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Direito Econômico

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Direito Econômico
Semana 1
 
Procedimento para uma melhor aprendizagem: Ler abaixo um resumo da matéria referente àesta semana. Tenha por objetivo aprofundar os conceitos aqui transmitidos nas obras indicados. Em existindo dúvidas, entre em contato pelo sistema eletrônico.
 
 
Noções introdutórias: Conceito de atividade econômica e de direito econômico, Autonomia, Necessidade de Codificação.
 
 
•Conceito de atividade econômica.  A atividade econômica compreende toda atividade de produção e consumo de bens naturais ou industriais.
 
 
•Conceito de direito econômico. O direito econômico compreende o instrumento jurídico através da reunião de normas que regulamenta as atividades econômicas, garantindo a atuação do Estado assegurando assim a ordem econômica e social.
 
 
•Autonomia do Direito Econômico. A constituição federal no artigo 24, I atribui competência à União, ao Estado e aos Municípios para legislar sobre o Direito Econômico.
Sendo assim, compreende ramo autônomo em virtude de ser possibilitado ao Estado a possibilidade de estruturar e regulamentar a Economia e os mercados através das políticas econômicas.
 
 
• Codificação. O Direito Econômico não possui uma codificação como acontece com outros ramos, a legislação extravagante é que o regulamenta.
Porém alguns como Fábio Nusdeo apresenta a proposta de um Código Econômico, em que pese ser essa disciplina abarcar diversos ramos do direito como o empresarial, o tributário, o direito do consumidor, o direito penal e também o ambiental.
 
 Na atualidade temos como legislação de ordem econômica
Lei nº.  4.595/64 (Mercado Financeiro)
Lei nº.  4.728/65 (Mercado de Capitais)
Lei nº.  6.385/76 (Mercado de Valores Mobiliários)
Lei nº.  6.404/76 (Sociedade Anônimas)
Lei nº.  8.078/90 (Defesa do Consumidor)
Lei nº.  8.884/94 (Abuso do Poder Econômico)
Lei nº.  9.279/96 (Lei de Propriedade Industrial)
Lei nº.  11.101/2005 (Lei de Falências)
Semana 2
 
Procedimento para uma melhor aprendizagem: Ler abaixo um resumo da matéria referente àesta semana. Tenha por objetivo aprofundar os conceitos aqui transmitidos nas obras indicadas. Em existindo dúvidas, entre em contato pelo sistema eletrônico.
 
Matéria: Previsão Constitucional, relação com os demais ramos do direito, vigência e eficácia das normas de direito econômico.
 
•Previsão Constitucional. “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:”
O citado artigo nos mostra uma estruturação geral do ordenamento jurídico-econômico estabelecendo os princípios norteadores.
A valorização do trabalho humano e a livre iniciativa revelam que a Constituição de 1988 prevê uma sociedade brasileira capitalista moderna, na qual a conciliação e composição dos titulares de capital e de trabalho é uma necessidade a ser viabilizada pela atuação do Estado (Vicente Bagnoli, p.61).
 
•Relação com os demais ramos do direito. O direito econômico possui estreitas relações com diversos ramos do direito público e também privado.
Direito Econômico – Direito Constitucional, visto que os princípios de ordem econômica estão implícitos na Constituição Federal;
 
Direito Econômico – Direito Empresarial, dado a existência de legislações empresariais (Lei das Sociedades por Ações, Lei de Mercado de Capitais, Lei de Truste) todas estas contém fundamentos econômicos e de funcionamento das pessoas jurídicas;
 
Direito Econômico – Direito Civil, em virtude de um dos fundamentos da ordem econômica estar voltada à propriedade e a função social de propriedade.
 
Direito Econômico – Direito do Consumidor, também um dos fundamentos da ordem econômica se dá quanto a proteção do consumidor, visto ser este um dos elementos do mercado, imprescindível para a atividade econômica.
 
Direito Econômico – Direito Administrativo, não trata o direito econômico de um ramo do direito administrativo como alguns defendem. Todavia a relação do direito econômico com o direito administrativo encontra grande vertente quando tratamos da atuação das empresas públicas que exercem atividade econômica, assim como as sociedades de economia mista e num momento legislativo mais recente, com a criação das agências reguladoras.
 
