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Notas Direito Administrativo 2 Prof. Francisco Bomfim (Lucas) (1)

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1 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 2 
Prof. Francisco Bomfim 
 
Parte I 
 
Prova I – 17/04 
Prova II – 
Adm. Direta – desconcentração – delegação de poderes para órgãos públicos – integram 
o mesmo ente político – não possuem PJ – relação de hierarquia 
Adm. Indireta – descentralização – delegação para pessoas jurídicas de direito público ou 
privado – relação de vínculo – serviços (autarquias, empresas públicas e SEM) 
colaboração (concessionárias e permissionárias) política – 3º setor (paraestatais sem 
intenção de lucro) 
REVISÃO 
 
Entidades Políticas x Entidades Administrativas 
As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público interno, dotadas de 
diversas competências de natureza política, legislativa e administrativa, todas elas 
conferidas diretamente pela Constituição Federal. Simplificadamente, pode-se dizer que 
a autonomia política é traduzida pela capacidade de auto-organização (elaboração 
das próprias Constituições ou Leis Orgânicas) e, sobretudo, pela possibilidade de 
legislar, mais precisamente, de editar leis com fundamento em competências próprias 
atribuídas pela CF. No Brasil, são pessoas políticas a União, os estados, o Distrito 
Federal e os municípios. 
As entidades administrativas são as pessoas jurídicas que integram a administração 
pública formal brasileira, sem dispor de autonomia política. Mais especificamente, 
entidades administrativas são as pessoas jurídicas que compõem a administração 
indireta, a saber, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. Essas pessoas jurídicas meramente administrativas não 
detêm competências legislativas. Contudo, embora as entidades administrativas não 
tenham autonomia política, possuem autonomia administrativa, capacidade de 
autoadministração, significa dizer, não são hierarquicamente subordinas à pessoa 
política instituidora (diz-se que são “vinculadas”) e têm capacidade para editar 
regimentos internos dispondo acerca de sua organização e funcionamento, gestão de 
pessoas, gestão financeira, gestão de seus serviços, sempre nos termos e limites 
estabelecidos na lei que criou ou autorizou a criação da entidade administrativa. 
Em resumo: 
2 
 
a) As ENTIDADES POLÍTICAS têm competências legislativas e administrativas, 
recebidas diretamente da CF, enquanto as entidades administrativas só possuem 
competências administrativas, isto é, de mera execução de leis. 
b) Uma ENTIDADE ADMINISTRATIVA recebe suas competências da lei que a cria 
ou autoriza sua criação, editada pela pessoa política que originalmente recebeu da CF 
essas competências. A entidade política é quem cria a entidade administrativa, seja 
mediante lei, seja autorizando a sua criação. 
 
Centralização x Descentralização x Desconcentração 
a) CENTRALIZAÇÃO – Atuação direta do Estado por meio de seus órgãos. 
“Ocorre a chamada centralização administrativa quando o Estado executa suas tarefas 
diretamente, por meio dos órgãos e agente integrantes da denominada administração 
direta. Nesse caso, os serviços são prestados diretamente pelos órgãos do Estado, 
despersonalizados, integrantes de uma mesma pessoa política (União, Distrito Federal, 
estados ou município).” [V.P. e M.A.] 
b) DESCENTRALIZAÇÃO – Atribuir a outrem poderes da Administração Pública. 
Atividade administrativa exercida por pessoas distintas do Estado. Pressupõe pessoas 
jurídicas diversas; “é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou 
jurídica. Definição legal no art. 10, §1º, do Decreto-Lei 200/67 (este decreto foi 
recepcionado pelo pergaminho fundamental de 88). 
“Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado desempenha 
algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas, e não pela sua administração 
direta. A descentralização pressupõe duas pessoas distintas: o Estado (a União, o DF, 
um estado ou um município) e a pessoa que executará o serviço, por ter recebido do 
Estado essa atribuição." [V.P e M.A.] 
É importante, ainda, frisar que a descentralização pode ocorrer mediante outorga ou 
delegação. 
A outorga é quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere 
determinado serviço público. A outorga pressupõe obrigatoriamente a edição de uma 
lei que institua a entidade, ou autorize a sua criação, e normalmente o prazo é 
indeterminado. É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta. 
A delegação é quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou permissão de 
serviços públicos) ou ato unilateral (autorização de serviços públicos), unicamente a 
execução do serviço, para que a pessoa delegada o preste à população, em seu 
próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado. A delegação por 
contrato é sempre efetivada por prazo determinado. 
3 
 
Obs.1: Na delegação por ato administrativo (autorização de serviços públicos – ato 
unilateral), como regra, não há prazo certo, em razão da precariedade típica da 
autorização. 
Obs.2: A concessão, só é possível para pessoas jurídicas, ao passo que pode haver 
permissão e autorização de serviços públicos tanto para pessoas jurídicas quanto para 
pessoas físicas. 
Obs.3: Em nenhuma forma de descentralização há hierarquia. Na relação entre 
administração direta e a indireta, diz-se que há vinculação (e não subordinação). A 
primeira exerce sobre a segunda o denominado controle finalístico ou tutela 
administrativa ou supervisão. 
Fonte: V.P. e M.A. 
b.1) Espécies de descentralização 
b.1.1) Política – ente descentralizado exercer atribuições próprias que não decorrem do 
ente central. Ex. Estados-membros da Federação. 
b.1.2) Administrativa – atribuições que os entes descentralizados exercem só têm valor 
jurídico que lhes empresta o ente central. Ex.: Estado unitário. 
b.1.3) Territorial (geográfica) – entidade local, geograficamente delimitada, é dotada 
de personalidade jurídica própria de Direito Público, com capacidade jurídica genérica. 
Ex.: Território federal. Atualmente não existe nenhum território federal no brasil. E os 
Estados-membro, podem ter territórios? Existe um no Brasil: Fernando de Noronha é 
território do Estado do Pernambuco. Curioso é que Fernando de Noronha encontra-se 
dentro de um Parque Nacional Federal. 
b.1.4) Por serviços, funcional ou técnica – poder público (União, Estados, DF e 
Municípios) cria PJ de dir. público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução 
de determinado serviço público. Exs.: autarquia, sociedade de economia mista (S/A), 
empresas públicas e fundações (A UNB, por exemplo, é uma Fundação Federal). 
b.1.5) Por colaboração – por meio de contrato ou ato administrativo unilateral se 
transfere a execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado. 
Exs.: Concessionárias e permissionárias. 
c) DESCONCENTRAÇÃO – é a distribuição interna de competência (dentro da mesma 
pessoa jurídica); pressupõe uma hierarquia. 
“Diferentemente da descentralização, que envolve sempre mais de uma pessoa, a 
desconcentração ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa 
jurídica. Trata-se, a desconcentração, de mera técnica administrativa de distribuição 
interna de competências de uma mesma pessoa jurídica. Exemplificando, ocorre 
desconcentração no âmbito da administração direta federal quando a União distribui 
competências entre diversos órgãos de sua própria estrutura, tais quais os ministérios 
(Ministério da Educação, Ministério dos Transportes etc.); ou quando uma autarquia, 
4 
 
por exemplo, uma universidade pública, estabelece uma divisão interna de funções, 
criando, na sua própria estrutura, diversos departamentos (departamentode graduação, 
departamento de pós-graduação, departamento de Direito, departamento de Filosofia, 
departamento de Economia etc.).” [V.P. e M.A.] 
Obs.1: Como resultado da desconcentração temos o surgimento dos denominados órgãos 
públicos. 
Obs.2: Porque a desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, surge 
relação de hierarquia, de subordinação, entre os órgãos dela resultantes. No âmbito 
das entidades desconcentradas, temos controle hierárquico, que engloba os poderes de 
comando, fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência, delegação 
e avocação. 
A desconcentração divide-se em: 
a) Desconcentração em razão da matéria – ex. Ministério da saúde, da educação, etc. 
b) Desconcentração em razão do grau ou da hierarquia – Ministérios, secretarias, 
superintendências, delegacias, etc. 
c) Desconcentração pelo critério territorial – superintendência regional da receita 
federal do Brasil em São Paulo, no Rio Grande do Sul, etc. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
Administração pública direta e indireta – ficção legal (DL 200/67) 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa 
da Presidência da República e dos Ministérios. 
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas 
de personalidade jurídica própria: 
a) Autarquias; 
b) Emprêsas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista. 
d) fundações públicas 
 
