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RESUMO CIVIL AULA 09 1

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RESUMO CIVIL AULA 09 
 
 
­ Fato jurídico (pag 125):​Distintos em jurídicos e não jurídicos.​Os não jurídicos ou imateriais                               
ou ajurídico. são aqueles irrelevantes para o direito. Um evento simples sem importância,                         
natural ou humano.​EX: A chuva é um simples evento, acordar e abrir os olhos, ser convidada                                 
para ser madrinha ou padrinho de um filho​. ​Já os fatos jurídicos é qualquer acontecimento                             
natural ou humano (​latu sensu​) que vá criar, extinguir ou modificar direitos. São os fatos                             
valorados, normatizados (Miguel Reale) pelo direito e que dividem­se em: ​Natural (stricto                       
sensu)​ ou ​Humano​. 
 
­ Natural (stricto sensu): ​É um acontecimento ou que se adquire, ou extingue, ou modifica                             
um direito sendo ​decorrente de um evento da natureza; e por esses motivos tem relevância                             
para o mundo jurídico. Não há elemento volitivo neste evento. Não é necessária a efetivação                             
dos fatos jurídicos; basta a capacidade de produzi­los. Ou seja, a simples incidência de regras                             
jurídicas sobre um evento já o torna fato jurídico (Pontes de Miranda). Todo evento é capaz                               
de provocar consequências jurídicas que impedem a vontade humana. Dividimos estes em                       
ordinários​ e ​extraordinários​. 
 
­ Ordinários: Todo ​fato comum da vida que é previsível e tem importância pro Direito.                             
(concepção, nascimento, crescimento (maioridade civil) e morte. Também se tem a                     
prescrição, que é a extinção da pretensão e a decadência que é a extinção de um direito,                                 
pois ambos são elementos da decorrência natural do tempo​. 
 
­ Extraordinários: todo fato natural ​incomum da vida (imprevisível)​. Um acaso. Dividindo­se                       
em ​caso fortuito e ​força maior​. Ambos não incidentes de responsabilidade civil. ​(raios,                         
tempestades, furacões, terremotos...) 
 
­­­ Caso Fortuito: ​É um evento totalmente imprevisível. EX: andando de carro um poste cai                             
no carro. 
 
­­­ força Maior: ​É um evento que mesmo que previsível não se pode controlar. Ex: Ressaca                               
do mar, que era sabida, que invade a cidade e não se tem o que fazer.  
 
 
­ (pag 125/126) Humano ou voluntário ou jurígeno: ​É todo acontecimento, ou ação,                         
voluntária ​(elemento volitivo) humana, que produz efeitos jurídicos pela​Aquisição​(Aqueles                     
que criam uma relação jurídica)​, ​modificação ​(Aqueles que alteram uma relação jurídica                       
existente)​, ​extinção ​(Aqueles que põem fim a uma relação jurídica) ou conservação dos                         
direitos e deveres, por vontade humana comissiva ou omissiva. Classificado em ​ilícito ou                         
lícito​. 
 
­ Ilícito ​Art. 186​: ​Todo comportamento humano​contrário ao ordenamento jurídico​,​a moral,                         
a ordem pública e aos bons costumes que não deveria ter acontecido. Este se dá pela                               
apuração da responsabilidade patrimonial pelos danos causados a outrem​. Este tipo de                       
comportamento é ​ilícito em seu conteúdo​, pois o agente está violando o limite dos seus                             
direitos de ação a outrem, ​e em seu resultado​, pois causa dano ao bem jurídico tutelado de                                 
outrem. Ou seja, ​duplamente ilícito​. Também o abuso de direito previsto no ​Art. 187 ​CC é                               
considerado ilícito. Porém este ​somente causa danos a outrem​, pois seus direitos são                         
 
 
previstos como legais, mas foram extrapolados por seu utilizador. Os atos não ilícito estão                           
previstos no ​artigo 188 do CC​. (vide também responsabilidade civil. Lá tem mais sobre atos                             
ilícitos) 
 
­ Lícito: ​É a toda ação volitiva humana em conformidade com o ordenamento jurídico que vá                               
criar, modificar ou extinguir direitos. Também chamado ato jurídico em sentido amplo,​lato                         
sensu​, pois compreende os três ​diferentes efeitos dos atos humanos lícitos. ​Ato jurídico                         
stricto sensu ou sentido estrito​, ​Negócio jurídico​ e ​Ato­fato jurídico​. 
 