Direito Econômico – Direito Tributário, a relação aqui se encontra dentre outras hipóteses na geração de tributação quando da prática de atividade econômica.
 
Direito Econômico – Direito Penal, matérias que contém ligação a partir do instante em que legislações versam sobre crimes de ordem econômica (que tenham efeito nos mercados) ou crimes de concorrência (de ordem interna entre pessoas jurídicas).
 
 
•Vigência e eficácia das normas de direito econômico.  Assim como outros ramos do direito, várias são as fontes do direito econômico. Além de leis extravagantes, temos como fontes as políticas econômicas praticadas pelo Estado, que por vezes não contem uma norma disciplinando, mas é prática do mercado. Também são fontes a jurisprudência e os costumes.
Todavia as normas de direito econômico em regra irá trazer uma conseqüência de natureza econômica, além de vincular outros ramos jurídicos, assim temos que as normas de direito econômico são programáticas, pois prescindem de outras para lhe dar aplicabilidade pratica. Ex. Constituição Federal trata como princípio de ordem econômica a propriedade, porém a conceituação e a proteção da propriedade encontram guarida no código civil (que confere aplicabilidade prática).
As normas econômicas terão assim força vinculante imediata (João Bosco Leopoldino da Fonseca, p. 57).
 
Semana 3
 
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Matéria: O papel do Estado na ordem econômica e o abuso de poder econômico.
 
• O papel do Estado na ordem econômica; A ordem econômica configura-se no conjunto de normas e procedimentos que tem por objetivo a realização de uma atividade econômica de certas comunidades.
Neste sentido, o Estado assume a direção geral da ordem econômica, regulamentando a utilização de seus recursos para os entes privados, assim exerce controle para que as atividades não sejam exercidas em desconformidade com os princípios de ordem econômica por ele descrito.
Assim os agentes econômicos (que praticam a atividade econômica) terão pleno conhecimento do sistema econômico, tendo noção dos limites que o Estado lhe impôs.
 
• Abuso de poder econômico; As atividades exercidas em desconformidade com os princípios constitucionais serão reprimidas.
Neste aspecto, o art. 173 da CF estabelece:
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
Semana 4
 
 
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Matéria: Dos monopólios da União.
 
• O papel protecionista do Estado para as empresas de capital nacional se demonstrava vertente na Constituição Federal de 1988, com base no artigo 171 da Carta Magna.
 
Compreendia para a Constituição Empresa de Capital Nacional aquela cujo controle efetivo esteja sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País, ou de entidade de direito público interno, entendendo-se por controle efetivo da empresa a titularidade da maioria de seu capital votante e o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para gerir suas atividades.
 
Esse protecionismo era contra uma concorrência global que já em 1988 se iniciava no Brasil.
 
Para Vicente Bagnoli “Como prejudicados por essa políticaprotecionista até então adotada pela Carta tinha-se o próprio Estado, que encontrava dificuldades para se desenvolver em sua plenitude, e o consumidor, a coletividade, que ficavam alijados de melhores serviços e produtos. Isso porque a partir da livre concorrência o pais alcançaria seu crescimento e desenvolvimento e a coletividade teria atendido o seu bem-estar econômico”[1].
 
 
Todavia, bem durante o ápice da chamada “globalização” onde estava em plenitude os processos de desestatização e privatização/concessão, o artigo 171 foi revogado através da emenda constitucional nº 6, de 15 de agosto de 1995.
 
A CF já trazia dispositivo para a exploração de determinadas atividades pelo Estado, porém esse dispositivo legal acabou sofrendo alterações principalmente no sentido de ampliação do instituto.
 
Assim, reza o artigo 173 da CF:
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
 
Sendo assim, ficará a cargo do Estado a exploração de certas atividades desde que sejam de interesses coletivos, ou necessários a segurança da nação.
 
Também serão os artigos 173 e 174 os responsáveis por pré-estabelecerem sobre como será o exercício das atividades, além de trazer regra quanto a forma de fiscalização do Estado e da sociedade.
 
