Buscar

RESENHAS - PSICOLOGIA SOCIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LANE,S.T.M. O que é Psicologia Social. São Paulo: Brasiliense. 1994 
 
A Psicologia social teve maior atenção no século XX, onde houve o surgimento de 
uma compreensão individual do social, por entender que a psicologia dos indivíduos serviria 
para compreender a sociedade. A imigração dos pensadores gestaltistas, em decorrência da 
ascensão de Hitler, foi o impulso para o surgimento de uma psicologia social cognitivista que 
como a behaviorista, mantinha uma postura individualizante, mantendo uma distinção entre 
indivíduo e sociedade. A Psicologia social passou a ser compreendida como o estudo das 
interações humanas e foi a fundo sobre os problemas relativos às atitudes e aos valores, que 
podiam ser negativos como o preconceito, ou positivos, como a liderança por exemplo. Outro 
foco bastante abordado pela psicologia social norte americana foi o funcionamento do grupo 
como objeto de produtividade, seguindo as demandas do capitalismo avançado daquele país. 
Essa teoria tornou-se hegemônica após a Segunda Guerra Mundial, devido aos 
planos de reestruturação das universidades européias, entre outras e pelo amplo 
desenvolvimento das pesquisas nos Estados Unidos. No entanto essa supremacia começou a 
ser abalada pelos questionamentos de psicólogos latino americanos nos próximos anos, ao 
afirmarem que os modelos teóricos estadunidenses não condiziam com a realidade dos povos 
de cada país. No Brasil, esse abalo desencadeou uma crise de que acabou por firmar na 
Psicologia social do País à perspectiva sociológica, que primeiramente via o compromisso 
com a população e com seus respectivos problemas. 
Sendo a Psicologia a ciência que estuda o comportamento, a Psicologia Social deve 
estudar o comportamento social, entretanto há uma questão intrigante que surge quando se faz 
essa relação, pois quando o comportamento se tornaria social, ou se são possíveis 
comportamentos não sociais nos seres humanos. O enfoque da Psicologia Social é estudar o 
comportamento de indivíduos no que ele é influenciado socialmente. Entendendo a influência 
histórica-social, que se faz primordialmente através da aquisição de linguagem. 
Ao nascermos somos seres sociais, pois para garantir a sobrevivência no mundo, 
precisamos de no mínimo mais uma pessoa, pois diferente dos animais que nascem com 
alguns conhecimentos inatos para a sobrevivência, somos dependentes de outros ao longo de 
nosso desenvolvimento. Desde o primeiro momento de vida, o indivíduo está inserido num 
contexto histórico. Pois, em cada grupo social há normas que regem as relações entre os 
indivíduos e que determinam socialmente os papéis a serem exercidos. 
Os papéis que são desempenhados e tudo que se faz, têm as suas determinações 
sociais, dentro desse contexto, a possibilidade de manifestações individuais em um nível de 
 
