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2APOSTILA TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO 2B 2016

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UNIP – Universidade Paulista
Direito Tributário II
Profª. Cristina Barbosa Rodrigues
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
As limitações ao poder de tributar são mecanismos estabelecidos pela Constituição Federal que protegem o contribuinte da voracidade tributária estatal.
Dentre os instrumentos que limitam a atuação tributária podemos citar:
Os Princípios Constitucionais Tributários previstos no artigo 150 da Constituição Federal (já estudados)
A delimitação da competência tributária determinada pela Lei Maior.
É a distribuição, divisão do poder de instituir tributos.
Para cada Ente Federativo foi atribuída competência privativa para instituir determinadas espécies tributárias.
Ex.: Somente a União, mediante lei complementar pode instituir o empréstimo compulsório – Art. 148 CF (competência privativa/reservada);
Da mesma forma, somente a União pode instituir o IR, o IPI, o IOF e demais impostos previstos no Artigo 153 da C.F;
Somente os Municípios podem institui o IPTU e demais impostos previstos no artigo 156 da C.F;
Somente os Estados podem instituir o ICMS e demais impostos previstos nos artigo 155 da C.F
Porém, todos os Entes poderão instituir taxas (pois o serviço público pode ser federal, estadual ou municipal) e contribuições de melhoria (a obra que acarreta valorização dos imóveis adjacentes pode ser uma obra federal, municipal ou estadual) - nesses casos há, portanto, competência tributária comum.
Assim, ao delimitar a competência para instituir os tributos previstos no nosso sistema tributário a Constituição Federal acabou por limitar a atuação tributante dos Entes Federados, pois eles só poderão instituir os tributos que a Carta Magna determinou para cada um deles.
3 – Imunidade Tributária
Ainda no intuito de deter abusos do poder de tributar, e assim proteger determinados valores da sociedade como a educação, cultura, participação política, religião, a liberdade de expressão e o princípio federativo, a Constituição Federal excluiu certas pessoas, bens, serviços ou situações do campo de atuação tributária do Estado.
Imunidade é o obstáculo, decorrente de regra da Constituição, à incidência de regra jurídica de tributação.
O que é imune não pode se tributado, está protegido.
Desta forma, depreende-se que a Constituição define o âmbito do tributo (o campo dentro do qual pode o legislador definir a hipótese de incidência da regra da tributação) e a regra da imunidade retira desse âmbito uma parcela, que se torna imune.
IMUNIDADES - ARTIGO 150, VI, “a”, “b”, “c”, “d” e “e” da Constituição Federal
De início, cumpre diferenciar a imunidade da isenção e da anistia:
Isenção – é um benefício fiscal concedido por lei - o fato gerador ocorre mas a lei (federal estadual ou municipal - vai depender de quem é competência tributária) concede um benefício ao contribuinte. 
Anistia – é o perdão (exclusão) das penalidades tributárias (multas).
O que é imune não pode ser tributado, o fato gerador nem chega a ocorrer. É uma proteção à tributação – garantia concedida pela Constituição Federal
A imunidade impede a incidência tributária, pois da parcela de competência outorgada aos Entes lhes foi retirada uma “fatia”, um campo onde o poder tributante não pode agir.
1 – Imunidade Recíproca art 154, VI, “a”, da CF
As entidades políticas integrantes da federação(União, Estados, Municípios, Distrito Federal) não podem fazer incidir impostos umas sobre as outras (cobrar impostos entre si) sobre patrimônio, renda e serviços.
Tal determinação constitucional, estende-se às autarquias e fundações públicas com relação à sua renda patrimônio e serviços, desde que estes estejam relacionados direta ou indiretamente às suas finalidades institucionais. – Artigo 150, § 2º da C.F
Porém, não ocorrerá a imunidade quando tratar-se de renda patrimônio ou serviço de empresa pública, sociedade de economia mista pois estas exploram atividade econômica e são regidas por normas de direito privado. – Artigo 150, § 3º da C.F.
Ex. Petrobrás
Também não se estende a imunidade recíproca ao compromissário que adquire bens públicos isentos de tributação, embora a propriedade ainda não tenha sido definitivamente transferida ao particular, existe um compromisso de compra e venda que transferiu a posse do Estado(imune) para o compromissário particular (não imune). – Artigo 150, § 3º da C.F parte final.
A imunidade recíproca tem como objetivo preservar o princípio federativo (cláusula pétrea - artigo 60, § 4º da Constituição Federal), pois a autonomia dos entes não pode ser ameaçada pelo uso da tributação de um ente sobre o outro.
