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AULA 8 PSICOLOGIA ESCOLAR

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AULA_8_PSICO_ESCOLAR
A FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR
Dinâmica de confiança
	A técnica de dinâmica de grupo é um dos conteúdos que compõem a formação do psicólogo. No espaço escolar, podemos utilizá-la em diferentes situações e para trabalhar diferentes objetivos.
	A dinâmica apresentada no vídeo poderia ser utilizada para quais objetivos?
	O tema trabalhado nessa dinâmica é a confiança no outro, trazendo a ideia de que cada um pode contribuir para atingir o objetivo geral. Ela pode ser utilizada em situações de desenvolvimento de equipes de trabalho e de relações interpessoais.
Saberes Teóricos
	O psicólogo que atua na escola deve dominar os conceitos básicos da área de Psicologia e da área de Educação, em uma perspectiva interdisciplinar. Esses aspectos devem compor a formação teórica do psicólogo escolar, de forma contínua, para que possa sempre estar atualizado sobre das mudanças nos respectivos campos do saber.
	Ele deve possuir conhecimento teórico acerca do processo de aprendizagem e do desenvolvimento humano, além de outros saberes da Psicologia, tais como:
O social, que trata de grupos e instituições;
O organizacional, que trata de relações humanas e trabalho em equipe;
A clínica, que trata do conhecimento de transtornos psicológicos.
Os saberes do campo da Educação constituem, igualmente, um importante referencial de conhecimento, pois se faz necessário compreender os processos de leitura, escrita, cálculo, entre outros que são objetos da Educação.
O conhecimento de áreas como Filosofia, Sociologia e Antropologia também contribuem para a compreensão da complexidade desse sistema (Coll, 1996).
Saberes Técnicos
	A atuação do psicólogo escolar depende tanto de sua formação teórica quanto técnica, portanto, suas ações devem estar apoiadas nesses referenciais. Os saberes técnicos são necessários para o trabalho individual e também grupal. 
 	Faz-se necessário, pois, que o psicólogo conheça as técnicas de observação e análise dos processos psicológicos para poder compreender o que acontece nos grupos e na própria organização escolar.  
	Ele pode utilizar as técnicas de entrevista, de dinâmica de grupo, de questionários, de psicodrama e de testes psicológicos. 
Essas técnicas e instrumentos podem ser utilizados com alunos, pais e professores, em situações individuais e grupais, com objetivo preventivo ou para resolução de problemas (Almeida, 2003).
 	Um exemplo poderia ser um trabalho de capacitação de professores acerca da Educação Inclusiva. 
O psicólogo poderia realizar um trabalho com um grupo de professores da educação infantil (8 professores) com o objetivo de refletir acerca da proposta da Educação Inclusiva a partir do conhecimento de diretrizes básicas.  
A capacitação incluiria uma dinâmica inicial de sensibilização, seguida de uma apresentação do tema. 
Depois, poderia ser proposto a divisão em dois subgrupos para discussão do tema, tendo perguntas orientadoras, e encerrar o encontro com a apresentação das respostas pelo grupo.
Outra possibilidade de trabalho, por exemplo, seria a preparação dos pais para a implementação da Educação Inclusiva na escola. 
O trabalho poderia ser organizado com dinâmicas, textos para reflexão e outras atividades que possibilitarão a reflexão conjunta.
Esse é um tema importante, porque, para a escola implementar um trabalho inclusivo, todos os sujeitos que a compõem devem ser preparados (professores, alunos, pais e funcionários). 
A inclusão se constitui em uma mudança de atitude em relação ao portador de necessidades especiais.
Essas duas situações podem ser pensadas como atuações preventivas (caso sejam realizadas antes da implementação do processo de inclusão) ou como resolução de problema (caso já ocorra a Educação Inclusiva e esteja havendo dificuldade em sua implementação).
Habilidades necessárias ao psicólogo escolar
	O psicólogo escolar terá como campo de atuação um universo complexo composto por diferentes sujeitos e grupos. Cada classe se constitui em um grupo: dos professores de cada segmento educacional, dos pais de cada turma ou de cada segmento.
	Assim, o psicólogo deve possuir habilidade para trabalhar com grupos de diferentes faixas etárias e com diferentes papéis sociais e funções institucionais. Ele deve ter disponibilidade para a troca de saberes e para elaboração de projetos coletivos.
	Saber ouvir, respeitar diferentes pontos de vista e estimular a participação dos sujeitos são habilidades, igualmente, necessárias à sua prática. Deve possuir, também, habilidades pessoais de busca de conhecimento e aperfeiçoamento profissional (Almeida, 2003).
A Importância da Prática
	Para a formação do psicólogo escolar, é fundamental que haja a articulação entre a teoria e a prática. Assim, faz-se importante que o aluno que se prepara para o exercício dessa área da Psicologia tenha vivências da prática através de estágios supervisionados.
O estágio possibilita a capacitação para as diferentes funções do psicólogo na escola, bem como o aproximará da complexidade desse universo, além de capacitá-lo para a atuação no trabalho em equipe multiprofissional e com uma visão interdisciplinar.
A formação do psicólogo escolar deve prepara-lo para atuar em contextos educacionais, o que implica a compreensão da dinâmica desse sistema e a capacitação para avaliar, acompanhar e intervir em situações de grupo.
No Brasil, o psicólogo que atua na escola se depara com inúmeros desafios, entre eles, podemos citar:
O analfabetismo e a repetência, que caracterizam um alto índice de fracasso escolar (com crianças que chegam ao 5º ano do Ensino Fundamental sem conseguir ler e interpretar textos);
A formação deficitária dos professores;
O investimento insatisfatório na área educacional por parte dos governos;
A ausência de um projeto educacional comprometido com o desenvolvimento social e educacional ao longo dos anos pelos diferentes governos.
Assim, o psicólogo escolar deverá possuir formação e prática que o habilitem para lidar com essa realidade e encontrar alternativas para realizar o seu trabalho e contribuir para a melhoria do processo educacional.
EXERCÍCIOS
	
