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1 Profº. Me. Laércio Cerqueira Apresentação adaptada de Vasconcellos e Garcia (2008) & Vasconcellos (2011) UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 2013.2 UNIDADE IV – INTRODUÇÃO A MACROECONOMIA 2 Fundamentos de Teoria e Política Macroeconômica Introdução Metas de Política Macroeconômica Estrutura da Análise Macroeconômica Instrumentos de Política Macroeconômica 3 Definição: trata da evolução da economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos agregados econômicos. Os principais agregados são: Teoria e Política Macroeconômica: Introdução • Renda • Emprego • Produto Nacional • Desemprego • Investimento • Estoque de Moeda • Poupança • Taxa de Juros • Consumo • Balanço de Pagamentos • Nível Geral de Preços • Taxa de Câmbio Negligencia o comportamento das unidades econômicas individuais, porém permite estabelecer relações entre os agregados e melhor compreensão das interações entre estes. 4 Teoria macroeconômica trata de questões de curto prazo, como por exemplo: • Desemprego e estabilização do nível geral de preços Teoria do desenvolvimento econômico cuida de questões de longo prazo, como: • Progresso tecnológico e política industrial Teoria e Política Macroeconômica: Introdução 5 1. Crescimento econômico sustentável (PIB) - aumento do bem estar material - aumento do nível de emprego As políticas esconômicas procuram estimular o crescimento da capacidade produtiva da economia, ou seja, o aumento da quantidade de bens e serviços ofertados. Importante: CrescimentoCrescimento EconômicoEconômico ¹¹ DesenvolvimentoDesenvolvimento EconômicoEconômico Crescimento econômico: crescimento da renda nacional Desenvolvimento econômico: inclui melhoria nos indicadores sociais (pobreza, desemprego, meio ambiente, moradia etc.) Teoria e Política Macroeconômica: Metas de Política Macroeconômica 6 2. Estabilidade do nível geral de preços (controle da inflação) - inflação controlada não significa inflação zero; - inflação alta acarreta distorções, principalmente, sobre as classes baixas e sobre as expectativas. Tipos de inflação: • demanda • custos • inercial Inflação: aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços. Teoria e Política Macroeconômica: Metas de Política Macroeconômica 7 3. Equilíbrio Externo Déficit externo mais forte, implica em perda de reservas, o que pode levar a uma moratória; Superávit externo mais prolongado, o governo deve emitir moeda gerando inflação ou expansão da dívida interna (Risco). 4. Distribuição Eqüitativa de Renda - política de longo prazo; - aumento do poder de compra das classes mais baixas; - desenvolvimento econômico. Teoria e Política Macroeconômica: Metas de Política Macroeconômica 8 Os objetivos de política macroeconômica não são independentes, podendo ser conflitantes. Crescimento Econômico e Distribuição de renda Renda Aumenta Aumenta a renda dos pobres, sem reduzir a dos ricos (abranda conflitos sociais). Em países subdesenvolvidos (conflitante) Aumenta-se a parte dos lucros e da poupança dos mais ricos na renda nacional (Teoria do Bolo). Teoria e Política Macroeconômica: Metas de Política Macroeconômica (Inter-relações e conflitos entre objetivos) 9 Metas de Redução de Emprego e Estabilidade de Preços Com aumento de compras Reduz-se o desemprego. Aproximando do pleno emprego, os recursos tendem a escassear, provocando um aumento dos custos de produção. Podendo aumentar a inflação (exceto, quando estiver ocorrendo um significativo aumento de produtividade). Teoria e Política Macroeconômica: Metas de Política Macroeconômica (Inter-relações e conflitos entre objetivos) O administrador público (policy-maker) tem de fazer escolhas quanto à ênfase a ser dada a diferentes objetivos. Cada combinação afeta diferentes grupos na sociedade de diferentes maneiras, e qualquer escolha estará sujeita à objeção política pelos representantes dos grupos para os quais a escolha alternativa é pior. 10 Parte Real da Economia Parte Monetária da economia Mercado de Bens e Serviços Mercado de Trabalho Mercado Financeiro (monetário e títulos) Mercado de Divisas Produto Nacional Nível Geral de Preços Nível de Emprego Salários Nominais Mercados Mercados Var. DeterminadasVar. Determinadas Taxa de Juros Estoque de Moeda Taxa de Câmbio Teoria e Política Macroeconômica: Estrutura da Análise Macroeconômica O governo deve atuar em duas frentes: i) na capacidade produtiva (Produção Agregada) e ii) nas despesas planejadas (Demanda Agregada) permitindo à economia operar a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e distribuição justa de renda. 