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Texto 23 Partidos políticos e frentes parlamentares

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Texto 23: DELGADO, Lucília de Almeida. “Partidos políticos e frentes parlamentares: projetos, desafios e conflitos na democracia.” In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de A. N. O Brasil Republicano, vol. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 343 – 403.
Partidos políticos, sistemas e frentes partidários incluídos no rol dos chamados sujeitos institucionais e coletivos da História são essenciais à pratica da cidadania e à consolidação de regimes democráticos. 
DEMOCRACIA, PARTIDOS POLITICOS E FRENTES PARLAMENTARES: O BRASIL DE 1945 A 1964.
O pluripartidarismo e a nova ordem democrática 
Paradoxo: dicotomia da continuidade na transformação ou, mais precisamente, de transformações com permanências. 
Transição Estado Novo à nova ordem democrática foi contraditório.
sem pressão de qlqr movimento contestatório liderado por amplas bases sociais 
A corrente anti-Estado Novo, apenas de alimentada pelos fortes ventos liberais democráticos que varrem o mundo no final da IIGM, era numericamente limitada e de extração social e politica bem definida e limitada: elite (responsáveis pela pressão)
X
No outro extremo, se posicionava parte da população brasileira comprometida com o projeto social getulista/trabalhista; apoiado por forças governamentais continuidade de Getúlio
Movimento Queremista
Nacionalista, trabalhista e social.
A ditadura do Estado Novo começou a se esgotar tão logo os rumos da IIGM também começaram a mudar. A derrota dos países do eixo e iminente vitória dos países aliados, comprometidos formalmente com valores da liberal democracia, influenciaram de forma determinante a queda do regime autoritário que vigorava no Brasil.
Ao governo só se apresentava uma alternativa: integra-se ao processo em curso, procurando dirigi-lo, se não com rédeas curtas, ao menos com alguma eficácia. (manter Vargas no cenário politico nacional)
Instrumentos de controle que garantissem a manutenção das bases materiais e simbólicas para preservação do antigo poder na nova ordem.
Convocação de eleições proporcionais para o Parlamento Nacional; convocação de eleições majoritárias para a presidência e a implantação de um sistema pluripartidário de bases nacionais. 
Lei de Agamenon: adotou-se como condição obrigatória para o registro de qlqr agremiação partidária seu caráter nacional. 
Romper com a velha tradição regional/oligárquica. 
Garantir pluralismo e abrangência nacional 
OS NOVOS PARTIDOS NACIONAIS
No conjunto das organizações partidárias que se formavam a partir de 1945 e que atuaram até 1965, a competição dicotômica, conduzida por um triangulo partidário – UDN, PSD e PTB – , foi bem mais determinante que a competição pluralista. 
Nos 13 primeiros anos, representaram duas forças nítidas e opostas: o getulismo, incorporado e defendido principalmente pelo PTB, mas apoiado pelo PSD, embora com menor ênfase e com estratégia peculiar; e o antigetulismo, que faz da UDN seu principal ancoradouro e baluarte. 
Herança getulista: catalizador de conflitos
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) retornou a legalidade. Apresentava como um partido diferente dos citados acima:
Partido de atuação histórica anterior ao novo sistema
Fortes laços internacionais
Vínculos ideológicos umbilicais com o marxismo; programa nítido: revolução socialista mundial. 
Em 1947, em clima de guerra fria, Eurico Gaspar Dutra determinou a cassação do seu registro e de seus representantes. Mais um paradoxo: em uma conjuntura de plena vigência da democracia politica e de avanços na cidadania eleitoral, começava um novo ciclo de clandestinidade para os comunistas brasileiros. 
UND, PSD, PTB: UMA HISTORIA DE CONFLITOS E ALIANÇAS
União Democrática Nacional: liberalismo, antigetulismo e intervencionismo.
Nasceu de um movimento articulado por uma ampla frente em oposição ao Estado Novo; contribuíram para os acontecimentos que levaram à queda de Getúlio (out/45). “	Ao negar, reconhecia.”
Criaram inúmeras oportunidades para se declararem liberais e antigetulistas mídia e manifestos.
