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DIREITO CIVIL I – AULA 13 INVALIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: É o negócio que não produz os efeitos desejados pelas partes. NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE: O negócio jurídico é inexistente quando lhe falta algum elemento estrutural. Ex.: Se não houve manifestação da vontade. Logo o ato não existe. O ato inexistente não produz efeitos, o nulo pode produzir alguns. NULIDADE: A nulidade pode ser absoluta e relativa; Total e parcial; Textual e virtual. Nos casos de nulidade absoluta existe um interesse social, além do individual, para que se prive o ato ou negócio jurídico dos seus efeitos específicos, visto que há ofensa a preceito de ordem pública e assim afeta a todos. Por essa razão pode ser pronunciada por qualquer interessado, devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz (art. 168, parágrafo único, CC). A nulidade relativa é denominada anulabilidade e atinge os negócios que se acham inquinados de vício capaz de lhes determinar a invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado. Nulidade total – atinge todo o negócio jurídico. Nulidade parcial – afeta somente parte dele. Nulidade textual – quando vem expressa na lei. Nulidade virtual ou implícita – quando não sendo expressa pode ser deduzida de expressões como “não podem” (arts. 489, 548, 549, 1.428, 1.475, 1.548, 1.521, CC); “não de admite” (arts. 380, 426, 483, 485, 1.521, CC). CAUSAS DE NULIDADE: O CC, levando em conta o respeito à ordem pública, formula exigências de caráter subjetivo, objetivo e formal. Art. 166, CC – Considera-se nulo o negócio jurídico quando: DIFERENÇAS ENTRE NULIDADE E ANULABILIDADE: NULIDADE: É de ordem pública e decretada no interesse da própria coletividade. Não pode ser sanada pela confirmação, nem suprida pelo juiz. Deve ser pronunciada de ofício pelo juiz e seu efeito é ex tunc (retroage a data do negócio, para lhe negar efeitos). A declaração judicial é de natureza meramente declaratória. Pode ser alegada por qualquer interessado, em nome próprio, ou pelo MP, quando lhe couber intervir em nome da sociedade que representa (art. 168, caput, CC). O negócio nulo não se valida com o decurso do tempo. O negócio nulo não produz nenhum efeito. ANULABILIDADE: É decretada no interesse privado da pessoa prejudicada, nele não se vislumbra o interesse público, mas a mera conveniência das partes. Pode ser suprida pelo juiz a requerimento das partes, ou sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação (art. 172, CC). A confirmação pode ser expressa ou tácita e retroage à data do ato Expressa: Quando há uma declaração de vontade. Tácita: Quando a obrigação já foi cumprida em parte pelo devedor, ciente do vício que a inquinava, ou quando deixa consumar-se a decadência. A confirmação não poderá se efetivar para prejudicar terceiro. Ex.: venda de imóvel por relativamente incapaz sem estar assistido e que o vendeu também a terceiro assim que completou a maioridade. Nesse caso a primeira alienação não poderá ser confirmada para não prejudicar terceiro adquirente. (art. 172, CC). A anulabilidade não pode ser pronunciada de ofício, depende de provocação dos interessados (art. 177, CC) e não se opera antes de julgada por sentença. O efeito de seu reconhecimento é ex nunc. A sentença é de natureza desconstitutiva, pois o negócio anulável vai produzindo efeitos, até ser pronunciada sua invalidade. Só pode ser alegada pelos interessados (prejudicados), seus efeitos aproveitam apenas aos que alegaram, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade (art. 177, CC) Ler o art. 180, CC. A anulabilidade gera a decadência. Quando a lei não dispuser prazo determinado, o prazo será de dois (02) anos a contar da data da conclusão do ato – Art. 179, CC. O negócio anulável produz efeitos até o momento em que é decretada a sua invalidade. DISPOSIÇÕES ESPECIAIS A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio (art. 183, CC). Ex.: testamento em que se dispõe de bens e reconhece filho. Invalidado o testamento por descumprimento de formalidades legais, não será prejudicado o reconhecimento. CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO: Art. 169, CC. Dois requisitos: Objetivo: concerne a necessidade de que o segundo negócio em que se converteu o nulo tenha os mesmos elementos fáticos deste; Subjetivo: relativo a intenção das partes de obter o efeito prático resultante do negócio em que se converte o inválido. SIMULAÇÃO: É a declaração, falsa, enganosa, da vontade visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. A simulação é produto de um conluio entre os contratantes, visando obter efeito diverso que o negócio aparenta conferir. Não é vício de consentimento, pois não atinge a vontade em sua formação. Trata-se de vício social. CARACTERÍSTICAS DA SIMULAÇÃO: Em regra é um negócio jurídico bilateral, resulta de acordo entre duas partes para lesar terceiro ou fraudar a lei. É sempre acordada com a outra parte ou com as pessoas a quem ela se destina. É uma declaração desconforme com a intenção. É realizada com o intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei. ESPÉCIES: Simulação Absoluta: as partes na verdade não realizam nenhum negócio. A declaração de vontade destina-se a não produzir um resultado. Destina-se a prejudicar terceiro. Ex.: emissão de títulos de crédito em favor de amigos e posterior dação em pagamento de bens, para pagar os títulos. Simulação Relativa: as partes pretendem realizar determinado negócio, prejudicial a terceiro ou em fraude à lei. Para escondê-lo realizam outro negócio. Compõem-se de dois negócios, o simulado e o dissimulado (oculto); Mas verdadeiramente desejado. Ex.: homem casado vende a um terceiro que transferirá o bem a concubina.
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