2 - Imunidade dos templos de qualquer culto (culto a um Deus ou Deuses, não se incluindo o esoterismo) – Art. 150, VI, “b” da CF
Templo: a lei não se refere apenas a uma edificação, mas todos os bens, serviços e rendas relacionados diretamente ao exercício da atividade religiosa (igreja, casa paroquial, convento, missa, cultos, batismos, casamentos....) – Artigo 150, § 4º da C.F
Não pode haver cobrança de impostos sobre as missas, casamentos, ou qualquer ritual religioso, nem sobre os bens que estejam sendo utilizados para atividades religiosas.
Porém, os bens, serviços ou patrimônio da igreja que estejam destinados para outras atividades alheias à finalidade religiosa serão tributados normalmente. 
3 - Imunidade dos Partidos Políticos, das Entidades Sindicais e das Instituições de Educação ou de Assistência Social sem fins lucrativos – art. 150, VI, “c” da CF
São imunes ao pagamento de impostos a renda, o patrimônio e os serviços relacionados às finalidades essenciais dos partidos políticos, sindicatos e instituições de educação ou assistência social sem fins lucrativos. - Artigo 150, § 4º da C.F
As entidades sem fins lucrativos para terem direito a imunidade constitucionalmente prevista devem atender os requisitos previsto nos incisos artigo 14 do CTN:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (não podem distribuir resultados positivos, devem reaplicá-los na própria entidade – daí decorre o caráter não-lucrativo)
II – apliquem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção de sues objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
4 - Imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão – Art. 150, VI, “d” da CF
Não importa o conteúdo do livro ou do periódico.
Essa imunidade visa incentivar a cultura e a educação em geral e garantir a livre manifestação do pensamento - direitos do cidadão que poderiam ser restringidos ou ameaçados diante da incidência de impostos, que podem encarecer e dificultar o acesso da população a estes direitos.
5 - Imunidade dos Fonogramas e Videofonogramas Musicais Produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser – Art. 150, VI, “e” da CF.
A EC nº 75, publicada no DOU de 16/10/13, inclui fonogramas e videofonogramas musicais e literomusicais no rol de imunidade a impostos trazida pela CF em seu art. 150, que, agora, passou a contar com a inclusão da alínea “e”:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapade replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela EC nº 75)
Seguem abaixo algumas definições para auxiliar no entendimento desta imunidade:
1-Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil – de acordo com o conceito trazido pela Lei dos Direitos Autorais4, fonograma é toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou de uma representação de sons que não seja uma fixação incluída em uma obra audiovisual. É uma gravação de som de uma interpretação musical.
Ex: A música Carinhoso, de Pixinguinha, se cantada por Marisa Monte, é um fonograma; se cantada por Ivete Sangalo, é outro fonograma, e assim por diante.
Videofonograma é a gravação de som e imagem de uma interpretação musical, ou seja, os vídeos musicais.
Ex: a gravação de um show onde Marisa Monte canta a música Carinhoso.
2 - Contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou (...) 
- Não é qualquer fonograma a que a norma se refere, mas sim somente os fonogramas de obras musicais.
 - Literomusical - são as músicas com letras, em contraposição às músicas apenas instrumentais ou sem letras
Logo, não estariam abrangidas aqui, por exemplo, a recitação de uma poesia, ou então um documentário.
3-Contendo obras em geral interpretadas por artistas brasileiros - esta frase pode ensejar duas interpretações, cujos reflexos será uma ampliação ou uma limitação à imunidade pretendida pela Emenda.
Em face disso, e sem qualquer pretensão de esgotamento do tema, resta-nos claro que a interpretação a ser dada ao dispositivo deve ser no sentido ampliativo, de modo a imunizar não somente os fonogramas e videofonogramas musicais, mas, de igual modo, os fonogramas e videofonogramas de obras em geral, já que ambos – obras musicais e obras em geral – objetivam igualmente a disseminação da cultura.
4-Bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham – suportes materiais são meios pelos quais os fonogramas e videofonogramas se materializam, a exemplo dos CDs, DVDs e Blu-Ray.
No tocante aos arquivos digitais, exemplifica-se com as músicas baixadas pela Internet, aplicativos de música para celular e tablet, e outros.
5-Salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser – a replicação a que se refere o dispositivo é o processo industrial de multiplicação da matriz do CD ou DVD em cópias idênticas.
