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1 de 9 Tema: Objetivos e formas de atuação da OIT Introdução: Para começar é impossível falar sobre a OIT sem citar o Direito Internacional do Trabalho que regulamenta os direito e obrigações na relação entre empregados e empregadores formando um principio para que se possa ser aplicado entre todos os Estados. É notório que também o direito internacional do trabalho incentive a melhoria nas condições e no ambiente de trabalho, oferecendo assim suportes para que o individuo desenvolva sua função o mais dignamente possível. Com esse conceito, pode-se afirmar que o direito internacional do trabalho visa estabelecer um padrão internacional mesmo que mínimo entre as relações trabalhistas e nesse entendimento ela também aborda as situações que não vão estar nas relações trabalhistas, como a alguma ocupação sob subordinação onde possa infringir a dignidade da pessoa humana. Logo, o direito internacional do trabalho se mantém bem próximo a dignidade da pessoa humana e portanto com os direitos humanos e sempre objetivando fortalecer a justiça social, a dignidade da pessoa humana, o maior bem-estar da sociedade e contribuindo assim para a paz. A organização internacional do trabalho, apesar de não ser o único, é o principal centro do direito internacional do trabalho. Tal organização foi estabelecida ,em 1919, pelo tratado de versalhes. Inicialmente ela não foi estruturada como um entidade independente , e sim era incorporada a Liga das Nações de onde eram oriundos todos os seus estados-membros. Como explicitado, a caracterização da OIT como entidade autônoma era controversa, uma vez , que os organismos internacionais ainda eram novidade no ambiente internacional. A autonomia da OIT vem parcialmente a se firmar com a primeira reunião de um de seus órgãos, A Conferencia Internacional do Trabalho (CIT), que agiu independentemente da liga das nações, tendo exemplos como a admissão na OIT da Austria e da Alemanha que não eram membros da liga das nações e também do Brasil que acabara de sair da liga das nações e não se retirou da OIT, fato no qual elevou e fortaleceu o conceito dessa entidade em formação. A OIT vem a conquistar a sua autonomia em relação a qualquer outra entidade em meados do ano de 1946, com a reforma da Constituição da Organização Internacional do Trabalho. Concluindo, pode se afirmar que a OIT é uma entidade possuidora do de direito internacional, dotado de direitos e obrigações. Sendo assim, ela é um órgão independente de qualquer outra coisa, portanto não é um mero departamento das Nações Unidas e sim na qual existe grande cooperação com a mesma. A OIT tem mantido representação no Brasil desde 1950, com programas e atividades que refletem os objetivos da Organização ao longo de sua história. Além da promoção permanente das Normas Internacionais do Trabalho, do emprego, da melhoria das condições de trabalho e da ampliação da proteção social, a atuação da OIT no Brasil tem se caracterizado, no período recente, pelo apoio ao esforço nacional de promoção do trabalho decente em áreas tão importantes como o combate ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e comercial, à promoção da igualdade de oportunidades e tratamento de gênero e raça no trabalho e à promoção de trabalho decente para os jovens. Em maio de 2006, a ANTD foi lançada em Brasília pelo Ministro do Trabalho e Emprego (MTE) por ocasião da XVI Reunião Regional Americana da OIT, durante a qual também foi lançada, pelo Diretor Geral da OIT, a Agenda Hemisférica do Trabalho Decente (AHTD). Com o objetivo de contribuir à erradicação da pobreza e à redução das desigualdades sociais, a ANTD se estrutura em torno a três prioridades: a geração de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidade e de tratamento; a erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil, em especial, em suas piores formas; e, o fortalecimento dos atores tripartites e do diálogo social como instrumento de governabilidade democrática. Elaborada por um grupo de trabalho interministerial coordenado pelo MTE, com assistência técnica permanente da OIT, e submetida à consulta no âmbito da Comissão Tripartite 2 de 9 de Relações Internacionais (CTRI), a ANTD estabelece resultados esperados e linhas de ação para cada uma das prioridades definidas. É a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, formada por representantes de governos, organizações de empregadores e de trabalhadores. São atualmente 183 estados- membros que participam em situação de igualdade das diversas instâncias da organização. Deve-se ressaltar que as normas da OIT possuem como características: a universalidade, que implica em aplicação em escala mundial e validade para