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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Para retratarmos o assunto, temos que entender o que é punibilidade, que no caso é quando o agente pratica uma infração penal em que consiste conduta típica, ilícita e culpável. Portanto, o nosso Código Penal nos exemplifica algumas hipóteses de extinção de punibilidade, assim, exclui o caráter punível da determinada conduta infracional, vendo-se dizer que possui outras causas, ora dentro, ora fora da seara penal. Este instituto possui causas comunicáveis e incomunicáveis, devido ao concurso de pessoas. O artigo 107 do CP retrata os seguintes incisos: I - Pela morte do agente A primeira causa exposta ao CP é a morte do agente, que na qual remete ao princípio da pessoalidade da pena, dizendo que nenhuma pena passará do condenado (art.5º, XLV, CF/88). Inclusive nesse artigo reza que os efeitos penais condenatórios não se exaurem, ou seja, transmite para sucessão, desse modo, convém ressaltar que a pena de multa também se extingue. Na lição de Cleber Masson nos ensina que esta causa é válida para todas as espécies de pena. Portanto, é necessário a apresentação da certidão de óbito para comprovar a morte e suceder o rompimento do inquérito policial e ação penal. Pela anistia, graça ou indulto Esses instrumentos têm como função de renúncia do Estado ao direito de punir A anistia é a lei que impõe o esquecimento punível de um fato, dessa forma, concebendo a respectiva extinção da punibilidade dos efeitos penais. Ressaltando que efeitos extrapenais permanecem. O ato que compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República. Em regra, para crimes políticos, atribuível ao Poder Judiciário conforme o artigo 187 da Lei de Execução Penal (lei nº 7210/84). A graça ou indulto é o ato que exclui a pena e não o crime, significando que é outro dispositivo de indulgência do Estado. Compete privativamente ao Presidente da República (artigo 84, XII, da CF/88), de forma espontânea atingindo desde a parte interessada ao interesse coletivo, e também ao Poder Judiciário quando provocado conforme o artigo 188 da LEP, esse último atinge apenas a parte interessada. Pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso (abolitio criminis) É o princípio que vem expresso no parágrafo único do artigo 2º do CP, trata de que o Juiz competente aplica a lei mais favorável ao agente extinguindo a punibilidade. Significa quando um agente pratica um determinado delito que posteriormente tem a sua revogação, assim sucederá a extinção da punibilidade na fase processual e quando transitado em julgado obsta os efeitos civis, como exemplo não irá gerar reincidência e maus antecedentes. Pela prescrição, decadência ou perempção A prescrição é quando o Estado perde o tempo de aplicar uma sansão ou executar a punição, pois, o Estado não pode sancionar o infrator no tempo que lhe convém e sim ao tempo que está expresso em lei. O artigo 109 do CP determina um rol de cálculos contendo o tempo prescricional conforme a cada período de tempo de pena. Conforme se houver a prescrição atingida não será descrito como punível a determinada conduta infracional. A decadência tem um prazo de seis meses para a vítima fazer a queixa crime contra o infrator, a partir do momento que houver a identificação do respectivo em uma ação com uma legitimidade privada, ou no caso de ação privada subsidiária da pública o representante não se manifestar durante o tempo determinado. Exaurido esse tempo, será extinto a punibilidade. Quando a vítima possuir menoridade, o responsável deverá apresentar a denúncia, caso esta vítima queira apresentar exclusivamente, terá de esperar completar 18 anos e assim possuirá mais seis meses (18 anos e seis meses) para praticar o ato, e mesmo assim o responsável ainda poderá representa-lo, pois adere dupla exclusividade. Para acontecer de apenas a vítima possuir exclusividade para a prática será a partir dos 21 anos. Já a perempção é distinta, pelo fato do querelante ter recorrido ao Poder Judiciário e posteriormente quando imputar-se e não se manifestar em 30 dias seguidos para dar a continuidade na movimentação do processo, desse modo, acarretará o benefício da extinção da punibilidade ao querelado, isso, quando a ação penal tiver legitimidade privada ativa. Pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada Primeiramente há de ser esclarecido que toda ação penal é pública, ou seja, de interesse do Estado. Mas existem ações que o Estado só intervirá com o consentimento da parte, pois esse tipo de ação possui legitimidade particular. Quando a parte não quiser mover uma ação contra algum agente(s), ela poderá fazer a denominada renúncia, pois este é um ato unilateral que evidentemente não dependerá da manifestação da outra parte. O perdão se distingue da renúncia pelo momento do ato, a renúncia acontece na fase pré-processual e o perdão é na fase processual. Portanto, acontece quando está ocorrendo o processo e o querelante resolve ater o processo concedendo o perdão ao querelado, que este último deverá se manifestar para haver o ato que tem caráter bilateral. Pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite A retratação do agente é denominada pela doutrina de desdizer, ou seja, retirar o que foi dito anteriormente. O CP traz exemplificativamente que cessa a punibilidade quando ocorre no crime de calúnia ou difamação e falso testemunho e falsa perícia. Mas respeitando algumas qualificações, pois haverá de ser antes da sentença do processo de primeira instância. Pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei O último inciso do artigo 107 do CP, que reza o instrumento perdão judicial. Esse, usado pelo Juiz, com a análise concreta do caso para efetuar a aplicação. O perdão judicial que o Juiz aplica a um determinado agente, ressalvando que é incomunicável, para isentá-lo de pena. Isso surgiu para práticas de crimes culposos, em um exemplo clássico, aos fatos de acidente de trânsito que o motorista é o pai e por causa de uma imprudência se acidenta causando o falecimento de seus familiares que estavam no momento. Portanto, o emocional desse sujeito será apenado pela culpa da perda, por isso que não acarretará uma pena judicial, quer dizer que o Juiz aplicará o perdão judicial. Mas vale lembrar que tem que atender os requisitos para adquirir o benefício. REABILITAÇÃO O instituto da reabilitação tem como função ocultar os antecedentes criminais do agente, fazendo cessar os efeitos que gerou a condenação e passando a se reinserir à sociedade. Para o agente adquirir esse benefício, terá que solicitar a vara que foi condenado através de um procurador para requerer sua reabilitação. Mas para isso, tem que ser dois anos após ao cumprimento da pena. Para obter a reabilitação é necessário constituir alguns requisitos imposto pelo CP no artigo 94 e respectivos incisos. O primeiro inciso cita que o agente após o cumprimento de sua pena tenha domicílio no país pelo prazo de dois anos. Durante esse tempo, ele tem que dar efetiva e constante demonstração de bom comportamento público e privado. Por fim, tem que haver a reparação do dano ou até o dia do pedido comprovar impossibilidade de o fazer, ou também por meio de prova a renúncia da vítima ou novação da vítima. O parágrafo único do artigo acima citado implica caso haja negação da reabilitação, pois em qualquer tempo poderá recorrer com novo pedido apresentando novos elementos dos devidos requisitos para efetuar a comprovação. Referência Bbliográfica: DELMANTO. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva 2010. ed. 8 PRADO, Luiz Regis. Curso deDireito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais 2008. ed. 7 MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. São Paulo: Editora Método 2009.
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