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INSTITUTO FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - IFES COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA BRENDA MERCIER DA SILVA Prática n° I (13/04/2016), Grupo (G1): UMIDADE Disciplina: Análise de Alimentos Professor: José Augusto Brunoro Costa VILA VELHA MAIO – 2016 INTRODUÇÃO A água muitas das vezes é o componente mais abundante de um alimento. Assim a água passa a ser um dos mais importantes componentes desses produtos com a peculiaridade de ser importante não somente por suas possibilidades de participar em transformações químicas, mas também por permitir as transformações dos demais componentes quando atua como solvente. Sendo então a determinação de umidade é uma das medidas mais importantes e utilizadas na análise de alimentos. A umidade de um alimento está relacionada com sua estabilidade, qualidade e composição, e pode afetar os seguintes itens: Estocagem: alimentos estocados com alta umidade deteriorarão mais rapidamente que os que possuem baixa umidade. Ex.: grãos com umidade excessiva estão sujeitos à rápida deterioração devido ao crescimento de fungos que desenvolvem toxinas como aflatoxina. Embalagem: alguns tipos de deterioração podem ocorrer em determinadas embalagens se o alimento apresentar uma umidade excessiva. Ex.: velocidade do escurecimento em vegetais e frutas desidratadas. Processamento: a quantidade de água é importante no processamento de vários produtos. Ex.: moagem de trigo e milho. A água pode estar no alimento de três formas: Água livre ou umidade de superfície, água adsorvida ou umidade adsorvida e água combinada. Para determinar umidade são aplicados diversos métodos, dentre eles o método direto com uso da estufa comum, que vem a ser o método de secagem mais simples e econômico dentre os as técnicas de secagem. Mais não existe ainda nenhum método que seja ao mesmo tempo exato, preciso e prático aplicáveis a todo tipo de alimento. Em geral, a determinação de umidade é um método simples, mas torna-se complicado em função da exatidão e precisão dos resultados. As dificuldades encontradas são as seguintes: I) Separação incompleta da água do produto. II) Decomposição do produto com formação de água além do original. III) Perda de substâncias voláteis dos alimentos que serão computadas como peso em água. OBJETIVOS Determinar o teor de umidade em alimentos usando a estufa comum. Calcular a % de umidade (m/m) das amostras usadas e comparar com a literatura. E calcular os sólidos totais. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL MATERIAIS E REAGENTES: Balança analítica; Placa de Petri; Estufa a 105ºC; Dessecador; Espátula; Luva; Amostra de alimentos (trigo e coco). Foram pesadas em uma placa de petri com o auxilio de uma espátula amostras de 2g à 5g de trigo e coco. Após pesadas foram colocadas em uma estufa por volta de 3 à 4 horas, e retiradas com o auxilio de uma luva e postas em um dessecador. Posteriormente retirou-se do dessecador para a pesagem. Anotou-se o valor para se fazer os cálculos de % de umidade e sólidos totais. RESULTADOS E DISCUSSÃO Amostra Peso placa Peso amostra (PA) Peso placa + amostra seca Peso amostra seca (PAS) % Umidade X P1 P2 P3 P3-P1 Coco 52,213g 3,031g 55,0251g 2,8121g 7,22% Trigo 47,525g 2,49g 49,6955g 2,1705g 12,85% % sólidos totais =PAS/PAx100 = Coco % sólidos totais =2,8121/3,031x100 = 92,78% Trigo % sólidos totais =2,1705/2,49x100 = 87,17% 1) Determinar o teor de umidade e o de sólidos totais (%m/m) nas amostras e comparar com os valores encontrados na literatura. No trigo foi encontrado o teor de umidade em 12,85%, que é bom já que o máximo que poderíamos ter é de 15%. O coco teve 7,22% de umidade encontrada, ultrapassando assim dos limites estabelecidos que é de 4,5%. Esses valores podem ter sofrido interferências pela questão das amostras estarem vencidas e abertas há anos. 2) Qual(is) água(s) que foi medida nesta prática. Por quê? Água livre e a água adsorvida, por que água de hidratação é