personalidade e desejos é também determinada de maneira social. Pois, há normas específicas 
de conduta dentro das diferentes sociedades que determinam a possibilidade de expressão 
individual, portanto é pautado por uma determinação histórica. A identidade social é definida 
pelo conjunto de papéis que desempenhamos e que visam basicamente à manutenção das 
relações sociais. 
A linguagem como construção social, visa à comunicação de conhecimentos e 
atribuições de sentidos aos objetos, transformando os seres humanos diferentes dos demais, 
pois são capazes de produzir signos e atribuir significados. Como influência social, o bom uso 
da linguagem pode reproduzir ideologias discriminadoras que são mascaradas atrás de bons 
discursos para que as pessoas as sigam, ou seja, o domínio da palavra pode levar a sociedade à 
alienação. Técnicas para isto são muito utilizadas em áreas políticas e militares. Havendo uma 
necessidade individual de capacidade de discriminação dos discursos proferidos. 
O papel da família dentro das determinações sociais é fundamental para compreender 
a consolidação de um indivíduo como um ser social. Dentro da instituição familiar há leis, 
normas e costumes que definem por direitos e deveres dos seus membros e os papéis que 
deverão reproduzir nas relações de poder dentro da sociedade em que vivem. Essa visão de 
mundo e valores que nos é dada inicialmente só será questionada quando tivermos o contato 
com pessoas fora dessa estrutura através, por exemplo, da escola, ambiente de trabalho. O 
poder é um dever e uma questão de sobrevivência. 
Assim como a família, a educação é institucionalizada. Ou seja, o governo tenta 
sistematizar conteúdos, objetivos e deveres que sejam necessariamente passados aos alunos a 
fim de que haja uma transmissão de cultura produzida por gerações anteriores a novas. Nesse 
sistema educacional há construção de relações de dominação social. Os alunos são 
classificados de acordo com um padrão pré estabelecido, em que não se leva em consideração 
as necessidades e qualidades individuais. Fazendo com que haja uma discriminação entre os 
estudantes. Tendo isso como base, nos parece impossível que haja qualquer transformação na 
sociedade. 
A escola crítica, em que não existe nenhuma verdade absoluta, onde as relações 
sociais podem ser questionadas e reformuladas, seguindo um modelo de padrão Humanista, 
fazendo um paralelo com a disciplina aprendida no semestre passado em "Psicologia do 
desenvolvimento e teoria da aprendizagem". Onde há uma flexibilização das relações 
estabelecidas entre professor e aluno, em que são colocados no mesmo nível de autoridade, 
buscando a produção de conhecimento e não a sua transmissão. 
 
As relações de dominação só se estabelecem se houver dominado que a entendam 
como necessária, pois é cômodo para ele se manter nessa posição em que não precisa tomar 
uma atitude frente à alguma questão, transferindo toda a responsabilidade ao próximo. Por 
isso, as mudanças nessas relações são difíceis de ser mudadas, até levando em conta o sistema 
político e econômico vigente, o capitalismo. Dentro desse sistema, é necessário que se 
mantenham as relações de produção. 
O capitalismo implica na existência de duas classes sociais, uma que detém o capital 
e os meios de produção e outra que vende sua força de trabalho. Essa divisão de trabalho em 
manual e intelectual, decorrente de sua posição social determina as relações de trabalho 
antagônicas são estabelecidas. Dentro desse conceito é possível analisar no nível psicossocial 
o significado de trabalho como atividades realizadas por indivíduos, produzidas pela 
sociedade a qual eles pertencem. "O homem ao transformar a natureza, se transforma", o 
trabalho humano é de importância vital pois é através dele que produzimos, nos realizamos, 
além de ser o que nos objetiva socialmente. Quando um trabalho é realizado, há mudanças 
internas que fazem com que haja a transformação citada anteriormente. Somos passíveis de 
mudanças ao longo do tempo que nos determina como seres em constante desenvolvimento. 
Quando há a diferenciação da inteligência manual da intelectual, dentro do processo 
de produção do capitalismo, se tem a despersonalização do operariado. Suas ações são apenas 
força de trabalho que ele vende, deixando assim de pensar sobre suas próprias ações. Há uma 
crítica disso no filme "Tempos Modernos" de Chaplin, contra a sistematização da mão-de-
obra humana. 
Com todas as dificuldades encontradas no capitalismo, o trabalho remunerado não é 
a única atividade socialmente produtiva que o individuo desenvolve, há uma serie de fatores 
que não são satisfeitos, a psicologia comunitária é uma tentativa de agrupamento de pessoas 
vivendo situações parecidas, que em grupo percebem que seus problemas não são exclusivos, 
esses indivíduos se identificam e passam a conseguir resolver conflitos quais individualmente 
pareciamser insolúveis. Porém essa “generalização” de problemas parecidos desconsidera a 
bagagem cultural individual de cada ser. 
O capitalismo implica em diversas necessidades criadas por ele, a principal é que 
todas as individualidades são pressupostas tornarem-se motivos de competição, entretanto 
tudo se flui em relações sociais que no caso se propõe comunitárias, porém as relações 
comunitárias em uma sociedade de classes antagônicas pode ser uma situação muito 
complicada, pois como citado anteriormente existem individualidades que passam a ser 
desconsideradas com todas essas situações do cotidiano capitalista. 
 