11 • Política Fiscal: decisões sobre a arrecadação e os gastos do governo; • Política Monetária: decisões sobre o volume de moeda na economia, a taxa de juros e o crédito; • Política Cambial e Comercial: combate a inflação x equilíbrio externo, saldo do BP equilibrado; • Política de Rendas: interferências na formação de Preços e Salários, desenvolvimento econômico. Teoria e Política Macroeconômica: Instrumentos de Política Macroeconômica 12 Instrumentos disponíveis Arrecadação de tributos (política tributária) Inibe Consumo e Investimento AntiAnti-- inflacioninflacionáárias rias Estimula consumo e Investimento Maior Maior CrescimentoCrescimento Diminuição dos gastos Aumento da carga tributária Aumento dos gastos Diminuição da carga tributária RESULTADO Melhor Melhor DistDist.. de Renda de Renda Impostos progressivos Gastos em setores/ regiões mais atrasados Benefício a grupos menos favorecidos Controle de suas despesas (política de gastos) Teoria e Política Macroeconômica: Instrumentos de Política Macroeconômica (Política Fiscal) 13 É a atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e das tx. de juros. É uma política de curto prazo com o objetivo de estabilizar o nível geral de preços. Os instrumentos: • Emissões de moeda • Reservas compulsórias (% sobre depósitos à vista dos bancos comerciais junto ao Banco Central) • Open market (compra/venda de títulos públicos) • Redescontos (empréstimo do Bacen aos bancos comerciais) • Regulamentação sobre crédito e tx. de juros. Teoria e Política Macroeconômica: Instrumentos de Política Macroeconômica (Política Monetária) 14 Instrumentos disponíveis Inibe Consumo e Investimento AntiAnti-- inflacioninflacionáárias rias Estimula consumo e Investimento Maior Maior CrescimentoCrescimento Diminuir (Enxugar) Aumento da tx. Aumento do estoque Diminuição da tx. RESULTADO Melhor Melhor DistDist.. de Renda de Renda Solução mais complexa Estoque monetário Reservas compulsórias Open Market Venda de títulos Compra de títulos Teoria e Política Macroeconômica: Instrumentos de Política Macroeconômica (Política Monetária) 15 Política que atua sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da economia. Política Cambial Taxa de Câmbio (Fixo, flutuante etc.) Controle do Governo Política Comercial Instrumentos de incentivo às exportações e/ou estímulo/desestímulo às importações, sejam fiscais, creditícios, seja estabeleci- mento de cotas etc. Teoria e Política Macroeconômica: Instrumentos de Política Macroeconômica (Política Cambial e Comercial) 16 Os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam, em resposta a influências normais do mercado. Normalmente, esses controles são utilizados como política de combate a inflação. Influenciam diretamente: salários, lucros, juros, aluguel. Teoria e Política Macroeconômica:Instrumentos de Política Macroeconômica (Política de Rendas) 17 Definição: a taxa de juros representa o valor do dinheiro no tempo. É uma taxa de rentabilidade para os aplicadores, e o custo do empréstimo, para os tomadores. O BC, devido ao seu monopólio de emissão de moeda, influencia de maneira decisiva a taxa de juros. Uma taxa de juros alta, gera como conseqüências: i. Sobe o custo para os tomadores de fundos; ii. Aumenta o custo de oportunidade em estocar mercadorias dada a atratividade de aplicar no mercado financeiro; iii. Incentiva o ingresso de recursos de outros países; iv. Freia a atividade econômica, ao desestimular o consumo e o investimento, estimulando a especulação no mercado