Os artigos 173 e 174 da CF são de extrema importância pois demonstram a forma de atuação do Estado no domínio econômico de uma sociedade de capitalismo moderno.
Assim, demonstram os artigos descritos acima, que não se trata o Estado de um agente econômico de monopólio, mas também não é um Estado ausente como acontecia nos padrões liberais.
 
“A exploração da atividade econômica, tratada no caput do art. 173, passa a ser desempenhada pelo agente privado e, pelo Estado, apenas em casos de segurança nacional ou interesse coletivo. Outrossim, define-se que o Estado atuará como agente econômico revestido nas formas empresariais de empresa pública ou sociedade de econômica mista (art. 173, § 1º CF)”[2].
 
Atividades Monopolizadas
 
A Constituição Federal dispõe competência para o Poder Público efetuar a prestação do serviço público, podendo este também ser prestado sob o regime de concessão ou permissão, através de licitação.
 
Porém algumas atividades serão de monopólio da União, conforme determina o artigo 177 da CF.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
 
Porém, através da Emenda Constitucional nº 9 de 1995, este mesmo artigo passou a ter um parágrafo primeiro com a seguinte redação:
 
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
 
A lei que estabelece como será esse regime de concessão e permissão de serviços públicos é a Lei nº 8.987/95.
 
Para Fernando Aguillar:
“O sistema de concessão supõe que a transferência da tarefa de gerir e prestar os serviços públicos é feita por conta e risco da concessionária. Esta receberá a remuneração que lhe cabe diretamente ao usuário. A aquisição do direito de concessão é feita por licitação publica, na qual o vencedor é aquele que oferecer a tarifa mais baixa ou o maior valor para aquisição, às vezes em combinação com requisitos de natureza técnica”[3].
Semana 5
 
 
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Matéria: Defesa de ordem econômica.
 
• Determina o art. 174 da Constituição Federal.
 
 “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado”.
 
Conforme se dispõe no artigo, a nova função do Estado é a de agente normativo e regulador da atividade econômica, cabendo a ele fiscalizar, incentivar e planejar.
 
Neste artigo, que trata da atuação do Estado como agente regulador e fiscalizador, existe a possibilidade da efetivação das “Agências Reguladoras”.
 
A década de 1990 inicia-se com grande transformação do estado brasileiro, em conformidade com os predicados constitucionais oriundos da constituição de 1988 em seus artigos 173 e 174.
 
Neste aspecto, o Estado passa a atuar diretamente na economia, inclusive como empresário e fixador de preços.
 
Este fenômeno já havia sido visto durante a década de 1980 em países europeus.
 
Todavia, como já citado, no inicio da década de 1990, é aprovada no Brasil a Lei 8.031/90 que traz o Plano Nacional de Desestatização (PND), que ganhou grade popularidade na segunda parte da década de 1990 com o governo FHC e o Plano Real.
 
Com o novo programa diversas reformas começam a ocorrer, principalmente na âmbito tributário, administrativo e previdenciário do Estado, além é claro, da ordem econômica.
 
Diversas reformas ocorreram com o sentido de adequar a nossa constituição aos novos preceitos econômicos.
 
Como preceitua Vicente Bagnole “As reformas da ordem econômica, aprovadas pelo Congresso Nacional, extinguiram os monopólios estatais de diversos setores, como o da prospecção, exploração, e refino de petróleo, das telecomunicações e da geração e distribuição de energia. A alteração do conceito de “empresa nacional” objetivou garantir igualdade de condições para empresas estrangeiras atuarem no mercado brasileiro” (Direito Econômico. Vicente Bagnoli. São Paulo:Atlas.2006, p. 84)
 
Temos assim, que o direito brasileiro, passa, a partir da metade da década de 1990, adispor de alguns serviços até então atendidos por empresas públicas.
 
Diversas são as razões para este processo, como a redução de dívidas públicas.
 
