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Direito Penal 2

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REATROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS GRAVE PARA PROGRESSÃO DE REGIME EM CRIMES HEDIONDOS.
Com a nova sistemática, os autores de crimes hediondos ou equiparados (tortura, tráfico de drogas ou terrorismo) terão tratamento mais rigoroso, haja vista serem esses delitos considerados pela Constituição Federal (art. 5º XLIII) como de especial gravidade.
Assim, o autor de crime hediondo ou equiparado deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado (art. 2º, § 1º). Para que possa obter a progressão de regime prisional, seja do fechado para o semi-aberto ou deste para o aberto, terá de cumprir dois quintos da pena (40%), caso primário, e três quintos (60%), se reincidente (art. 2º, § 2º), além de preencher os requisitos subjetivos previstos no artigo 112 da LEP e o seu mérito recomendarem o benefício. No caso da progressão do regime semi-aberto para o aberto o percentual incidirá sobre a pena que resta ao condenado cumprir e não sobre a pena aplicada na sentença condenatória.
Como se trata de modalidade de crime em que a periculosidade do agente é presumida faz-se necessário a realização de exame criminológico para que possa ser aferida a viabilidade da progressão de regime de cumprimento de pena. Seria ilógico deferir a progressão de regime prisional quando o condenado ainda é perigoso para a sociedade.
No caso de progressão ao regime aberto, é expressa a determinação contida no art. 114, II de Execução Penal segundo o qual "somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que ira ajustar-se, com autodisciplina e sendo de responsabilidade, ao novo regime". Também assim o disposto no art. 36 do Código Penal, determinando que "o regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado".
Em se tratando de livramento condicional estabelece o art. 83, parágrafo único, do Código Penal que no caso de condenação por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do benefício ficará subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.
Assim, nas hipóteses de crimes hediondos ou equiparados, praticados em circunstâncias obviamente indicativas de periculosidade, não basta para a progressão de regime ou para concessão de livramento condicional, o cumprimento do quantum de pena previsto em lei e atestado de boa conduta carcerária, exigindo-se outros requisitos, dentre os quais a comprovação de que o preso apresenta condições pessoais de adaptação ao novo regime.
CONCURSO FORMAL:
Ocorre quando o autor da infração, mediante uma única conduta ou omissão, pratica dois ou mais delitos, iguais ou não. No concurso formal, caso ocorram crimes diversos, aplica-se ao agente a pena do crime mais grave, aumentada de um sexto até metade. No entanto, em se tratando de crimes idênticos, deverá ser aplicada a pena de apenas um deles, também acrescida de um sexto até metade. Caso, porém, os resultados obtidos decorram de desígnios autônomos, oriundos de condutas dolosas, aplicar-se-á cumulativamente as penas em que haja incorrido. Em não sendo este o caso, a pena aplicada jamais poderá exceder a somatória das penas dos delitos considerados individualmente.
Requisitos:
• Uma única conduta (uma única ação ou omissão);
• Pluralidade de crimes (dois ou mais crimes praticados).
Fundamentação:
Art. 70 do CP
SE HOUVER ABOLICIO CRIMINIS O AGENTE PODE SER CONSIDERADO REINCIDENTE EM UM NOVO JULGAMENTO?
Conforme a CF:
Não, pois e, respeito ao princípio constitucional da não culpabilidade(art. 5°, LVII, da CF/88), as ações penais que resultam em sentenças extintivas de punibilidade não podem ser tidas como maus antecedentes, assim como os inquéritos ou processo em andamento não servem para a valorização da personalidade do agente.
Conceito do CP:
No caput do art. 2º do Código Penal Brasileiro, a abolitio criminis é assim definida:
“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”.
Quanto à intenção criminosa, é evidente que quem se dispõe a praticar assalto no interior de um ônibus, de um hotel, de uma casa, não afasta - muito ao contrário - a idéia de subtrair coisas do trocador e dos passageiros, do caixa do hotel e de seus hóspedes, ou dos diversos moradores encontrados na casa. Exatamente porque pretende ele roubar, indistintamente, os passageiros, os hóspedes, os moradores - e não o passageiro A e o passageiro B, o hóspede W e o hóspede Y etc. - ou seja, porque movido por um só desígnio, e não por desígnios autônomos, é que responde por uma só pena, aumentada de um sexto a metade. Se os crimes concorrentes resultassem não do mesmo, mas de desígnios diversos, a hipótese seria de aplicação cumulativa das penas (art. 70, 2ª parte)".
Da mesma forma, o entendimento da jurisprudência:
"PENA - Agravamento - Roubo qualificado - Exasperação da pena pelo concurso formal de infrações - Admissibilidade - Réu que mediante uma só ação e um único propósito subtraiu bens de duas pessoas - Aplicabilidade do artigo 70, caput, primeira parte do Código Penal - Reconhecimento, ademais, da qualificadora do emprego de arma - Artigo 157, § 2º , inciso I do Código Penal - Elevação da pena fixada de início - Recurso provido"
"CONCURSO DE INFRAÇÕES - Formal imperfeito - Não caracterização - Crimes concorrentes de roubo que não decorreram de desígnios autônomos - Delito praticado com unicidade de ação e desígnio - Hipótese de concurso formal perfeito - Aplicação da primeira parte do artigo 70, caput, do Código Penal - Recurso não provido para esse fim."

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