financeiro; v. Aumenta o custo da dívida pública interna. TÓPICOS ESPECIAIS O Lado Monetário: Política Monetária (Taxa de Juros) 18 Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real: Paridade de Fisher O equilíbrio do mercado monetário ilustrado nos gráficos anteriores refere-se à taxa de juros nominal, resultando entre uma demanda e uma oferta nominal de moeda. Entretanto, em diversas situações é preciso estabelecer a taxa real de juros. Esta é obtida descontando- se da taxa nominal a inflação do período. Assim, a equação de Fisher apresenta uma relação entre a taxa nominal de juros (i), a taxa de juros real (r) e a inflação esperada (pe): Essa relação permite esclarecer o mecanismo de transmissão da política monetária: à Juros nominais à dadas as expectativas de inflação à Juros reais à efeitos sobre consumo e investimento à efeitos sobre demanda agregada à Preços O Lado Monetário: Política Monetária (Taxa de Juros) ( ) ( )( ) 1 1 1 i r p + + = + 19 Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Custos gerados pela inflação: • a distribuição de renda (concetração de renda); • o Balanço de Pagamentos (desequilíbrio interno e externo); • as expectativas (perda das expectativas); • o mercado de capitais (desestímulo a aplicação); • ilusão monetária: ocorre principalmente quando a inflação é alta e estável, levando os agentes econômicos a tomarem decisões equivocadas. TÓPICOS ESPECIAIS Inflação 20 DistribuiDistribuiçção de Rendaão de Renda • Os que mais perdem são os trabalhadores de baixa renda (não mantêm aplicação financeira , pois tudo que ganham, gastam na subsistência). • Os empresários, que conseguem repassar os aumentos de custos provocados pela inflação, garantem os lucros. • O governo ganha via correção de impostos e tarifas públicas. BalanBalançço de Pagamentoso de Pagamentos • Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços internacionais, encarecem o produto nacional relativamente ao produzido no exterior. Assim, provocam o estímulo às importações e desestímulo às exportações, diminuindo o saldo da balança comercial. Inflação: Distorções 21 Inflação: Tipos de inflação I.I. InflaInflaççãoão de de DemandaDemanda: excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. Ocorre principalmente quando a economia estiver em pleno emprego. Abaixo do pleno emprego, um aumento na produção de bens e serviços, pela maior utilização de recursos antes desempregados, não, necessariamente, ocorrerá aumento generalizado de preços. Nível Geral de Preços Y1Y0 DA0 DA1 OA Y P1 P0 A curto prazo, a demanda agregada é mais sensível à alterações de política econômica que a oferta agregada (longo prazo). Assim, a política preconizada para combatela seria a que provocasse redução desta procura por bens e serviços. s cpM C DA OA P Þ Þ Þ Þ 22 Inflação: Tipos de inflação II.II. InflaInflaççãoão de de CustosCustos: inflação de OFERTA. O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos insumos aumentam e são repassados aos preços dos produtos. Está associada, também, ao monopólio e oligopólio (de certas empresas) que conseguem elevar seus lucros acima da elevação dos custos de produção. Também pode se causada por aumentos autônomos nos preços de matérias- primas básicas, os chamados choques de matérias-primas (crise do petróleo, choques agrícolas). Política adotada: Controle direto de preços (via política salarial rígida, fiscalização sobre os lucros dos oligopólios, controle de preços dos produtos). Custos de produçãoinsumos finalP P Þ Þ Nível Geral de Preços Y0 OA0DA Y P1 P0 OA1 Y1 23 Inflação: Tipos de inflação III.III. InflaInflaççãoão de de InercialInercial: provoca a perpetuação das taxas de inflação anteriores, que são sempre repassados aos preços correntes. IV.IV. InflaInflaççãoão de de ExpectativasExpectativas:: estaria associada aos aumentos de preços provocados pelas expectativas dos agentes de que a inflação futura tende a crescer, e eles procuram resguardar suas margens de lucro. V.V. HiperinflaHiperinflaççãoão:: os fatores que levam a uma hiperinflação são: • Crise orçamentária; • Governo não consegue se financiar via emissão de títulos; • Neste caso o governo começa a se financiar via emissão de moedas. Como acabar com uma hiperinflação? • Fazer ajuste fiscal; • Regras que acabem com a monetização do déficit; • Reforma monetária; • Âncora cambial • Independência do BC (fim da monetização do déficit). 