Na Europa e nos Estados Unidos, psicólogos sociais que foram renomados 
questionam hoje, os objetos tradicionais de estudo deste segmento, tentando definir e 
descobrir novos caminhos metodológicos para suas pesquisas, passando a ser conhecida então 
a chamada 'crise da psicologia social', que tem sido amplamente debatida nos meios 
acadêmicos. No Brasil essa crise faz sentido enquanto trata-se de novas ideias sobre teorias 
que fundamentam a ação social do psicólogo em nosso meio. 
Não existe uma psicologia brasileira, no sentido estrito de que no Brasil se tenham 
gerado abordagens teóricas ou estratégias metodológicas constitutivas de um conteúdo mais 
consistente de conhecimento acadêmico. Os psicólogos brasileiros que têm sido capazes de 
dar uma feição singular à apropriação e à aplicação das teorias e métodos originados por 
outros países, as contribuições europeias mais precisamente aquelas da teoria das 
representações sociais, que chegaram ao Brasil em fins dos anos 70. 
Entre outros caminhos da psicologia social, a pesquisa científica brasileira tem se 
caracterizado por fazer uso de teorias para investigar uma extensa variedade de problemas em 
diversas proporções. Tais adaptações dessas teorias exemplificam que nós temos uma 
psicologia social brasileira caracteristicamente plural e crítica a fronteiras disciplinares 
rígidas, já que usamos várias “psicologias” para adaptar as questões sociais. A sociedade está 
em movimento permanente, não podemos ter um conjunto teórico, onde os conceitos e teorias 
paralisam nosso objeto de estudo. 
Se nos limitarmos a falar das atitudes, papéis sociais e percepção, acreditando que 
com isso podemos compreender o homem, não estaremos percebendo que ao desempenhar 
esse papel, o homem estará em movimento constante e por isso, nossa metodologia e o 
conteúdo teórico devem ser capazes de captar e observar este ser e intervir nos conceitos e 
políticas que organizam a vida da sociedade aumentando ou diminuindo os efeitos da 
desigualdade social e miséria do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BERNARDES, Jefferson de Souza. História. In STREY, M. Psicologia Social Contemporânea. 
p. 19-35. 
 
O capítulo fala sobre a história da Psicologia Social no Brasil e no Ocidente, porém, 
muito reduzida a ideias de alguns autores que acabem privilegiando o positivismo e 
minimizando a psicologia social a crença de que a definição de pensamento científico se 
resume ao método ou caminho para se estudar algum objeto ou fenômeno, no caso o método 
experimental. O texto nos mostra alguns marcos importantes para o surgimento da Psicologia 
Social e os principais desdobramentos e atravessamentos epistemológicos, além de teóricos 
que vivenciamos contemporaneamente nessa linha da psicologia. 
O texto é trabalhado com uma perspectiva relativista da historia, afim de não nos 
apegarmos a crenças e pré-conceitos que delimitem os recortes da historia, para que não 
surjam contornos imagináveis criados de acordo com a cultura ou sociedade que conta ou 
relata os fatos. Além disto, o texto mostra a importância não apenas da história, mas de como 
é importante a forma que é contada e como a relação de passado (determinando) o presente 
(que determina) o futuro é fundamental para compreensão da história. Pois, na história da 
Psicologia Social, veremos que os fatos presentes acabam ressignificando o passado e 
consequentemente modificam o presente. O que nos faz observar outro ponto importante que 
é a questão do simbólico, pois no passado alguns fatos do futuro já são pré-delimitados e são 
incertos e imprecisos porque a estrutura, o tempo e o espaço se modificam e se ampliam. Ou 
seja, o simbólico se define pelo sentido e significado que damos as coisas e fenômenos e 
nesse sentido conferimos que nossa relação com o tempo e com a historia se transforma. 
O processo histórico é contínuo, mas não é linear. Possui idas e vindas, desvios e 
avanços, recuos e inversões. E todo acontecimento presente possui relação com os fatos 
passados, todas as chamadas “rupturas” históricas não acontecem da noite para o dia, são 
lentamente preparadas e no Brasil a todo o momento novos documentos vem a tona, 
ressignificando o passado e transformando o presente. 
O texto fala sobre os seguintes tópicos importantes da Psicologia Social: 
 Fatos importantes da história que foram “esquecidos”, entre eles o “ repúdio 
positivista de Wundt”; 
 Mostra como a história da Psicologia Social está sendo permeada por uma 
Filosofia da ciência vinculada ao positivismo; 
 Fala da importância e influencia de instituições e fatos históricos no 
desenvolvimento da Psicologia Social, narrada por Farr. 
 