Agências reguladoras
 
“As agências são autarquias especiais, dotadas de prerrogativas próprias e caracterizadas por sua autonomia em relação ao poder público” (Diogo Figueiredo Moreira Neto)
 
“Agências reguladoras são autarquias com autonomia qualificada frente à administração direta, criadas para atuar no controle, fiscalização ou fomento de determinados setores” (Alexandre Mazza)
 
“É uma autarquia especial, criada por lei para intervenção estatal no domínio econômico, dotada de competência para regulação de setor específico, inclusive com poderes de natureza regulamentar e para arbitramento de conflitos entre particulares, e sujeita a regime jurídico que assegure sua autonomia em face da Administração direta” (Marçal Justen Filho)
 
Diversas são as agências reguladoras de atividades, todavia, em momento oportuno estudaremos a natureza jurídica de cada uma delas e sua composição.
 
Todavia, temos que devido ao sistema capitalista moderno que busca a ampliação dos mercados, as atividades exercidas por pessoas jurídicas (empresas públicas)por vezes são de difícil administração, visto existir uma politização muito grande quanto a esta.
 
Sendo assim, o papel das agências reguladoras, além de regulamentar a forma quanto ao exercício das atividades por esses entes, se dá também pela fiscalização e inclusive punição dos infratores regulados.
 
 
 
 Cade
 
Com a promulgação do Decreto-lei n. 7.666, de 22 de julho de 1945, esta legislação institui a Comissão Administrativa de Defesa Econômica, CADE, todavia no mesmo ano de sua entrada em vigor a legislação foi revogada.
Em 1962 uma nova lei antitruste foi editada, a Lei n. 4.137/62, que criou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, também chamado CADE, teve vigência até a entrada em vigor da atual legislação antitruste.
A lei n. 8.884/94 consiste no principal texto legislativo antitruste do país atualmente, todavia as condutas penais dos atos concorrenciais estão regulamentados na Lei n. 8.137/90, além do artigo 195 da Lei 9.279/96, que tratam especificamente dos crimes de concorrência desleal.
O CADE consiste em órgão de natureza judicante, vinculado ao Ministério da Justiça, composto por sete conselheiros, nomeados pelo Presidente da República depois de sabatinados pelo Senado Federal.
Além do CADE, integram o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), a SDE (Secretaria de Direito Econômico), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, e a SEAE (Secretaria de Acompanhamento Econômico), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.
A legislação antitruste prevê a possibilidade de apreciação pelo CADE de  qualquer ato que possa limitar ou prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação de mercados relevantes de bens ou serviços.
Também poderá sofrer apreciação do CADE qualquer ato de concentração econômica, dado através de operações societárias, ou mesmo de constituição de sociedade para exercer o controle de empresas, que implique na participação de empresa ou grupo de empresas, resultantes em 20% (vinte por cento) de um mercado relevante[1], ou em que qualquer dos participantes tenha registrado faturamento bruto anual no último balanço equivalente a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais).
 
Semana 7
 
 
 
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Matéria: Defesa do Ordem Econômica (Introdução)
 
• Mercado de atuação
Como visto anteriormente, o fundamento constitucional da livre iniciativa permite o acesso de todos ao mercado.
Para iniciarmos o estudo sobre as práticas de concorrência desleal, além dos crimes de ordem econômica, traçando a diferença entre ambos, por primeiro teremos de definirmos quais os mercados de atuação.
Assim, para adentrarmos na análise antitruste é necessário estudarmos o mercado relevante.
Mercado relevante é a tradução da expressão inglesa relevant market.
Temos assim, que a delimitação do mercado relevante se demonstra fundamental para que façamos a análise dos efeitos das operações que as empresas realizam nestes mercados.
 
A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (SEAE) e a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE) foi autora do Guia para Análise Econômica de Atos de Concentração Horizontal, este guia define o mercado relevante da seguinte forma
 
Mercado Relevante
“Definição. O mercado relevante se determinará em termos dos produtos e/ou serviços (de agora em diante simplesmente produtos) que o compõem (dimensão do produto) e da área geográfica para qual a venda destes produtos é economicamente viável (dimensão geográfica). Segundo o teste do “monopolista hipotético”, o mercado relevante é definido como o menor grupo de produtos e a menor área geográfica necessários para que um suposto monopolista esteja em condições de impor um “pequeno porém significativo e não transitório” aumento de preços”[1].
 
