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Caderno D. tributario

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Caderno 
Direito Tributário
04/12/2006
Introdução 	
Lei ordinária x Lei complementar
(
 maioria dos membros maioria absoluta (½ + 1) dos membros 
 presentes existentes; limitações em relação a tributo
					
A diferença é o quorum para a aprovação
Na prática, não há diferença
- A lei complementar, por ser um “complemento” à Constituição, é mais difícil de ser criada e modificada (mas a Constituição tem 52 emendas!)
- O Código Tributário foi criado como lei ordinária, pois não havia lei complementar -> em 1988, foi recepcionado pela nova Constituição com status de lei complementar -> fenômeno da recepção constitucional
Conceito de Tributo
- Art. 3º do Código Tributário Nacional: CONCEITO LEGAL DE TRIBUTO:
	
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
- A palavra tributo é, muitas vezes, utilizada de forma errada
- Tributo (CTN) é uma obrigação jurídica na qual a conduta é levar dinheiro para os cofres públicos
Críticas ao conceito:
- 1ª parte: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória,” -> redundância (prestação compulsória) -> não existe prestação que não seja compulsória, que não obrigue -> pagamento do tributo independe da vontade, da aquiescência do contribuinte -> vontade unilateral do Estado impõe a obrigação de pagar tributos aos administrados; “pecuniária” -> o tributo SEMPRE se manifestará em dinheiro.
- 2ª parte: “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,” -> outra redundância (pecuniária = dinheiro); “ou cujo valor nela se possa exprimir”-> a maior parte dos bens tem uma expressão pecuniária (em dinheiro), mas nem por isso o tributo pode ser pago com qualquer bem -> a expressão é infeliz, mas quis dizer que o tributo é expresso, prioritariamente, em dinheiro, mas se pode usar os índices de indexação (índices que refletem o valor da moeda), como por exemplo o UFIR (unidade fiscal de referência), que já incorpora o valor da inflação -> índices de indexação -> índices transformados em moeda; a expressão do artigo não autoriza que a tributação de manifeste em bens ou serviços, deve se manifestar sempre em dinheiro, com a possibilidade dos índices indexadores econômicos, que refletem dinheiro.
- 3ª parte: “que não constitua sanção de ato ilícito,” -> tributo não pode ter origem em fato ilícito (fato gerador)
	( Teoria do fato gerador:
	- norma descreve um fato e imputa conseqüências
	- Kelsen: “se é A, deve ser B” (A = fato jurídico; B = conseqüência, sanção)
	- o Direito regula muitos fatos e gera muitas conseqüências
	- no Direito Tributário, o fato jurídico que é fato gerador é sempre LÍCITO
	Obs.: Tributo x Multa
 ( (
	 fato gerador é tem origem em um 
 sempre LÍCITO fato ILÍCITO, é sanção
	- fato gerador do ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) é a circulação de mercadorias e serviços
	
Obs.: Toda infração é crime? Não. 
		 Infração x Crime
 (
é infração à norma de D. Penal (pena – prisão, só há 2 casos em que pode ser aplicada para infrações “civis”) 
 
 Ambos são ilícitos, o que difere é a sanção 
- deixar de pagar tributo é ilícito tributário administrativo -> não leva à prisão, leva à multa -> bens constrangidos judicialmente (o Estado constrange a pagar por uma ação de execução fiscal)
- deixar de pagar tributo para enganar a administração pública é crime contra a ordem tributária -> sonegação fiscal
- a auto-tutela não pode ser feita individualmente, somente pelo poder judiciário
- todo crime contra a ordem tributária é uma infração, mas nem toda infração contra a ordem tributária é crime sujeito a ação penal
- A maior parte da doutrina (Sacha Calmon) concorda com a tributação de ilícitos; ex: pessoa aufere renda pelo jogo do bicho -> neste caso, o Estado não pode tributar, a não ser que não saiba a origem -> o Estado deve aplicar a pena de perdimento dos bens
- Atividade ilícita não deve ser tributada
- 4ª parte: “ instituída em lei” -> LEI = norma geral e abstrata; normas postas pelo Executivo x normas postas pelo legislativo: princípio da legalidade ou da reserva legal -> só as normas emanadas do poder Legislativo criam direitos novos; as normas do Executivo são só regulamentadoras, o monopólio da criação de direitos e deveres é do Poder Legislativo (os membros escolhidos pelo povo escolhem e instituem os tributos); dever tributário atinge patrimônio das pessoas -> proximidade com o Direito Penal, pois ambos regulamentam as maiores interferências do Estado na vida dos indivíduos (Direito Penal – liberdade e Direito Tributário – patrimônio).