países de diferentes estruturas sociais, e a flexibilidade, sendo as normas elaboradas com espírito de realismo e de eficácia. Sendo ratificadas, as Convenções geram direitos subjetivos individuais, com eficácia garantida no território do país que promoveu a ratificação. Chama-se a atenção para o fato de que, uma vez ratificada a Convenção, são derrogadas automaticamente as normas da legislação nacional. Não ratificadas servem, entretanto, de base para a atividade legislativa dos Estados. Segundo a Declaração dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento de 1998, a OIT é a organização internacional com mandato constitucional e o órgão competente para estabelecer Normas Internacionais Trabalhistas e ocupar-se delas, que goza de apoio e reconhecimento universais na promoção dos direitos fundamentais no trabalho como expressão de seus princípios constitucionais. A OIT é o maior centro de recursos de informação, análise e orientação sobre o mundo do trabalho. A investigação acompanha e reforça todas as atividades práticas da Organização, que é considerada mundialmente como uma fonte autorizada de informação estatística. Sua coleção é considerada uma grande fonte de conhecimentos e informação chave referente a área do trabalho, meio de vida sustentável, aspectos do desenvolvimento econômico e social, mudanças tecnológicas e de direitos humanos, relacionados com o trabalho A primeira aparição de uma regulamentação do trabalho que alcançava todos os povos é encontrado na doutrina cristã, um grande exemplo disso é a determinação do descanso semanal que consta nos dez mandamentos. Fora da esfera religiosa as regras relativas a trabalho no âmbito internacional é observado a partir da revolução industrial, época em que a situação das condições de trabalho para os indivíduos eram preocupantes e que por fim acabou despertando interesse dos indivíduos e dos movimentos sociais em busca de uma possível melhora. Mas só ,em 1855, foi proposta oficialmente a criação de uma legislação trabalhista internacional, essa ação foi proveniente da Suíça e a mesma também foi quem propôs a realização da conferencia internacional do trabalho que foi realizada em Berlim, no ano de 1890, a mesma foi a primeira reunião internacional com o interesse de estabelecer uma regulação internacional para as relações de trabalho. A consolidação teve um importante grande passo com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, que veio se estabelecer como uma estrutura da construção e aplicação do sistema normativo de regulação das relações trabalhistas no âmbito global, a ponto de existir quem observe o direito internacional sendo feito dentro da OIT. O Direito internacional não se manteve preso a se apresentar em somente emum organismo, como pode se observar com o fim da II Guerra Mundial, onde a matéria trabalhista atingiu foros com relação a proteção da dignidade humana, tema como já evidenciado anteriormente de fundamental importância e afinidade com o direito do trabalho. A criação da OIT baseou-se em argumentos humanitários e políticos, que fundamentaram a formação da justiça social no âmbito internacional do trabalho. O argumento humanitário baseou-se nas condições injustas e deploráveis das circunstâncias de trabalho e vida dos trabalhadores durante a Revolução Industrial, que houve mudanças no sistema de produção durante o século XVIII, na Inglaterra. Em uma fase histórica em que a Revolução Industrial propiciava o fortalecimento da 3 de 9 empresa, Inúmeros empregadores, tendo-se a plena liberdade contratual do Estado Liberal, Dessa maneira, os problemas sociais gerados por aquela revolução (miséria, desemprego, salários irrisórios com longas jornadas, grandes invenções tecnológicas da época, inexistência de leis trabalhistas) contribuíram para consolidar o capitalismo em seu modo dominante. No início da relação de emprego, sem regulamentação alguma, o trabalho retribuído por salário acarretou o surgimento dos direitos sociais, por meio da luta dos proletariados por melhores condições de vida e trabalho e pelas regras de justiça retributiva. O aumento da marginalização social e o embate entre o proletariado com o aparato político estatal acabaram culminados na formação do Estado de Bem-estar Social, já em fins do século XIX e, principalmente, durante o século XX. Manual do Direito do trabalho: De acordo com o Manual do Direito do Trabalho no que diz respeito a declaração da OIT sobre os princípios e direitos fundamentais no trabalho existem algumas considerações que devem compor o trabalho por nós realizado; São elas: "Considerando que a criação da OIT procede da convicção de que a justiça social é essencial para garantir uma paz universal e permanente; Considerando