A) AUTARQUIAS – são entidades administrativas (e não políticas), cuja criação se 
dá por lei específica (art. 37, XIX, CF, c/c DL 200/67); possuem personalidade jurídica 
5 
 
própria; autoadministração; especialização dos fins ou atividades; sujeitam-se a controle 
ou tutela. Não há hierarquia (mas sim vinculação) entre o ente político que a criou. 
Outro conceito: “As autarquias são entidades autônomas, criadas por lei específica, com 
personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio e atribuições estatais 
determinadas.” [V.P e M.A.] 
Pelo fato de as autarquias desempenharem atividades típicas da administração pública e, 
sobretudo, como decorrência da sua personalidade jurídica de direito público, os poderes 
de que o Estado dispõe para o desempenho de sua função administrativa, bem como os 
privilégios e restrições, são também outorgados pelo ordenamento jurídico às autarquias. 
São exemplos de prerrogativas estatais a elas estendidas a imunidade tributária 
recíproca e os privilégios processuais da Fazenda Pública. 
a.2) Criação – Só podem ser criadas por meio de lei específica (art. 37, XIX, CF). Na 
esfera federal, a lei de criação de autarquia é de iniciativa privativa do Presidente 
da República (art. 61, §1º, II, ‘e’, CF). Nos Estados, DF e municípios, por simetria, a 
iniciativa será privativa ao Governador e ao Prefeito, respectivamente. 
a.3) Extinção – Também deve ser feita mediante a edição de lei específica, de iniciativa 
privativa das pessoas acima arroladas, conforme o caso. 
Obs.: Na criação de autarquia vinculada ao Poder Legislativo ou Judiciário, a lei 
específica não será, por óbvio, de iniciativa do Presidente da 
República/Governador/Prefeito. Será de iniciativa do poder correspondente, a que estiver 
vinculada a entidade. 
a.4) Patrimônio – O patrimônio inicial da autarquia é formado a partir da transferência 
de bens, móveis e imóveis, do ente federado que a criou, os quais passam a pertencer à 
nova entidade. Extinta a autarquia, os bens retornam ao ativo da entidade política que as 
criou. Ainda, o patrimônio das autarquias goza do status dos bens públicos em geral, com 
todas as garantias inerentes (impenhorabilidade, por ex.). 
a.5) Exemplos de Autarquias e algumas peculiaridades – São exemplos de autarquias 
o BACEN, o INSS, o INCRA, a CVM, o IBAMA. Ainda, os conselhos fiscalizadores de 
profissões regulamentadas – federais e regionais – e aqui abre-se uma oportunidade para 
tratar da diferenciação entre estas, e a OAB. 
Natureza jurídica da OAB (suis generis) – Serviço público independente não 
integrante da administração pública – reconhecido dessa maneira pelo STF no 
julgamento da ADI 3.026/DF. Não é autarquia profissional ou corporativa. 
E os demais conselhos de fiscalização de profissões (como o CRM, CREF, etc.)? São 
autarquias especiais suis generis, conforme entendimento pacífico do STF. Esses entes 
têm as mesmas vantagens e privilégios da administração, pois se integram a ela, mas 
também têm os mesmos ônus, devendo realizar concurso público para admissão de seu 
pessoal, seguir as regras do regime jurídico do pessoal que estabelecer, realizar licitação 
etc. 
6 
 
a.6) Regime de pessoal – As autarquias são alcançadas pela regra constitucional que 
exige a realização de concurso público (CF, 37, II), bem como pela vedação de 
acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas (CF, 37, XVII). 
a.7) Juízo competente – As autarquias federais, nos litígios comuns, sendo autoras, rés, 
assistentes ou opoentes, têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal (CF, 
109, I). Os mandados de segurança contra atos coatores praticados por agentes 
autárquicos federais também são processados e julgados na JF (CF, 109, VIII). 
No caso de autarquias estaduais, não há regra específica, logo a competência é da 
Justiça Estadual. Também o são os MS impetrados contra atos coatores de seus agentes 
públicos. 
 
B) EMPRESAS PÚBLICAS 
Conceito – entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com 
patrimônio próprio e capital exclusivo público para exploração direta de atividade 
voltada para o Estado e criada por lei específica. 
Podem adotar qualquer forma societária (S.A., comandita por ações, etc.). 
Regime jurídico – as sociedades de economia mista, as empresas públicas e outras 
entidades que exploram atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas (CLT) e tributárias. 
Admissão e dispensa de pessoal – artigo 37, II, da CF, ou seja, mediante aprovação 
prévia em concurso público. Seus funcionários estão jungidos ao regime da CLT (são 
empregados públicos), mas se equiparam a funcionários públicos para efeitos penais (art. 
327 CP) e também respondem por atos de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992). 
Devem observar as regras de inacumulatividade de cargo, emprego e função e suas 
respectivas hipóteses excepcionadoras (art. 37, XVI e XVII da CF). 
Licitação – se submetem ao procedimento licitatório. 
 
C) SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Conceito – entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por 
lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas 
ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União ou a entidade da 
administração indireta. Capital público e privado. 
Regime jurídico – as sociedades de economia mista, as empresas públicas e outras 
entidades que exploram atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas (CLT) e tributárias. 
7 
 
Foro para julgamento das ações – justiça comum estadual. 
Admissão e dispensa de pessoal – artigo 37, II, da CF, ou seja, mediante aprovação 
prévia em concurso público. Seus funcionários estão jungidos ao regime da CLT (são 
empregados públicos), mas se equiparam a funcionários públicos para efeitos penais (art. 
327 CP) e também respondem por atos de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992). 
Não adquirem estabilidade. Devem observar as regras de inacumulatividade de cargo, 
emprego e função e suas respectivas hipótesesexcepcionadoras (art. 37, XVI e XVII da 
CF). 
Licitação – se submetem ao procedimento licitatório. 
 
D) FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
 Fundações privadas Fundações públicas 
Conceito Personificação de um 
patrimônio privado ao qual 
é atribuída uma finalidade 
específica não lucrativa, de 
cunho social 
Personificação de 
patrimônio público ao qual 
é atribuída uma finalidade 
específica não lucrativa de 
cunho social 
Instituidor Particular que faz a 
dotação patrimonial; separa 
um patrimônio determinado 
para destiná-lo a uma 
finalidade específica 
Pessoa política que faz a 
dotação patrimonial; 
destina recursos 
orçamentários para a 
manutenção da entidade 
Criação A partir de patrimônio 
privado 
A partir de patrimônio 
público e mediante edição 
de lei específica 
Personalidade Direito privado Direito público ou privado 
Exemplos Fundação Ayrton Senna, 
Fundação Roberto Marinho 
Fundação Nacional do 
índio, Fundação Nacional 
da Saúde, Conselho 
Nacional de 
Desenvolvimento Científico 
e Tecnológico 
Foro Justiça Estadual Fundações públicas de 
direito público (justiça 
federal) 
Fundações públicas de 
direito privado (justiça 
federal) 
8 
 
