privilegiar os acordos coletivos frente às convenções, ainda que sob
o argumento da regra hermenêutica da especialidade".
Com  isso,  foi  mantida  decisão  da  Segunda  Turma,  que  determinara  o  retorno  do  processo  ao  TRT  de  Goiás,  para  que
examinasse o caso sob o enfoque do artigo 620 da CLT.
O tema gerou debates na SDI­1, que, após a divergência dos ministros Maria Cristina Peduzzi e Brito Pereira, decidiu, por
maioria,  negar  provimento  aos  embargos.  Assim,  a  Seção  Especializada  referendou  a  decisão  da  Segunda  Turma,  que
determinou ao TRT de Goiás que decidisse o caso com base no artigo 620 da CLT.
O caso
O agente de atendimento de vendas comissionadas, que executava serviços de digitação e de atendimento de clientes, com a
utilização  de  fones  de  ouvido,  cumpria  a  jornada  de  6  horas  diárias,  e  36  horas  semanais.  Ele  pleiteou  o  pagamento
correspondente ao intervalo de digitador de 10 minutos para descanso a cada 50 minutos, que nunca lhe foi concedido pelo
empregador, mas estava previsto em convenção coletiva de trabalho.
(Lourdes Tavares/MB)
Processo: RR ­ 201000­66.2007.5.18.0006
SBDI­1
A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, composta por quatorze ministros, é o órgão revisor das decisões das
Turmas e unificador da jurisprudência do TST. O quorum mínimo é de oito ministros para o julgamento de agravos, agravos
regimentais e  recursos de embargos contra decisões divergentes das Turmas ou destas que divirjam de entendimento da
Seção de Dissídios Individuais, de Orientação Jurisprudencial ou de Súmula.
Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Secretaria de Comunicação Social
Tribunal Superior do Trabalho 
Tel. (61) 3043­4907 
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