18/12/2006
- fato gerador do tributo é sempre LÍCITO
- a manifestação de vontade do contribuinte não tem qualquer valor -> no direito civil, por exemplo, é muito mais importante
- só a norma do poder legislativo (lei) pode criar um direito novo -> art. 5º (Princípio da Legalidade – dá o poder de criar normas exclusivamente ao poder Legislativo)
- o Direito Tributário regula o poder do Estado, que tem interesse em arrecadar
- a legislação tributária deve sempre estar prevista em LEI (emanada do poder Legislativo), assim como a legislação penal
- a lei serve como freio para o Estado com o intuito de proteger bens jurídicos essenciais (liberdade – Direito Penal; propriedade, patrimônio – Direito Tributário)
Obs.: contribuição e taxa são espécies do gênero tributo.
- 5ª parte: “e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” -> vinculada = conforme a lei
Obs.: impostos não podem ser afetados; todos os outros tributos são
- a administração pública exige o tributo (fisco -> órgão de arrecadação do Poder Executivo que deve ter atividade vinculada) -> CONFORME A LEI
- há a exigência de seguir estritamente à lei, não há espaço para a discricionariedade (margem de escolha)
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA:
( Competência tributária é a aptidão para legislar sobre tributos e cabe ao Poder Legislativo dos entes políticos (União, Estados e Municípios); a competência tributária é indelegável, cabe exclusivamente aos entes públicos (Poder Legislativo);
( Capacidade tributária não é tão ampla; é apenas o poder de arrecadar e fiscalizar os tributos; é o poder para figurar como credor da relação jurídica tributária; consiste em recolher e fiscalizar os tributos; a capacidade tributária pode ser delegada, outorgada por lei (exemplo mais importante do Brasil: INSS); pode ser delegada a entidade pública ou privada, que deve pautar suas ações sempre na lei 
- toda atividade vinculada a tributos deve ser vinculado à lei
Características do Tributo
Caráter pecuniário 
Obrigação compulsória (todas as obrigação são) – o Estado exige, judicialmente (ação de execução fiscal), o tributo e sanciona o inadimplemento
Completa irrelevância da manifestação de vontade do contribuinte – vontade unilateral do legislador -> tributo decorre exclusivamente da lei -> um contribuinte não tem que pagar um tributo que é declarado inconstitucional, mesmo que reconheça este tributo
Fato gerador é sempre LÍCITO 
Decorre da lei (= norma geral e abstrata emanada do Poder Legislativo) – principal fonte do Direito Tributário é a LEI
Atividade pela qual serão cobrados os tributos deve ser plenamente vinculada à lei 
15/01/2007
Teoria do fato gerador do tributo
- origem: Itália 
- pressupostos teóricos que influenciaram na classificação dos tributos no CTN (1966)
- segundo esta teoria, paraque se possa analisar e classificar um tributo, o mais importante é analisar o fato gerador (quando ocorre o fato gerador, nasce uma obrigação tributária)
- há 2 tipos de fatos geradores:
( não vinculado: situação independente da atuação do Estado (Imposto de renda, ICM); o fato gerador dos impostos é sempre não vinculado; estão na esfera da vida particular dos indivíduos; fato gerador é uma situação própria da vida dos contribuintes; os impostos podem servir para medir a capacidade econômica dos administrados, a capacidade contributiva, pois o fato gerador é da vida deles;
( vinculados: existe uma ação do Estado que pode se relacionar diretamente a um indivíduo; é o caso das taxas; há uma preocupação em medir a atuação de Estado em relação aos indivíduos; nas taxas, há uma vinculação direta entre contribuinte e Estado; há dois tipos de ações estatais como fato gerador das taxas:
divisíveis (serviço público especializado é utilizado por utentes determinados)
indivisíveis (poder de fiscalização sobre atividades dos administrados)
( nas contribuições de melhoria, o fato gerador é sempre a valorização de um imóvel devido à atuação do Estado (não é diretamente relacionada a um contribuinte)
- A vinculação é o primeiro critério que se usa para distinguir os 3 tipos de tributos: se o fato gerador é vinculado, é taxa ou contribuição de melhoria; se não é vinculado, é imposto;
- há três tipos de tributos, mas o legislador ordinário criou outras figuras tributárias, como a contribuição parafiscal e os empréstimos compulsórios, que têm algumas características peculiares (empréstimos compulsórios são devolvidos e o produto da arrecadação da contribuição parafiscal não integra o orçamento fiscal, tem uma destinação específica);
( em que tipo de tributo estas figuras de enquadram? A tese mais comum até a década de 80 era a de que não importa o nome do tributo e a destinação, o que importa tão-somente é o fato gerador (vinculado ou não)
	( depois da Constituição de 1988, a resposta mudou
- Empréstimo compulsório -> aquisição de um carro novo (20%), aquisição de combustíveis -> para a doutrina tradicional, é imposto, pois tem fato gerador não vinculado
- o poder público (= Estado), precisando de dinheiro, cria tributos inconstitucionais
- Contribuições parafiscais (ou especiais) -> exemplos: COFINS (contribuição para financiamento da seguridade social): empresa deve ter faturamento (fato gerador não vinculado); contribuição para o INSS: fato gerador é ter empregados (não vinculado) -> para a doutrina tradicional, as duas contribuições são impostos; outra parte da doutrina sustenta que são tributos autônomos (figuras diferentes das 3 principais)
- a Constituição de 1988 pôs um fim na discussão com duas regras que alteraram o sistema:
( os empréstimos compulsórios devem ser devolvidos (dá um status diferente a este tipo de tributo) e as contribuições especiais têm uma finalidade específica -> não podem ser impostos, apesar de terem como fatos geradores fatos não vinculados -> têm regime jurídico antagônico aos impostos;
( os impostos não podem ter seu produto de arrecadação afetados, vão para o caixa geral (art. 166 – art. 167, IV); exemplo; IPVA não tem sua receita previamente destinada às estradas, como costuma-se acreditar;
- Logo, há 5 espécies de tributos (segundo o STJ), pois existem 5 regimes jurídicos diferentes
- a Constituição revoga o CTN na parte que a contraria 
- a análise do fato gerador também é importante, mas deve-se acrescentar as 2 regras
29/01/2007
- Teoria que inspira o CTN: 
Teoria do fato gerador vinculado ou não vinculado
 ( Ação estatal relacionada ao contribuinte
- Segundo a escola tricotômica (teoria tradicional), havia 3 espécies de tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria) -> deve-se verificar se o fato gerador é vinculado ou não: se for, é taxa e, se não for, é imposto.
- Mas há várias outras espécies de tributos, que foram se multiplicando, como, por exemplo, a contribuição parafiscal
- A Constituição de 1988 estabeleceu que a receita de arrecadação de impostos não pode ser afetada (art. 167, IV) 
- e os empréstimos compulsórios e os impostos que tem certas afetações?
- assim, a análise do fato gerador não é o único aspecto importante: é preciso analisar se o produto da arrecadação é afetado, ou seja, tem uma destinação específica no orçamento geral
- produto afetado ≠ fato gerador vinculado!