 
TERCEIRO SETOR – PARAESTATAIS 
O nome “terceiro setor” designa atividades que não são nem governamentais (primeiro 
setor) nem empresariais e econômicas (segundo setor). Desse modo, o terceiro setor é 
composto por entidades privadas da sociedade civil que exercem atividades de 
interesse público sem finalidade lucrativa. 
Não integram a administração direta ou indireta. Não há vínculo hierárquico e não 
se submetem à tutela. São dotados de personalidade jurídica de direito privado. São 
conhecidos como ‘entes de cooperação’. Executam paralelamente ao Estado, 
cometimentos do interesse do Estado, mas não privativos deste. 
São pessoas privadas, sem fins lucrativas, que exercem atividade de interesse público, 
não exclusivas do Estado. Para V.P. e M.A. as entidades que integram o terceiro setor 
são: 
a) Serviços sociais autônomos; 
b) Organizações sociais; 
c) Organizações sociais da sociedade civil de interesse público (OSCIP); 
d) Instituições comunitárias de educação superior (ICES); 
e) Entidades de apoio. 
A Administração Pública incentiva o desenvolvimento das atividades do terceiro setor 
em razão do alcance social dessa atuação. O estímulo a tais entidades enquadra-se na 
função administrativa denominada fomento, que juntamente com os serviços públicos e 
o poder de polícia formam o conjunto das três atividades precípuas da Administração 
Pública moderna. 
Do parágrafo acima podemos então extrair uma premissa interessante: 
“As atividades precípuas da administração pública se dividem em serviços 
públicos, poder de polícia e fomento.” 
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS – Os serviços sociais autônomos são pessoas 
jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legislativa e que compõem 
o denominado sistema “S”. O nome sistema “S” deriva do fato de tais entidades estarem 
ligadas à estrutura sindical e terem sempre sua denominação iniciando com a letra “S” de 
serviço. 
Todos aqueles instituídos por lei, com personalidade jurídica de direito privado, para 
ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem 
fins lucrativos, sendo mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições 
parafiscais. 
Os serviços sociais autônomos possuem as seguintes características fundamentais: 
a) são pessoas jurídicas de direito privado 
9 
 
b) são criados mediante autorização legislativa; 
c) não têm fins lucrativos; 
d) executam serviços de utilidade pública, mas não serviços públicos; 
e) produzem benefícios para grupos ou categorias profissionais; 
f) não pertencem ao Estado; 
g) são custeados por contribuições compulsórias pagas pelos sindicalizados (art. 240 
da CF), constituindo verdadeiros exemplos de parafiscalidade tributária (art. 7º do CTN); 
h) os valores remanescentes dos recursos arrecadados constituem superávit, e não lucro, 
devendo ser revertidos nas finalidades essenciais da entidade; 
i) estão sujeitos a controle estatal, inclusive por meio dos Tribunais de Contas; 
j) não precisam contratar pessoal mediante concurso público; 
k) estão obrigados a realizar licitação (art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93) 
l) são imunes a impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços (art. 150, VI, c, da 
CF). 
Exemplos: SENAI, SENAC, SEBRAE, etc. 
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS – Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma 
qualificação especial outorgada pelo governo federal a entidades da iniciativa 
privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de vantagens peculiares, 
como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, 
bem como empréstimo temporário de servidores governamentais. 
As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. 
Desempenham, portanto, atividades de interesse público, mas que não se caracterizam 
como serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar que as 
organizações sociais são concessionárias ou permissionárias. 
Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualificação constitui decisão 
discricionária, pois, além da entidade preencher os requisitos exigidos na lei, o inciso II 
do referido dispositivo condiciona a atribuição do título a “haver aprovação, quanto à 
conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização social, do Ministro 
ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao 
seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do 
Estado”. Assim, as entidades que preencherem os requisitos legais possuem simples 
expectativa de direito à obtenção da qualificação, nunca direito adquirido. 
Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permitindo outorgar a qualificação 
a uma entidade e negar a outro que igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o 
10 
 
princípio da isonomia, devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei n. 
9.637/98. 
O instrumento de formalização da parceria entre a Administração e a organização social 
é o contrato de gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Ministro de Estado ou 
outra autoridade supervisora da área de atuação da entidade. 
A prova do Ministério Público/RN considerou CORRETA a 
afirmação: “A organização social é pessoa jurídica de direito 
privado, sem fins lucrativos, que pode receber do Poder Público, 
através de contrato de gestão, verbas e bens públicos, com dispensa 
de licitação, bem como a cessão de servidores públicos para o 
cumprimento de suas metas”. 
Ressalte-se que as OS são as únicas entidades privadas que celebram contrato de 
gestão. O contrato de gestão é condição imprescindível para a OS receber fomento do 
Estado. 
Reforçando, também, que às OS poderão ser destinados recursos orçamentários e 
bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão. Tais bens serão 
destinados às OS, dispensada licitação, mediante permissão de uso. 
É facultada também ao Poder Executivo a cessão especial de servidor, sendo o salário 
destes servidores pagos não pelas OS, mas pelo órgão de origem. 
A administração pública, ao contratar serviços a serem prestados pelas OS (quando 
a OS for a entidade contratada) pode deixar de realizar licitação, se o serviço estiver 
previsto no contrato de gestão. CONTUDO, quando for a própria OS quem contratar 
obras, compras, serviços e alienações,e forem envolvidos recursos ou bens repassados 
pela União, deverá ser realizada licitação pública. Se forem bens e serviços comuns, 
será obrigatório o emprego da modalidade pregão. 
Ex. as santas casas. 
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) 
– pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de 
particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com o incentivo 
e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo 
de parceria (Lei 9.790/99). O vínculo é de convênio e não de contrato. A Portaria 
507/2012 fala sobre convênios. Fala-se aqui no termo de parceria, e não no contrato de 
gestão. 
A outorga do título de OSCIP é disciplinada pela Lei n. 9.790/99, regulamentada pelo 
Decreto n. 3.100/99, e permite a concessão de benefícios especiais, como a destinação de 
recursos públicos. 
O campo de atuação das OSCIPs é mais abrangente do que o das organizações sociais. 
Nos termos do art. 3º da Lei n. 9.790/99, a qualificação somente poderá ser outorgada às 
11 
 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham 
pelo menos uma das seguintes finalidades: 
I – promoção da assistência social; 
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – promoção gratuita da educação, observando--se a forma complementar de 
participação das organizações de que trata esta Lei; 
IV – promoção gratuita da saúde, observando--se a forma complementar de participação 
das organizações de que trata esta Lei; 
V – promoção da segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; 
VII – promoção do voluntariado; 
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas 
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica 
gratuita de interesse suplementar; 
XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de 
outros valores universais; 
XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos”. 
O termo de parceria firmado entre o Poder Público federal e a OSCIP discriminará 
direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias, prevendo 
especialmente metas a serem alcançadas, prazo de duração, direitos e obrigações das 
partes e formas de fiscalização. 
Ao contrário das organizações sociais, a outorga do título de OSCIP é decisão 
vinculada, podendo-se falar em direito adquirido à qualificação para todas as entidades 
que preencherem os requisitos exigidos na legislação. 
O requerimento de qualificação será formalizado perante o Ministro da Justiça que, 
analisando o preenchimento dos requisitos legais, decide sobre a outorga do título (O art. 
2º da Lei n. 9.790/99 veda a concessão do título de OSCIP para algumas pessoas jurídicas, 
como sindicatos, associações de classe, sociedades comerciais, etc.). 
Assim como ocorre com as organizações sociais, as obras, compras, serviços e 
alienações a serem realizadas pelas OSCIPs, com os recursos ou bens repassados 
12 
 
voluntariamente pela União, serão contratadas mediante processo de licitação 
pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente (art. 1º do Decreto 
n. 5.504/2005). Sendo bens e serviços comuns, torna-se obrigatória a utilização do 
pregão, preferencialmente na modalidade eletrônica. 
Deixando de preencher as exigências legais, a entidade pode perder a qualificação de 
OSCIP, mediante processo administrativo com garantia de ampla defesa e contraditório. 
Organizações Sociais OSCIPs 
Lei 9.637/98 Lei 9.790/99 
Exercem atividades de interesse público 
anteriormente desempenhadas pelo 
Estado 
Exercem atividades de natureza privada 
Contrato de gestão Termo de parceria 
A outorga é discricionária A outorga é vinculada 
A qualificação depende de aprovação do 
Ministro de Estado ligado à área de 
atuação da entidade 
A qualificação é outorgada pelo Ministro 
da Justiça 
Podem ser contratadas por dispensa de 
licitação 
Não há previsão legal de contratação 
direta sem licitação 
Devem realizar licitação para 
contratações resultantes da aplicação de 
recursos e bens repassados diretamente 
pela União 
Devem realizar licitação para 
contratações resultantes da aplicação de 
recursos e bens repassados diretamente 
pela União 
Estão proibidas de receber a qualificação 
de Oscips 
Não há previsão legal equivalente 
 
Aula 11/03/2015 e Aula 13/03/2015 e Aula 18/03/2015 
CONTRATO DE GESTÃO 
Art. 37, §8º CF 
Contrato de gestão é a terminologia genérica utilizada pela doutrina para designar 
qualquer acordo operacional firmado entre a Administração central e organizações 
sociais ou agências executivas, para fixar metas de desempenho, permitindo melhor 
controle de resultados. 
O contrato de gestão é um instituto introduzido no direito brasileiro pela Emenda 
Constitucional n. 19/98 como um dos instrumentos de parceria da Administração 
característicos do modelo de administração gerencial. 
13 
 