Diante destes esclarecimentos, temos que: a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal não poderão instituir impostos sobre gravação de música ou obras em geral, de som ou imagem e som interpretadas por artistas brasileiros. Também não poderão instituir impostos sobre os CDs, DVDS, Blu-Ray ou outros suportes materiais, e ainda arquivos digitais que os contenham (aplicativos para celular, tablet, download pela Internet etc.). 
Apenas o processo industrial de produção dos CDs e DVDs (suportes materiais), se realizados por mídias ópticas de leitura a laser, poderá ser normalmente tributadas.
Assim, temos os seguintes reflexos tributários, aqui explicados de forma sistemática:
Primeira etapa de produção dos CDs, DVDs e Bu-Rays - imunidade - ex.: contratação de estúdio, músico, mixagem, produção fonográfica e videofonográfica – IR e ISS, via de regra, a imunidade destes impostos terá reflexo primeiro no preço dos serviços, que em tese será menor haja vista não haver esse custo por parte das empresas que o realizam.
Segunda etapa: replicação dos CDs, DVDs e Bu-Rays (fabricação) – ICMS e IPI: serão normalmente tributáveis.
Terceira etapa: distribuição e venda dos CDs, DVDs e Bu-Rays – ICMS e IR: esta etapa será imune do ICMS e do IR gerado na venda desses produtos.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Conceito:
É a relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito passivo) tem o dever de pagar determinado tributo ou penalidade pecuniária ao Estado (obrigação principal), ou fazer ou não fazer algo no interesse da arrecadação e/ou da fiscalização tributária (obrigação acessória).
Elementos da obrigação tributária:
	-Lei
-Fato gerador
-Sujeitos: 	sujeito passivo
sujeito ativo
ESPÉCIES DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Uma vez ocorrida, a obrigação será principal ou acessória.
Obrigação principal – artigo 113 § 1º CTN
Decorre de lei em sentido estrito e surge com a ocorrência do fato gerador descrito na lei.
Tem como objeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária (decorrente do não cumprimento de alguma obrigação tributária).
É prestação a de natureza patrimonial – sempre uma quantia em dinheiro – à qual está obrigado o sujeito passivo (obrigação de dar)
Obrigação acessória – artigo 113 § 2º CTN
Ela decorre da legislação tributária (decretos, regulamentos, portarias) – lei em sentido amplo - artigo 96 CTN
O objeto da obrigação acessória é sempre de natureza não-patrimonial.
É uma prestação de fazer ou não fazer atos de interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
Envolve deveres formais, instrumentais sem conteúdo pecuniário.
Ser acessória significa estar ligada a uma obrigação, denominada principal.
Porém, nem sempre haverá um vínculo direto entre determinada obrigação principal e a obrigação acessória, elas poderão ocorrer de forma independente.
Pode existir o dever de cumprir a prestação acessória sem o dever de cumprir a obrigação principal, mas todo conjunto de obrigações acessórias só existem para viabilizar o cumprimento das principais.
Ex. emitir nota fiscal de produto que é isento de ICMS, embora o ICMS não seja recolhido nesta hipótese, a escrituração fiscal é necessária para apuração do faturamento que servirá de base de cálculo para outro tributo como, por exemplo, IR.
Assim, as obrigações acessórias têm como objetivo: viabilizar o controle dos fatos relevantes para o surgimento, pagamento ou fiscalização de obrigação principal.
Ex.: Emitir nota fiscal, escriturar um livro, inscrever-se no cadastro de contribuintes, não receber mercadorias desacompanhadas da documentação exigida, admitir o exame dos livros pelo fiscal.
A obrigação acessória não cumprida gera uma obrigação principal de pagar a penalidade pecuniária imposta ao sujeito passivo que não obedecer esta obrigação tributária.
ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Lei
A obrigação tributária é uma obrigação ex lege, decorre de lei
O veículo do fato gerador é a lei.
Fato gerador – hipótese do surgimento da obrigação
É uma situação abstrata (uma hipótese) descrita na lei que uma vez ocorrida em concreto faz nascer a obrigação tributária.
O fato gerador tem 02 planos:			
-	hipotético (previsto na lei) – Hipótese de incidência Tributária
-	concreto (quando a situação prevista na lei acorre de fato)
Como existem 02 espécies de obrigação tributária, há também 02 modalidades de fatos geradores:
1 - Fato gerador da obrigação principal - Art. 114 CTN
Situação - fato, conjunto de fatos, situação jurídica. Toda e qualquer ocorrência, decorrente ou não da vontade.