­ ​Ato jurídico Stricto sensu ou em sentido estrito:​É aquela ação humana cujos efeitos estão                               
previstos na lei, os efeitos não decorrem da manifestação de vontade das partes​. Ou seja,                             
são atos que estão restritos a lei. O agente cumpre exatamente o que está escrito na lei.                                 
Qualquer ​vontade humana posterior a este ato gerador, não terá força para criar, modificar                           
ou extinguir o ato humano lícito jurídico​. Por isso da afirmação que sua eficácia é​ex lege, por                                   
fora da lei​. Importante! Qualquer ausência de formalidade legal descaracteriza o ​stricto                       
sensu. ​Exemplo de Stricto sensu: Perfilhação. Se alguém, por ato de última vontade,                         
reconhece filho legítimo, registra­se uma ação do homem, cujos efeitos são preordenados                       
pela lei. A este ato segue­se a repercussão admitida no ordenamento. Ou seja, o filho terá                               
direito a integrar a sucessão do pai, a usar de seu nome, enfim, a uma gama de direitos que                                     
resultam daquele ato volitivo do homem. Assim os fatos jurídicos resultantes do                       
reconhecimento do filho pelo pai ​são atos não­negociais, pois são efeitos não resultantes da                           
vontade e, sim, resultantes do ordenamento jurídico​. Assim também como a adoção. Depois                         
de feita se faz obrigatório o cumprimento dos deveres de familiar responsável não sendo                           
revogável este ato. 
 
­ Negócio jurídico: ​É uma ação humana lícita, da qual os efeitos decorrem da autonomia da                               
vontade das partes​. Ou seja, atos negociais cujo o conteúdo, efeitos ou consequências,​são                           
determinados pela vontade das partes​, ​ex voluntate​. Uma Autonomia privada, criadora de                       
um instituto jurídico próprio voltado pra composição de interesses das partes em busca de                           
uma finalidade legal. EX: todos os contratos, promessas de recompensas, testamentos, etc...                       
O código civil pode trazer algumas regras para o ato, porém os efeitos ou consequências                             
decorrem da vontade das partes! 
 
­ Ato­fato jurídico: ​Quando ​não se é levado em consideração a vontade do agente na                             
realização do fato. Ou seja não importa a intenção da pessoa que realizou o ato jurídico.                               
Tem relevância ​somente o efeito que o ato produziu​. ​Não havendo regramento específico                         
sobre​. EX: um menino pesca um peixe no mar. O que motivou o menino não importa. O que                                   
importa é que depois de pescado o peixe, passa a ser propriedade do menino. Ou seja, é                                 
toda ação humana que não tem elemento volitivo, ausente de consciência em sua criação,                           
ou aquilo que não preencher os quesitos para as outras ações jurídicas, naturais, ou                           
humanas, ilícitas ou lícitas, é considerado ato­fato jurídico. Esta figura foi criadapor​Pontes                           
de Miranda​. ​No diz que temos por ato­fato jurídico uma ação humana, que não se encaixa                               
em negócio jurídico nem tão pouco em atos jurídicos em sentido estrito, pois o agente não                               
tem consciência do ato praticado, embora haja relevância para o mundo jurídico.  
 
Obs: Casamento: ​Três correntes. Primeira corrente diz que é jurídico em sentido ​stricto                         
sensu​, pois tem o elemento volitivo e depois que se casa o casal se submete a lei que rege                                     
este patrimônio. A segunda corrente Contratualista (francesa) diz que o é um contrato, pois                           
tem o elemento volitivo mas este com vício na manifestação da vontade. Ou seja, por erro,                               
defeito do negócio jurídico, que para o casamento se encaixa os ​Arts 1556 e 1557 CC​. Ex:                                 
crimes anteriores ao casamento em desconhecimento até então, mudança de sexo, entre                       
 