Em relação ao contrato de gestão celebrado entre a União e as organizações sociais, o art. 
5º da Lei n. 9.637/98 afirma que a parceria é estabelecida para fomento e execução de 
atividades relativas às áreas do ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento 
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. 
Nos termos do art. 7º da referida lei, o contrato de gestão discriminará as atribuições, 
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social, e conterá 
especialmente: 
I – especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação 
das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão 
expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante 
indicadores de qualidade e produtividade; 
II – a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de 
qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações 
sociais, no exercício de suas funções. 
AGÊNCIAS REGULADORAS 
Com as metas neoliberais do governo brasileiro à época, surgiu mediante os artigos 51 e 
51 da Lei 9.649/98 e artigo 1º do Decreto Federal 2.487/98, as Agências Executivas 
(Agências Reguladoras). 
A criação das agências reguladoras brasileiras teve uma direta relação com o 
processo de privatizações e a reforma do Estado iniciados no Brasil na metade dos 
anos 1990. Inevitável ligar sua origem a uma concepção neoliberal de política 
econômica voltada a reduzir a participação estatal em diversos setores da economia. 
Basicamente, as agências foram introduzidas no direito brasileiro para fiscalizar e 
controlar a atuação de investidores privados que passaram a exercer as tarefas 
desempenhadas, antes da privatização, pelo próprio Estado. 
Ex. ANEEL, ANATEL, ANP, ANS, ANA, ANVISA, ANTT, etc. 
Natureza jurídica das agências reguladoras – são pessoas jurídicas de direito 
público, consideradas autarquias com regime especial, possuindo todas as 
características das autarquias comuns mas delas se diferenciando pela presença de duas 
peculiaridades: 
a) dirigentes estáveis: ao contrário das autarquias comuns, em que os dirigentes 
ocupam cargos em comissão exoneráveis livremente pelo Poder Executivo, nasagências reguladoras os dirigentes são protegidos contra o desligamento imotivado 
(art. 9º da Lei n. 9.986/2000). A perda do cargo de direção em uma agência reguladora só 
pode ocorrer: 1) com o encerramento do mandato; 2) por renúncia; 3) por sentença 
judicial transitada em julgado. Essa proteção contra a exoneração imotivada ou ad 
nutum representa uma estabilidade mais acentuada, permitindo ao dirigente exercer 
tecnicamente suas funções sem preocupação com influências políticas ou partidárias; 
14 
 
b) mandatos fixos: diferentemente do que ocorre com as demais autarquias, nas agências 
reguladoras os dirigentes permanecem na função por prazo determinado sendo desligados 
automaticamente após o encerramento do mandato. A duração dos mandatos varia 
entre as diversas agências reguladoras, que pode ser de: 1) 3 anos: no caso da Anvisa 
e da ANS; 2) 4 anos: para a Aneel, ANP, ANA, ANTT, Antaq e Ancine; 3) 5 anos: 
na Anatel. A legislação prevê uma alternância na substituição dos dirigentes de modo 
que o encerramento dos mandatos ocorre em datas diferentes, obrigando a uma renovação 
parcial na cúpula diretiva 
Dirigentes das agências reguladoras – Embora a escolha do dirigente da agência 
envolva uma margem de discricionariedade, a característica especialização técnica das 
agências reguladoras proíbe a nomeação de indivíduos cuja atividade profissional seja 
claramente desvinculada do setor objeto da regulação. 
Nesse sentido, o art. 5º da Lei n. 9.986/2000 determina que os membros das Diretorias 
Colegiadas serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado 
conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados. 
Poder normativo – As agências reguladoras são legalmente dotadas de competência 
para estabelecer regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o 
denominado poder normativo das agências. 
a) os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de temas 
que não foram objeto de lei anterior. 
b) é vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos. 
A prova OAB/RJ considerou CORRETA a assertiva: “Das decisões 
finais das agências reguladoras, pode caber recurso hierárquico 
impróprio, caso previsto na lei ou na Constituição”. 
A prova da Magistratura/MG considerou CORRETA a assertiva: 
“As agências reguladoras devem adaptar-se ao sistema jurídico 
brasileiro, principalmente quanto ao controle de legalidade dos seus 
atos”. 
A prova da Magistratura/MG considerou ERRADA a assertiva: “As 
agências reguladoras não se submetem, de modo absoluto, à 
legislação formal, daí se falar hoje em ‘deslegalização’”. 
 
AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
Previstas no art. 37, § 8º, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 19/98, agência executiva é um título atribuído pelo governo federal 
a autarquias, fundações públicas e órgãos que celebrem contrato de gestão para 
ampliação de sua autonomia mediante a fixação de metas de desempenho. 
15 
 
Assim, as agências executivas não são uma nova espécie de pessoa jurídica da 
Administração Pública, mas uma qualificação obtida por entidades e órgãos públicos. 
Importante instrumento da administração gerencial, o instituto da agência executiva foi 
uma tentativa de aumentar a eficiência da Administração Pública por meio da 
flexibilização de exigências legais em benefício da eficiência na gestão do interesse 
público. 
A baixa qualidade técnica dos diplomas normativos disciplinadores da outorga do título 
de agência executiva e a falta de clareza quanto aos seus objetivos resultaram na diminuta 
repercussão prática do instituto, havendo poucos casos de entidades que obtiveram tal 
qualificação. Um raro exemplo de agência executiva é o Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, uma autarquia federal que obteve a 
referida qualificação. 
 
Características fundamentais: 
a) são autarquias, fundações e órgãos que recebem a qualificação por decreto do 
Presidente da República ou portaria expedida por Ministro de Estado; 
b) celebram contrato de gestão com o Ministério supervisor para ampliação da 
autonomia; 
c) possuem um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, 
voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para a redução de custos. 
 Agências Executivas Agências Reguladoras 
Natureza Qualificação jurídica 
atribuída a órgãos ou 
pessoas governamentais 
Autarquias com regime 
especial 
Atuação Visam a operacionalidade 
mediante exercício 
descentralizado de tarefas 
públicas 
Controle e fiscalização de 
setores privados 
Surgimento Contexto da reforma 
administrativa 
Contexto da reforma 
administrativa 
Exemplos Inmetro Anatel, Aneel, Anac 
Base ideológica Modelo da administração 
gerencial 
Modelo da administração 
gerencial 
Âmbito federativo Existem somente no 
âmbito federal 
Existentes em todas 
esferas federativas 
16 
 
 
Nesta pirâmide da administração pública nós temos no topo o Estado. Abaixo, os 
ministérios (adm. Direta – desconcentração). Abaixo, a adm. Indireta. Abaixo as 
concessionárias e permissionárias (colaboração). Por fim, no degrau mais baixo da 
pirâmide, o 3º setor (entidades paraestatais). Chama-se 3º setor, pois o 1º setor é o próprio 
Estado e o 2º setor é o mercado. 
Entidades de apoio – sem fins lucrativos, é instituída por servidores públicos, sob a 
forma de fundação, associação ou cooperativa. Ex. CESPE. 
Prestação privada de serviços sociais não exclusivos do Estado. O vínculo é de convênio 
com órgãos ou entidades da administração direta ou indireta. Não há previsão legal 
específica. 
Organizações não governamentais – surgem fora do Brasil, como o Greenpeace, a 
WWF, etc. Sem fins lucrativos, podem ser OSCIPs ou OS. 
 