24 Sistema de Metas de Inflação (“Inflation Target”) • “Bandas” fixadas para a inflação futura, controladas pela política monetária, principalmente a partir da taxa de juros (SELIC); • IT atinge diretamente o objetivo de longo prazo da política monetária: transparência e também, consistente com visão moderna das limitações da política monetária (demanda por moeda é instável, assim como a relação entre moeda e inflação); • Elege objetivo de estabilidade de preços como prioritário e impõe a avaliação de impactos a longo prazo de ações a curto prazo Núcleo da Inflação (“Core Inflation”) • Índice de preços que expurga variações associadas aos choques de oferta, que não representem pressões persistentes sobre os preços Inflação: Política Monetária e Inflação 25 O que leva os países a comercializarem entre si ? Teoria das Vantagens Comparativas: formulada por David Ricardo em 1817; sugere que cada país deva especializar-se na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Desvantagens: é uma teoria estática, não leva em consideração a evolução das estruturas de oferta e demanda, nem as relações de preços entre os produtos negociados. Teoria Moderna do Comércio Internacional (Modelo de Hecksher – Ohlin): postula que as vantagens comparativas e, logo, a direção do comércio, estarão dadas pela escassez ou abundância relativa dos fatores de produção. O Setor Externo: Fundamentos do Comércio Internacional 26 Taxa de câmbio nominal: é o preço da moeda (divisa) estrangeira em temos da moeda nacional ou vice-versa. No caso do Brasil é quanto se precisa em termos da moeda nacional (Real) para se comprar uma unidade de uma moeda estrangeira. Seu preço é determinado pela oferta e demanda de divisas. Ex.: Brasil: U$ 1,00 = R$ 2,30 Exterior: R$ 1,00 = U$ 0,44 Obs.: Como no Brasil a definição de câmbio é “diferente”; um aumento da taxa de câmbio implica em desvalorização e uma redução implica em valorização... Ex.: U$ 1,00 = R$ 2,30 Þ U$ 1,00 = R$ 2,50 à Desvalorização Oferta de Divisas: depende do volume de exportações e da entrada de capitais externos; Demanda de Divisas: depende do volume das importações e da saída de capitais externos (amortização de empréstimos, remessa de lucros, pagamentos de juros, etc.). O Setor Externo: Taxa de Câmbio e Regimes Cambiais 27 Taxa Fixa de Câmbio: o Banco Central fixa a taxa de câmbio: • Maior previsibilidade aosagentes do mercado. • Evita aumentos de preços de produtos importados, sendo, portanto, útil para controle da inflação. Taxa de Câmbio Flutuante: a taxa é determinada pelo mercado de divisas (oferta e de demanda): • Dirty Floating: (mais adotado) regime de câmbio flutuante, mas com intensa atuação do Banco Central, na venda e na compra, que procura mantê-la em níveis relativamente estáveis; • Minibanda cambiais: o regime é flutuante, porém dentro de limites fixados pelo Banco Central. O Setor Externo: Taxa de Câmbio e Regimes Cambiais 28 O Setor Externo: Taxa de Câmbio e Regimes Cambiais Câmbio Flutuante (Flexível) · BC fixa a taxa de câmbio; · O mercado determina a taxa de câmbio; · BC é obrigado a disponibilizar reservas cambiais. · BC nãoé obrigado a disponibilizar reservas cambiais. · Maior controle da inflação (custo das importações). · Política monetária mais independente do câmbio. · Reservas cambiais mais protegidas de ataques especulativos. · Reservas cambiais vulneráveis a ataques especulativos; · Ataxa decâmbio ficamuito dependente da volatilidade do mercado financeiro nacional e internacional; · A política monetária (taxa de juros) fica dependente do volume de reservas cambiais. · Maior dificuldade de controle daspressões inflacionárias, devido às desvalorizações cambiais. Desvantagens Câmbio Fixo Características Vantagens 