Definida em lei – A definição do fato gerador da obrigação principal, a descrição da situação cuja ocorrência gera a obrigação tributária é matéria de reserva legal
Só a lei é o instrumento próprio para descrever o fato gerador da obrigação principal – artigo 97, III CTN
Necessária – sem a situação prevista em lei, não nasce obrigação tributária
Suficiente – significa dizer que a situação prevista em lei é bastante para gerar a obrigação tributária.
 2 - Fato gerador da obrigação acessória - Art. 115 CTN
O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a pratica ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (ou seja, que não seja pagar o tributo).
Esse fato gerador pode ser definido pela legislação tributária – lei em sentido lato (regulamento, decreto...) não apenasem lei sentido escrito (ato normativo emanado do Poder Legislativo).
Ex. Abertura de um estabelecimento comercial faz nascer o dever de requerer inscrição nos cadastros fiscais correspondentes.
Uma determinada situação pode ser o fato gerador da obrigação principal e da obrigação acessória.
Ex.: A circulação de mercadoria faz nascer ao mesmo tempo a obrigação de pagar o ICMS (obrigação principal) e também a obrigação de emitir a nota fiscal correspondente (obrigação acessória).
SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
SUJEITO ATIVO
(Artigo 119 CTN)
O sujeito ativo d obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito Público titular da competência tributária/impositiva, sendo ela a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município.
SUJEITO PASSIVO
(Artigo 121 A 123 CTN)
o sujeito passivo pode ser direito ou indireto
SUJEITO PASSIVO DIRETO: é o contribuinte
É a pessoa física ou jurídica que tem relação pessoal e direita com o fato gerador.
ou seja, é a pessoa que se encontra na situação prevista na lei que a torna obrigada ao cumprimento da obrigação tributária.
Ex. proprietário de veículo automotor é o contribuinte do tributo IPVA- Imposto Sobre a Propriedade de Veículo Automotor -, pois é ele quem concretiza o fato gerador.
SUJEITO PASSIVO INDIRETO: é o responsável
É a pessoa física ou jurídica que tem interesse no cumprimento da obrigação tributária por definição legal.
A lei atribui a uma pessoa, que não realizou o fato gerador, o dever de efetuar o pagamento do tributo.
O responsável é indiretamente vinculado ao fato gerador por imposição de lei, estando obrigado a responder pelo tributo e/ou pela penalidade tributária.
Ex.: IRRF – Imposto de Renda retido na Fonte - : a fonte pagadora é responsável pelo recolhimento e posterior pagamento do imposto de renda retido.
	Contribuinte: aquele que recebeu a renda
	Responsável: a fonte pagadora
O ITCMD - Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações - que incide na doação de um imóvel a uma menor: 
Contribuinte: o menor
Responsável: os pais ou seus tutores
Convenções particulares
A não ser que a lei específica do tributo estabeleça de modo diferente, as convenções particulares (contratos, acordos...) relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias respectivas.
Isto significa que as pessoas podem estipular entre elas a quem cabe a condição de sujeito passivo da obrigação tributária, ou, em outras palavras, a quem cabe a responsabilidade pelo pagamento de tributos, mas suas estipulações não terão validade perante a Fazenda Pública.
O Fisco irá cobrar o cumprimento da obrigação tributária do sujeito passivo previsto na lei.
Assim, convenções ou acordos entre particulares não terão força para mudar o sujeito passivo que foi estabelecido pela norma tributária.
Essas convenções terão validade apenas perante as partes, mas nenhum efeito produz contra o Fisco.
Ex.: Um contato particular estabelece que outra pessoa diferente do sujeito passivo previsto na lei deverá pagar um tributo, se esta pessoa não pagar o Fisco irá cobrar o tributo do sujeito passivo previsto na lei - para ele não importa a existência de um contrato estabelecendo que outra pessoa deve pagar. 
SOLIDARIEDADE – ART. 124 e125 do CTN
Haverá solidariedade no cumprimento da obrigação tributária se houver pluralidade de sujeitos passivos ou quando a lei expressamente indicar que existe solidariedade em relação às pessoas que ela indicar.
Assim,
 - Serão solidariamente responsáveis as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitui o fato gerador.
 - Também haverá solidariedade no cumprimento obrigação tributária em relação às pessoas que forem expressamente designadas na lei.
A solidariedade ocorrerá entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitui o fato gerador (mais de um sujeito passivo realizando o fato gerador) – Ex.: Impostos relativos aos imóveis que possuem 02 proprietários terão 02 sujeitos passivos que respondem solidariamente pelo pagamento dos tributos.
Ou, ainda, quando a lei expressamente determinar que determinadas pessoas responderão solidariamente pelo pagamento do tributo.