- Art. 145 e incisos (3 tipos principais de tributos)
Impostos
Competência de tributos é concorrente (os 3 entes políticos podem instituí-los: União, Estados-membros, Municípios e DF); A Constituição outorga competência para eles instituírem os tributos, logo, a análise começa pela Constituição;
Impostos têm fato gerador não vinculado à atuação estatal, consubstanciados numa situação própria da vida particular de cada dos contribuintes;
Exemplos – Fato gerador do:
IPTU -> ter um imóvel (não vinculado)
ISS -> prestar serviços (não vinculado)
ITBI (transmissão de bens e imóveis) -> transmitir bens e imóveis (não vinculado) 
ITPR (importação, exportação de produtos rurais) 
IPI (produtos industrializados)
Imposto de renda
ICMS (circulação de mercadoria e serviços)
IPVA 
ITCP (doações e heranças)
- como se vê, os fatos geradores dos impostos acima são situações próprias da vida dos administrados; são fatos não vinculados ao Estado
Os impostos são adequados para medir a capacidade contributiva do contribuinte, seu poder econômico (devido ao fato de refletirem situação próprias da vida de cada um)
- como o fato gerador é próprio da vida dos contribuintes, o imposto incidirá de acordo com a situação de cada um e cada um pagará o que pode contribuir
- os impostos se manifestarão de maneira diferente na vida dos cidadãos
- os impostos não têm a ver com o gasto que o cidadão despende ao Estado (exemplo: pobres podem custar muito mais do que um cidadão de classe média, mas pagam menos impostos, têm isenções de IPTU, Imposto de renda)
Os impostos não podem ter o produto de sua arrecadação afetado
- a lei não pode determinar previamente para onde vai o dinheiro (art. 167, §4º da CR/88)
- exemplo; IPVA não vai para estradas
Contribuição de melhoria
- fato gerador único => valorização imobiliária decorrente da realização de obra pública
- origem histórica: 
Modelo inglês – drenagem do rio Tâmisa tornaram as terras marginais férteis -> nascia um tributo devido à valorização que os imóveis tiveram às custas do Estado -> cobra a partir do quanto foi valorizado, o que poderia exceder o custo da obra; limite total é o custo da obra; quem valoriza mais, paga mais;
o Estado exige o custo da obra e da valorização imobiliária, o que é muito técnico, difícil de se definir.
Modelo alemão (menos ganancioso) – o tributo não tem base somente na valorização do imóvel, mas também no custo da obra -> a idéia era dividi-lo entre os beneficiados
- Brasil: junção dos dois modelos -> Administração pública (modelo europeu) e sistema político (modelo americano)
- único exemplo brasileiro: iluminação de calçadão de praia -> valorização de imóveis na orla -> crítica ao tributo: benfeitorias básicas provenientes do Estado não poderiam ensejar tributos (contribuição de melhoria);
- outro exemplo seria a construção de uma praça
- a contribuição de melhoria em a ver com o Estado
Taxas
- fato gerador vinculado a uma ação estatal
- art. 145: dois tipos de fatos geradores
	( utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis (que pode ser atribuído a cada um dos seus utentes)
exercício do poder de polícia (fiscalização) 
- as taxas medem o gasto que o administrado dá ao Estado ao desenvolver certas ações estatais -> mede o custo da ação estatal
- a taxa tem característica REMUNERATÓRIA
- Exemplo: taxa judiciária (custas judiciárias) -> cidadão que usa da prestação jurisdicional paga aoEstado para usá-la -> se a pessoa entra com uma ação, por exemplo, paga ao Estado o custo deste serviço
- serviços público DIVISÍVEIS -> a utilização do serviço público pode ser dividida; exemplo: taxa de iluminação pública é inconstitucional, pois o serviço não é divisível, não dá para saber quem usa e quem não usa (hoje instituíram a contribuição de iluminação, um dos tributos especiais); taxa se segurança também é inconstitucional
- Exercício do poder de polícia -> certas atividades dos administrados o Estado acha conveniente fiscalizar(restaurante, alvará)
- taxa serve para custear certa atividade estatal -> é AFETADA	
- exemplo: taxa de incêndio (combate a incêndios) -> 50% da taxa pode ir para a Secretaria de Defesa Social -> inconstitucional (deveria ir todo para os bombeiros)
- CUSTEIO DE SERVIÇOS DIVISÍVEIS