É importante falar sobre aquele que foi considerado o pai da Psicologia W. Wundt 
que foi filosofo e estudioso. Wundt estabeleceu três objetivos pra sua carreira profissional, o 
primeiro deles era estabelecer um projeto de Psicologia como ciência independente (Projeto 
Wundtiano), este objetivo foi atingido em 1879 com a criação do Laboratório em Psicologia , 
onde através da Psicologia Experimental da mente Wundt estabeleceu seu objeto de estudo 
que era a “experiência imediata a consciência “ e o método usado era o ” experimental- 
introspectivo”. 
O segundo foi elaborado entre 1880 até 1900 que foi a criação de uma metafísica 
cientifica ou filosofia cientifica. Neste momento Wundt alaborou três obras que compõem sua 
metafísica cientifica: Uma lógica, uma ética e uma de sistemas filosóficos. 
Para um positivista uma Psicologia que se proponha a ser metafísica cientifica é um 
retrocesso no desenvolvimento do pensamento cientifico. Para Augusto Comte há três 
estágios no desenvolvimento do conhecimento para atingir a verdades, esses são: 
 Toda forma de conhecimento origina-se da Teologia; 
 O conhecimento se aprimora e se acumula, transformando-se em metafísica; 
 Também em um processo de aprimoramento e acúmulos chegamos ao estágio 
positivo ou cientifico, onde através do método cientifico, o conhecimento 
transforma uma leitura da realidade em verdade. 
O terceiro objetivo era a criação de uma Psicologia Social entre 1900 e 1920 Wundt 
elaborou sua obra Volkerpychologie (Psicologia do Povo ou Psicologia das Massas) obra com 
dez volumes tendo como objeto de estudo os seguintes temas: A Linguagem, pensamento, 
Cultura, Mitos, religião, costumes e Fenômenos correlatos. Para Wundt esses são fenômenos 
coletivos e não podem ser explicados nem reduzidos a consciência individual. 
Neste terceiro objetivo Wundt revê suas primeiras posições acerca de sua Psicologia 
Experimental, estabelecendo seus limites. E é exatamente este recorte abusivo de Wundt que 
Daniger chama do “Repúdio positivista de Wundt”. 
Pode-se concluir que a historia e pré- historia das grandes áreas de investigação ou 
de produção do comportamento se mesclam, não possuindo limites e fronteiras claras para 
delimitá-las. E no caso da Psicologia as questões lançadas do que venha significar o ser 
humano ou seu psiquismo têm sido perseguidas na historia da humanidade há muito tempo. 
 
 
 
 
FARR,R. As raízes da Psicologia Social moderna. Cap. 7: As formas sociológica e 
psicológica da psicologia social. (p. 151 – 165). 
 