que o crescimento econômico é essencial, mas insuficiente, para assegurar a equidade, o progresso social e a erradicação da pobreza, o que confirma a necessidade de que a OIT promova políticas sociais sólidas, a justiça e instituições democráticas; Considerando, portanto, que a OIT deve hoje, mais do que nunca, mobilizar o conjunto de seus meios de ação normativa, de cooperação técnica e de investigação em todos os âmbitos de sua competência, e em particular no âmbito do emprego, a formação profissional e as condições de trabalho, a fim de que no âmbito de uma estratégia global de desenvolvimento econômico e social, as políticas econômicas e sociais se reforcem mutuamente com vistas à criação de um desenvolvimento sustentável de ampla base; Considerando que a OIT deveria prestar especial atenção aos problemas de pessoas com necessidades sociais especiais, em particular os desempregados e os trabalhadores migrantes, mobilizar e estimular os esforços nacionais, regionais e internacionais encaminhados à solução de seus problemas, e promover políticas eficazes destinadas à criação de emprego; Considerando que, com o objetivo de manter o vínculo entre progresso social e crescimento econômico, a garantia dos princípios e direitos fundamentais no trabalho reveste uma importância e um significado especiais ao assegurar aos próprios interessados a possibilidade de reivindicar livremente e em igualdade de oportunidades uma participação justa nas riquezas a cuja criação têm contribuído, assim como a de desenvolver plenamente seu potencial humano; Considerando que a OIT é a organização internacional com mandato constitucional e o órgão competente para estabelecer Normas Internacionais do Trabalho e ocupar-se das mesmas, e que goza de apoio e reconhecimento universais na promoção dos direitos fundamentais no trabalho como expressão de seus princípios constitucionais; Considerando que numa situação de crescente interdependência econômica urge reafirmar a permanência dos princípios e direitos fundamentais inscritos na Constituição da Organização, assim como promover sua aplicação universal; " Conferência Internacional do Trabalho A conferência internacional do trabalho é composta por quatro representantes de cada um dos estados membros, ou seja, dois delegados do governo, um delegado representante dos trabalhadores e um delegado representante do empregador. 4 de 9 A OIT é dirigida pelo conselho de administração ou órgão de gestão da organização, responsável pela elaboração e controle de execução das políticas e programas da OIT. O conselho de administração elaborará diretrizes para que a adoção pela conferência de uma convenção ou de uma recomendação seja, por meio de uma conferência técnica preparatória ou por qualquer outro meio, precedida de um aprofundado preparo técnico e de uma consulta adequada dos membros interessados. O conselho de administração é composto por 56 pessoas, das quais 28 representantes dos governos, 14 representantes dos empregadores e 14 representantes dos trabalhadores. Dos 28 representantes dos governos, dez serão nomeados pelos estados membros de maior importância industrial e 18 serão nomeados pelos estados membros designados para esse fim pelos delegados governamentais da conferência, excluídos os delegados dos dez membros mencionados. Os representantes dos empregadores e os dos empregados serão, respectivamente, eleitos pelos delegados dos empregadores e pelos delegados dos trabalhadores à conferência. É importante declarar que o conselho de administração indicará, sempre que julgar oportuno, os estados membros de maior importância industrial e, antes de tal indicação, estabelecerá regras para garantir o exame, por uma comissão imparcial, de todas as questões relativas à referida indicação. A repartição internacional do trabalho constitui o secretariado técnico-administrativo da OIT, formado por vários setores e departamentos voltados para a realização do objetivo. São designado pelo conselho de administração, responsável, perante este, pelo bom funcionamento da repartição e pela realização de todos os trabalhos que lhe forem confiados. A Convenção Fundamental n.