 
outros do gênero. A terceira corrente diz que da manifestação das partes nasce uma                           
instituição do direito civil com normas estabelecidas próprias, ou seja, é a junção das duas                             
primeiras correntes.  
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os princípios são as forças basilares de uma ciência e guiam suas teorias e leis. Os princípios 
atuam como verdadeiras constituições de cada respectivo ramo de uma ciência: uma vez 
que suas teorias e leis ultrapassam suas fronteiras ou elas não valem ou provocam uma 
ruptura com o modelo que as cerca. Assim, a Teoria Geral do Direito Privado, presente na 
Parte Geral do Código Civil, traz acertadamente em seu Livro III a figura dos Fatos Jurídicos 
para moldar alguns dos princípios básicos do Direito Privado. 
 
Logo no início do Livro III, ao tratar dos negócios jurídicos, o Código Civil estipula as 
condições de validade desse último, que segundo o art. 185 do mesmo diploma legal, se 
aplicam também aos atos jurídicos lícitos. Uma questão que surge então é: como diferenciar 
negócio jurídico do ato jurídico lícito? São institutos iguais ou diferentes? 
 
O presente ensaio discorre sobre o tema abordando as principais vertentes dessa questão, 
bem como a classificação dos Fatos Jurídicos em sentido amplo e seus desdobramentos 
axiológicos. 
 
2. FATOS JURÍDICOS 
 
Muitas vezes nos deparamos com situações das mais diversas e não reparamos que o 
desenrolar de tais situações afetam o mundo jurídico. Ao achar uma pérola em alto mar e se 
apossar dela, o sujeito estará tomando para si a propriedade sobre uma res nullius. Alguém 
que joga no lixo de seu condomínio um pertence, estará realizando um ato de derelictio, 
abandonando uma coisa sua. Todos esses atos repercutem no mundo do Direito e todos os 
fatos com essa qualidade são chamados de fatos jurídicos. Exemplos análogos podem ser 
extraídos da obra de José Abreu Filho, O Negócio Jurídico e sua Teoria Geral. 
 
Destarte, encontramos vários conceitos de fatos jurídicos que ao se diferirem na forma, não 
o fazem tanto no aspecto semântico. Arnoldo Wald ensina que “os fatos jurídicos são 
aqueles que repercutem no direito, provocando a aquisição, a modificação ou a extinção de 
direitos subjetivos”. Conceito mais antigo, mas nem por isso menos importante, vem de 
Savigny que expressa que fatos jurídicos são os acontecimentos em virtude dos quais as 
relações de direito nascem e se extinguem (apud CARRIDE, 1997, p.3) . 
 
De outro lado, alguns acontecimentos não repercutem no mundo jurídico e em nada afetam 
as relações jurídicas. A esses fatos dá­se se o nome de fatos materiais, simples ou neutros. 
 
Dessa forma, o ponto crucial para a diferenciação de fatos jurídicos e fatos materiais é a 
presença ou não da repercussão jurídica. Como assinala José Abreu Filho, a natureza do fato, 
sua procedência, será irrelevante. Assim, para determinar se um fato é jurídico ou material, 
deve­se analisar as circunstâncias que o envolvem e não as que o geram. Exemplo clássico 
reproduz as consequências de um evento da natureza. Suponhamos que por força de uma 
forte tempestade, uma árvore caia e acerte em cheio um automóvel que estava próximo 
 
 
dela. Caso o proprietário do automotor tenha seu bem segurado, poderá cobrar da 
seguradora o valor estipulado em contrato, qualificando o acontecimento como um fato 
jurídico. Caso contrário ­ o automóvel não era segurado ­ o acontecimento não geraria efeito 
jurídico algum, se enquadrando como um fato material. 
 
 
 
2.1 Classificação dos fatos jurídicos 
 
A primeira classe dos fatos jurídicos representa os acontecimentos que independem da 
vontade. Nelas não há o elemento volitivo que caracteriza a conduta humana. São os fatos 
da natureza ou acontecimentos naturais. 
 
Esses fatos da natureza também são divididos em ordinários e extraordinários. Os primeiros 
ocorrem com mais frequência como o nascimento e a morte. Já os extraordinários ocorrem 
com menos frequência como o caso fortuito e a força maior. 
 