A solidariedade tributária não comporta o benefício de ordem (artigo 124, parágrafo único do CTN)
BENEFÍCIO DE ORDEM: é a observância de uma ordem, de uma seqüência quanto à execução da obrigação.
EFEITOS DA SOLIDARIEDADE – Art. 125 CTN
Se não houver lei dispondo de outro modo, nas obrigações em que existirem obrigados solidários:
o pagamento efetuado por um aproveita aos demais, isto é, desde que um pague, os demais ficam desobrigados;
a isenção ou remissão (perdão) do crédito tributário, exonera todos os obrigados, a não ser que o benefício tenha sido concedido a um dos sujeitos passivos em caráter pessoal, pois neste caso subsiste a solidariedade quanto aos demais, pelo saldo remanescente;
a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os demais.
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA (passiva) – Art. 126 CTN
Capacidade: aptidão legal para exercer direito e contrair obrigações.
A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil.
As normas do direito tributário orientam-se sempre no sentido de atingir a realidade econômica das relações que disciplinam e evitar fraude. 
É marcante o fato da manifestação da vontade do sujeito passivo ser irrelevante para a formação de cumprimento da obrigação tributária, ou seja, se o sujeito passivo realizar o fato gerador descrito na lei, querendo ou não, sabendo ou não, estará obrigado a pagar o tributo ou a penalidade tributária.
Nos atos jurídicos em geral a vontade é elemento essencial, por isso o Código Civil exige, para validade destes atos, um agente capaz, ou seja, um agente que tenha vontade juridicamente válida. 
Como na formação da obrigação tributária não importa o ato, mas o fato em sentido estrito (fato gerador), o acontecimento considerado apenas em seu aspecto objetivo, é natural que a capacidade jurídica seja irrelevante na formação do vínculo obrigacional tributário.
Assim, sendo a vontade irrelevante na obrigação tributária, não tem sentido a exigência de capacidade jurídica como condição para que alguém possa ser sujeito passivo desse tipo de obrigação.
Desta forma também serão sujeitos passivos da obrigação tributária:
o incapaz
o impedido de exercer atividades civis, profissionais ou comerciais
a empresa irregularmente constituída
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO – Art. 127 CTN
Domicílio: local onde a pessoa se estabelece com ânimo definitivo.
Em regra o domicílio tributário é aquele eleito pelo contribuinte ou responsável;
O sujeito passivo pode escolher o local em que manterá as suas relações com o fisco, mas o CTN estabelece regras limitativas dessa liberdade de escolha.
Vejamos.
Na falta de eleição pelo sujeito passivo aplicam-se as regras do artigo 127, incisos I, II, III do CTN:
pessoa física: local de sua residência habitual ou centro de suas atividades;
pessoa jurídica : é o local de sua sede.
se a empresa tiver vários estabelecimentos, o domicílio tributário será o do local onde ocorrer o fato gerador (Ex. ICMS)
pessoa jurídica de direito público: qualquer uma de suas repartições localizadas no território da entidade tributante.
Se nenhuma das situações previstas nos incisos do artigo 127 não for cabível, a entidade tributante pode considerar como domicílio tributário lugar da situação do bem (Ex. ITCMD) ou da ocorrência do fato gerador (ICMS).
A autoridade tributária pode recusar o domicílio eleito – artigo 127 § 2º do CTN, se o domicílio indicado pelo sujeito passivo dificultar a fiscalização ou a arrecadação do tributo.
Tais regras gerais sobredomicílio estabelecidas pelo Código Tributário, não prevalecerão se houver determinação diferente em leis especiais sobre tributos.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA – REGRAS GERAIS Arts. 128 a 138 CTN
A responsabilidade tributária é atribuída por lei.
Somente a lei pode determinar que numa obrigação tributária, além do contribuinte (sujeito passivo direto), também haverá o responsável tributário (sujeito passivo indireto)
A lei sempre indicará como responsável tributário alguém, que mesmo não realizando o fato gerador, tem alguma ligação com ele.
Ex.:Fonte Pagadora: é a responsável tributária do IR retido na fonte, cujos contribuintes são os seus funcionários ou prestadores de serviço.
Podemos dividir didaticamente a responsabilidade tributária da seguinte forma:
1 – A RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO 
Art.129 CTN – Os sucessores são responsáveis pelos créditos tributários já constituídos ou em curso na data da sucessão.