Objetivaram, a curto prazo, romper com a cadeia de sustentação do Estado Novo e, a longo prazo, eliminar da vida politica a força pragmática a mítica do getulismo e também do trabalhismo.
Composição inicial diversificada, dentro das elites.
A historia da UDN foi bastante contraditória em relação ao doutrinarismo liberal que a marcara em sua origem, caracterizado pela defesa incisiva do retorno à politica liberal democrática. 
Tentou impugnar as eleições alegando que os candidatos vitoriosos não haviam alçando maioria absoluta (não previsto em lei)
Deixava desmontar certa orientação antidemocrática principais articuladores da intervenção militar que levou a derrota do regime democrático e a instauração de um regime autoritário no país.
Partido Social Democrático: pragmatismo, habilidade e conservadorismo 
Pragmatismo, a habilidade e força eleitoral 
Perspectiva getulista de continuísmo na transformação
Capacidade de manter-se no poder grandes mestres da negociação: “raposas” da politica 
Aliados no PTB, nos primeiros 13 anos, possuíam bases sociais muito diversas da agremiação trabalhista: interventores do Estado Novo, segmentos da classe média urbana e representante das oligarquias estaduais.
Bases estruturais estavam enraizadas na máquina administrativa do primeiro governo Vargas já nasce com meio caminho andado; controlava a sólida infraestrutura administrativa e clientelista nos diferentes estados.
Disposição para negociar com diversas correntes de opinião
Flexibilidade e habilidade (irritava a UDN)
Aliança PSD/PTB, nos treze primeiros anos foi coesa e abrangeu acordos e coligações. Passou a sofrer fissuras, no final da década de 1950 e inicio da de 1960, quando o PTB se aproximou do antigo adversário, PCB, que também defendiam uma efetiva reforma agraria no Brasil. Diante desse objetivo, muitos integrantes do PSD, principalmente os de origem oligárquica, não hesitaram em si aliar com a UDN (antiga rival) para impedir uma reforma agrária.
Partido Trabalhista Brasileiro: getulismo, trabalhismo, reformismo e nacionalismo
Alicerçou sua organização nos sindicatos urbanos e na burocracia do Ministério do Trabalho; operários e demais trabalhadores sindicalizados e também junto aos funcionários públicos.
Ardentemente getulista
Inserção regional fragmentada
Defender o conjunto da legislação trabalhista na nova ordem democrática e servir como anteparo ao potencial acrescimento do PCB junto à classe operaria. 
Programa nítido e bem definido de forte cunho social (fator diferencial)
Foi o que mais cresceu durante os anos de prevalência do pluripartidarismo criado em 1945 > definição partidária programática com ênfase nas questões sociais contribuiu para o crescimento junto a população trabalhadora (rural e urbana)
Perseguido pela crítica da UND: perspectiva de implantação de uma República sindicalista no Brasil; perigo comunista
Com a morte de Getúlio (54) o partido ganhou maior autonomia em relação ao personalismo varguista e novas personalidades fortes apareceram mais comprometidas com a defesa das reformas e econômicas profundas.
Caminhou para um trabalhismo menos personalista e mais reformista o que fissurou a ligação com o PSD.
Aproximação com o PCB. Trabalhistas e comunistas defendiam projetos reformistas de forte impacto social e econômico. 
Em plana guerra fria e bipolaridade, o conjunto dos articuladores da deposição do presidente trabalhista, João Goulart, consideraram que o avanço do trabalhismo era um caminho aberto para a penetração comunista no Brasil >> golpe preventivo << 
DEMOCRARIA E REPRESENTAÇÃO: TRANSFORMAÇÃO NO QUADRO ELEITORAL 
O processo histórico eleitoral dessa fase da vida republicana brasileira traduz as transformações sociais e econômicas que se passaram naqueles anos. As alianças e coligações partidárias também funcionam como ecos da mudança pelas quais passava a sociedade civil brasileira. 
Em 1964, o getulismo se transformara de poder efetivo, transmudou-se em herançacom forte poder simbólico.
Nas eleições majoritárias para a Presidência da Republica predominou uma disputa essencialmente dicotômica: PSD/PTB x UDN. PSD/PTB emplacam seguidamente para presidência Dutra, Vargas (retorna) e Kubischeck. 
