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PREPARA AV2 FUNDAMENTOS DAS 
CIÊNCIAS SOCIAIS 
AS ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS CLÁSSICAS: ÉMILE DURKHEIM, KARL 
MARX E MAX WEBER 
A sociologia científica de Émile Durkheim 
• Herdeiro do positivismo de Augusto Comte, esse sociólogo francês 
definiu o objeto da Sociologia, e desenvolveu diversos conceitos que 
mostram a influência do social sobre o indivíduo. 
• Definição de fato social: " Toda maneira de agir, fixa ou não , 
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então 
ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando 
uma existência própria, independente das manifestações 
individuais(externo) que possa ter." 
• Desse ponto de vista, a sociedade, as regras e a moral aparecem como 
realidades que constrangem o indivíduo, que limitam a sua ação e a 
possibilidade de realização de suas vontades. Viver em sociedade 
representaria, assim, um sacrifício ou, no mínimo, um incômodo. 
• Mas esse é apenas um dos lados dessa questão. Se a sociedade e a 
moral só tivessem esse lado negativo e coercitivo, seria muito difícil 
explicar a existência da ordem social. 
• Os fatos sociais ou morais não são apenas obrigações desagradáveis 
que temos que seguir independentemente de nossa vontade. São 
também coisas que queremos e necessitamos. Nesse caso, a coerção 
deixa de se fazer sentir, se transforma em respeito. Aquilo que antes era 
uma obrigação se transforma em um dever. Algo que poderia ser visto 
como um sacrifício passa a ser visto como um prazer. 
• Por isso, ou seja, em retribuição a essa segurança, o indivíduo passa a 
ver a sociedade não como um conjunto de obrigações estranhas a ele, 
mas como um conjunto de direitos e deveres que ele precisa e, acima de 
tudo, quer respeitar. 
• Para Durkheim a sociedade, como todo organismo vivo, apresenta 
estados normais e patológicos (saudáveis e doentes). 
• Para ele, é normal o fato que não extrapola os limites dos 
acontecimentos mais gerais de determinada sociedade que refletem as 
condutas mais aceitas pela maior parte da população. 
• Diante disso, afirma que uma instituição, uma prática costumeira, uma 
conduta, uma regra moral, serão considerados normais ou patológicas 
conforme se aproximam ou se afastem, respectivamente, do tipo “médio” 
da sociedade. 
• Os fenômenos considerados patológicos variam na proporção inversa 
daqueles considerados normais. Assim patológicos são aqueles 
fenômenos que se encontram fora dos limites permitidos pela ordem 
social e moral vigente. Eles são transitórios e excepcionais assim como 
as doenças. 
• Assim, o que é considerado normal varia de sociedade para sociedade. 
Ex: as ideias de loucura, de desvio. 
• A “solidariedade social”, para Durkheim, é formada pelos laços que 
ligam os indivíduos, membros de uma sociedade, uns aos outros 
formando a coesão social. 
• Há dois tipos diferentes de solidariedade social. Esses tipos têm relação 
com o “espaço” ocupado na mentalidade dos membros da sociedade 
pela consciência coletiva e pela consciência individual. 
• A consciência coletiva é representada pelo “conjunto das crenças e dos 
sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade 
que forma um sistema determinado que tem vida própria”. São as 
crenças, os costumes, as ideias que todos que vivem em um mesmo 
grupo compartilham uns com os outros. 
• A consciência individual é aquilo que é próprio do indivíduo, que o faz 
diferente dos demais. São crenças, hábitos, pensamentos, vontades que 
não são compartilhados pela coletividade, mas que são especificamente 
individuais. 
• Solidariedade mecânica: era aquela que predominava nas sociedades 
pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam por meio da família, 
da religião, da tradição e dos costumes permanecendo em geral 
independentes e autônomos em relação a divisão trabalho social (a 
consciência coletiva exerce todo seu poder de coerção sobre o 
indivíduo); 
• Solidariedade orgânica: é aquela típica das sociedades capitalistas, 
onde, pela acelerada divisão do trabalho social, os indivíduos se tornam 
interdependentes. “Nas sociedades capitalistas a consciência coletiva se 
afrouxa”. 
 
A sociologia crítica de Karl Marx 
• Ao contrário de Durkheim e Weber, Marx não teve como preocupação a 
elaboração de uma disciplina sociológica, visto que seu pensamento 
englobava uma série disciplinas, como a Economia, a História e a 
Filosofia. Entretanto, suas ideias tiveram enorme impacto nas Ciências 
Sociais – constituindo-se numa das fontes mais importantes da 
Sociologia e da Ciência Política. 