A obrigação dos sucessores pode ser:
causa mortis - atingindo, até o limite da transferência, o herdeiro, o legatário e o cônjuge meeiro (quando já houve partilha) ou o espólio ( universalidade de bens deixados pelo de cujos que ainda não foram partilhados).
ou por ato inter vivos - a exemplo a venda de um imóvel com tributos em atraso – ART 130 /131 CTN
A responsabilidade dos sucessores decorre de um fato gerador anterior à sucessão, ainda que só apurado ou lançado posteriormente (artigo 129 CTN) – é uma espécie de substituição regressiva (para trás)
Em regra, há responsabilidade do sucessor quanto às multas moratórias devidas pelo sucedido, nos termos do parágrafo único do artigo 134 do CTN
Porém, a multa punitiva (que tem caráter pessoal) não se transmite. (STF, RE 76.153)
São responsáveis por sucessão:
O adquirente de bem imóvel – Art. 130 CTN
Exceto se no título de aquisição constar a CND (certidão negativa de débito) como prova de quitação dos tributos relativos ao imóvel.
O arrematante - 130, parágrafo único CTN
Na hipótese de arrematação de um bem imóvel em hasta pública a sub-rogação (transferência do encargo) ocorre sobre o respectivo preço.
Desta forma, no valor da arrematação já estão computados os tributos devidos.
O remitente – Art. 131, I CTN
Em regra o remitente (pessoa que adquire um bem onerado) é pessoalmente responsável pelos tributos relativos ao bem adquirido. 
No caso de extinção de uma pessoa jurídica, o sócio ou mesmo o espólio que prosseguir com suas atividades assume a responsabilidade pelos valores até então devidos (artigo 132, parágrafo único, do CTN)
Adquirente de empresa comercial, empresarial, industrial
Na hipótese do artigo 133 CTN, o adquirente de um estabelecimento comercial, industrial ou profissional (por ex. uma loja de roupas) que mantiver a exploração do mesmo ramo de atividade (sob o mesmo nome ou não) responderá pelos tributos devidos pelo antecessor até a data da transação.
Sedo que:
- A responsabilidade tributária será integral se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou qualquer outra atividade, nos termos do inciso I do artigo 133 do CTN.
- A responsabilidade será subsidiária (secundária) se o alienante, no prazo de seis meses, contados da alienação, iniciar nova atividade (Art. 133, II do CTN)
Assim, temos:
Regra geral
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma, ou outra, razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato:
        I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
        II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Exceção à regra:
 § 1o O disposto no caput deste artigo (133) não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
        I – em processo de falência; 
        II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
      
 Porém, essas exceções não se aplicam se:
 § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: 
        I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
       II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
        III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
 2 - RESPONSABILIDADE POR TRANFERÊNCIA – FUSÃO, TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO E CISÃO 
Art. 132 do CTN: as pessoas jurídicas de direito privado decorrentes de fusão, transformação, incorporação ou cisão respondem pelos tributos devidos até a data do ato pela pessoa originária, ou seja, a sucessora é responsável pelos débitos da sucedida existentes até a data da formalização do negócio. 
pela fusão, duas ou mais empresas se unem para formar uma sociedade nova; 
pela incorporação, uma ou mais empresas são absorvidas por outra;
pela transformação, uma empresa passa de um tipo para outra (de Ltda. Para S.A por exemplo) e, 
Cisão: quando uma sociedade transfere seu patrimônio para uma outra ou para outras sociedades preexistentes ou não, podendo a sociedade cindida subsistir (cisão parcial) ou ser extinta (cisão total). – O CTN não fala em cisão aplica-se o parágrafo único do artigo 132 por analogia.
3 - RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS –Arts. 134 e 135 do CTN
I- Responsabilidade subsidiária – Art. 134 do CTN
O Código Tributário atribui a responsabilidade tributária a terceiros no caso de impossibilidade de exigir que o contribuinte cumpra a obrigação tributária.
Assim, nas hipóteses do artigo 134 do CTN, a responsabilidade dos terceiros é subsidiária, ou seja, o cumprimento da obrigação tributária primeiro deve ser exigido do contribuinte. 
O CTN erra ao empregar a expressão solidariedade no caput do artigo 134, pois o Fisco não cobrará o tributo do contribuinte ou do responsável, ele na impossibilidade de cobrar do contribuinte (ou seja, só se o contribuinte não pagar ou estiver impossibilitado de fazê-lo) pode cobrar do responsável, ocorrendo, desta forma há subsidiariedade e não solidariedade.
Ressalte-se que, em relação às penalidades pecuniárias, só podem ser exigidas do responsável as de caráter moratório, ou seja, as decorrentes de atraso no pagamento do tributo - multas compensatórias pelo tempo decorrido entre a data do vencimento da obrigação tributária e a data de seu efetivo pagamento.