- taxa de coleta de lixo e varredura -> de acordo com a regularidade do caminhão de lixo (no caso da taxa de coleta de lixo) -> a coleta de lixo dá para especificar, mas a varredura não -> taxa inconstitucional
- SERVIÇOS INDIVIDUALIZADOS
- taxa de serviços públicos pode ser exigida mediante a utilização efetiva e a mera potencialidade do uso de serviço (basta que o serviço esteja disponível)
- ainda que o cidadão não use tal serviço, ele paga pela possibilidade de seu uso (é um utente em potencial) -> o Estado pode cobrar taxa somente pela disponibilidade do serviço
- Taxa de fiscalização -> não fala se é potencial ou efetiva -> doutrina, antes, sustentava que, quando o Estado cobra, deve ser pela fiscalização efetiva sobre o contribuinte -> só podia ser cobrado de quem era fiscalizado realmente e não potencialmente fiscalizado
	( mas isso gerava um problema: não dava dinheiro para os municípios -> em cidades como BH, em que há um enorme número de estabelecimentos empresariais (mais de 600 mil), não é possível fiscalizar todos -> não dá dinheiro cobrar taxas somente daqueles que eram efetivamente fiscalizados 
	( então começou-se a cobrar de todos os estabelecimentos que podem vir a ser fiscalizados -> por outro lado, isso é prejudicial às empresas de grande porte -> em alguns casos, elas entraram na justiça e ganharam; mas, em uma das vezes, o ministro do STF deu um parecer diferente a partir do qual o ente político, comprovando a existência do órgão fiscalizador, pode cobrar de todos os estabelecimentos que poderiam ser fiscalizados; foi uma solução, mas não a melhor: poderia ter sido criada uma porcentagem de fiscalização 
- BASE DE CÁLCULO DAS TAXAS (IMPORTANTE!) – art. 145, §2º
- a base de cálculo procura dimensionar o fato gerador to tributo (ex: IPVA – valor do veículo) 	
- deve-se tentar calcular o custo da fiscalização ou do serviço público
- a Constituição traz a regra: as taxas não poderão ter base de cálculo própria de imposto (art. 145, §2º)
- exemplo: taxa de fiscalização de emissão de gases poluentes dos veículos -> base de cálculo pode ser o valor do veículo? Não, deve-se medir o custo da fiscalização para o Estado
05/02/2007
Art. 145, §1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividade econômicas do contribuinte.
	 §2º. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
- Por quê a taxa não pode ter base de cálculo de imposto? Os impostos medem uma ação da vida particular do contribuinte e a base do imposto deve ser apta a aferir a despesa relacionada a cada contribuinte; ao contrário, a taxa mede quanto o Estado gasta para realizar determinada atividade e sua base de cálculo não pode ser algo particular da vida dos indivíduos e, sim, este gasto; a taxa tem que medir o custo gasto estatal
- exemplo 1: fiscalização dos veículos poluentes -> a base de cálculo não pode ser o valor do carro, pois não tem a ver com o que o Estado gasta
- exemplo 2: no caso de uma epidemia de dengue causada pelos terrenos baldios, a prefeitura decide detetizar os terrenos -> a taxa é divisível e a base de cálculo não pode ser o valor do terreno, mas, sim, o quanto a prefeitura gastou para tal atividade, levando em consideração a topografia ou o tamanho do terreno
- exemplo 3: custa judiciária (taxa judicial) -> é calculada com base no valor das causas (valor dos interesses)-> mas esse valor reflete o custo do gasto do Estado? Não, algumas causas demoram mais, outras menos; logo, o valor das causas varia muito, não necessariamente acompanhando o custo do gasto estatal; as taxas judiciais deveriam ter um limite, pois a base de cálculo deveria ser o custo da ação estatal; poderia também ser o tempo do processo, a quantidade de ações e a cobrança poderia ser a posteriori;
- TAXA x PREÇO PÚBLICO
	- a taxa é tributo, instituído pó lei; o preço público é uma manifestação de vontade, de regime contratual de direito provado, ainda que envolva a administração pública; preço público é uma mistura de direito privado e direito adminstrativo;
	- se a taxa é instituída, o contribuinte não tem que manifestar sua vontade de pagar ou não; 
	- quais os serviços custeados por cada um deles? Divergência da doutrina:
( teoria mais usual -> quando o serviço for ínsito à soberania estatal, é taxa;
( problema desta teoria: depende do modelo de Estado adotado; por exemplo: a telefonia é um serviço ínsito à soberania estatal? Depende, se o Estado é neoliberal, sim. 