Aula 20/03/2015 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
(Art. 21 X a XII + Art. 25 §2º + Art. 30 + Art. 32 §1º + Art. 21 XX + Art. 175 CF) 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu uma divisão clara entre dois setores de 
atuação: o domínio econômico (arts. 170 a 174) e o serviço público (arts. 175 e 176). O 
domínio econômico ou ordem econômica é o campo de atuação próprio dos particulares, 
tendo como fundamentos a valorização do trabalho humano e a livre-iniciativa. 
O Estado atua no domínio econômico como agente normativo e regulador. A 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado, ressalvados os casos previstos na 
Constituição Federal, só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou à relevante interesse coletivo (art. 173). Nessas hipóteses, a atuação estatal 
na exploração direta de atividade econômica ocorrerá por meio das empresas 
públicas e sociedades de economia mista. 
Já o campo dos serviços públicos é próprio do Estado, somente se admitindo 
prestação de serviços públicos por particulares quando houver expressa delegação 
estatal, como ocorre nas concessões e permissões. 
Conceito – Hely Lopes Meirelles: “serviço público é todo aquele prestado pela 
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer 
necessidades sociais essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências 
do Estado”. 
Serviços públicos uti universi e uti singuli 
17 
 
Em sentido amplo, serviço público é qualquer atividade estatal ampliativa ainda que 
produza somente vantagens difusas pela sociedade. Assim, o conceito estabelecido nesses 
termos engloba os serviços de fruição geral (uti universi) e os serviços de fruição 
individual (uti singuli). 
Como os serviços públicos uti universi, ou serviços gerais, não criam vantagens 
particularizadaspara cada usuário, torna-se impossível estabelecer um valor justo que 
possa ser cobrado do beneficiário como remuneração pela prestação. Daí por que os 
serviços públicos uti universi não podem ser dados em concessão nem remunerados 
pela cobrança de taxas. Tais serviços são prestados diretamente pelo Estado e a sua 
prestação é custeada pela receita proveniente de impostos. Exemplos: atividade 
jurisdicional, varrição de ruas, iluminação pública, coleta de lixo, limpeza pública etc. 
A 4a prova de Cartório/SP considerou CORRETA a afirmação: 
“Os serviços públicos uti universi são indivisíveis, e a Administração 
presta-os a usuários indeterminados, mantendo­os por impostos”. 
A prova da Magistratura/DF considerou CORRETA a afirmação: 
“O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado 
mediante taxa”. 
Ao contrário, os serviços públicos uti singuli, ou serviços individuais, são prestados 
de modo a criar benefícios individuais a cada usuário, podendo ser concedidos e 
custeados pela cobrança de taxas. Exemplos: energia residencial, água canalizada, 
transporte coletivo, telefonia fixa etc. 
CUIDADO: É comum encontrar referência à segurança pública como exemplo de serviço 
público uti universi, especialmente entre autores de Direito Tributário. Trata-se, porém, 
de erro grosseiro, na medida em que, sendo atividade limitadora da esfera de interesses 
do particular, a atuação estatal de manutenção da ordem tecnicamente não é serviço 
público, mas manifestação do poder de polícia. 
Há que se diferenciar a outorga da delegação. A outorga transfere a titularidade do 
serviço mediante lei, e a delegação é a mera transferência da prática do serviço 
público. 
Serviço público só pode, por definição, ser titularizado por pessoa jurídica de direito 
público. Assim, observada a repartição de competências determinada pela Constituição e 
pela legislação, a titularidade de serviços públicos somente pode ser atribuída à União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios, Territórios, autarquias, associações públicas ou 
fundações públicas. 
Por isso, os instrumentos normativos de delegação de serviços públicos, como 
concessão e permissão, transferem apenas a prestação temporária, nunca delegam 
a titularidade do serviço público. 
A prova da OAB/BA elaborada pelo Cespe considerou CORRETA 
a afirmação: “O exercício dos serviços públicos pode ser delegado a 
18 
 
entidades públicas ou privadas, por meio de concessão ou 
permissão, mantendo-se a titularidade com o Poder Público”. 
Mesmo no caso das pessoas jurídicas de direito privado pertencentes à 
Administração Indireta, não há transferência do serviço público em si. Empresas 
públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, embora 
pertencentes ao Estado, nunca detêm a titularidade do serviço, na medida em que 
titularizam somente a prestação do serviço público. 
A Empresa de Correios e Telégrafos – ECT, por exemplo, sendo empresa pública federal 
de direito privado, não tem a titularidade do serviço postal, titularizando somente a sua 
prestação. Isso porque o serviço postal é titularizado pela União (art. 21, X, da CF). 
 
Aula 25/03/2015 
(Serviços Públicos – continuação – faltei aula, mas a doutrina me ensinou as 
paradas) 
 
Aula 27/03/2015 
BENS PÚBLICOS 
Artigo 98 a 103 do Código Civil. 
Denomina-se domínio público, em sentido estrito, o conjunto de bens móveis e imóveis, 
corpóreos ou incorpóreos, pertencentes ao Estado. O art. 98 do Código Civil afirma que 
“são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que 
pertencerem”. Entre os administrativistas, porém, o conceito apresentado pelo legislador 
civil não é aceito por todos os autores. Duas correntes: 
a) corrente exclusivista: para alguns doutrinadores, o conceito de bens públicos deve 
estar necessariamente vinculado à ideia de pertencerem ao patrimônio de pessoas 
jurídicas de direito público. É a visão defendida por José dos Santos Carvalho Filho, para 
quem bens públicos são “todos aqueles que, de qualquer natureza e a qualquer título, 
pertençam às pessoas jurídicas de direito público, sejam elas federativas, como a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sejam da Administração descentralizada, 
como as autarquias, nestas incluindo-se as fundações de direito público e as associações 
públicas”. 
Sendo a concepção explicitamente adotada pelo Código Civil brasileiro (art. 98), a 
corrente exclusivista é a mais aceita pelas bancas de CONCURSO PÚBLICO. 
Porém, tal visão tem o grande inconveniente de excluir do conceito de bens públicos 
aqueles pertencentes às empresas públicas e sociedades de economia mista 
prestadoras de serviço público, bem como os de propriedade das concessionárias e 
19 
 
permissionárias afetados à prestação de serviços públicos. Com isso, a corrente 
exclusivista não é capaz de explicar o porquê, então, da impenhorabilidade dos bens 
afetados à prestação de serviços públicos unanimemente admitida entre os autores como 
um corolário do princípio da continuidade do serviço público; 
b) corrente inclusivista: os defensores dessa concepção consideram que são bens 
públicos todos aqueles que pertencem à Administração Pública direta e indireta. É 
a posição defendida por Hely Lopes Meirelles e, com alguma variação, também por Maria 
Sylvia Zanella Di Pietro, autora esta que prefere falar em bens do domínio público do 
Estado. A corrente inclusivista peca por não tornar clara a diferença de regime jurídico 
entre os bens afetados à prestação de serviços públicos (pertencentes ao domínio das 
pessoas estatais de direito público e ao das pessoas privadas prestadoras de serviços 
públicos) e aqueles destinados à simples exploração de atividades econômicas, como os 
que fazem parte do patrimônio das empresas públicas e sociedades de economia mista 
exploradoras de atividade econômica; 
c) corrente mista: adotando um ponto de vista intermediário, Celso Antônio Bandeira de 
Mello entende que são bens públicos todos os que pertencem a pessoas jurídicas de 
direito público, bem como os que estejam afetados à prestação de um serviço 
público. Essa conceituação é, segundo nosso juízo, a mais coerente à luz do direito 
positivo nacional por incluir no conceito de bens públicos, reconhecendo-lhes um especial 
tratamento normativo, os bens pertencentes a pessoa jurídica de direito privado, estatal 
ou não, indispensáveis para a continuidade da prestação de serviços públicos, como 
ocorre com parcela do patrimônio de empresas públicas, sociedades de economia mista, 
concessionárias e permissionárias de serviços públicos. 
Os bens afetados à prestação de serviços públicos, mesmo que não pertencentes a pessoas 
jurídicas de direito público, possuem alguns atributos exclusivos dos bens públicos, como 
a impenhorabilidade, circunstância que reforça o entendimento de que os bens afetados 
constituem verdadeiros bens públicos. 
Entretanto, como já mencionado, para concursos públicos tem sido 
preponderantemente aceita a corrente baseada no art. 98 do Código Civil, 
denominada exclusivista, que considera públicos somente os bens pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público. 
Classificação de bens públicos 
a) De uso comum do povo – rios, mares, estradas, ruas e praças, etc. 
A prova de Auditor/MG 2008 elaborada pelo Cespe considerou 
INCORRETA a assertiva: “Os mares, rios e ruas são considerados bens 
de uso especial, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas 
entidades” 
b) De uso especial – edifícios outerrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias, 
etc. 
20 
 