II - Responsabilidade pessoal e direta (responsabilidade por substituição) – Art. 135 do CTN
Na hipótese prevista no art. 135 CTN, a responsabilidade pela obrigação tributária é pessoal e direita (ou seja, o responsável responderá pessoalmente e não subsidiariamente) daqueles que agiram com excesso de poderes ou em infração à lei, ao contrato social ou aos estatutos, acarretando sua responsabilidade por substituição (irão responder substituindo o sujeito passivo direto).
As pessoas que, no exercício de suas atribuições, praticam atos com excesso de poder, ou seja, além daqueles que lhe foram conferidos pelo cargo, função ou mandato, passam a ser pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes às obrigações tributárias geradas pela prática desses atos.
O excesso de poderes, geralmente, implica infração da lei, ou do contrato social ou dos estatutos.
São incluídos nessa responsabilidade pessoal diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Alei das Sociedades por Ações em seu artigo 158 assim dispõe:
“o administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde porém, civilmente, pelos prejuízos que cause, quando proceder:
dentro de suas atribuições ou poderes com dolo ou culpa;
com violação da lei ou do estatuto.
O inciso III do artigo 135 do CTN inclui a sociedade que deixa de operar antes da devida liquidação, caso em que seus dirigentes responderão com o seu patrimônio pessoal. – os bens particulares dos dirigentes só respondem pelo débito se não existirem bens suficientes da sociedade.
Assim há a possibilidade de ser responsabilizado o sócio – desconsideração da pessoa jurídica.
Rompe-se a barreira da pessoa jurídica para atingir a pessoa do sócio, do representante legal da empresa.
Obrigação tributária resultantes de atos de:
Excesso de poder
Infração de lei
Infração de contrato social ou estatuto
Excesso de poder:
só o comete excesso aquele que tem poder e pode exercê-lo. 
via de regra, é o sócio gerente que será o responsável, já que no contrato social se determina aquele é que tem que pagar as contas, pagar os tributos, representar a empresa, etc. – é ele que realiza os atos de gestão.
Infração de lei:
Para a corrente dominante, infração de lei é a violação a qualquer dispositivo tributário.
Para a corrente minoritária: infração de lei é resultante de fraude, dolo, intenção de lesar, de prejudicar.
4 - RESPONSABILIDADE POR MULTAS DECORRENTES DE INFRAÇÕES TRIBUTÁRIAS
O artigo 136 do CTN evidencia que nas infrações tributárias a responsabilidade é objetiva, ou seja, independe da culpa ou da intenção do contribuinte ou do responsável, salvo disposição de lei em contrário. 
Essa responsabilidade independe também da natureza e extinção dos efeitos do ato, tampouco depende da existência de prejuízo.
Assim, o animus, que é fundamental no Direito Penal para caracterizar o dolo ou a culpa, não é levado em conta no Direito Tributário no que diz respeito à responsabilidade por infrações
EXCEÇÕES
O artigo 137 do CTN estabelece exceções à rega de que a responsabilidade por infrações tributárias cabe ao sujeito passivo, contribuinte ou responsável. 
Diz tal dispositivo legal que nos caso em relaciona – infrações que constituem crimes ou contravenções e aquelas em que o elemento doloso é fundamental para sua caracterização – a responsabilidade é pessoal do agente (pessoa que praticou o ato violador da legislação tributária), excluindo a responsabilidade do sujeito passivo pelas sanções (multas tributárias) nos seguintes casos:
quando o agente praticar infrações tipificadas como crime ou contravenção, salvo se o ilícito for cometido no exercício regular (exercício que atendo os interesses da empresa) de suas atribuições, caso em que a empresa também ficará responsável pela infração.
quanto às infrações cuja definição dependa da intenção do agente em alcançar um fim específico (ex. fraudar o fisco quando tal circunstâncias seja elementar do tipo).
A responsabilidade é pessoal do agente (e não do contribuinte) quando ele praticar a infração com o fim especial de prejudicar aquele que representa (sujeito passivo). Neste caso, as infrações decorrem direta e exclusivamente de dolo específico:
das pessoas relacionadas no artigo 134 do CTN (pais, tutores, curadores...), contra aquelas por quem respondem;
dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA – Art. 138 do CTN
Preceitua o artigo 138 do CTN que a responsabilidade pela infração é excluída por sua denúncia espontânea, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido, acrescido de juros moratórios, ou do depósito do montante arbitrado pelo fisco, em se tratando de obrigação tributária dependente de sua apuração.
