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Texto 8: MACHADO, André. “As esquadras imaginárias” Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, séc. XIX: analisou a formação do Estado Nacional brasileiro sob a ótica da continuidade. mitos de origem que tornavam a formação do Estado Nacional brasileiro uma evolução inevitável da América Portuguesa o embate entre diversos grupos políticos, cada um defendendo diferentes projetos de futuros foi esvaziado do processo de emancipação politico da América Portuguesa historiadores fixaram que a Independência foi a oficialização de um grande consenso compartilhado por todos os portugueses e um desenlace natural. porém não é possível assumir isso uma vez que existem registos , por exemplo, de como a Bahia e o Pará tardaram a se incorporarem ao Império, numerosos conflitos, resistências. 1º momento: diversidade da América Portuguesa olhar externo (cônsul francês) : estados independentes, agrupando-se em blocos regionais ideia de Brasil como corpo político capaz de agregar todos os portugueses da américa portuguesa era um valor que não estava dado, mesmo de 1822. postura dos deputados nas Cortes de Lisboa: divergências o Brasil não era visto como um corpo politico uno. defesa dos interesses de cada unidade (ou bloco regional) Márcia Berbel explica essa postura como resultada da politica da Coroa portuguesa de “desligar as províncias entre si” e enfraquecer qualquer tipo de centro decisório. não houve correspondência entre as identidades politicas coletivas existentes na América e os Estados independentes que se formaram no séc. XIX 2º momento: cisão da sociedade paraense com a defesa de diversos projetos políticos Afinal de contas: os paraenses queriam ser incorporados ao Império do Brasil ou desejavam manter-se unidos a Portugal? no período, no cenário politico não estava circunscrito a estas duas possibilidades. sociedade dividida em múltiplos partidos, cada qual defendendo diferentes projetos que não se limitavam a escolha Império brasileiro ou português. volatilidades das posições politicas diversidade de opiniões que ganhavam cena e novos espaços, como a imprensa o medo da “versatilidade de opiniões” estava no potencial subversivo que em muito transcendia a questões como a disputa entre adesão ou não à Independência. a diversidade representada por esses grupos penetração das novas ideias atingia um público muito mais amplo que as elites e os letrados (interpretação peculiar das teses liberais) mobilização entre pobres livres e escravos era acompanhada com apreensão pelas autoridades do Pará (fugas, revoltas, formação de quilombos) importância da manutenção ou do desmantelamento de um bloco regional formado pelas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Mato Grosso e Goiás para a viabilidade de um das alternativas de futuro logica regional de laços econômicos e políticos. 3º momento: como a Independência foi um longo processo que envolveu numerosas estratégias Pará. Não agradava a ideia de que o Pará tivesse sido um retardatário no movimento de Independência. Assim, coube ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará (Palma Muniz) a produzir uma reinterpretação dos acontecimentos buscando diminuir a importância dos conflitos defendendo a tese que a adesão ao Império era desejo compartilhado pelos paraenses, só entrando em oposição no comando das armas da província além, de se colocar como pioneira para emancipação politica na medida aderiu às Cortes de Lisboa. inversão de perspectivas afinada com a proposta do IHGB, mesmo o termo adesão desqualificar a continuidade (harmônica) dos fatos.
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