A prova da OAB/RO elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a 
assertiva: “Uma creche municipal é bem público de uso especial”. 
c) Dominicais – constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como 
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de 
direito privado”. 
A prova de Auditor/MG 2008 elaborada pelo Cespe considerou 
INCORRETA a assertiva: “Os bens dominicais, por estarem afetados a 
fins públicos específicos, são inalienáveis, não podendo ser objeto de 
relações jurídicas regidas pelo direito civil, como compra e venda, doação, 
permuta, locação”. 
Aula 01/04/2015 e Aula 08/04/2015 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
O poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes 
Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua 
atuação com os princípios que lhes são impostos pelo ordenamento jurídico. 
Divide-se em controle administrativo, controle judiciário (jurisdicional) e controle 
legislativo. 
Controle administrativo – O controle administrativo é fundamentado no poder de 
autotutela que a Administração exerce sobre seus próprios atos. Tem como objetivos a 
confirmação, correção ou alteração de comportamentos administrativos. Os meios de 
controle administrativo são a supervisão ministerial sobre as entidades 
descentralizadas e o controle hierárquico típico dos órgãos da Administração direta. 
Controle legislativo – O controle legislativo é realizado no âmbito dos parlamentos e dos 
órgãos auxiliares do Poder Legislativo (o principal é o TCU e demais tribunais de contas). 
Sua abrangência inclui o controle político sobre o próprio exercício da função 
administrativa e o controle financeiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três 
Poderes. 
Um bom exemplo: a sabatina dos ministros do STF pelo Senado Federal (ato composto1). 
Controle judicial – O JUDICIÁRIO MANDA NA PORRA TODA FILHO DA PUTA! 
Término da parte I da matéria 
 
1 “[...] ato administrativo composto é o ato que resulta da "vontade de um órgão, mas depende da verificação por 
parte de outro, para se tornar exeqüível. (...) O ato composto distingue-se do complexo porque este só se forma com 
a conjugação de vontades de órgãos diversos, ao passo que aquele é formado pela manifestação de vontade de um 
único órgão, sendo apenas ratificado por outra autoridade" (Meirelles, 2007, p. 173). 
 
21 
 
Parte II 
 
Prova II – 19/06/2015 
Aula 22/04/2015 
Lei de improbidade administrativa (Lei 8.429/92) 
Supedâneo legal – artigo 37, §4º, da CF/88: 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a 
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
Conceito – A Lei 8.429/92 não traz em seu bojo nenhum conceito. 
Sujeitos passivos – rol do artigo 1º. 
a) a administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios; 
b) empresa incorporada ao patrimônio público e entidade para cuja criação ou custeio 
o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio 
ou receita anual; 
c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público, bem como aquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, 
limitando-se a sanção patrimonial, nesses casos, à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
Sujeitos ativos – artigo 2º (agentes públicos) e artigo 3º (não agentes públicos) 
a) Agentes públicos; 
b) Aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, induzem ou concorrem para a 
prática do ato de improbidade, ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou 
indireta. 
Não estando o sujeito enquadrado em alguma das hipóteses acima, poderá responder civil 
e até penalmente, mas nunca pela Lei de Improbidade Administrativa. 
Natureza das sanções da Lei 8.429/92 – são sanções de natureza administrativa e 
sanções de natureza política. 
22 
 
a) Sanção administrativa – perda da função pública, proibição de contratar com o Poder 
Público, proibição de receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios. 
b) Sanção política – suspensão dos direitos políticos. 
Obs.: 
1. Aos sucessores daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer 
ilicitamente estendem-se as sanções de natureza patrimonial, até o limite do valor da 
herança (art. 8º). 
2. Muitas das condutas descritas como atos de improbidade administrativa coincidem com 
tipos penais. Por isso, além da responsabilização na forma da Lei 8.429/92, poderá o 
agente responder penalmente. 
3. salutar relembra que a esfera penal interfere nas outras instâncias somente se houver 
condenação; se houver absolvição, deve ser fundada na inexistência do fato ou na 
ausência de autoria (se for por falta de provas em nada interfere). 
Classificação dos atos de improbidade administrativa – São três grandes grupos: 
a) Atos de improbidade administrativa que importam em enriquecimento ilícito; 
b) atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário; 
c) atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da 
administração pública. 
Legitimados para propor a ação de improbidade administrativa (legitimação 
concorrente – art. 17) 
a) Ministério Público; 
b) A PJ interessada, isto é, a PJ contra a qual o ato de improbidade tenha sido praticado, 
ou que tenha sofrido lesão patrimonial dele decorrente. 
Obs.: Mesmo que o MP não seja parte – isto é, quando a própria PJ interessada ajuizar a 
ação – deverá intervir como fiscal da lei (custos legis), sob pena de nulidade do processo. 
Juízo competente – O STF firmou o entendimento de que não existe foro especial por 
prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa, por se tratarem de ações 
de natureza cível, e não penal. Com efeito, será a justiça ordinária de primeiro grau quem 
deverá julgar estas ações. 
 
23 
 
Aula 24/04/2015 
Responsabilidade Extracontratual (Civil) da Administração Pública 
Conceito – A obrigação que se lhe atribui de recompor os danos causados a terceiros em 
razão do comportamento unilateral comissivo ou omissivo, material ou jurídico, que lhe 
seja imputado. 
Cuida-se da responsabilidade patrimonial do Estado, que também pode ser chamada de 
responsabilidade extracontratual do Estado ou de responsabilidade civil do Estado, não 
importa, são todos sinônimos. 
Fundamento constitucional – artigo 37, §6º da CF – Responsabilidade objetiva: 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Breves considerações – Os elementos da responsabilidade civil são: conduta, resultado 
e nexo causal. A conduta, na responsabilidade subjetiva, deve ter dolo ou culpa. Já na 
responsabilidade objetiva, não interessa se houve culpa ou dolo. Sabe-se, com alguma 
tranquilidade, que o Estado adotou a responsabilidade objetiva. 
Portanto, madafocas,aprendemos que existe a responsabilidade subjetiva (deve haver 
culpa ou dolo na conduta do agente para que a vítima seja indenizada) e a 
responsabilidade objetiva (indiferente haver culpa ou dolo na conduta do agente para que 
a vítima seja indenizada). 
Situação diferenciada existe, também, quanto ao ônus probatório: 
a) na responsabilidade subjetiva, é a vítima quem deve provar o dano, o nexo de 
causalidade e a culpa; 
b) já na responsabilidade objetiva, é o agente causador do dano quem deve provar 
alguma excludente de responsabilidade (culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força 
maior). 
Quanto às teorias que adotamos ao longo da história, só duas prevalecem hodiernamente, 
e só trataremos das duas também (A teoria da culpa administrativa eu vou tratar mais a 
frente): 
a) Teoria do risco administrativo – É a regra vigente. A atuação do estado que cause 
dano ao particular faz nascer o dever de repará-lo. Cabe à administração pública 
comprovar alguma excludente de responsabilidade, caso contrário sua responsabilidade 
será configurada. Exemplo: ônibus que bate em carro do particular. Exemplo de 
24 
 