fortemente ligada ao substrato e não é fácil de ser eliminada. Não é congelável e não está disponível para os micro-organismos e nem como solvente em reações químicas e enzimáticas. Está envolvida quimicamente com outras substâncias, dificilmente é determinada pelos métodos de umidade. Já a água livre, também conhecida como umidade de superfície, geralmente está presente na superfície externa do alimento e entre os espaços e poros do material, funciona como agente dispersante para substâncias coloidais e como solvente em compostos cristalinos. Essa água é facilmente evaporada, é congelável, funciona como solvente e está disponível para o crescimento dos micro-organismos. Ela é fracamente ligada aos substratos e entre si. E a água absorvida ou capilar: Conhecida como umidade adsorvida, que é a água localizada no interior do alimento, presente nas superfícies de macromoléculas, como amido, pectina, celulosa e proteína, ligadas por forças de Van der Waals e pontes de hidrogênio e que não combina com outros elementos quimicamente. Também funciona como solvente e influência no crescimento dos micro-organismos. 3) Cite outros métodos de determinação de umidade e o seu princípio. Secagem por radiação infravermelha, este outro tipo de secagem é mais efetivo e envolve penetração do calor dentro da amostra, o que encurta o tempo de secagem em até 1/3 do total. O método consiste em uma lâmpada de radiação infravermelha com 250 a 500 watts, cujo filamento desenvolve uma temperatura entre 2000 a 2500ºK (700 ºC). A distância entre a lâmpada e a amostra é crítica e deve ser cerca de 10 cm para não haver decomposição da amostra. A espessura da amostra deve ficar entre 10 e 15 mm. O tempo de secagem varia com a amostra (20 minutos para produtos cárneos, 10 minutos para grãos, etc.). O peso da amostra deve variar entre 2,5 a 10 g dependendo do conteúdo da água. Secagem em fornos de micro-ondas, é um método novo e muito rápido, porem não é um método padrão. A energia de micro-ondas é uma radiação eletromagnética com frequência variando entre 3 MHz e 30.000 GHz. Os dois maiores mecanismos que ocorrem no aquecimento por micro-ondas de um material dielétrico são rotação dipolar e polarização iônica. Quando uma amostra úmida é exposta à radiação de micro-ondas, moléculas com cargas elétricas dipolares, tal como a da água, giram na tentativa de alinhar seus dipolos com a rápida mudança do campo elétrico. A fricção resultante cria calor, que é transmitido para as moléculas vizinhas. Deste modo, o calor é distribuído uniformemente tanto na superfície como internamente no alimento, facilitando a evaporação da água e evitando a formação de crosta na superfície, como é característico na secagem em estufa. A amostra é misturada com cloreto de sódio e óxido de ferro, onde o primeiro evita que a amostra seja espirrada fora do cadinho e o segundo absorve fortemente radiação de micro-ondas acelerando a secagem. CONCLUSÃO Os resultados obtidos da umidade das analises estão de acordo em partes com as normas de umidade de alimentos, com porcentagens de água adquiridas do coco e do trigo, 7,22% e 12,85% respectivamente, sendo que o coco se encontra fora dos padrões. Razões possíveis para esta ocorrência seria a validade do coco, na qual se encontra vencida e também a amostra já se encontrar aberta e manuseadapor outras pessoas. Porém o trigo mesmo tendo sua embalagem já manuseada e vencida, ele obteve um resultado considerável dentro dos parâmetros permitidos pelas normas. REFERÊNCIAS 1. http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do112_5.htm 2. http://alipio1.dominiotemporario.com/doc/umidade.pdf 3. http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2000/84_00rdc.htm 4. http://www.pfigueiredo.org/BromII_4.pdf 5. Roteiro de analise de alimentos – Umidade – prática 1 6. https://cienciasdosalimentos.wordpress.com/2013/03/15/propriedades-da-agua-e-sua- importancia-na-estabilidade-de-alimentos-in-natura-e-processados/.
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