Exaurida a análise sobre os acontecimentos que independem da vontade, tem­se agora 
aqueles que se originam por uma manifestação volitiva da pessoa humana. Tal tema suscitou 
constantes debates ao longo do tempo. 
 
A classificação feita pelo brilhante Professor Vicente Ráo nos apresenta três tipos de fatos 
jurídicos derivados da vontade humana. O primeiro compreende os fatos voluntários lícitos 
que por sua vez englobam as ações materiais que recaem sobre coisas do mundo físico, ou 
afetam a situação material de quem as pratica' e as manifestações de vontade “consideradas 
como pressupostos dos efeitos assinados e ordenados rigidamente por lei” (1). Os fatos 
voluntários ilícitos compreendem o segundo tipo de fatos oriundos da vontade humana, 
segundo o supracitado autor. Ao cometer um fato ilícito, que tem definição no presente 
Código Civil Brasileiro em seu artigo 186, é verdade que o agente não o faz com a vontade de 
desencadear as sanções e repressões que o acompanham. Ele o faz com o intuito de evitar 
algum prejuízo maior, pois para ele a sanção é mais conveniente do que o cumprimento da 
obrigação. Dessa forma, mesmo que o efeito causado não seja diretamente movido pela 
vontade do sujeito, a ilicitude de seu ato cria uma responsabilidade, oriunda de uma 
conduta negativa, a de não cumprir a obrigação. Assim, os fatos lícitos e ilícitos são 
previamente prescritos em lei, sendo essa uma das características marcantes que os 
separam da próxima categoria de fato jurídico oriundo da vontade humana explicitado por 
Vicente Ráo: os atos jurídicos. Os atos jurídicos diferem dos outros fatos voluntários pela 
maior relevância da vontade. Assim, a vontade nos atos jurídicos visa alcançar, direta e 
imediatamente, os efeitos práticos protegidos pela norma e recebe desta o poder de 
auto­regulamentar os interesses próprios do agente(2). Diferentemente de Vicente Ráo, os 
alemães adotaram outro modelo de classificação relativo aos fatos jurídicos voluntários. 
Oriunda dos Pandetistas alemães, essa outra forma de classificação assume que os fatos 
jurídicos voluntários são divididos em negócios jurídicos e atos não­negociais. Os negócios 
jurídicos regulam interesses privados e emanam da autodeterminação das partes na relação 
jurídica. Destarte, ​os negócios jurídicos são a ponte entre a vontade humana e a 
concretização de efeitos pretendidos pela vontade reconhecidos pelo Direito​. Semelhante 
posição adota José Abreu ao enunciar que o negócio jurídico seria resultante daquele 
elemento comum, ou seja, de uma atuação do homem, gerando aquela sincronização entre 
sua vontade e os efeitos por ele desejados'. 
 
A outra categoria de fatos jurídicos voluntários enunciada pelos Pandetistas alemãescorresponde aos atos não­negociais. ​Nos atos não­negociais os efeitos derivam do 
cumprimento da lei, não sendo diretamente oriundos da vontade​. Vejamos o exemplo do 
eminente Professor José Abreu: 
 