Em 1960, ocorreu uma alteração, Jânio Quadros, candidato pelo Partido Democrata Cristão, apoiado pela UDN, venceu para a presidência, tendo João Goulart, um dos principais líderes da PTB, como vice-presidente (não existia chapa completa). Mesmo a UDN finalmente chegado ao poder, 7 meses depois seu candidato renunciou, o poder voltou às mãos do PTB e do PSD através de um solução negociada: o parlamentarismo. 
Assim, João Goulart (PTB) ficou com a presidência e Tancredo Neves (PSD) com a presidência do Conselho de Ministros. Isso durou pouco tempo, pois o presidencialismo venceu no plebiscito João Goulart presidente com todos os poderes que o cargo lhe conferia. 
Não encontrou condições mínimas de governabilidade 
Pressionado por todos os lados até a exaustão, culminando no cerco que lhe impuseram com sua deposição em abril de 64.
UDN chega ao poder: não pela pratica democrática eleitoral, mas sim pela via intervencionista. 
FRENTES PARLAMENTARES: POLARIZAÇÃO E CRISE.
O final do governo de Kubitscheck, em especial a partir de 1958, foi um prenuncio da extensa e profunda mobilização da sociedade civil brasileira, que marcaria, de forma inédita, a politica nacional até 1964.
Ampliação da participação cidadã
Crescimento de múltiplas formas de organização social e política > com presença de vários segmentos antes excluídos. 
Heterogêneas organizações.
Dois blocos bem definidos: de um lado, grupos reformistas e nacionalistas e, de outro, segmentos que defendiam uma maior internacionalização da economia nacional, um alinhamento efetivo com os EUA e ao bloco capitalista e não implementação pelo governo das reformas de bases. 
	Progressistas: nacionalistas e reformistas
	Conservadores
	Inúmeros candidatos (urbano e rural)
União Nacional dos Estudantes (UNE)
Movimentos de Educação de Base
Ligas Camponesas
Frete de Mobilização Popular: liderado por Leonel Brizola pressionavam por medidas voltadas para implantação, em curto espaço de tempo, das reformas de bases e de leis e programas econômicos de cunho nacionalistas.
	Instituto Brasileiro de Ação Democrática: principal meta combater o comunismo no Brasil financiados por empresários brasileiros e estrangeiros
Campanha da Mulher pela Democracia
Frente da Juventude Democrática
Movimento Sincicial Democrático
Ação Democrática Parlamentar
Dissidências internas nos partido: aproximação e aliança nas casas parlamentares do Brasil de políticos vinculados a agremiação que oficialmente eram adversarias. 
Alianças temporárias com o objetivo de impedir aprovação dos referidos projetos pela maioria dos parlamentares.
FRENTE PARLAMENTAR NACIONALISTA: POR UM BRASIL AUTÔNOMO (1956 - 64)
Representou no Congresso Nacional a opção nacionalista de um segmento expressivo e muito combatido da sociedade civil, que fazia das bandeiras nacionalistas e desenvolvimentistas expressão de um Brasil mais “autônomo e soberano”.
Pluralidade ideológica > autonomia nacional era uma referencia que a todos unia.
Reuniu deputados e senadores de vários partidos e buscou fundamentos teóricos junto a intelectuais ligados à ala mais nacionalista do Instituto Superior dos Estudos Brasileiros.
Atuação no legislativo
Porta-voz 
Os integrantes transformaram-se nos principais alvos das cassações e perseguições politicas no âmbito do Congresso.
AÇÃO DEMOCRÁTICA PARLAMENTAR: POR UM BRASIL INTEGRADO AO CAPITALISMO INTERNACIONAL 
Objetivava não apenas fazer frente ao crescimento dos nacionalistas, mas também combater a expansão da ideologia comunista. 
Suas principais bandeiras eram: defesa intransigente da iniciativa privada, apoio aos investimentos estrangeiros no Brasil e defesa de princípios liberais.
Deputados da UDN, Partido Republicano e alguns do PSD.
Conseguiu bloquear o projeto de reforma agraria de Goulart.
Participou ativamente das articulações que culminaram com a deposição de Goulart e com a instalação de um governo autoritário no Brasil.

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