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DIREITO CIVIL I – AULA 12 Fraude Contra Credores: Art. 158, CC. É vício social que se dá pela prática de disposição patrimonial pelo devedor com o propósito de prejudicar o credor, em razão do esvaziamento ou diminuição do patrimônio daquele. A fraude a credores é artifício malicioso empregado pelo devedor com o fito de impor prejuízo ao credor, impossibilitando-o de receber o crédito pelo esvaziamento ou diminuição do patrimônio do devedor. Elementos: Diminuição do patrimônio do devedor até a sua insolvência; Intuito malicioso do devedor de causas dano (elemento de cunho subjetivo – nominado consillium fraudes) O eventus domni (elemento objetivo) é representado pelo prejuízo. A fraude a credores só trará prejuízo quando tiver feito nascer ou aumentar a insolvência do devedor. O consillium fraudes pode ser praticado isoladamente (como na renúncia à herança) ou aliado a terceiro, na venda fraudulenta de bens. Nesse, há que se demonstrar que o terceiro sabia ou tinha como saber da redução do alienante (devedor) ao estado de insolvência. O negócio só será invalidado se provar a má-fé do terceiro adquirente. Hipóteses em que se presume o ânimo fraudulento: Na transmissão gratuita de bens, ex.: doação; Na remissão de dívidas; Na celebração de contratos onerosos do devedor com terceiros em casos nos quais a insolvência seja notória, pública (art. 159, CC); Na antecipação de pagamento (art. 162, CC); No pagamento de dívida ainda não vencida, por colocar alguns dos devedores em posição desfavorável, quebrando a igualdade (art. 162, CC); Na outorga de direitos preferenciais a um dos credores (art. 163, CC), como a instituição de hipoteca ou penhor em favor de um dos credores. O meio para ser reconhecida a fraude a credores se dá pela ação pauliana, também chamada de ação revocatória. A fraude a execução ocorre quando o ato de alienação é praticado depois da propositura da ação contra o devedor. A fraude a execução pode ser reconhecida nos próprios autos de procedimento executório, não exigindo procedimento específico portanto. A corrente doutrinária moderna que entende que o ato praticado em fraude contra credores é plenamente válido, apenas sendo ineficaz em relação ao credor do alienante, uma vez que lhe será permitido buscar no patrimônio do terceiro adquirente o bem alienado em fraude. Estado de Perigo: Art. 156, CC. O estado de perigo ocorre no momento em que se declara a vontade, assumindo obrigação excessivamente onerosa, por conta da necessidade de salvar a si ou alguém a que se liga por vínculo afetivo. O agente somente assume a obrigação por conta do perigo atual ou iminente, limitando a liberdade de manifestação. Dois (02) Elementos: (falar o outro) Um de ordem objetiva: assunção de obrigação exageradamente onerosa no momento da exteriorização da vontade, o dano tem que ser atual ou iminente. Um de natureza subjetiva: condição de inferioridade que se encontrava a vítima no momento da contratação e o dolo de aproveitamento daquele que causa o estado de perigo. Elementos: Existência de grave dano; que o dano seja atual ou iminente; que o perigo seja a causa determinante da declaração; o conhecimento do perigo pela outra parte; existência de obrigação onerosa excessivamente; intenção do declarante de salvar a si ou a pessoa de sua família ou a terceiro. Cabível o Art. 157, § 2º, CC no estado de perigo.
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