º 87 da OIT versa sobre a plena Liberdade Sindical e a Proteção ao Direito de Sindicalização. Aprovada em julho de 1948 na 31ª sessão da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, entrou em vigor no plano internacional em 4 de julho de 1950. A convenção, em tela, trata especificamente da questão sindical, fixando normas tanto para as organizações dos trabalhadores como para as dos 13 empregadores. Com apenas 21 artigos, dispõe sobre uma série de garantias para o livre funcionamento das entidades sindicais, sem ingerência das autoridades públicas, ou seja, a possibilidade da existência de mais de uma entidade em um mesmo âmbito de representação Classificação das normas das convenções: De acordo com a página da OIT na web, as normas das Convenções são classificadas em promocionais e técnicas. As primeiras se destinam à promoção de direitos e de melhores condições de trabalho e de vida, funcionando às vezes como metas a serem alcançadas. As segundas estabelecem padrões técnicos universais, em especial nas questões de saúde e segurança no trabalho. Apesar de não fazerem parte do sistema de normas internacionais do trabalho, os órgãos da OIT elaboram acordos sobre outros documentos que não as convenções e as recomendações. Como exemplo pode-se citar os códigos de conduta, as resoluções e as declarações, que possuem efeito normativo. As propostas de novos padrões internacionaissão geralmente apresentadas pelos movimentos de trabalhadores. Isto não significa a inexistência de propostas apresentadas pelos governos, empregadores ou até mesmo por algum órgão da OIT, ou ainda de outras instituições. A proposta deve passar por um processo de análise duplo, no qual todos os componentes do Secretariado debatem o assunto, que será votado, podendo ser aprovado pela Conferência Internacional do Trabalho. São objetivos da OIT: a) a liberdade de associação e o efetivo reconhecimento do direito de negociação coletiva; b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório; 5 de 9 c) a abolição efetiva do trabalho infantil; d) a eliminação da discriminação em matéria de emprego e função. e)Promover o emprego através da criação de um ambiente institucional e económico sustentável, de modo a que: os indivíduos possam desenvolver e atualizar as capacidades e competências de que necessitam para trabalhar produtivamente, tendo em vista a sua realização pessoal e o bem-estar coletivo; Formas de atuação: A OIT se baseia em criações de normas, tais que são discutidas nas convenções e assinadas pelos países membros. Sua atuação é de modo com que se ocorra desenvolvimento social, gerando mais empregos e melhorias nas condições de trabalho, para que seja extinto o trabalho infantil e escravo, e para combater as diversas discriminações que ocorrem até mesmo nas entrevistas de emprego, onde todos deveriam ter a mesma oportunidade, igualdade e tratamento. A organização tem intuito de diminuir as injustiças, irregularidades e abusos, atuando assim, de forma humanitária e ampliando a proteção social. Nas convenções são discutidos esses aspectos, para que se estabeleçam normas que gerem melhorias mundialmente, acabando com discriminações e garantindo que ocorra concorrência mundial, atuando assim, economicamente. Sua atuação política, visa assegurar a paz mundial, para que ocorra menos conflitos. Essas normas são discutidas e assinadas pelos países membros, mas é necessário que anualmente esses países emitam relatórios de cumprimento das normas, o que é de extrema importância para a OIT, pois assim, fica então ciente de como essas convenções estão sendo aplicadas pelos países. Há um comitê de liberdade sindical que recebe denúncias, o que é muito bom e importante para o controle da OIT. Funda-se no princípio da paz universal e permanente como instrumento de concretização e universalização dos ideais da justiça social e proteção do trabalhador no mundo internacional do trabalho. A OIT é considerada como um organismo internacional associado às Nações Unidas, ou melhor, a uma das agências especializadas da Organização das Nações Unidas. Exemplo Concreto: Convenção ratificada no Brasil C003 - Convenção relativa ao Emprego das Mulheres antes e depois do parto (Proteção à Maternidade) CONVENÇÃO 03[1 ] I — Convocada em Washington pelo Governo dos Estados Unidos da America, aos 29 de outubro de 1919; II — Dados referentes ao Brasil: a) aprovação = b) ratificação = 26/04/1934 c) promulgação = Decreto n. 423, de 12.11.1935; d) vigência nacional = A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho da Liga das Nações, Convocada em Washington pelo Governo dos Estados Unidos da América, aos 29 de outubro de 1919, 6 de 9 Depois de haver decidido adoptar diversas propostas relativas ao "emprego das mulheres: Antes ou depois do parto (inclusive a questão da indemnização de maternidade) questão compreendida no terceiro ponto da ordem do dia da sessão da Conferencia efetuada em Washington, e Depois de haver decidido fossem essas propostas redigidas sob a forma de um projeto de convenção internacional, adopta o projeto de Convenção abaixo, sujeito á ratificação pelos membros da Organização Internacional do Trabalho, de conformidade com as disposições da Parte relativa ao Trabalho, do Tratado de Versalhes de 28 de junho de 1919 e do Tratado de Saint-Germain, de 10 