• Por essa razão Marx é um dos autores mais lidos e discutidos nas 
Ciências Sociais, proporcionando acalorados debates entre seus 
adeptos e seus detratores. Vamos, então, conhecer alguns conceitos e 
ideias formulados por ele e que orientam várias tentativas de análise e 
compreensão da realidade social. 
• A grande preocupação de Marx foi compreender a sociedade capitalista 
que, como vimos, tinha se tornado o modelo hegemônico de produção 
da riqueza humana após a Revolução Industrial. 
• Ele percebeu que, no capitalismo, havia uma minoria que comandava a 
produção e a distribuição dos bens materiais e uma maioria a ela 
subordinada. Foi a partir dessa constatação que Marx buscou entender 
esse desequilíbrio, por meio de um método que privilegia as relações 
materiais que os homens, em diferentes períodos da História, 
estabeleceram entre si. A esse método Marx denominou materialismo 
histórico. 
• MODOS DE PRODUÇÃO: 
• Segundo esta concepção, o entendimento da realidade da vida só é 
possível à medida que conheçamos o modo de produção da sociedade 
– modo de produção é aqui entendido como a maneira pela qual os 
homens obtêm seus meios de existência material. 
Ex: Escravismo; feudalismo; capitalismo 
• RELAÇÕES DE PRODUÇÃO: 
• Para Marx, a estrutura de uma sociedade se forma a partir do conjunto 
de suas relações de produção e delas se derivam outros tipos de 
relações sociais, como as religiosas, as culturais, as jurídicas etc. 
• Para Marx, há uma relação de complementaridade entre a estrutura (a 
base material da sociedade) e a superestruturas (as demais esferas da 
vida social), determinada pelas contradições do modo de produção 
capitalista, que faz com que, em última instância, o contexto econômico 
acabe por influenciar de forma decisiva com operam os outros domínios 
do social. 
• LUTAS DE CLASSES: É o confronto entre duas classes antagônicas 
quando lutam por seus interesses de classe. Na visão marxista, no 
modo de produção capitalista, a relação antagônica se faz entre o 
burguês, que é o detentor dos meios de produção, do capital, e o 
proletariado que nada possui e só vive porque vende sua força de 
trabalho. 
• IDEOLOGOGIA: De acordo com Marilena Chauí (O que é ideologia, São 
Paulo, Brasiliense, 1981), ideologia é “o conjunto de proposições 
existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe 
dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia 
daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural.” 
• Dessa forma, a manutenção da ordem social requer dessa maneira 
menor uso da violência. A ideologia torna-se um dos instrumentos da 
reprodução do status quo e da própria sociedade, à medida que nos faz 
perceber apenas parcialmente – e de forma mascarada – a totalidade 
das relações sociais. 
• ALIENAÇÃO: A alienação é originada na vida econômica. O bem 
produzido não pertence ao trabalhador. Não é mais o operário que 
projeta o trabalho. Há separação entre planejamento e execução, entre 
pensar e agir. Tem-se como consequência um saber mecânico efragmentado. Como mostrado no clássico filme de Charles Chaplin, 
“Tempos Modernos”, o operário acaba se tornando um apêndice das 
máquinas, sempre desenvolvendo tarefas monótonas, sem se sentir 
parte do processo de produção da riqueza. 
• PRÁXIS: É a ação consciente do sujeito na transformação de si mesmo 
e do mundo que o cerca. 
• É por meio da práxis que se dá o combate à alienação, permitindo não 
apenas interpretar o mundo, mas transformá-lo. 
• A relação Estado e sociedade na concepção marxista: Segundo Marx e 
Engels, A idelologia Alemã – Feuerbach. (São Paulo: Hucitec, 1987), o 
Estado é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominante fazem 
valer seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil 
de uma época, segue-se que todas as instituições comuns são 
mediadas pelo Estado e adquirem através dele uma forma política. 
• Dessa forma, para Marx, não existe Estado representativo do conjunto 
da sociedade. Seu papel é o representante dos interesses da burguesia. 
 
A sociologia compreensiva de Max Weber 
• Max Weber parte do princípio de que a sociedade não é apenas algo 
exterior aos indivíduos. Ao contrário ela seria o resultado de uma imensa 
rede de relações entre os seus membros. Para analisar esta rede de 
interações não basta observá-la de modo distante, é necessário se 
aproximar, interagir e partir daí assimilar os diferentes tipos de 
racionalidade que motivam as relações sociais existentes. 
• Para ele era necessária a compreensão do sentido subjetivo das ações 
dos indivíduos, que se relacionam com os demais membros da 
sociedade ou grupo é a base da sociologia weberiana. Neste sentido, 
para Weber a sociologia seria uma ciência compreensiva. 
