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BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I - COMINUIÇÃO INDUSTRIAL – PARTE 3 BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moagem Convencional – Aspectos Gerais • A moagem normalmente representa o último estágio dos processos de cominuição. • As partículas são reduzidas de tamanho como resultado da ação do impacto e da abrasão. • É normalmente realizada em recipientes cilíndricos, chamados moinhos tubulares, que contêm corpos moedores, os quais são livres para se mover dentro do moinho, e assim produzir a cominuição do minério. • Corpos moedores de diversos tipos são usados: barras, bolas, cilindros curtos (chamados Cylpebs) de aço, pedaços de rocha dura, ou em alguns casos, partículas do próprio minério. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • O movimento dos corpos moedores dentro do cilindro é realizado pela ação rotativa, planetária, vibratória, ou ainda pela agitação. • Os corpos moedores ocupam normalmente entre 20 e 80% do volume interno do moinho. A relação entre o volume aparente dos corpos moedores e o volume interno do moinho é denominado de grau de enchimento. • No processo de moagem convencional, realizado em moinhos rotativos cilíndricos, partículas com granulometria entre 5 e 250 mm são reduzidas até tamanhos entre 10 e 300 μm. • A denominação do tipo de moinho irá depender do tipo de corpos moedores nele usado: moinhos de barras, de bolas, autógenos (os corpos moedores são partículas do próprio minério) e semi-autógenos (os corpos moedores são uma combinação de partículas do próprio minério e bolas de aço). BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos - Aspectos construtivos e operacionais • Estruturalmente, os moinhos tubulares são constituídos por uma carcaça cilíndrica (normalmente orientada com seu eixo na horizontal), revestida internamente com placas de aço ou borracha, e provida com uma carga de corpos moedores. • O cilindro é fechado axialmente nas suas extremidades por tampas (chamados “trunnions”) que possuem aberturas no centro: uma delas é usada para a alimentação do minério e a outra para a descarga do produto moído. • Todos os tipos de moinhos podem ser utilizados na moagem a seco ou a úmido, desde que o tipo adequado de trunnion seja utilizado. Cabe salientar, entretanto, que sempre que possível a moagem deve ser realizada a úmido. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos - Revestimentos • O movimento relativo dos corpos moedores é determinado pela ação de tamboramento, a qual é muito influenciada pelo revestimento que é fixado dentro da carcaça do moinho. • O revestimento tem os propósitos de proteger a carcaça do moinho do desgaste e prevenir o escorregamento dos corpos moedores e da carga de polpa no moinho em relação à carcaça do moinho. O escorregamento irá consumir energia desnecessariamente. • Placas de revestimentos encontram-se disponíveis em uma variedade de formatos, que incluem o liso, ondulado, alto- baixo (Hi-lo) e de degraus (step liners). BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Os materiais mais utilizados são borracha e metais (ferro fundido Cr-Mo, ferro fundido alto cromo, Ni-Hard, aço martensítico Cr-Mo e aço ao manganês – seqüência dada em ordem crescente de desgaste e decrescente de tenacidade). • Baixas energias de impacto são absorvidas sob a forma de deformações elásticas, sem dano, mas se o impacto é severo, grandes quantidades de deformação elástica ou plástica devem ser toleráveis. • A resistência de borracha ao impacto pode ser incrementada ligando-a ao metal, uma vez que isso gera um material compósito de módulo de elasticidade superior. Essa técnica é aplicada a barras de levantamento. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Qualquer fator que aumenta a energia dos corpos moedores individuais também resulta em maior desgaste. • Existem indicações que o desgaste é, pelo menos, proporcional ao quadrado da velocidade de rotação do moinho. • A resistência à abrasão de um metal é essencialmente uma função da sua dureza, mas a habilidade da borracha de tolerar grandes deformações a torna um material particularmente interessante em aplicações com minérios de elevada dureza. • Uma exceção é o caso em que as partículas possuem arestas cortantes, danificando rapidamente a borracha. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Qualquer fator que aumenta a energia dos corpos moedores individuais também resulta em maior desgaste. • Existem indicações que o desgaste é, pelo menos, proporcional ao quadrado da velocidade de rotação do moinho. • A resistência à abrasão de um metal é essencialmente uma função da sua dureza, mas a habilidade da borracha de tolerar grandes deformações a torna um material particularmente interessante em aplicações com minérios de elevada dureza. • Uma exceção é o caso em que as partículas possuem arestas cortantes, danificando rapidamente a borracha. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Considerações sobre o uso de revestimentos de borracha: Usado em moinhos de menor diâmetro Usado com corpos moedores pequenos Pequena redução da capacidade (são + espessos que revestimentos de aço) Problemas com altas temperaturas (>80oC) Maior desgaste de corpos moedores (?) Custo (??) BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Outros materiais usados em revestimentos de moinhos: Alumina Sílex Porcelana Orebed BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Considerações sobre o uso de orebed: Desenvolvido na Suécia Magnetos cerâmicos incorporados em borracha ou polímeros São mais finos que revestimentos convencionais Partículas magnéticas do minério ou da carga moedora protegem o revestimento do desgaste. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos - Alimentadores • Os moinhos dispõem de diferentes sistemas para melhor atender os requisitos de layout e de processo. • Alimentadores de bico de papagaio (scoop feeder) são os mais usados quando são empregados classificadores espirais, dispensando o emprego de bomba de elevação de polpa. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Quando hidrociclones são utilizados na classificação, o mais usado é o alimentador de calha (spout), o qual necessita que os ciclones estejam montados a uma altura suficiente para garantir a alimentação direta no moinho. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • É também utilizado o alimentador de tambor (drum), que requer uma altura de queda para alimentação menor que o exigido pelo alimentador de calha. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos - Descarga • Nos moinhos de barras os tipos de descarga mais comuns são por transbordo, descarga periférica central e terminal. • Na descarga central, pouco usada em geral, a alimentação é realizada pelas duas extremidades e a descarga do produto do moinho é realizada através de janelas localizadas no centro da carcaça. • A descarga periférica terminal ocorre por meio de várias aberturas periféricas, sendo muito usada na moagem a seco ou na moagem úmida grossa. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Nos moinhos de bolas os tipos de descarga mais usados são a descarga por grade (diafragma) e a descarga por transbordo. Aqueles com descarga de diafragma possuem uma grelha entre o cilindro da carcaça e o cone (trunnion) de descarga, permitindo a polpa passar livremente pelas aberturas da grelha, mas não as bolas. • Existe um dispositivo de elevação de polpa no compartimento posterior à grelha que facilita o fluxo de polpa no moinho, provocando maior velocidade do fluxo de polpa na descarga do moinho. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Esses moinhostêm um nível de polpa mais baixo do que os de transbordo, reduzindo assim o tempo de residência das partículas e evitando a sobremoagem. Esse tipo de descarga também é amplamente usado em moinhos autógenos e semi- autógenos. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos – Corpos Moedores • O tamanho e o tipo dos corpos moedores afeta significativamente os resultados de moagem. • Quanto ao tipo, aço é o material normalmente preferido pela alta densidade e relativamente baixo custo, embora tenha baixa resistência ao desgaste. • Aços tratados e endurecidos são usados, pois apresentam maior resistência ao desgaste. • O desgaste se deve tanto à abrasão quanto à corrosão, principalmente na moagem a úmido. • Em moinhos de bolas e na moagem a úmido, o consumo de aço é da ordem de 0,1 a 1 kg/ton de ROM. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • O consumo de aço no revestimento é tipicamente 10% do consumo nos corpos moedores. • Em alguns casos particulares, quando a prevenção da contaminação por ferro no minério for particularmente importante, alumina ou sílex (ou até porcelana) podem ser usados como corpos moedores. Eles possuem elevado custo e normalmente só são justificados economicamente na moagem de minerais industriais de elevado valor agregado. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Tipos de corpos moedores: Barras Bolas Cylpebs Sílex Seixos BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos – Movimento de corpos moedores em moinhos rotativos • Os corpos moedores são elevados pelo movimento rotativo da carcaça até um certo ponto de onde caem, seguindo uma trajetória parabólica, sobre os outros corpos moedores que estão na parte inferior do tubo e sobre o minério que ocupa os interstícios entre estes. • Os corpos moedores (normalmente bolas) acompanham o movimento da carcaça e, impelidas pela força centrífuga, percorrem uma trajetória circular. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Enquanto a força centrífuga for maior que a força da gravidade, as bolas permanecem nesta trajetória. No momento que o componente da força de gravidade que se opõem à força centrífuga for maior que esta, as bolas abandonam a trajetória circular e passam a seguir uma trajetória parabólica. • O corpo moedor (ou a partícula) permanecerá na parede do moinho se as forças centrífuga e gravitacional estiverem em equilíbrio. • A velocidade crítica do moinho é definida como a velocidade na qual uma bola irá permanecer junto à parede do moinho durante uma rotação completa. É normalmente expressa em termos do número de rotações por unidade de tempo (freqüência). BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Nc sendo Dm e db os diâmetros interno do moinho e das bolas (em metros), respectivamente. • O perfil do revestimento do moinho e o comportamento reológico da polpa no moinho (se pastosa, devido à presença de argila) podem ter um efeito significativo na velocidade crítica real. • Moinhos normalmente operam a velocidades críticas entre 65 e 82%. Entretanto, fabricantes recomendam uma diminuição da velocidade de operação com o aumento do tamanho do moinho. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Enquanto um moinho de bolas de 1 m de diâmetro deve operar idealmente em torno de 75 % da velocidade crítica, um moinho de 5 m de diâmetro deve operar aproximadamente a 68 % da velocidade crítica (segundo a empresa fabricante de moinhos Metso). • Em alguns casos, como na moagem de minérios de diamante na África do Sul, velocidades críticas baixas (da ordem de 20%) têm sido usadas a fim de evitar a o estilhaçamento dos diamantes contidos no minério. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Dependendo da velocidade de rotação e do grau de enchimento, três estados de movimento da carga de bolas podem ser distinguidos: a) movimento de cascata, b) catarata e c) centrífugo. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • A baixas velocidades de rotação, ou com revestimentos lisos, os corpos moedores tendem simplesmente a rolar uns sobre os outros, produzindo moagem essencialmente pelo mecanismo da abrasão e por impactos de baixa magnitude. Esse movimento de cascata é normalmente adequado à moagem fina. • A maiores velocidades os corpos moedores são projetados em movimento parabólico (movimento de catarata) até o pé da carga, produzindo essencialmente estilhaçamento das partículas. • À velocidade crítica do moinho, a trajetória teórica dos corpos moedores é tal que eles cairiam para fora da carcaça, de maneira que eles permanecem aderidos à superfície dela. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Enquanto um moinho de bolas de 1 m de diâmetro deve operar idealmente em torno de 75 % da velocidade crítica, um moinho de 5 m de diâmetro deve operar aproximadamente a 68 % da velocidade crítica (segundo a empresa fabricante de moinhos Metso). • Em alguns casos, como na moagem de minérios de diamante na África do Sul, velocidades críticas baixas (da ordem de 20%) têm sido usadas a fim de evitar a o estilhaçamento dos diamantes contidos no minério. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Na prática, a transição entre um e outro estado de movimento, entretanto, é bastante suave. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • O movimento dos corpos moedores determina essencialmente a potência necessária para o moinho, mas não determina necessariamente a cominuição. • Um ótimo uso de energia para a cominuição de um material requer que o moinho e as condições de moagem sejam adaptadas ao material a ser cominuído. • Por um lado, a energia de impacto de um corpo moedor deve ser elevada o suficiente para quebrar as partículas mais grosseiras na alimentação, mas por outro, não deve ser elevada demais para causar a reaglomeração mecânica dos finos resultantes da quebra da partícula original (briquetagem). • O número de pontos de contato, isto é, o número de corpos moedores deve ser o maior possível. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos – Tipos de processos de moagem • Os processos de moagem são usualmente classificados em dois grupos: Moagem em via úmida Moagem em via seca BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • A via úmida é o processo no qual o material é misturado à entrada do moinho com uma quantidade suficiente de água, de modo a formar um “pasta” ou “polpa”. • As pastas ou polpas são referidas em termos de porcentagem de sólidos na polpa ou de porcentagem de água, sempre expressas em peso. • A moagem por via úmida requer apenas 77% da potência para o mesmo material e granulometria (de alimentação e do produto) que seria necessária em via seca, devido a ação lubrificante e transportadora da água. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • O consumo de corpos moedores e revestimentos na moagem em via úmida é 5 a 7 vezes o obtido por via seca. • Este considerável desgaste é devido à corrosão, oxidação e falta de recobrimento dos corpos moedores e das placas que estão continuamente expondo novas superfícies metálicas ao desgaste. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • Apesar de todos estes inconvenientes, a moagem por via úmida apresenta dois fatores altamente positivos: Facilidade de controle, uma vez que a operação de moagem pode ser controlada pela densidade da polpa e pelo nível da descarga do moinho. Não necessita de coletores de pó, podendo-se manter os níveis de poluição da instalação nos melhores padrões sem recorrer a equipamentos sofisticados e de manutenção dispendiosa. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I • A via seca é aplicada quando: Os processos subseqüentes são a seco, e o produto final deve ser fornecido seco. Se torna difícil ou oneroso remover o líquido usado para realizar a moagem a úmido. O material reage com a água, formando produtos indesejáveis. BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I Moinhos – Circuitos de moagem • Basicamente, existem dois tiposde circuitos de moagem: CIRCUITO ABERTO CIRCUITO FECHADO Número do slide 1 BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS I
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