...se alguém, por ato de última vontade, reconhece filho legítimo, registra­se uma ação do 
homem cujos efeitos são preordenados pela lei. A este ato segue­se a repercussão admitida 
no ordenamento. O filho terá direito a integrar a sucessão do pai, a usar de seu nome, enfim, 
a uma gama de direitos que resultam daquele ato volitivo do homem. Assim os fatos 
jurídicos resultantes do reconhecimento do filho pelo pai são atos não­negociais pois são 
efeitos não resultantes da vontade e, sim, resultantes do ordenamento jurídico. ​Os atos 
não­negociais ainda se dividem em atos de mera atividade material e atos jurídicos strictu 
sensu ou atos semelhantes ao negócio jurídico.​ Essa última classificação não é objeto do 
presente ensaio. A teoria unitária e a teoria dualista do negócio jurídico. Como exposto 
anteriormente, a classificação de Vicente Ráo não menciona a nomenclatura negócio 
jurídico. Para Vicente Ráo a noção de ato jurídico coincide, em substância, com a de negócio 
jurídico formulada pela doutrina alemã(3). O renomado autor é um dos expoentes da teoria 
unitária em nosso Direito como expõe em sua grande obra intitulada Ato Jurídico. Essa 
posição pode ser derivada da antiga nomenclatura do Código Civil de 1916, que utilizava o 
termo ato jurídico para conceituar tanto o ato jurídico quando o negócio jurídico, conforme 
informa a passagem abaixo:<br><br>“O negócio jurídico é, portanto, uma categora geral, a 
qual, como vimos, vem em nosso Código anterior definida como ato jurídico, no art. 
81”(VENOSA, 2006).<br><br>A doutrina dos Pandetistas alemães, por outro lado, prega a 
teoria dualista, ao separar ato de negócio jurídico. Assim, o negócio jurídico tem caráter 
autônomo e espécie de qual ato jurídico é gênero.<br><br>2.4 O Direito brasileiro 
hoje<br><br>À primeira vista, o Código Civil vigente em território nacional, frente o embate 
entre a teoria unitária e a dualista, parece ter adotado a segunda posição, pelo menos no 
tocante à nomenclatura. O citado diploma legal preferiu adotar a nomenclatura negócio 
jurídico a ato jurídico.<br><br>Tratando­se da divisão dos fatos jurídicos decorrente da 
vontade humana, os atos jurídicos, o Código Civil os divide em três categorias: atos jurídicos 
lícitos, atos ilícitos e negócios jurídicos. Essas três categorias vêm dispostas no Livro III da 
Parte Geral do Código, sendo que os negócios jurídicos dão destrinchados no Título I, os Atos 
Jurídicos Lícitos no Título II, ainda que sob o manto de apenas um artigo, e o os Atos Ilícitos 
no Título III.<br><br>Quanto à doutrina, sob a análise de Washington de Barros Monteiro, o 
atual Código empresta ao negócio jurídico o mesmo tratamento legal que o de 1916 
emprestava ao ato jurídico, ainda que não o defina.<br><br>Arnoldo Wald é mais explícito e 
à luz do atual Código explicita que ato jurídico é sinônimo de negócio jurídico. É o que se 
pode depreender em sua obra Direito Civil ­ Introdução e Parte Geral, que transcreve a 
seguinte passagem:<br><br>Os fatos voluntários ou atos subdividem­se em atos materiais 
ou de mera conduta e atos ou negócios jurídicos (declarações de vontade) (WALD, 2003)' 
 
Outro renomado autor, César Fiuza, adota postura diferente dos demais citados. Fiuza 
enuncia que negócio jurídico é espécie do gênero ato jurídico. Este último é dividido em atos 
jurídicos em sentido estrito, atos jurídicos ilícitos e negócio jurídico. Além disso, ressalta que 
o próprio Código Civil na maioria das vezes quando fala em ato jurídico se refere aos 
negócios jurídicos. 
 
Ao encontro do exposto por César Fiuza, Sílvio Rodrigues também entende que ato jurídico 
engloba o conceito de negócio jurídico. Porém esse último classifica o negócio jurídico como 
uma espécie de ato jurídico lícito. 
 
Seguindo a análise dos principais doutrinadores nacionais, Venosa retrocede ao Código de 
 
 
1916 e aponta que esse Código antigo não atentou para as diferenças entre ato jurídico e 
negócio jurídico. Segundo ele, o velho Código apenas se limitou a definir o que entendia por 
ato jurídico, sem mencionar a expressão negócio jurídico. Dessa forma, Venosa também vê 
diferenças entre ato jurídico e negócio jurídico, pois o mesmo afirma que: 
 
“Inobstante, porém, certa falta de técnica no tocante à estruturação dos negócios jurídicos 
em nosso Código anterior, corrigida no mais recente diploma, não há dificuldade para que a 
doutrina solidifique os conceitos dessa categoria geral, mas abstrata, que é o negócio 
jurídico”(VENOSA, 2006). 
 
Ainda que de acordo com a solidificação do conceito de negócio jurídico, como preconiza 
Venosa, notamos ainda a falta de consenso no tocante à sua classificação dentre os atos 
voluntários. 
 