		( quando o serviço for essencial, é taxa;
( problema desta teoria: o que é essencial? Energia e água é essencial, mas não é taxa (é preço público)
- pedágio -> pode ser taxa ou preço público -> qual o critério para distinção, fugindo das distinções usuais?
se não visa o lucro, é taxa; se visa o lucro, é preço público -> visão doutrinária
qual é melhor para o Estado? Preço público tem lucro, mas não é obrigatório; a taxa é obrigatória, mas está subordinada a princípios constitucionais aplicados aos tributos;
o assunto está longe de ser pacificado
- a distinção conceitual entre os dois é simples, o problema está em saber quais são os serviços custeados por cada um
12/02/2007
Empréstimo compulsório
Art. 148 CR/88:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I. para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculado à despesa que fundamentou sua instituição.
- parágrafo único (importante!): “vinculado” -> o tributo é afetado (vinculado ao fato gerador)
- casos de guerra externa
- se não estiverem presentes as situações dispostas no art. 148, a União não pode instituir empréstimos compulsórios;
- o empréstimo compulsório tem caráter provisório (dura até a extinção de suas causas)
- em regra, o fato gerador é não vinculado, como nos impostos;
Características do empréstimo compulsório:
É DEVOLVIDO -> a lei deve trazer a previsão de quando será devolvido e como será devolvido
PROVISÓRIO
AFETADO -> o dinheiro será usado para aquela situação
- art. 148, caput -> só a União pode instituir, mediante LEI COMPLEMENTAR (sujeita à regime de aprovação mais difícil e em situações excepcionais)
Contribuições especiais
- Arts. 149 e 195 da CR/88
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente àscontribuições a que alude o dispositivo.
§ 1.º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
§ 2.º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3.º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
§ 4.º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.
Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único - É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da  empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o Art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no Art. 154, I.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no Art. 150, III, (b).
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.)
§ 9º - As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 10 - A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
§ 11 - vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, (a), e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. 
- são AFETADAS, há uma destinação prévia
- a Constituição não fala se os fatos geradores são afetados ou não
- o produto da arrecadação deve ir para 3 grandes áreas (3 tipos):
1) Sociais
2) Intervenção sobre domínio econômico
3) Corporativas ou de interesse de categorias profissionais (ex: Senac, Senai)
- contribuições especiais são muito parecidas com impostos -> a diferença é a afetação
- a contribuição CPMF era IPMF (um imposto), mas foi considerado inconstitucional pois era destinado à saúde -> virou uma contribuição (CPMF)
- a maioria dos fatos geradores das contribuições especiais é não vinculada
1) Sociais
	a) Gerais
	- Os recursos arrecadados são para garantir direitos sociais que não sejam da seguridade social. A seguridade social abrange aposentadoria, pensões, auxílios, saúde.
	- As contribuições especiais sociais gerais se destinam a direitos sociais como a educação (contribuição do salário educação -> fato gerador é ter empregados; base de cálculo é a folha de salário da empresa; alíquota é de 2,5%)
	b) Para seguridade social (em sentido estrito)
	- Os recursos vão para a seguridade social (art. 195). 
	- Tributa-se excessivamente as folhas de salário -> conseqüência: contrata-se menos
	- INSS -> contribuição do INSS sobre a folha de salário (20%)
	- empregado também paga, de 8 a 11%, para se aposentar
	- CPMF -> saúde -> seguridade social
	- COFINS (seguridade social) -> fato gerador: faturamento; alíquota: 3% do faturamento (e não do lucro, se tem prejuízo, paga também); é a 2ª maior fonte de arrecadação 
	- PIS -> é igual ao CONFINS, com destinação diferente (programa de integração social), mas a jurisprudência trata-o como o CONFINS
	Art. 195 -> contribuintes + Estado -> modelo misto (alguns modelos são só ao contribuintes ou só o Estado); o Estado tira da seguridade DRU (?); Constituição determinou a base de cálculo -> dela, chega-se ao fato gerador (folha de salário -> ter empregado ou lucro -> ter lucro)
Art. 195, b -> receita ≠ faturamento 
 ( (
tudo que entra; tudo que a empresa ganha que venha podem ser: 		 da venda da mercadoria ou prestação 
 operacionais de serviços
 (decorrente da atividade comum; 
 juros de um banco, por exemplo; 
 não é faturamento!) 