	
		1.
		O psicólogo que atua na instituição escolar, em termos teóricos, deve:
I- Conhecer acerca do desenvolvimento humano.
II- Conhecer acerca de temas relacionados à área de educação.
III- Conhecer acerca de Psicologia Social e dinâmica de grupo.
Marque a opção de resposta que contempla afirmativas CORRETAS:
	
	
	
	
	
	II e III
	
	
	Apenas I
	
	 
	I, II e III
	
	
	I e III
	
	
	I e II
	
	
	
		2.
		A vivência do estágio supervisionado é importante ao futuro psicólogo escolar por que:
(I) é a base para a obtenção do título de especialista em Psicologia Escolar.
(II) é através dele que o estudante vai articular teoria com a prática profissional.
(III) sem isso o profissional não pode trabalhar em escolas.
Está INCORRETO o que se afirma em:
	
	
	
	
	
	Apenas I
	
	 
	Apenas I e III
	
	
	Apenas III
	
	
	I, II e III
	
	
	Apenas II
	  
	
	
		3.
		Não são conhecimentos técnicos necessários ao trabalho do psicólogo escolar:
	
	
	
	
	
	Conhecimentos acerca de técnicas de dinâmica de grupo.
	
	
	Conhecimento acerca de técnicas de observação.
	
	 
	Conhecimentos acerca de técnicas de entrevista.
	
	
	Conhecimento acerca de técnicas de observação e análise dos processos psicológicos.
	
	 
	Conhecimentos teóricos acerca de aprendizagem.
	  
	
	
		4.
		Sobre a formação do psicólogo escolar, é CORRETO afirmar que:
	
	
	
	
	
	Deve possuir domínio dos conhecimentos lecionados pelos professores da escola, caso precise substituí-los.
	
	
	Deve constar fundamental e exclusivamente de conhecimentos técnicos em sua área de atuação, já que é um especialista.
	