O mercado relevante, para um melhor entendimento será dividido em duas espécies, o mercado relevante material e o mercado relevante geográfico.
Mercado Relevante Material
“O Mercado relevante material, assim denominado e que incorpora produtos e serviços, compreende todos os produtos e serviços considerados pelos consumidores substituíveis entre si em razão das suas características, preços e utilização”[2].
Assim, no caso de um determinado produto como o detergente para lavagem de louças, existe o mercado relevante daquele ramo de atuação, daquele nicho de mercado, sendo assim, nesse mesmo ramo poderemos ter outros produtos, como por exemplo o sabão em pedra, que substitui o detergente, assim, se o consumidor não tiver o desinfetante x, poderá adquirir o da marca y, ou mesmo substituir o produto por um outro equivalente.
Sobre mercado relevante material, importante o Ato de Concentração nº 08012.000212/2002-30 onde figurava como partes:
 
 
Requerentes: PepsiCo, Inc. (“PepsiCo”) e Companhia Brasileira de Bebidas (“CBB”)
Resumo: Licenciamento pela PepsiCo para a CBB, para produção, comercialização e distribuição em todo o território brasileiro o produto GATORADE. A SDE sugeriu a aprovação com restrições.
Conforme explicado por Vicente Bagnoli na análise do caso:
“Na ocasião, ao contrário do que havia sido apresentado pelas Requerentes quanto ao mercado relevante do produto, a SEAE entendeu que há ausência de evidências para considerar o mercado relevante como sendo o de soft drinks, que inclui as bebidas não alcoólicas, carbonatadas e não carbonatadas, como refrigerantes, sucos, isotônicos, assim como as bebidas esportivas, chás gelados, águas de coco, águas industrializadas, refresco em pó quase pronto para consumo e outros”[3].
O relator do caso, na qualidade de conselheiro elaborou voto no seguinte sentido:
“Os elementos trazidos nos autos pela Seae e SDE, assim como da análise das pesquisas e demais informações juntadas aos autos pelas Requerentes e demais empresas do setor de soft drinks, não deixam dúvidas de que a produção e comercialização de isotônico artificial constitui-se num nicho de negócio diferenciado no qual poucas empresas atuantes podem exercer poder de mercado. Desse modo, defino como mercado relevante  de produto para a análise dos efeitos concorrenciais da presente operação o mercado de isotônicos artificiais”[4]. (Voto do Conselheiro Miguel Tebar Barriovuevo)
 Nesta análise prática conseguimos extrair o sentido do mercado relevante material, aquele determinado produto será explorado, tendo uma cadeia de produtos parecidos que poderá exercer o papel de seu substituto.
 
Mercado Relevante Geográfico
Por mercado relevante geográfico temos a área onde a atividade concorrência será explorada, assim, neste mercado relevante, temos a área de concentração onde os agentes econômicos ofertam e consomem produtos e serviços que concorrem entre si, na forma dos preços, do interesse e preferência dos consumidores.
A análise desse mercado relevante é de total importância, quando verificamos que este mercado é caracterizado pelo espaço físico, sendo assim, tendo o fornecedor de produtos e serviços pleno conhecimento deste mercado, poderá exercer controle sobre os consumidores, no sentido de que poderá promover o aumento de seus produtos, sem que isso cause impacto quanto ao consumo dos mesmos, pois se ele for o único a atuar naquele nicho por condições geográficas, poderá então explorá-lo com maior liberdade.
 
Semana 8
 
 
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Matéria: Lei 8.884/94 – Atos de concentração
 