de setembro de 1919: Artigo 1º Para os efeitos da presente Convenção, serão considerados como "estabelecimentos industriais" especialmente: a) as minas carreiras (carrières) e industrias extrativas de qualquer natureza; b) as industrias nas quais os produtos são manufaturados, modificados, limpos, reparados, decorados, acabados, preparados para a venda, ou nos quais as matérias sofrem uma transformação; inclusive, a construção dos navios, as industrias de demolição de material. bem como a produção, transformação e transmissão da força motriz em geral e da eletricidade; c) a construção, reconstrução, manutenção, reparação, modificação ou demolição de todas as casas e edifícios, estradas de ferro, bondes, portos, docas, molhes, canais, instalações para a navegação interior, caminhos, tuneis, pontes, viadutos, esgotos coletores, esgotos ordinários, poços, instalações telegráficas ou telefônicas, instalações elétricas, usinas a gás, distribuição de agua ou outros trabalhos de construção, bem como os trabalhos de preparação e de alicerces precedendo os trabalhos acima; d) o transporte de pessoas ou de mercadorias por estrada, via férrea ou curso de agua marítimo ou interno, inclusive a manutenção das mercadorias nas docas, caes, wharfs e entrepostos, com exceção do transporte braçal, (armazém de deposito). Para os efeitos da presente Convenção, será considerado como "estabelecimento comercial" todo lugar destinado á venda das mercadorias ou a toda operação comercial. Em cada, país a autoridade competente determinará a linha de demarcação entre a indústria e o comércio, de um lado, a agricultura, do outro. Artigo 2º Para a aplicação da presente Convenção, o termo "mulher" designa toda a pessoa do sexo feminino, qualquer que seja a idade ou a nacionalidade, casada ou não, e o termo "filho" designa, todo o filho, legitimo ou não. Artigo 3º Em todos os estabelecimentos industriais ou comerciais, públicos ou privados, ou nas suas dependências, com exceção dos estabelecimentos onde só são empregadas os membros de uma mesma família, uma mulher a) não será autorizada a trabalhar durante um período de seis semanas, depois do parto; b) terá o direito de deixar o seu trabalho, mediante a exibição de um atestado medico que declare esperar-se o 7 de 9 parto, provavelmente dentro em seis semanas; c) receberá, durante todo o período em que permanecer ausente, em virtude dos parágrafos (a) e (b), uma indemnização suficiente para a sua manutenção e a do filho, em boas condições de higiene; a referida indemnização, cujo total exato será fixado pela autoridade competente em cada país, terá dotada pelos fundos públicos ou satisfeita por meio de um sistema de seguros. Terá direito, ainda, aos cuidados gratuitos de um medico ou de uma parteira. Nenhum erro, da parte do medico ou da parteira, no calculo da data do parto, poderá impedir uma mulher de receber a indemnização, á qual tem direito a contar da data do atestado medico até aquela em que se produzir o parto; d) terá direito em todos os casos, si amamenta o filho, duas folgas de meia hora que lhe permitam o aleitamento. Artigo 4º No caso em que uma mulher se ausente do trabalho em virtude dos parágrafos (a) e (b) do artigo 3º da presente Convenção ou dele se afaste, por um período mais longo, depois de uma doença provada por atestado medico, como resultado da gravidez ou do parto, e que a reduza á incapacidade de voltar ao trabalho, será ilegal, para o seu patrão, até que a sua ausênciatenha atingido uma duração máxima, fixada pela autoridade competente de cada país, notificar à sua, dispensa, durante a referida ausência ou em uma data tal que, produzindo-se o pré-aviso expire o prazo no decurso da, ausência acima mencionada. Artigo 5º As ratificações oficiais da presente Convenção, nas condições previstas na Parte XIII do Tratado de Versalhes, de 28 de junho de 1919 e do Tratado de Saint-Germain, de 10 de setembro de 1919, serão comunicadas ao Secretario Geral da Liga das Nações e por ele registradas. Artigo 6º Todo membro da Organização Internacional do Trabalho que ratificar a presente Convenção se compromete a aplicá-la às respectivas colônias, possessões ou protetorados que se não têm governo próprio, sob as reservas seguintes: a) que as disposições da Convenção não se tornem inaplicáveis por força das condições locais; b) que as modificações que se tornem necessárias para adaptar a Convenção ás condições locais possam ser nela introduzidas. Cada membro deverá, notificar á Repartição Internacional do Trabalho sua decisão no que diz respeito a cada uma de suas colônias ou possessões ou a cada um dos seus protetorados que se não governe plenamente por si mesmo. Artigo 7º Logo que as ratificações de dois membros da