	
	Deve constar fundamental e exclusivamentede conhecimentos em psicopatologia.
	
	 
	Deve possuir conhecimento de Psicologia Social, especificamente no que se refere a grupos e instituições.
	
	
	Não precisa possuir conhecimentos mínimos de Psicologia Organizacional, porque não têm qualquer relação com a área escolar.
	
	
	
		5.
		Leia, a seguir, o trecho do artigo científico O Conselho de Classe e a Construção do Fracasso Escolar. 
 Na opinião das professoras observadas, as dificuldades educacionais do aluno e da aluna têm sua origem na incapacidade em construir conhecimentos acadêmicos. De maneira geral, a educadora vê o processo de ensino/aprendizagem de modo dicotomizado: ela ensina e o aluno e a aluna aprendem (Freire, 1987). 
 Assim, quando o processo de aprendizagem desses alunos é bem-sucedido, estes são percebidos como portadores de um bloqueio cognitivo que os impedem de aprender (Mattos, 1992a; Patto, 1987). Esta justificativa comumente utilizada por professoras não teria tanta importância na avaliação geral de alunos e alunas se a professora encontrasse alguma dificuldade em validá-la no decorrer do Conselho de Classe. 
 Mas, ao contrário, o apoio tácito das colegas reforça suas impressões, muitas vezes preconceituosas e de caráter psicologizante. Tanto o discurso como a prática das professoras são construídos como se a incapacidade cognitiva fosse inerente ao aluno(a). Ilustram essa afirmação expressões do tipo: ele não aprende, ele não consegue aprender, ela tem um bloqueio, não tem mesmo jeito, ela não aprende nada. 
 Constatamos mesmo algumas referências bastante pejorativas: uma das professoras refere-se a um aluno dizendo que ele tem um Q.I. de ameba.... Esse discurso, que caracteriza as dificuldades educacionais como distúrbios cognitivos fundados em aspectos psicológicos, visa a comprovar a incapacidade da criança em aprender o que lhes é ensinado, sem que a professora se coloque em questão.
 Embora este seja um procedimento corriqueiro no cotidiano escolar, já amplamente estudado em psicologia, o fato de essas expressões tomarem vulto durante os Conselhos de Classe evidencia a forma que assume o processo de avaliação escolar. As impressões individuais emitidas pelas professoras para justificar o rendimento do aluno e da aluna, assim como o perfil que constroem, são validadas pelo conjunto de pares.
A partir da leitura do texto é possível afirmar que
I. Constata-se que o ensino é de excelente qualidade e que não tem bons resultados porque os alunos sofrem de problemas psicológicos.
II. O Conselho de Classe mostra-se como instância escolar coletiva que avalia criteriosamente os fatos e emite juízos de valor considerando como foco o desenvolvimento do aluno.
III. Existe a tendência a considerar os problemas de aprendizagem como incapacidade de aprendizagem dos alunos, a despeito de que outras questões sejam apontadas como possíveis causas.
Está CORRETO o que se afirma em:
	
	
	
	
	 
	Apenas III
	
	 
	I, II e III
	
	
	Apenas I e II
	
	
	Apenas I
	
	
	Apenas II
	  
	
	
		6.
		Quanto ao conhecimento necessário à atuação do psicólogo no contexto escolar, leia as afirmações a seguir:
I- O psicólogo escolar deve possuir conhecimento teórico acerca da área de psicologia e da área de educação.
II- Os conhecimentos da área de educação são importantes para o profissional de Pedagogia e não para o psicólogo escolar.
III- Para atuar no contexto escolar, o psicólogo deve possuir conhecimentos técnicos que possibilitem o trabalho individual e o trabalho grupal.
Marque a opção de resposta que contempla afirmativas CORRETAS:
	
	
	
	
	
	Apenas I e II
	
	
	Apenas II e III
	
	
	I, II e III
	
	
	Apenas I
	
	 
	Apenas I e III

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