• AÇÃO SOCIAL: É a conduta humana dotada de um significado atribuído 
pelo agente (o indivíduo que a pratica) e tem relação com a conduta de 
outros indivíduos. Para Weber, o objetivo da Sociologia é compreender 
os sentidos (significado) das ações sociais. 
• Quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem 
reciprocamente de acordo com certas expectativas que possuem do 
outro estabelece-se a relação social (amizade, hostilidade, relações 
comerciais, políticas etc.) 
• A partir da percepção do valor que cada indivíduo atribui à sua ação, 
Weber construiu uma tipologia das ações sociais, classificando-as em 
quatro tipos, a saber: 
1. Ação Racional com relação a fins – motivada por fins objetivos, 
ou seja, para atingir seus fins, o indivíduo planeja e executa seus 
planos utilizando-se dos meios que considera mais adequados 
para atingir seus objetivos. A racionalidade econômica capitalista 
é exemplo desse tipo de ação. 
2. Ação Racional com relação a valores – motivada por crenças em 
valores morais, religiosos, políticos etc. Neste tipo de ação o que 
importa para o indivíduo é seguir os princípios que mais lhe são 
caros, não importando o resultado de sua conduta, o que lhes 
impele é a lealdade aos valores que orientam sua conduta. È o 
caso dos agentes que abrem mão de vantagens financeiras em 
função da preservação ambiental, por exemplo. 
3. Ação Afetiva - guiada por uma conduta emocional. Sentimentos 
como raiva, ódio, paixão, desejo, ciúme orientam sua conduta. 
Muitas vezes, o resultado dessas ações não é o esperado pelo 
agente, em virtude da irracionalidade de seu ato. Os crimes 
passionais são exemplos típicos deste tipo de ação social. 
4. Ação Tradicional- guiada pela tradição, costumes arraigados que 
fazem com que os indivíduos ajam em função deles. É uma 
espécie de reação a estímulos habituais. Exemplo disso é o 
hábito de saudarmos as pessoas com expressões como “bom 
dia”, “boa noite”, “fique com Deus”, independentemente de termos 
grande afinidade com elas ou mesmo alguma fé. Para Weber é 
difícil perceber até que ponto o agente age conscientemente ao 
empreender este tipo de ação. 
• TIPOS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA: A dominação deve ser entendida, 
segundo Weber, como uma probabilidade de mando e de legitimidade 
deste. A crença é condição fundamental para que a relação entre aquele 
que manda (domina) e aquele que obedece (dominado) se realize. 
Portanto, não é toda e qualquer relação de poder que é legitimada, é 
preciso que aquele que obedece acredite voluntariamente naquele que 
tem poder de mando. O poder é sempre uma probabilidade, pois 
depende de outro para ser exercido. 
• Dominações ilegítimas: escravidão; ditadura. 
• A dominação racional-legal ou burocrática é exercida dentro de um 
quadro administrativo composto de regras e leis escritas que devem ser 
seguidas por todos, não havendo privilégios pessoais. Baseia-se em 
relações impessoais e os funcionários são incorporados ao quadro 
administrativo, através de um contrato, não por suas características 
pessoais mas por sua competência técnica. A dominação burocrática é 
puramente técnica, com o objetivo de atingir o mais alto grau de 
eficiência e nesse sentido é, formalmente, o mais racional conhecido 
meio de exercer a dominação sobre os seres humanos. 
• A dominação tradicional repousa na crença das tradições, costumes que 
existem desde de outros tempos. É a legitimidade na crença dos 
indivíduos nas ordens e poderes senhoriais tradicionais. A autoridade é 
exercida e legitimada pela tradição e por normas escritas. O quadro 
administrativo, neste caso, pode ser recrutado não pela competência 
técnica mas por vínculos pessoais e laços de fidelidade. As tarefas não 
estão claramente definidas, como na dominação racional, e os 
privilégios e deveres encontram-se sujeitos a modificações de acordo 
com a vontade do governante. 
• A dominação carismática pode ser caracterizada pelo seu caráter de tipo 
extraordinário e irracional. Weber define carisma como uma qualidade 
pessoal considerada extraordinária, atribuída a um indivíduo que possui 
poderes ou qualidades sobrenaturais. Esses indivíduos são enviados por 
Deus para o cumprimento de uma “missão”. Portanto, este indivíduo é 
reconhecido como um líder por seus seguidores e assim a autoridade 
carismática é legitimada. Esse tipo de dominação vem perturbar a 
racionalização da política. 
• Rotinização do carisma: Para ele, todo fenômeno carismático será 
mais cedo ou mais tarde, absorvido, neutralizado, perdendo seu caráter 
renovador e se tornando uma nova norma, uma nova rotina.

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