R. Farr traz em seu texto, como duas disciplinas distintas, hoje, no passado possuíam 
noções teóricas muito semelhantes. A Psicologia e a Sociologia sempre buscaram a 
compreensão das atitudes sociais, porém com métodos distintos, e foi através dessas 
divergências que o autor aponta as principais idéias de grandes estudiosos como Allport, 
Moscovici, Mead, Blumer, Émile Durkheim e muitos outros citados ao longo da obra. 
A divisão da Psicologia Social em Sociológica e Psicológica era o alvo de discussão 
dos teóricos e cientistas da época. O texto traz à tona o embate histórico entre o 
individualismo ocidental e a história da psicologia russa como algo mais social, ou seja, mais 
voltado ao que é grupal e não somente indivíduo. A Psicologia Social mostra-se complexa 
nesse sentido, quando nos deparamos no texto com tantas diversidades conceituais, sejam elas 
teóricas, metodológicas ou geográficas. 
Ambas as “Psicologias”, estudam os fenômenos grupais, o que muda é o foco como 
isso é estudado e analisado. A Psicológica tem como foco o indivíduo, a Sociológica, a 
relação entre os grupos. Assim, o que o texto demonstra é que há diferentes abordagens ao se 
encarar as relações sociais, sejam elas partindo do indivíduo ou de um determinado grupo. 
O autor cita Durkheim como um dos principais opositores à Psicologia Social 
Psicológica, ou seja, a psicologia do indivíduo, citando que a Psicologia Social tem suas 
próprias “leis”, não sendo estas as mesmas do entendimento do indivíduo, ou seja, na 
psicologia individual. 
Ainda sobre as divergências da época acerca do surgimento da Psicologia Social com 
diferentes vertentes, houve uma separação dos psicólogos de Chicago dos filósofos. G.H 
Mead foi um dos principais filósofos dessa época, contribuindo com o conceito de linguagem 
como elemento básico na análise do sujeito, porém, como é citado por Farr, suas principais 
idéias foram publicadas através de Morris, onde ele mesmo rotulava Mead de Behaviorista 
Social, o que foi pouco aceito, afinal, Mead opunha-se à Watson e seu positivismo. 
Ora, se Mead falava da linguagem como principal interação do indivíduo com a 
sociedade, essa linguagem constitui-se portanto de símbolos, e este “simbolismo” pode ser 
entendido como qualquer ação que tenha significado para o outro num determinado ambiente, 
não sendo somente, necessariamente, a fala. É nesse momento que Farr fala de Blumer, um 
importante sociólogo da época, ele refere-se à Psicologia Social de Mead como 
Interacionismo Simbólico. Por meio das palavras de Blumer, as palestras de Mead tratam 
 
desse interacionismo no sentindo de mostrar que as relações dão-se no significado e 
interpretação das interações sociais. 
Apesar de ter feito uma das melhores interpretações das obras de Mead, Blumer era 
contraditório quanto às idéias deste, afinal, como sociólogo ele opunha-se à psicologia com 
foco no indivíduo, assim, ele omite que Mead era um dos seguidores da teoria evolucionista, 
ou seja, ele acreditava que o instinto humano era determinante em seu desenvolvimento, idéia 
contrária a Blumer, ainda assim, ele consegue passar seus conceitos por meio das idéias de 
Mead só que com uma perspectiva diferente, sendo esta, o interacionismo simbólico. 
Mais um exemplo das divergências e convergências entre a Psicologia Social 
psicológica e sociológica são as Representações Sociais, estudadas por Moscovici, sendo estas 
estudos acerca dos fenômenos sociais e das relações humanas com os outros e seus contextos. 
Viu-se por meio de Farr que, a Psicologia Social é ampla e complexa, tanto por ter 
diferentes focos de estudo quanto pelos seus diferentes estudiosos e idéias muitas vezes 
contrárias. A psicológica mostra-se individualista, onde o indivíduo deve ser entendido 
primeiramente, sendo ele agente da sociedade entendido como uno. Já a Sociológica, tem 
como base as relações grupais, assim, não é possível entender a sociedade por meio de um 
único indivíduo, as relações são grupais. Portanto, torna-se visível a dificuldade em se 
compreender a Psicologia Social como única, de fato, ela não é, ela é complexa assim como 
seus objetos de estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FARR, R. As raízes da Psicologia Social moderna. Cap. 6 (A individualização da Psicologia 
Social na América do Norte). 
 