excludente de responsabilidade: culpa exclusiva do particular que estava bêbado e bateu 
na traseira do ônibus. 
b) Teoria do risco integral – É a exceção da regra vigente. A atuação do estado que 
cause dano ao particular faz nascer o dever de repará-lo. Não pode a administração 
pública alegar qualquer excludente: aqui a regra é punk! Basta a existência do evento 
danoso e o nexo causal que a administração estará obrigada a reparar o dano. Exemplo: 
danos causados por acidentes nucleares; danos ambientais. 
Responsabilidade por ação e omissão: 
a) Ação – Quanto às condutas comissivas da administração pública, adotamos a teoria 
do risco administrativo, ou seja, a responsabilidade se configura em virtude dos danos 
causados pela atuação de seus agentes. Aqui, a responsabilidade é objetiva. 
b) Omissão – Quanto às condutas omissivas da administração pública, adotamos a teoria 
da culpa administrativa. 
Segundo a teoria da culpa administrativa, o dever de o Estado indenizar o dano sofrido 
pelo particular somente existe caso seja comprovada a existência de falta do serviço. Não 
se trata de perquirir da culpa subjetiva do agente, mas da ocorrência de falta na prestação 
do serviço, falta essa objetivamente considerada. 
A culpa administrativa pode decorrer de uma das três formas possíveis de falta do serviço: 
a) Inexistência do serviço; 
b) Mau funcionamento do serviço; 
c) Retardamento do serviço. 
Obs.: O ônus da prova é do particular. Ele quem deve provar a falta/omissão da 
administração pública, para fazer jus à indenização. Exemplo clássico: particular que 
pega um buraco na estrada e fode o carro. Ele deve provar que o buraco existia ali, que 
não haviam reparos, etc. A responsabilidade não é objetiva aqui, mas subjetiva. 
Ações regressivas e de indenização – No exemplo do ônibus que bate no carro do 
particular, a gente sabe que a administração responderá objetivamente. Mas e o motorista 
do ônibus, fica isento de ressarcir o erário? Jamais. 
A responsabilidade da administração pública perante o particular é objetiva, mas a 
responsabilidade do motorista de ônibus perante a administração pública é subjetiva. 
Caberá ação de regresso proposta pela administração pública em face do motorista, se 
houver ele agido com culpa ou dolo (responsabilidade subjetiva). O ônus probatório da 
25 
 
culpa ou do dolo do agente recai sobre a administração pública, pois ela quem é a 
prejudicada nesse caso (além da vítima, que é o particular que teve seu carro abalroado 
pelo ônibus). 
Responsabilidade por atos legislativos: 
A responsabilidade por atos legislativos divide-se em: 
a) Responsabilidade pela edição de leis inconstitucionais – A edição de lei 
inconstitucional poderá ensejar a responsabilidade do Estado, caso tenha ela efetivamente 
causado dano ao particular. A responsabilização do Estado neste caso depende da 
declaração da inconstitucionalidade da lei pelo STF. 
b) Responsabilidade pela edição de leis de efeitos concretos – Leis de efeitos concretos 
são aquelas que não possuem caráter normativo, que não são dotadas de generalidade, 
impessoalidade e abstração. São leis apenas em sentido formal (pois oriundas do Poder 
Legislativo), que possuem destinatários certos, determinados. Materialmente, elas são 
análogas aos atos administrativos individuais, com destinatários determinados e efeitos 
concretos. 
Via de regra, não existe responsabilidade por atos legislativos. 
Responsabilidade por atos jurisdicionais: 
A jurisprudência brasileira não admite a responsabilidade civil do Estado em face dos 
atos jurisdicionais praticados pelos magistrados. A regra geral é a irresponsabilidade 
do Estado pelos atos jurisdicionais. 
Em relação aos atos não jurisdicionais praticados pelo juiz e demais órgãos de apoio do 
Judiciário, há a responsabilidade civil na modalidade risco administrativo. 
Na seara criminal, a CF não deixa dúvidas de que o Estado indenizará o condenado por 
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença (5º, 
LXXV). A responsabilidade é objetiva. 
Não alcança a esfera cível, pois ninguém pode pleitear reparação do Estado face à 
prolação de sentença cível que tenha causado um dano decorrente de erro. 
Se o cidadão ficar preso preventivamente e ao final for absolvido, haverá direito à 
indenização? Não, pois para o STF “decreto judicial de prisão preventiva não se confunde 
com o erro judiciário”. 
Ressalte-se por fim a responsabilidade pessoal do magistrado (e não do Estado), nos casos 
previstos no artigo 133 do Digesto Processual Civil: 
26 
 
Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a 
requerimento da parte. 
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no no II só depois que a 
parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não Ihe 
atender o pedido dentro de 10 (dez) dias. 
Aula 06/05/2015 e Aula 08/05/2015 e Aula 13/05/2015 
Servidores Públicos – Natureza da Relação Jurídica 
Conceito e classificação – Servidores públicos fazem parte de uma gama maior de 
indivíduos denominados agentes públicos. A disposição constitucional que lhes diz 
respeito se inicia com o artigo 37, e engloba até o artigo 41 da CF/88. 
Normas constitucionais 
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. No que 
concerne ao ingresso de estrangeiros no serviço público, trata-se de uma norma 
constitucional de eficácia limitada, pois depende de lei própria regulamentadora. Quanto 
aos brasileiros natos ou naturalizados, basta o atendimento aos requisitos da lei para que 
se tenha a possibilidade de acesso aos cargos, empregos e funções públicas. 
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do 
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 
Desta redação pode-se inferir que o concurso público é a forma de ingresso no serviço 
público, salvo para aqueles cargos de livre nomeação e exoneração (cargos em comissão). 
Ademais, não se sujeitam aos concursos públicos aqueles contratados por tempo 
determinado, para atender à necessidade temporária e excepcionaldo interesse público, 
conforme o inciso IX do art. 37 da CF/88. 
O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, 
por igual período. Este prazo é contado da data da homologação do concurso. A 
homologação é ato administrativo mediante o qual a autoridade competente certifica que 
o procedimento do concurso foi válido e regularmente concluído. Hoje sabemos que, 
havendo vagas e estando vigente o concurso, o candidato aprovado dentro do número de 
vagas possui direito subjetivo à nomeação (entendimento do STF). Atenta à essa 
27 
 
determinação, a administração pública passou a criar concursos públicos com poucas 
vagas, e a chamada “formação de cadastro reserva”. 
Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em 
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre 
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. A regra é simples: se 
houver um novo concurso público na data de vigência do anterior (sim, é possível que 
isso aconteça), aqueles aprovados antes possuem o direito de serem chamados na frente 
daqueles aprovados depois. Devem os leitores destas anotações atentarem-se ainda à 
súmula 489 do STJ. 
As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos 
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento. Aqui surge uma diferenciação 
importante: funções de confiança (exclusivas dos ocupantes de cargo efetivo) e os cargos 
em comissão (podendo ser ocupados por qualquer pessoa, servidora ou não, cuja 
nomeação e exoneração são livres, nunca adquirindo estabilidade – vínculo precário). 
É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. Diferentemente 
do que ocorre com a norma de greve dos servidores públicos (norma de eficácia limitada), 
aqui trata-se de norma autoaplicável. Ressalte-se que para os militares existe vedação 
quanto á sindicalização e quanto ao direito de greve (art. 142, §3º, IV). 
O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. 
Como já falamos acima, trata-se de norma de eficácia limitada, pois depende de outra lei 
que a regulamente. Esta lei até hoje não foi criada. O STF já decidiu, quando da 
apreciação de três mandados de injunção, que fosse aplicada ao setor público, no que 
couber, a lei de greve vigente no setor privado, até que o Congresso editasse a lei 
regulamentadora. 
A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência e definirá os critérios de sua admissão. Acredito que o dispositivo transcrito 
não precise de comentários. 
A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à 
necessidade temporária de excepcional interesse público. Este pessoal não se sujeita ao 
regime estatutário a que se submetem os ocupantes de cargos efetivos e em comissão. 
Tampouco podem ser considerados celetistas. Então qual seus vínculos? Possuem um 
regime funcional de direito público, de natureza jurídico-administrativa. Quem julga suas 
demandas? A justiça comum, não havendo que se falar em justiça federal ou trabalhista. 
As regras básicas são: a) os casos excepcionais devem estar previstos em lei; b) o prazo 
de contratação deve ser predeterminado; c) a necessidade deve ser temporária; d) o 
interesse público deve ser excepcional. 
28 
 