Assim como vimos em aulas anteriores qualquer ato praticado por agentes econômicos que importem em modificação do mercado relevante, ou tenha como integrante pessoa jurídica com faturamentodo ano anterior superior a R$ 400.000,000,00 (Quatrocentos milhões de reais) haverá intervenção do SBDC (Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência).
Neste enfoque disciplina a lei 8.884/94:
“Art. 54. Os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação de mercados relevantes de bens ou serviços, deverão ser submetidos à apreciação do Cade”.
§ 1º O Cade poderá autorizar os atos a que se refere o caput, desde que atendam as seguintes condições:
I - tenham por objetivo, cumulada ou alternativamente:
a) aumentar a produtividade;
b) melhorar a qualidade de bens ou serviço; ou
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico;
Os atos que geram intervenção do Cade são denominados atos de concentração.
Estes atos estão divididos em três categorias:
Concentrações horizontais, concentrações verticais e concentrações conglomeradas.
Os atos de concentração na espécie horizontal são aqueles praticados por agentes econômicos que exercem entre si a concorrência. Temos como exemplo a união de um conjuntos de cervejarias a alguns anos atrás, aquilo foi ato de concentração nesta modalidade.
Ato de concentração na modalidade vertical configura-se pelo ato de concentração praticado por agentes econômicos que atuam em uma mesma cadeia de produção, porém não são considerados concorrentes.
Já o ato de concentração da espécie conglomerada é aquele praticado por agentes econômicos que atuam em mercados e cadeias diversas, todavia contratam entre si.
Os atos de concentração devem ser levados a apreciação do SBDC de forma prévia, todavia, caso isso não ocorra, os agentes praticantes do ato deverão apresentá-los para exame no prazo máximo de 15 dias úteis contados da realização do ato.
A apresentação mencionada deverá ser procedida junto à Secretaria de Direito Econômico (SDE), esta por sua vez deverá encaminhar vias a SEAE (Secretaria de Acompanhamento Econômico) e ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A falta de apresentação do exame acarreta em possibilidade de aplicação de multa pelo CADE além de processo administrativo contra os agentes que praticaram tal conduta.
A SEAE deverá apreciar o exame e elaborar parecer técnico no prazo de 30 (trinta) dias, encaminhando o exame a SDE esta deverá elaborar parecer técnico também no prazo de 30 (trinta) dias.
O processo juntamente com os dois pareceres deverá então ser encaminhado ao CADE que através de seu plenário deverá deliberar sobre esta ato num prazo de 60 (sessenta) dias.
A omissão do CADE neste período (60 dias) implica em aprovação automática do ato. (Art. 54 § 7º Lei 8.884/94)
Caso o ato não seja aprovado no plenário do CADE, os atos devem ser desconstituídos, total ou parcialmente, seja através de distrato, cisão de sociedade, venda de ativos, cessação parcial de atividades ou qualquer outro ato ou providência que elimine os efeitos nocivos à ordem econômica, independentemente da responsabilidade civil por perdas e danos eventualmente causados a terceiros. (Art. 54 § 9º Lei 8.884/94)
O CADE não estará vinculado aos pareceres emitidos pelas Secretarias, visto ser ente autônomo destas.
Entretanto, aprovação dos atos de concentração poderá ser revista pelo Cade, de ofício ou mediante provocação da SDE, se a decisão for baseada em informações falsas ou enganosas prestadas pelo interessado, se ocorrer o descumprimento de quaisquer das obrigações assumidas ou não forem alcançados os benefícios visados.
 
Semana 9
 
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Matéria: Infrações de ordem econômica x crimes de concorrência desleal
 
A Lei 8.884/94 dispõe no título V sobre as infrações de ordem econômica.
 
Para Fabiano Del Masso:
“...deve-se ponderar que não são apenas as ações de abuso de poder econômico que atentam contra a ordem econômica. Outras condutas previstas em lei também representam infrações contra a ordem econômica. Outras condutas previstas em outras leis também representam infrações contra a ordem econômica. Assim, condutas que descumprem regras das relações de consumo ou que não respeitam o meio ambiente estão da mesma forma no rol das infrações de ordem econômica...”[1].
 