 ou não operacionais 
 (não têm a ver com a atividade, 
 exemplo: uma concessionária que
 tem um imóvel alugado ou juros
 de uma empresa comum)
Art. 195, III -> concurso de prognósticos são concursos do tipo da loteria
EC/42 -> sobre importações de serviços (PIS e COFINSque incidem sobre a importação)
26/02/07
- para Kelsen, o mais importante da norma é a sanção
- para outros autores, o mais importante é, ao contrário, o cumprimento
Estrutura das normas tributárias
- norma ≠ lei (ei emana sempre do legislativo, norma não; lei é visível, positiva, norma pertence ao mundo das idéias)
- a norma é a construção interpretativa do sentido de um dispositivo legal
- as normas prescrevem, em geral, determinadas condutas (podem descrever também princípios)
- a lei introduz várias normas, bem como os decretos; mas somente as normas prescritas na lei podem criar direitos e deveres
- a norma não existe fisicamente, está no plano do dever-ser (Kelsen)
- as normas tributárias são compostas da seguinte forma:
hipótese de incidência tributária ( conseqüência jurídica
Hipóteses de incidência tributária
- descrição dos fatos que, se ocorridos, geram determinada conseqüência jurídica (pagamento de tributos)
- o que tem a ver com o fato gerador?
- no IPTU, a hipótese de incidência é possuir um imóvel
- o Imposto de renda, a hipótese de incidência é auferir renda
- hipótese de incidência = fato gerador? Há uma diferença: hipótese de incidência é a descrição normativa do fato gerador (enquanto a hipótese de incidência está no mundo do direito, o fato gerador pertence ao mundo fático)
- mas o fato só é gerador porque está na hipótese de incidência
- ex: possuir animais de estimação nas cidades não é fato gerador (no Brasil não, na Alemanha é), mas é um fato jurídico (envolve a posse) -> só não é fato jurídico tributário (fato gerador de tributos)
- a análise do fato jurídico é muito importante -> o Direito controla expectativas de comportamento e, para que este controle funcione, são preciso normas de conduta e a ciência das conseqüências de determinada conduta
- é como no Direito Penal -> Tipo penal é uma descrição hipotética
- o tipo normativo do Direito tributário é a hipótese de incidência (descrição do fato que, uma vez ocorrido, gera imposição de determinadas conseqüências)
- a hipótese de incidência sempre precede o fato gerador, pois é ela que dá a capacidade demiúrgica (capacidade de produzir efeitos jurídicos)
- termos que ter a consciência da conseqüência dos nossos atos, temos que poder prever a conseqüência jurídica
- uma lei de agora não pode tributar um ato meu no passado, pois fere a segurança (segurança e justiça são os atributos mais importantes do Direito), a lei tributária é irretroativa
- Função da hipótese de incidência -> nos dizer quais são os atos que trarão a conseqüência de pagar tributos
- a hipótese de incidência é condição da conseqüência jurídica
Elementos da Hipótese de incidência
Aspecto material
- é o VERBO
- alguns chama de núcleo
- ex: prestar serviços (ISS), auferir renda (IR), possuir imóvel (IPTU)
Aspecto espacial
- determina onde ocorre o fato gerador do tributo
- é importante, porque, dependendo de onde ocorre o fato gerador, o ente político que receberá o imposto é diferente
- exemplo: uma empresa de arquitetura com sede em São Paulo presta um serviço, via Internet, para uma pessoa em Minas Gerais -> para o ISS, considera-se o local do fato gerador o local da sede do prestador de serviço -> logo, o imposto será pago para o município onde fica a sede da empresa de arquitetura
Aspecto temporal
- determina quando ocorre o fato gerador
- a importância do aspecto temporal -> saber qual é a legislação que regula a exigência de determinado tributo
- exemplo: imposto sobre importação -> fato gerador é importar a mercadoria; mas quando exatamente ocorre a importação? Há duas leis, com dois aspectos temporais diferentes: uma diz que o fato gerador ocorre quando a mercadoria entre no mercado nacional e outra lei diz que ocorre a importação no dia do registro da mercadoria -> para o STJ prevalece a última tese -> crítica: como a alíquota pode ser muda de um dia para o outro, o imposto pode ser diferente no dia em que a mercadoria entrou no mercado e no dia do registro); mas considera-se o tempo do fato gerador dessa forma porque a data do registro é mais precisa
- ex: ICM -> promover circulação de mercadoria -> aspecto temporal (poderia ser a data do pagamento, data em que foi feita a encomenda, data da assinatura do contrato, data da entrega): legislador escolheu a data da saída da mercadoria do estabelecimento -> crítica: gera uma certa confusão, pois pode ocorrer da mercadoria sair do estabelecimento para ir para a filial -> ocorreu circulação? Não. 