Organização Internacional do Trabalho forem registadas ao Secretariado, o Secretario Geral da Liga das Nações notificará esse facto a todos os membros da Organização Internacional do Trabalho. Artigo 8º 8 de 9 A presente, Convenção entrará em vigor na data em que essa notificação for efetuada pelo Secretario Geral da Liga das Nações; ligará apenas os membros que tiverem feito registar sua notificação no Secretariado. De então em diante a presente Convenção entrará em vigor para qualquer outro membro, na data em que a ratificação, por parte desse membro for registada no Secretariado. Artigo 9º Todo membro que ratificar a presente Convenção se compromete a aplicar as suas disposições o mais tardar em 1 de julho de 1922, e a tomar as providencias que forem necessárias para tornar efetivas essas disposições, Artigo 10 Todo membro que houver ratificado a presente Convenção poderá denuncia-la ao expirar o prazo de dez anos a contar da entrada em vigor da Convenção, por meio de notificação ao Secretario Geral da Liga das Nações por estar registada. A denuncia só terá efeito um ano depois de haver sido registada ao Secretariado. Artigo 11 O Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho deverá, uma vez em cada dez anos pelo menos, apresentar á Conferencia Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e decidirá inscrever na ordem do dia da Conferencia a questão da revisão ou da modificação da dita Convenção. Artigo 12 Os textos em francês e em inglês da presente Convenção farão fé igualmente. [1 ] BRASIL. Poder Executivo. Decreto nº. 423 de novembro de 1935. Promulga quatro Projetos de Convenção, aprovados pela Organização Internacional do Trabalho, da Liga das Nações, por ocasião da Conferencia de Washington, convocada pela Governo dos Estados Unidos da América a 29 de outubro de 1919, pelo Brasil adoptados, a saber: Convenção relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto; Convenção relativa ao trabalho noturno das mulheres; Convenção que fixa a idade mínima de admissão das crianças nos trabalhos industriais; Convenção relativa ao trabalho noturno das crianças na indústria. Regiões e países abrangidos: Brasil Conclusão: Para concluir , a OIT é uma organização internacional criada para amenizar as diversas espécies de problemas ligados à injustiça social, na tentativa de extingui-los ou pelo menos amenizá-los. É importante relembrar que o objetivo da OIT não se restringe a melhorar as condições de trabalho, mas a melhorar a condição humana no seu conjunto, daí a importância maior desta Organização. Devido ao fato de as normas da OIT possuírem as características de universalidade e flexibilidade, alcançam as mesmas aplicação e validade em escala mundial, baseadas em situações mais realistas, uma vez que no processo de elaboração das mesmas participam os homens ao lado dos Estados. No sistema de normas internacionais da OIT se destacam as Convenções (tratados internacionais ratificáveis) e as Recomendações (instrumentos facultativos de orientação para a política e as ações nacionais), que quando não se tornam normas da legislação nacional através da ratificação, servem de base para a 9 de 9 atividade legislativa dos Estados. Ainda que não ratifiquem alguma Convenção, os Membros da OIT devem realizar, de boa fé e em conformidade com a Constituição, os princípios relativos aos direitos fundamentais que são objeto dessas Convenções. No intuito de que consigam fazê-lo, a OIT assume a obrigação de ajudá-los, promovendo políticas sociais sólidas, a justiça e instituições democráticas Referências bibliográficas : OIT Brasil, Escritório no Brasil, disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/content/apresenta%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em 10 de maio de 2016. Constituição da Organização Internacional do Trabalho, disponível em <http://www.ilo.org/public/portugue/region/eurpro/lisbon/pdf/constitucao.pdf>. Acesso em 10 de maio de 2016 Constituição da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e seu anexo, disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/decent_work/doc/constituicao_oit_538.pdf>. Acesso em 11 de maio de 2016 Visão sobre a OIT, disponível em:<http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1500/Uma-visao-sobre-a- Organizacao-Internacional-do-Trabalho>. Acesso em 11 de maio de 2016 OIT Lisboa, disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1500/Uma-visao-sobre-a-Organizacao- Internacional-do-Trabalho> Acesso em 9 de maio de 2016 SUSSEKIND, Arnaldo. Direito internacional do trabalho. São Paulo: Editora LTr, 1987, p. 124. Gonçalves Portela, Paulo Henrique.Direito Internacional Público e Privado.ed. Juspodivm,2009.
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