29 Valorização (apreciação) Taxa de câmbio cai (moeda nacional mais forte) Importadores pagarão menos reais por dólar e tendem a importar mais, aumentando a concorrência com os nacionais (âncora cambial). Pressão pela queda dos preços internos (Aumenta a eficiência produtiva, pelo aumento da competição) O Setor Externo: Efeito das Variações na Taxa de Câmbio sobre Exportações e Importações (Controle da Inflação) + Política de Abertura Comercial (liberação de Importação) Custos: • Setor Exportador (perde mercado pelo alto custo relativo de seu produto). • Setores protegidos que passarão a sofrer concorrência. 30 Desvalorização(depreciação) Taxa de câmbio sobe (moeda nacional mais fraca) Pode proporcionar um aumento nas Exportações e redução das Importações (leva um certo tempo p/ essa resposta) Pressão sobre os custos de produção (Aumento no custo das Importações, incluindo produtos essenciais (demanda inelástica) Ex: Petróleo. ) O Setor Externo: Efeito das Variações na Taxa de Câmbio sobre Exportações e Importações (Controle da Inflação) Custos: • Aumento do nível geral de preços – inflainflaççãoão de de custoscustos ((passpass--throughthrough)) 31 As transações internacionais são influenciadas pelos preços internacionais. Os dois preços internacionais mais importantes são a taxa de câmbio nominal e a taxa de câmbio real. • Taxa de câmbio nominal: é a taxa à qual se pode trocar a moeda de um país pela moeda de outro país; • Taxa de câmbio real: é a taxa à qual se pode trocar os bens e serviços de um país pelos bens e serviços de outro país, ou seja, compara o preço de bens domésticos e internacionais na economia doméstica. A taxa de câmbio real é o preço em reais de uma cesta de bens estrangeiros, em relação à uma cesta brasileira. ØA taxa de câmbio real é um fator chave na determinação de quanto um país exporta e importa. O Setor Externo: Taxa de Câmbio Real e Nominal *Tx de Câmbio Nominal*Preço ExternoTx de Câmbio Real Preço Interno ePR P = = = 32 Exemplo: Preço de um automóvel produzido no Brasil = R$ 15.000,00 Preço de um automóvel produzido nos EUA = US$ 12.000,00 e = taxa de câmbio nominal = R$ 1,00/US$ 1,00 R = taxa de câmbio real = (1,00 X 12.000) / 15.000 = 0,8 ConclusãoConclusão: : o automóvel norte-americano é 20% mais barato que o brasileiro. Supondo agora e = R$ 1,25/US$ 1,00 Þ R = 1,0 Desvalorização real da moeda brasileira: o automóvel norte-americano passou a ter o mesmo preço que o brasileiro. O mesmo resultado poderia ser obtido com uma elevação do preço em US$ nos eua e/ou com uma redução do preço em R$ no Brasil. D% R = D% e + D% P* - D% P O Setor Externo: Taxa de Câmbio Real e Nominal 33 A teoria da paridade do poder de compra é a teoria mais simples e mais aceita para explicar as variações da taxa de câmbio. • é baseada no princípio chamado de lei do preço único; • de acordo com a lei do preço único, um bem precisa ter o mesmo preço em todos os países, quando medido na mesma moeda. • se o poder de compra de uma moeda é imutável no país e no resto do mundo, então a taxa de câmbio real não pode mudar. A taxa de câmbio nominal entre as moedas de dois países deve refletir os diferentes níveis de preços destes países. O Setor Externo: Taxa de Câmbio Real e Nominal (Paridade de Poder de Compra – PPP) 34 Seja: i = taxa de juros doméstica no período de aplicação ß Para cada unidade de moeda doméstica investida no ativo financeiro doméstico ganha-se (1 + i) unidades de moeda doméstica ao final do período de aplicação ß i*= taxa de juros estrangeira no período de aplicação e = taxa nominal de câmbio ß Para comprar o ativo financeiro estrangeiro, deve-se primeiro comprar moeda estrangeira ß Para cada unidade de moeda doméstica obtém-se (1/e) unidades de moeda estrangeira ß Ao final do período de aplicação, obtém-se (1/e)(1 + i*) unidades de moeda estrangeira ß Ao final do período de aplicação, deve-se converter novamente o montante anterior em unidades da moeda estrangeira para unidades da moeda doméstica O Setor Externo: Taxa de Câmbio Real e Nominal (Paridade da Taxa de