“Art. 20. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros;
IV - exercer de forma abusiva posição dominante”.
Nas hipóteses citadas acima no artigo, não temos os atos de abuso de poder econômico em si, mas sim a pratica de condutas que implicam em efeitos na competição praticada pelos agentes econômicos.
As condutas que implicam na prática das infrações de ordem econômica estão descritas no artigo 21 da Lei 8.884/94 que aduz:
Art. 21. As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no art. 20 e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica;
I - fixar ou praticar, em acordo com concorrente, sob qualquer forma, preços e condições de venda de bens ou de prestação de serviços;
II - obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes;
III - dividir os mercados de serviços ou produtos, acabados ou semi-acabados, ou as fontes de abastecimento de matérias-primas ou produtos intermediários;
IV - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado;
V - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços;
VI - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição;
VII - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa;
VIII - combinar previamente preços ou ajustar vantagens na concorrência pública ou administrativa;
IX - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de terceiros;
X - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar investimentos destinados à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição;
XI - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistas e representantes, preços de revenda, descontos, condições de pagamento, quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros;
XII - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda ou prestação de serviços;
XIII - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condições de pagamento normais aos usos e costumes comerciais;
XIV - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;
XV - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos intermediários ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de equipamentos destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
XVI - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia;
XVII - abandonar, fazer abandonar ou destruir lavouras ou plantações, sem justa causa comprovada;
XVIII - vender injustificadamente mercadoria abaixodo preço de custo;
XIX - importar quaisquer bens abaixo do custo no país exportador, que não seja signatário dos códigos Antidumping e de subsídios do Gatt;
XX - interromper ou reduzir em grande escala a produção, sem justa causa comprovada;
XXI - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa comprovada;
XXII - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura dos custos de produção;
XXIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem;
XXIV - impor preços excessivos, ou aumentar sem justa causa o preço de bem ou serviço.
As infrações de ordem econômica representam uma conduta praticada pelo agente econômico que acaba tendo efeitos dentro de um mercado relevante, haja vista, que todos os que atuam naquele mercado serão prejudicados.
Já a prática da concorrência desleal será diferenciada.
Na concorrência desleal “o agente econômico mesmo desprovido de qualquer poder no mercado em que participa pode agir ilicitamente realizando condutas desleais contra os outros competidores. Assim, um primeiro apontamento sobre a concorrência desleal é que o poder econômico é desnecessário ao agente causador do dano. Outra conseqüência importante é que o dano não abala as estruturas de mercado, mas um concorrente especifico”[2]. 
Para Fábio Ulhoa Coelho:
“Uma das hipóteses de concorrência ilícita é a desleal. A concorrência desleal se diferencia da outra forma de ilicitude competitiva (a infração de ordem econômica), na medida em que as lesões produzidas pela primeira não alcançam outros interesses além dos do empresário diretamente vitimado pela pratica irregular. Na infração de ordem econômica, a concorrência ilícita ameaça as estruturas da economia de mercado, e, portanto, um universo muito maior de interesses juridicamente relevantes são atingidos. Em razão de tal diferença, a lei não se preocupa em estabelecer mecanismos de repressão administrativa à concorrência desleal, contentando-se com as repressões civil e penal”[3].
A despeito dos crimes de concorrência desleal, estes estão previstos no artigo 195 da Lei 9.279/96 (Lei de Propriedade Industrial)
 
Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem:
I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter vantagem;
II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem;
III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem;
IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos;
V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências;
VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento;
VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve;
VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produto adulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie, embora não adulterado ou falsificado, se o fato não constitui crime mais grave;
IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem;
X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador;
XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no assunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato;
XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações a que se refere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante fraude; ou
XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente depositada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial, como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser;
XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apresentados a entidades governamentais como condição para aprovar a comercialização de produtos.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Semana 10
 
Procedimento para uma melhor aprendizagem: Ler abaixo um resumo da matéria referente a esta semana. Tenha por objetivo aprofundar os conceitos aqui transmitidos nas obras indicadas. Em existindo dúvidas, entre em contato pelo sistema eletrônico.
 
 
Matéria: Órgãos Internacionais
 
FMI – Fundo Monetário Internacional
 
O Fundo Monetário Internacional foi criado em 1945, sua criação se deu através das convenções de em convenção realizada em Bretton Wooods.
O principal objetivo do FMI é o de zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, notadamente através da promoção da cooperação e da consulta em assuntos monetários entre os seus países membros (hoje em número de 181 integrantes.
Também é papel do FMI evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. O fundo favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar desequilíbrios no balanço de pagamentos.
 