Diante de tantas peculiaridades, parece­nos mais conveniente adotar a posição adotada 
pelos Pandetistas alemães e que vai ao encontro do entendimento de José Abreu Filho, 
César Fiuza, Sílvio Rodrigues e Venosa. Isso implica que para o presente trabalho, a teoria 
dualista do negócio jurídico é a mais conveniente. Adotamos essa posição por, de comum 
acordo com os pensadores acima relacionados, pensar que os negócios jurídicos, sendo atos 
negociáveis com maior relevância de vontade, têm natureza peculiar e se diferem dos 
demais atos jurídicos. 
 
Restringindo agora os negócios jurídicos à sua classificação dentre os fatos jurídicos oriundos 
da vontade humana, entendemos ser a mais adequada a posição adotada por César Fiuza. A 
divisão desses fatos em atos jurídicos em sentido estrito, atos jurídicos ilícitos e negócios 
jurídicos, parece­nos a melhor forma de classificar os conceitos presentes nas figuras 
discorridas no presente ensaio. Vale ressaltar aqui que os fatos jurídicos em sentido estrito, 
são aqueles que emanam da vontade da lei e podem ser perfeitamente enquadrados na 
nomenclatura atos jurídicos lícitos conforme preconiza o atual Código Civil. 
 
3. CONCLUSÃO 
 
Diante do exposto nesse ensaio, podemos notar a amplitude desse ramo da Teoria Geral do 
Direito Privado, o ramo dos Fatos Jurídicos. Desde a definição dos Fatos Jurídicos até a sua 
classificação, nota­se uma sistematização oriunda de evoluções doutrinárias. A 
sistematização dessa área do Direito Privado é de suma importância, pois molda seus 
princípios e regula as relações privadas. 
 
Regulamentar os acordos de vontade estipulando seus princípios é uma das funções 
precípuas do Direito Privado. Afinal, o que seria de nossa sociedade se os acordos não 
tivessem nenhuma garantia legal de serem cumpridos? 
 
Vale ressaltar que a regulamentação dos acordos não constitui um cerceamento da 
liberdade contratual e sim medidas para garantir a ordem pública. A liberdade contratual 
sob a forma da vontade humana é de grande relevo para essa área do Direito. O surgimento 
do conceito de negócio jurídico é um exemplo dessa importância. 
 
O negócio jurídico, sistematizado pelos alemães, fez com que divergências doutrinárias 
aparecessem, pois o Código de 1916 não os abordava. A solução então encontrada por 
Vicente Ráo foi equiparar os negócios jurídicos aos atos jurídicos. Isso não cessou as 
divergências. Com o intuito de encerrar a discussão, o novo Código Civil passou a adotar a 
 
 
nomenclatura negócio jurídico. Assim, atualmente a doutrina tem dado preferência à teoria 
dualista. 
 
Quanto à classificação dos atos voluntários, ainda que os doutrinadores atuais não se 
atentem muito para essa questão, ficou claro pelos fatos aqui mencionados que mesmo com 
o novo Código Civil essa questão não encontrou um senso comum. 
 
4. NOTAS 
 
1. Vicente Ráo, Ato Jurídico, cit., p.31 
 
2. Vicente Ráo, Ato Jurídico, cit., p.36 
 
3. Vicente Ráo, Ato Jurídico, cit., p.405. BIBLIOGRAFIA 
 
• CARRIDE, Norberto de Almeida. Vícios do Negócio Jurídico. São Paulo: Editora Saraiva, 
1997. 
 
• FILHO, José Abreu. O Negócio Jurídico e sua Teoria Geral. 4 ed. São Paulo, Saraiva, 1997. 
 
• FIUZA, César. Direito Civil, Curso Completo. 6 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. 
 
• MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil, Parte Geral. 40 ed. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2005. 
 
• RÁO, Vicente. Ato Jurídico. 4 ed. Editora Revista dos Tribunais, 1999. 
 
• RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil, Parte Geral. 32 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002. 
 
• VENOSA, Sílvio de Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 6 ed. 
São Paulo: Editora Saraiva. 2006. 
 
• VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil, Parte Geral. 4 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004. 
 
• WALD, Arnoldo. Introdução e Parte Geral. 10 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2003. 
 
 
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mais: ​http://jus.com.br/forum/243980/diferenca­entre­ato­juridico­e­negocio­juridico#ixzz3
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