- aspecto temporal do IPTU: 1º de janeiro (o fato gerador ocorre todos os anos e não somente na compra ou registro do imóvel)
- toda hipótese de incidência tem todos os 3 aspectos
- há ainda outro aspecto, que está implícito: o aspecto pessoal, que diz respeito a certas qualidades de quem realiza o fato gerador
- exemplo: ICM -> comerciante (somente quem tem o hábito de comércio)
- alguns autores sustentam que o aspecto material é o mais importante (núcleo da hipótese de incidência)
- isso é errado, pois é necessário que haja todos os aspectos -> se falta um, não é fato gerador; não serve que o fato seja só parecido com o fato gerador, ou seja, que ele contenha somente alguns dos elementos, o fato deve conter todos os elementos necessariamente (assim como no Direito Penal, em que o fato, para ser típico, precisa se adequar perfeitamente à descrição do tipo)
Conseqüência jurídica
- é a descrição de dever jurídico que nasce quando ocorre o fato gerador descrito na hipótese de incidência
- é a descrição do dever de pagar tributos
- surge o vínculo obrigacional
- estabelece a obrigação tributária que nasce com a ocorrência do fato gerador
- estabelece o credor, o devedor e a conduta
- critério pessoal -> quem paga e quem recebe (sujeito ativo e sujeito passivo); quem paga também está descrito no aspecto pessoal da hipótese de incidência (mas nem sempre: há casos expressos em lei em que uma pessoa realiza o fato gerador e outra paga o tributo)
- onde paga (não é tão importante quanto na hipótese de incidência, pois pode-se pagar pela Internet, nas redes bancárias, em qualquer lugar)
- quando paga
- critério quantitativo -> quanto paga (3 modos):
	a) fixo (normalmente ocorre nas taxas, mas não em todas - não é uma regra); ex: taxa de emissão de passaporte
	b) base de cálculo (grandeza relacionada ao fato gerador) – porcentagem = alíquota; ex: IR -> base de cálculo é a renda (aplica a alíquota à renda); ISS -> base de cálculo é o valor do serviço, com alíquota de 2% a 5% (há exceção: ISS fixo para sociedade de profissionais liberais -> fixo de acordo com a quantidade de profissionais -> crítica: imposto fixo não mede a capacidade contributiva, que é a função dos impostos -> é inconstitucionais, mas o STJ cede ao lobby); a base de cálculo das taxas mede o gasto do Estado (por isso pode ser fixo), mas os impostos medem a capacidade contributiva (não pode ser fixo)
	c) base de cálculo, alíquota e outros cálculos e deduções
- a base de cálculo mede a intensidade do fato gerador
- IPVA -> base de cálculo pode ser a renda da pessoa? Não, pois o fato gerador é possuir veículo
- Importante: Taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto!
Constituição Federal - CF - 1988
Título VI
Da Tributação e do Orçamento
Capítulo I
Do Sistema Tributário Nacional
Seção I
Dos Princípios Gerais
Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultadoà administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
 
Art. 146 - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: 
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. 
 
Art. 147 - Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
 
Art. 148 - A União, mediante lei complementar, poderá instituir Empréstimo Compulsório:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no Art. 150, III, (b).
Parágrafo único - A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
 
Art. 149 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no Art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
§ 2º - As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º - A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
§ 4º - A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez." 
 
Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
Municipais
União
Estado

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