Composição do Fundo Monetário Internacional - FMI:
Conselho de Governadores – Formado por um representante titular e um alterno de cada país membro, geralmente ministro da economia ou presidente do banco central. Reúne-se, em regra, uma vez ao ano para tratativa de metas do FMI.
Conselho Provisório -  É constituído por 24 governadores e reúne-se duas vezes por ano. É um órgão que representa o Conselho de Governadores no acompanhamento das atividades do fundo.
 
Comitê para Desenvolvimento – é igualmente constituído por 24 Governadores do Fundo ou do Banco Mundial.
Diretório Executivo – que reúne normalmente três vezes por semana na sede, em Washington, é o órgão colegiado de acompanhamento das atividades do dia-a-dia do Fundo. É composto por 24 diretores executivos nomeados pelos países com maior quota na instituição
Diretor-Gerente – Nomeado pelo Diretório Executivo, é o responsável hierárquico máximo da instituição.
O Brasil é um país membro fundador do FMI e possui hoje 1,47% do poder de voto do organismo.
Banco Mundial e Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD
O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD, também criado em 1945 conta hoje com 180 países membros.  É uma das cinco instituições que compõem o grupo do Banco Mundial, juntamente com a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), a Corporação Financeira Internacional (IFC), a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (AMGI) e o Centro Internacional para Arbitragem de Disputadas sobre Investimentos) (CIADI).
Essas entidades internacionais que têm como principal meta a redução da pobreza no mundo em desenvolvimento.
O Banco Mundial proporciona empréstimos e assistência para o desenvolvimento a países de rendas médias com bons antecedentes  de crédito. Grande parte dos fundos levantados por essa instituição provêem da venda de títulos nos mercados internacionais de capital. A Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) é responsável pelo trabalho de redução da pobreza, por meio da realizaçãode empréstimos sem juros e outros serviços, aos países mais pobres. Ela conta com a contribuição dos seus países membros mais ricos, inclusive alguns países em desenvolvimento, para levantar a maior parte dos seus recursos financeiros.
O programa de assistência do Banco Mundial ao Brasil oferece uma base de conhecimento técnicos e financeiros, que permite ao Governo ter acesso a uma ampla gama  de estudos econômicos e setoriais e à experiência internacional e perícia técnica.
OMC – Organização Mundial do Comércio
 
A OMC é um organismo "multilateral", ou seja, é uma organização internacional composta por 134 países-membros que foi criado em 1995 para negociar tratados de comércio internacional formando um corpo de monitoração e regulamento para forçar tratados, assim como fiscalizar o comercio internacional e criar o sistema de solução de litígios. Ela foi criada inicialmente para implementar e fiscalizar mais de vinte acordos multilaterais sobre comércio já existentes, entre eles, o mais importante, o GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), estabelecido em 1948, ou seja, é mais do que um conjunto de acordos comerciais, ela é um organismo que pode elaborar normas, julgar se os países as cumprem e determinar sanções caso não o façam. Enfim, é um verdadeiro poder internacional com funções executivas, legislativas e judiciárias, que possui um poder supranacional capaz de punir qualquer iniciativa de proteção social, trabalhista ou ambiental que ela considere que viole as regras do livre comércio.
Função
As principais funções da OMC são:
 
a) zelar pela aplicação, administração e funcionamento dos Acordos Multilaterais firmados e servir de quadro jurídico para a aplicação, administração e funcionamento dos Acordos Plurilaterais (art.3)
b) administrar o Entendimento sobre Solução de Controvérsias e o Mecanismo de Exame das Políticas Comerciais;
c) cooperar com o Fundo Monetário Internacional e com o Banco Internacional de Reconstrução  e Desenvolvimento visando alcançar maior coerência na formulação de políticas econômicas em escala mundial.
 
Objetivo
O principal objetivo da OMC é contribuir para que as correntes comerciais circulem com fluidez, equivalência, livres e com previsibilidade, a elevação dos níveis de vida, o pleno emprego, a expansão da produção e do comércio de bens e serviços, a proteção do meio ambiente, o uso ótimo dos recursos naturais em níveis sustentáveis e a necessidade de realizar esforços positivos para assegurar uma participação mais efetiva dos países em desenvolvimento no comércio internacional.

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