Por meio do desenrolar de um contexto histórico, Farr aborda a individualização de 
forma gradativa e marcada por fases. Vê-se que, a América do Norte por meio da influência 
do Renascimento, passa por uma visão de valorização do homem. É nesse período que o 
comércio e o capitalismo se desenvolvem e a ciência e a busca do conhecimento propriamente 
dito, favorecem o desenvolvimento desse individualismo. 
Através do texto da Psicologia Social moderna, entende-se que as ciências sociais na 
América do Norte vão se desenvolvendo de forma individualista, uma vez que esse estudo do 
social é, na verdade, o estudo do comportamento, ou como eles mesmos a nomeavam, 
ciências do comportamento. 
F. H. Allport vem nesse período, através de suas obras, defender a Psicologia Social 
como uma ciência comportamental e experimental, como visto, o indivíduo é parte central de 
sua tese, não existindo consciência que não seja do indivíduo. Farr cita ainda uma das maiores 
críticas de Allport, sendo esta, o conceito de mente grupal, onde ele diz que um grupo não 
possui um sistema nervoso único, logo isso levaria ao erro ao se tentar entender o indivíduo, 
uma vez que ele considerava que cada pessoa é única em sua forma de pensar e agir. G.W 
Allport, embora cognitivista, partilha da idéia individualista do irmão, visto que ambos eram 
estudiosos intelectuais do ocidente, onde o indivíduo, como dito na própria obra de Allport, é 
“o indivíduo per se”, em contraste com sociólogos, onde ele é “o indivíduo em sociedade”. 
Assim, Farr demonstra de forma clara as duas fases da individualização da psicologia 
social nos Estados Unidos. Como dito anteriormente, a primeira fase é marcada pela 
valorização do indivíduo, somente ele possui ações, assim, a ciência deveria estudar o 
comportamento do indivíduo. Não seria possível estudar uma multidão, mas sim, a 
consciência do indivíduo. 
Após essa americanização das ciências sociais, Farr vem mostrar a segunda fase 
desse processo de individualização, que foi o processo de migração de grandes intelectuais e 
estudiosos da época da Europa para os Estados Unidos. Muitos destes eram da Gestalt, estes 
se opuseram aos behavioristas, predominantes na América do Norte. Os psicólogos da Gestalt 
também eram, de certa forma individualistas, no entanto, a forma de perceber e estudar o 
indivívuo se difere. Por meio do texto e através de uma lenda descrita por Kofka, vê-se que, 
enquanto os behavioristas eram observadores do indivíduo atuante do meio, levando-os à uma 
perspectiva subjetiva, a Gestalt dizia que o que percebemos é que orienta nosso 
 
comportamento. Somos o próprio ator de nossas vidas, e como percebemos nosso meio é que 
influencia nosso comportamento, não é possível estar de fora e ter essa compreensão. 
Portanto, a problemática acerca do que é individual e o que é comunidade é algo que 
o próprio autor admite ser um assunto a ser discutido fora das perspectivas passadas do 
período da guerra fria, onde o ocidente era individualista e o leste comunista. A ciências 
sociais mostram-se muito mais amplas que isso, elas de fato estudam o ser, em toda sua 
complexidade, este ser sendo algo histórico se desenrola por inúmeras perspectivas, sejam 
elas pela ciência do comportamentoou pelas ciências socias de fato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RODRIGUES, A., ASSMAR, E.M.L., JABLONSKY, B. Psicologia Social. Cap. 3 (Atitudes: 
conceito, formação e mudança), pp. 97-146. 
 