Juros) 35 Caso espere-se que a taxa de câmbio nominal será ee ao final do período de aplicação, o rendimento esperado em unidades de moeda doméstica da aplicação no ativo financeiro estrangeiro é: (1/e) (1 + i* ) ee ß Ao avaliar,os as vantagens do ativo financeiro estrangeiro, não devemos levar em conta apenas as taxas de juros doméstica e estrangeira, mas também a evolução esperada da taxa de câmbio durante o período de aplicação ß Supondo que os investidores financeiros desejam adquirir apenas o ativo financeiro que apresenta a taxa de retorno mais elevada, eles serão indiferentes quanto a adquirir um ativo financeiro doméstico ou um estrangeiro apenas quando estes gerarem a mesma taxa esperada de retorno: (1 + i ) = (1/ e)(1 + i*) ee ß i @ i* + ee – e e (ee – e)/e = taxa esperada de desvalorização cambial O Setor Externo: Taxa de Câmbio Real e Nominal (Paridade da Taxa de Juros) 36 Conclusão: A taxa de juros doméstica deve ser aproximadamente igual à taxa de juros estrangeira mais a taxa de desvalorização esperada para a moeda doméstica. Entretanto, deve-se levar em conta não apenas o retorno esperado, mas também os custos e riscos envolvidos Exemplo: i = 5,8%, i* =3,9% Þ 5,8 @ 3,9 + ee Þ ee @ 1,9% • e > ee Þ deve-se comprar o ativo estrangeiro Embora a compra do ativo financeiro estrangeiro gere uma quantidade menor de moeda estrangeira ao final do período de aplicação, a moeda estrangeira valerá proporcionalmente mais em termos da moeda local. • e < ee Þ deve-se comprar o ativo doméstico O Setor Externo: Taxa de Câmbio Real e Nominal (Paridade da Taxa de Juros) 37 Qdo a taxa real de juro Interna aumenta em relação à Externa Tendência de aumento do fluxo de capitais financeiros internacionais para o país Aumentando a oferta de divisas (dólar) Promovendo uma queda na taxa de Câmbio (valorização da moeda nacional) Paralelamente, os nacionais ficam atraídos a investir no mercado interno de capitais, diminuindo a saída de divisas do país e, assim, a demanda de divisas. O Setor Externo: Taxa de Câmbio Real e Nominal (Paridade da Taxa de Juros) 38 Exportações: onde: P* = preços externos (denossos produtos) em dólares Pi = preços internos (domésticos) em reais e = taxa de câmbio (reais por dólar) Yw= Renda Mundial Sub = Subsídios e incentivos às exportações Importações: onde: P* = preços externos (de nossos produtos) em dólares Pi = preços internos (domésticos) em reais e = taxa de câmbio (reais por dólar) Yw = Renda Nacional Tm = Tarifas e barreiras às importações ( Tm ) O Setor Externo: Variáveis que afetam as Importações e Exportações Agregadas *, , , ,iX f P P e Yw Sub -+ + + +æ ö = ç ÷ è ø *, , , ,i mM f P P e Y T +- - + -æ ö = ç ÷ è ø 39 Política Cambial • Regime de taxas fixas de câmbio • Regime de taxas flutuantes de câmbio (Dirty Floating) • Regime de bandas cambiais (banda inferior e superior em que o câmbio pode flutuar) Política Comercial • Alterações das Tarifas sobre Importações: üSubstituição de Importações: imposto sobre importações maiores; üAbertura comercial ou liberalização das importações: imposto sobre importações menores); • Regulamentação do Comércio Exterior üEntraves burocráticos üBarreiras qualitativas O Setor Externo: Políticas Externas 40 Vantagens: • Eleva a liquidez internacional: maiores possibilidades de financiamento de déficits em transações correntes; • No Brasil, a entrada de capitais de curto prazo teve uma vantagem adicional: ao possibilitar a valorização da taxa de câmbio, contribuiu para o sucesso do Plano Real (âncora cambial). Desvantagens: • Eleva a vulnerabilidade externa do país frente a crises financeiras internacionais. Exemplo: vulnerabilidade da economia brasileira nos anos 90; • Taxas de câmbio e juros mais instáveis; • Efeito contágio • Conspira contra a globalização produtiva O Setor Externo: Globalização Produtiva e Financeira 41 VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2011. VASCONCELLOS, Marco Antonio S. & GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. REFERÊNCIAS 42
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