A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa 
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem 
distinção de índices. Aqui abre-se o espaço adequado para diferenciar o vencimento do 
subsídio. 
Vencimento (em sentido amplo) é a remuneração dos servidores estatutários que não 
recebem subsídio. Constituem uma espécie do gênero “remuneração”. Compõe-se do 
vencimento básico (vencimento em sentido estrito) do cargo e das vantagens pecuniárias 
de caráter permanente estabelecidas em lei. Na verdade, tecnicamente falando, a CF/88 
peca em atribuir o nome de vencimento nesse sentido amplo, sendo melhor dizer 
remuneração = vencimento + vantagens. 
Subsídio é uma espécie do gênero remuneração, obrigatória para determinados cargos, e 
facultativa para outros. O subsídio deve ser fixado em parcela única, ou seja, não existem 
duas figuras como no caso do “vencimento básico” acrescido das “vantagens 
permanentes”: aqui fundem-se em uma só figura. 
Teto geral constitucional remuneratório: o subsídio dos ministros do STF. Parcelas de 
caráter indenizatório previstas em lei não se submetem ao teto. É facultado aos Estados e 
Municípios mediantes suas Constituições e Leis Orgânicas alterarem este limite geral 
para o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Estado. 
Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser 
superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Este dispositivo na realidade não funciona 
muito bem, não é mesmo? 
É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito 
de remuneração de pessoal do serviço público. Equiparar remunerações significa afirmar 
em uma lei que um determinado cargo terá remuneração igual à de um outro cargo. Não 
ocorre equiparação quando uma lei disciplina dois cargos diferentes e estabelece 
remuneração numericamente igual para um cargo e para o outro, contanto que não 
determine que as remunerações devam ser iguais, nem crie qualquer fórmula de 
vinculação automática entre as remunerações. 
Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem 
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Trata-se de uma norma de 
difícil entendimento, pra variar, mas a doutrina nos socorre com o seguinte exemplo: 
tomemos o caso de um servidor que perceba vencimento básico de 2 mil reais e passe a 
exercer uma função de chefia, ganhando uma gratificação mensal de 800 reais. 
Posteriormente é editada uma lei que institui um adicional de atividade administrativa a 
ser pago a todos os ocupantes desse mesmo cargo, em um percentual de 35%. Segundo 
esse artigo, os 35% devem incidir somente sobre o vencimento básico de 2 mil reais e não 
sobre a soma do vencimento básico com a gratificação, no total de 2.800 reais. 
29 
 
O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são 
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. O STF já entendeu que esta irredutibilidade aplicasse 
também aos cargos em comissão, e não apenas aos cargos efetivos. Nada impede que uma 
lei modifique por completo a composição remuneratória de um cargo público, 
extinguindo ou reduzindo gratificações e adicionais, ou alterando a maneira de calculá-
los, desde que o valor final da remuneração seja preservado. 
É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; 
A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, 
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
Deixamos de analisar os incisosdo artigo 37 da CF/88, justamente no inciso XVII, a que 
remetemos o leitor para que dê prosseguimento, pois já enchemos o saco. Contudo, antes 
de passar para o outro tópico, convém transcrever o §10º deste artigo: 
É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos 
arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão 
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 
Formas de provimento – Existem 7 formas de provimento, a saber: nomeação, 
promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. Posse não 
é forma de provimento. 
Dividem-se em formas de provimento originário e formas de provimento derivado. 
Provimento originário é o preenchimento de classe inicial de cargo não decorrente de 
qualquer vínculo anterior entre o servidor e a administração. A única forma de provimento 
originário é a nomeação. Nem precisamos conceituar provimento derivado: são todas as 
outras formas, e elas decorrem de vínculo anterior entre o servidor e a administração. 
a) Nomeação – pode dar-se em caráter efetivo ou em comissão, essa última não exigindo 
concurso público. Ah, mas se a nomeação pra cargo em comissão for feita a um servidor 
que já era ocupante de cargo efetivo, não teremos uma forma de provimento derivado? 
Não filhote de ganso manco: a causa da nomeação em cargo em comissão não é a relação 
anterior existente entre o servidor e a administração. Não se diz que fulano passou em um 
concurso para cargo efetivo, logo como consequência, e após um tempo de serviço, foi 
30 
 
nomeado a cargo em comissão: ele foi nomeado porque a administração quis, e 
provavelmente por ter padrinhos políticos. 
Outro exemplo, um estudante de medicina aprovado no concurso para enfermeiro, 
posteriormente formado passa em outro concurso, desta vez para médico: considera-se 
como provimento originário, pois a relação de causalidade é outro concurso público para 
outro cargo, ainda que ele tivesse vínculo anterior como enfermeiro. 
O nomeado tem um prazo de trinta dias, contados da nomeação, para tomar posse, salvo 
nos casos de licença ou afastamento, quando se inicia a contagem a partir do término do 
impedimento. Caso o nomeado não tome posse neste prazo, seu vínculo com a 
administração não se aperfeiçoa, e o ato de seu provimento é tornado sem efeito. 
E o ocupante de cargo efetivo que assume função de confiança? Trata-se de mera 
designação, não se considerando forma de provimento. 
b) Reintegração – Ocorre quando o servidor estável, anteriormente demitido, tem 
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. Ele volta pro seu cargo 
de origem, com o ressarcimento de todas as vantagens a que teria feito jus durante o 
período de seu desligamento ilegal, inclusive as promoções por antiguidade que teria 
obtido nesse ínterim. 
Se o cargo tiver sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade até seu adequado 
aproveitamento. Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante, se estável, 
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou aproveitado em outro 
cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade (com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço). 
E o servidor que não é estável, se for demitido e, posteriormente, sua demissão for 
anulada, não será reintegrado ao seu cargo? Claro que sim! Só que a doutrina não chama 
esta figura de reintegração, e admite que não existe qualquer nomenclatura para a situação 
em comento. Portanto, frise-se que a reintegração é figura própria do servidor estável. 
c) Aproveitamento – Trata-se do retorno do servidor que havia sido posto em 
disponibilidade (estável é lógico) a um cargo de atribuições e vencimentos compatíveis 
com o anteriormente ocupado (o qual foi extinto ou teve declarada a sua desnecessidade). 
d) Promoção – Pode ocorrer por antiguidade ou por merecimento, mas sempre dentro 
da mesma carreira (um agente de polícia civil não pode ser promovido a delegado, por 
exemplo). Imagine que a carreira dos defensores públicos seja composta pelos cargos 
“defensor público de primeira classe”, “defensor público de segunda classe” e “defensor 
público de classe especial”. A passagem de uma classe pra outra é a promoção. 
31 
 
Outros exemplos: juiz substituto que é promovido a juiz de direito, que é promovido a 
desembargador; promotor de justiça adjunto que é promovido a promotor de justiça, que 
é promovido a procurador de justiça. 
e) Reversão – Consiste no retorno à ativa do servidor aposentado. A reversão pode ser: 
a) de ofício: quando junta médica constata que deixaram de existir os motivos que 
levaram o servidor a aposentar-se por invalidez permanente; 
b) reversão a pedido: aplicável ao servidor estável que obteve aposentadoria voluntária, 
desde que sejam atendidos os requisitos previstos na lei, e desde que haja interesse da 
administração (ato discricionário). 
f) Recondução – Previsão no artigo 41, §2º, CF. 
A recondução ocorre em dois casos: 
a) inabilitação em estágio probatório relativo a um novo cargo, quando então o servidor 
regressa ao seu cargo antigo; 
b) reintegração do servidor que antes ocupava aquele cargo, quando então o servidor 
regressa ao seu cargo antigo. 
Só se aplica ao servidor estável. 
Posse (NÃO É FORMA DE PROVIMENTO) – Só há posse quando há nomeação. A 
nomeação é um ato unilateral da autoridade competente, enquanto que a posse é um ato 
bilateral do nomeado e da adm. 
Só se torna servidor público depois da posse. O prazo para o nomeado tomar posse é de 
30 dias, contados da nomeação. Após tomar posse, deverá o servidor entrar em exercício 
dentro em 15 dias a contar da data da posse. 
Cargo, emprego, função, remuneração e regime jurídico – sem tempo. 
Responsabilidade – estressado. 
Lei 8.112/90 Direito e Deveres – vida corrida demais. 
Intervenção na Propriedade 
Considerações gerais – Fundamento constitucional naquela ideia de função social da 
propriedade, exprimida pelo art. 5º, XXIII e artigo 182, º2º. Ainda se encontra a 
autorização direta da desapropriação no inciso XXIV do artigo 5º da CF, e a requisição 
da propriedade no inciso XXV do mesmo artigo. 
32 
 
Existem intervenções em que o Estado limita-se a impor restrições e condicionamentos 
ao uso da propriedade, sem retirá-la de seu dono (intervenção restritiva), bem assim 
intervenções em que o Estado transfere coercitivamente para si a propriedade de terceiro 
(intervenção supressiva, como a desapropriação). 
Função social da propriedade – vamos transcrever alguns institutos constitucionais aqui 
pra ficar massa: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os 
casos previstos nesta Constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, 
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das 
funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 
§ 1º O plano

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