O texto "Atitudes: Conceito, formação e mudança", começa definindo o que seriam 
essas atitudes, tais são, uma espécie de organização de crenças e cognições, que possuem 
componentes afetivos pró ou contra um objeto social em questão, e que irá predispor uma 
ação coerente com as cognições criadas a respeito deste objeto. Essas atitudes são formadas 
diante o nosso processo de socialização, provenientes de reforço e modelagem. 
Consequentemente trazem características individuais de personalidade ou de determinantes 
sociais, também podendo se formar através dos processos cognitivos (busca de equilíbrio, 
busca de consonância). 
Para que haja esse componente cognitivo, é necessário existir uma representação 
cognitiva sobre o objeto em questão. Esse componente cognitivo são nossas crenças, 
conhecimentos, etc. Sem esse componente é impossível existir a atitude. Já o componente 
afetivo é considerado o componente mais característico da atitude. Ambos componentes 
tendem a serem convenientes entre si, segundo Rosenberg (1960). A destruição da 
congruência afetivo-cognitiva através da alteração de qualquer destes componentes põe em 
movimento processos de restauração da congruência, os quais, sob certas circunstâncias, 
conduzirão a uma reorganização atitudinal através de uma mudança complementar no 
componente não alterado previamente. (Hovland & Rosenberg, 1960, p. 11-12). 
O terceiro componente da atitude é o comportamental, tal costuma possuir uma 
coerência entre os outros componentes que constituem a atitude, no entanto, nem sempre isso 
acontece. Por exemplo, uma pessoa pode possuir uma atitude favorável diante de tal objeto, 
mas por conta da situação, do meio em que o indivíduo se encontra, ele poderá ter um 
comportamento contrário ao componento cognitivo e afetivo. E La Pière (1934) através de um 
estudo, mostrou que aparentemente não há coerência entre atitude e comportamento. 
Fishbein (1966) e Ajzen e Fishbein (1980) apresentam uma relevante e importante 
contribuição à psicologia sobre a relação entre atitude e comportamento. Ao contrário de 
outros autores, eles caracterizaram "a atitude apenas o aspecto afetivo e procuram determinar 
o seu papel na formação de uma intenção de comportamento que, por sua vez, se constitui em 
bom preditor do comportamento da pessoa. Esses dois componentes são: as atitudes da 
pessoa, relativas a um ato particular, e a percepção do que outras pesoas esperam que ela 
faça e sua motivação a conformar-se a esta expectativa (norma subjetiva)". (RODRIGUES, 
 
A., ASSMAR, E.M.L, JABLONSKY, B. Psicologia Social. cap 3). Com os elementos citados 
por Fishbein e Ajzen poderemos de forma objetiva determinar qual a intenção da pessoa em 
ter um determinado comportamento de acordo com a equação IC= f (P1A + P2NS) criada por 
ambos, e que poderá determinar o comportamento que será expresso. 
Outro ponto importante que é necessário ressaltar é que uma pessoa pode ter uma 
atitude derivada de dois valores distintos. Um dos exemplos dado no texto é que essa pessoa 
pode dar esmola a um pobre por valorizar a questão da caridade, e também por valorizar o 
desejo de se mostrar superior. Atitudes também podem ser aprendidas. Katz e Stotland 
(1959), Smith, Bruner e White (1956) destacaram algumas funções que servem às atitudes, 
elas servem para a) nos permitir recompensas e evitar castigos; b) proteger nossa autoestima e 
evitar ansiedade e conflitos; c) nos ajudar a assimilar e ordenar informações complexas; d) 
refletir nossos valores e concepções; e e) estabelecer nossa identidade social. 
Em 1946, Fritz Heider publicou um pequeno artigo, o qual originou através dos seus 
fundamentos o que seria conhecido como teoria do equilíbrio. Heider dizia que se duas 
pessoas tivessem sentimentos recíprocos entre mesmos objetos, então teríamos uma situação 
harmoniosa. Mas caso esses sentimentos ou posionamento fossem aversivos entre si, teríamos 
uma tensão. A solução seria uma reorganização cognitiva caso não haja essa modificação da 
atitude. Em outras palavras, Heider afirma que se não puder mudar a situação desiquilibrada 
para uma situação equilibrada, ela experimentará tensão. 
Rodrigues (1985) atribui pesos a três fontes de tendenciosidade cognitiva: equilíbrio, 
concordância e positividade. Já Leon Festinger cria a teoria de dissonância cognitiva, que tem 
como ponto central a ideia de que procuramos um estado de harmonia em nossas cognições. E 
essas relações entre nossas cognições podem ser relevantes ou irrelevantes. Nesse embalo, 
Brehm e Cohen (1962) ressaltaram dois importantíssimos pontos; a ideia de compromisso e o 
destaque dado à noção de volição. Se não existir um grau razoável de comprometimento, não 
tem o porquê em falar de dissonância cognitiva. Existe uma diferença quando falamos em 
conflito e em dissonância, o primeiro se refere ao período que a pessoa tem de tomar uma 
decisão, ela então se encontra em um estado de conflito, já o segundo, entra em conflito a 
elementos contrários a consonância da alternativa aversiva, causando a dissonância cognitiva. 
Janis e Gilmore (1965) e Rosenberg (1965) postulam que quanto maior a recompensa para 
que uma pessoa emita opinião ou se comporte diferente da que pensa, maior será a mudança 
de atitude. 
Focando agora na ordem dos argumentos, Hovland, Janis e Kelley (1953) defendem 
que apresentar a argumentação principal antes da secundária será mais eficaz. Em meio a 
 
