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NEOCONSTITUCIONALISMO

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Neoconstitucionalismo
		Segundo o autor Leandro Vilela Brabilla, o neoconstitucionalismo “trata-se de um movimento teórico de revalorização do direito constitucional, de uma nova abordagem do papel da constituição no sistema jurídico, movimento este que surgiu a partir da segunda metade do século XX.
O neoconstitucionalismo visa refundar o direito constitucional com base em novas premissas como a difusão e o desenvolvimento da teoria dos direitos fundamentais e a força normativa da constituição, objetivando a transformação de um estado legal em estado constitucional.” (site: http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1764534/o-que-se-entende-por-neoconstitucionalismo-leandro-vilela-brabilla)
		O neoconstitucionalismo também pode ser chamado de constitucionalismo contemporâneo, constitucionalismo avançado ou constitucionalismo de direitos. Tem como marco histórico (são acontecimentos históricos de um certo momento histórico; para marcar um momento histórico é necessário que de alguma forma provoque mudanças na economia, política, religião, vida social, etc.) o pós-Segunda Guerra Mundial, sendo que, representa uma resposta as atrocidades (crueldades) cometidas pelos regimes totalitários (nazismo e facismo), justamente por isso, tem como fundamento a dignidade da pessoa humana.
O novo pensamento neoconstitucional reflete no conteúdo das Constituições. Antes as constituições se limitavam a estabelecer os fundamentos da organização do Estado e do poder, agora passa a prever valores em seus textos (principalmente referentes à dignidade humana) e opções políticas gerais (exemplo: redução das desigualdades) e específicas (exemplo: obrigação do Estado de prover educação e saúde).
O professor Luís Roberto Barroso explica que o neoconstitucionalismo identifica um amplo conjunto de modificações ocorridas no estado e no Direito Constitucional.
O marco histórico dessas mudanças é a formação do Estado Constitucional de Direito, cuja a consolidação ocorreu durante as últimas décadas do século XX. O Estado Constitucional de Direito começa a se formar no pós-Segunda Guerra Mundial, em face do reconhecimento da força normativa da Constituição. A legalidade das leis subordina-se a Constituição, sendo que, a validade das normas jurídicas depende da compatibilidade com as normas constitucionais. Há uma mudança de paradigmas: o Estado Legislativo de Direito (movimento no qual a lei possuía existência própria, independente de sua consonância com o texto constitucional) é substituído pelo Estado Constitucional de Direito.
O marco filosófico (princípios norteadores do ideal de determinada sociedade em seu tempo) do neoconstitucionalismo é o pós- positivismo, que reconhece a centralidade dos direitos fundamentais e reaproxima o Direito e a Ética. Busca-se a concretização dos direitos fundamentais e a garantia de condições mínimas ("mínimo existencial"). Segundo o autor Antonio Pires "O mínimo se refere aos direitos relacionados às necessidades sem as quais não é possível “viver como gente”. É um direito que visa garantir condições mínimas de existência humana digna, e se refere aos direitos positivos, pois exige que o Estado ofereça condições para que haja eficácia plena na aplicabilidade destes direitos." (site: http://antoniopires.jusbrasil.com.br/artigos/121940660/minimo-existencial-x-reserva-do-possivel)
Ainda dissertando acerca do marco filosófico, com o pós-positivismo, houve um processo de constitucionalização de direitos. A constituição ganha um forte conteúdo axiológico (valorativo), incorporando valores como os de justiça social, moralidade e equidade. No pós-positivismo, os princípios passam a ser encarados como verdadeiras normas jurídicas, e não mais como meios de integração do ordenamento.
O marco teórico do neoconstitucionalismo é o conjunto de mudanças que inclui força normativa da Constituição, a expansão da jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma dogmática da interpretação constitucional:
a) força normativa da Constituição- as normas constitucionais são aplicadas direta e imediatamente no limite de sua densidade (volume) jurídica. Busca-se a garantia e a concretização dos valores inseridos no texto constitucional. A constituição não deve ser vista como uma carta de intenções, mas como um conjunto de valores que devem ser aplicados na prática.
b) expansão da jurisdição constitucional- com a centralização da Constituição e a supremacia constitucional, começou a haver o controle de constitucionalidade das leis através de um dos órgãos jurisdicional, no caso do Brasil o Supremo Tribunal Federal, que também tem a finalidade de garantir a aplicabilidade e proteção dos direitos fundamentais.
 c)- desenvolvimento de uma nova dogmática (sistema) da interpretação constitucional- foi necessário elaborar novas categorias para a interpretação constitucional. Os elementos tradicionais da interpretação jurídica, gramatical, histórico, sistemático e teleológico, não foram derrotados, mas eram insuficientes para a interpretação constitucional. Foram desenvolvidas ou aprofundadas novas categorias como o emprego de cláusulas gerais, normatividade dos princípios, reconhecimento das colisões das normas constitucionais, etc.
Assim, a constituição passou a ser o centro do sistema jurídico. O neoconstitucionalismo está voltado a reconhecer a supremacia da Constituição, cujo conteúdo passou a condicionar a validade de todo o direito e a estabelecer deveres de atuação para os órgãos de direção política. A Constituição, além de estar, do ponto de vista formal, no topo do ordenamento jurídico, é também paradigma interpretativo de todos os ramos do direito.
OBSERVAÇÃO: Há um vídeo muito bom da TVJustiça que explica todo o conteúdo deste material, com o professor de Direito Constitucional Flávio Martins.
(https://www.youtube.com/watch?v=Q27o0pN8zco&index=1&list=PLyHUGQqCJLLmUeSjLkuI9503MXeKpKkzo)

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