comunicação temos a unilateral (presença de apenas um argumento, seja ele pró ou contra um 
determinado tema) e a bilateral (presença de ambos os lados da controvérsia). Para Hovland, 
Janis e Kelley a motivação despertada por cada um desses tipos de comunicação é dependente 
de predisposições para responder por parte da audiência, por exemplo, a atenção ao conteúdo 
verbal da comunicação; compreensão da mensagem da comunicação; aceitação das 
conclusões propostas pela comunicação. E por último temos a teoria da reatância, afirmando 
que quando temos nossa liberdade ameaçada ou reprimida, teremos uma motivação no sentido 
de recuperar essa liberdade perdida ou ameaçada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RODRIGUES, A., ASSMAR, E.M.L., JABLONSKY, B. Psicologia Social.Cap. 4 (Preconceito, 
Esteriótipo e Discriminação), pp. 147-176. 
 
Essa ideia de encarar o preconceito como um constructo científico só foi possível ao 
longo dos anos 20, nessa época o preconceito estava relacionado principalmente à questão 
racial. O preconceito não era visto deste modo, pois até então no século dezenove, os estudos 
científicos tanto europeus como americanos não se preocupavam com essa questão, pois 
acreditavam existir uma distinção de raças, inferiores e superiores. 
O preconceito nada mais é que uma atitude hostil ou negativa com uma velação a um 
determinado grupo. Como toda atitude, o preconceito possui seus três componentes: 
cognitivo, afetivo e comportamental. O estereótipo é o componente cognitivo, pois está ligado 
à cognição, a modelos ligados a atributos ou comportamentos costumeiros de certas pessoas 
ou grupos de pessoas. O componente afetivo é o próprio preconceito, esse ligado a 
sentimentos de ódio, raiva, repulsa, etc. E o componente comportamental é a discriminação, 
tal faz com que o indíviduo se comporte de maneira aversiva e em alguns casos, de forma 
bastante agressiva para com a pessoa que consideradiferente, fora dos padrões estabalecidos 
pela sociedade ou por sua visão de mundo. Temos o hábito de rotular as pessoas em nossas 
relações interpessoais, pois acreditamos facilitar essas relações. Só que esse ato compõe uma 
série de percepções distorcidas. 
As causas sociais do preconceito podem ser definidas àquelas que possuem relações 
à aprendizagem social. Em outras palavras, somos inseridos em uma sociedade onde alguns 
parâmetros tendem a querer serem vias de regras, por exemplo, o homem é médico e a mulher 
enfermeira. O homem é o chefe e a mulher dona de casa. São conjuntos de comportamentos 
aceitados e aprendidos na escola, em casa, nas instituições religiosas, nas ruas, mídas, etc. 
Essa desigualdade de gênero mostra-se normal às pessoas que foram ensinadas a enxergarem 
os outros dessa forma. Caso não aconteça essa conformidade, o indivíduo pode passar por um 
processo de não aceitação por meio das pessoas as quais convivem com ele. Por fim, temos a 
categorização social, essa consiste em dividir as pessoas em grupos, afim de rotular. Essa 
categorização impede a interação e dita a qual grupo o indivíduo irá participar, e o que não 
entra nos padrões estabelecidos, são exclusos e vítimas do preconceito.

Outros materiais