Assim, é possível que o sujeito passivo da obrigação espontaneamente (antes do início de qualquer procedimento fiscal ou medida de fiscalização relacionada com o objeto da confissão) procure o fisco e confesse o cometimento de uma infração tributária e pague espontaneamente o tributo devido.
Essa denúncia espontânea exclui as penalidades decorrentes da infração (mas não exonera o cumprimento da obrigação tributária), em especial a multa de mora, conforme decisão exarada no recurso especial RE 106.068-SP, RTJ, 115:452.
A exclusão da multa (sanção pecuniária destinada a desestimara a mora e a indenização o credor pelos transtornos dela decorrentes) não exclui exigência de correção monetária (simples manutenção do poder de compra da moeda) ou dos juros moratórios (remuneração pelo custo do dinheiro indevidamente retido)
A denúncia espontânea afasta qualquer possibilidade de punição, não apenas de natureza administrativa, mas, igualmente, a criminal.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O artigo 139 do CTN estabelece que o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
Obrigação tributária = dever de cumprir a obrigação
O crédito tributário é o que resulta da obrigação tributária.
Quando há imunidade não há obrigação tributária por determinação constitucional e, portanto, não haverá crédito tributário.
Quando há isenção há a obrigação, mas não haverá o crédito por determinação da lei que estabeleceu o benefício fiscal.
O crédito tributário não cria obrigação nova, ele simplesmente estabelece o montante devido e a possibilidade do fisco cobrar do contribuinte. O crédito tributário é a materialização da obrigação tributária a que se refere.
Verificando-se de fato a hipótese prevista na lei tributária com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária, mais ainda nesse momento, a obrigação não é exigível (ela não foi devidamente apurada).
É necessário que o Estado constitua o crédito tributário correspondente a essa obrigação tributária, mediante um procedimento administrativo denominado lançamento
Uma vez constituído o crédito, a autoridade não pode dispensá-lo sem expressa autorização legal, sob pena de responsabilidade (artigo 141 CTN).
É possível a existência de obrigação sem o correspondente crédito (quando ainda não houve o lançamento), mas o crédito sem obrigação é nulo e pode constituir crime (artigo 316, §§ 1º e 2º do Código Penal)
O crédito tributário é o vínculo jurídico que possibilita o sujeito passivo exigir o pagamento do tributo pelo sujeito passivo.
A constituição do crédito, ou seja a apuração do valor do tributo ou da multa, bem como demais formalidades relacionadas com o pagamento do tributo são feita através do lançamento.
LANÇAMENTO – Art. 142 CTN
É o procedimento administrativo vinculado que constitui o crédito tributário.
Ele se destina a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante total devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, aplicar a penalidade cabível.
Assim, o lançamento, sendo um procedimento, é formado de uma série de atos sucessivos que tem por objetivo constituir, formalizar o crédito tributário, tornando-o exigível.
Desta forma o lançamento tem por finalidade:
1º - verificar a ocorrência do fato gerador: 
para poder lançar a autoridade tributária precisar de um fato gerador – Ex. se o indivíduo não é proprietário de imóvel não realizou o fato gerador do IPTU.
2º - determinar a matéria tributável:
determinar o bem que será objeto de tributação – Ex. IR – matéria tributável é a renda
Verifica-se ainda, qual a legislação pertinente àquele tributo, se há isenções, reduções, etc.
3º - calcular o montante devido:
O lançamento deve indicar o quanto deve ser pago, o montante.
Geralmente a autoridade tributáriase utiliza de uma base de cálculo (valor) e de uma alíquota (percentual que se aplica sobre a base de cálculo e determinam o montante devido).
Porém, há casos em que o montante do tributo devido não depende de base de cálculo e de alíquota, é um valor fixo já determinado na lei.
4º - identificar o sujeito passivo
O lançamento vai individualizar, apurar todos os dados do sujeito passivo (nome, endereço, CPF, RG, CNPJ, domicílio tributário), que pode ser o contribuinte ou responsável - vai depender do que dispuser a lei do tributo.
Pretende-se evitar cobrança indevida.
5º propor aplicação da penalidade cabível:
O termo correto é exigir a penalidade cabível prevista lei. 
Nesse caso o lançamento terá forma de auto de infração.
A penalidade vai ser imposta por meio de auto de infração.
O artigo 142 do CTN descreve que geralmente em um mesmo documento ou ato de autoridade administrativa, pode ocorrer o lançamento tributário, em se exige o tributo devido pelo contribuinte, e a aplicação de uma penalidade pelo fato deste contribuinte ter deixado de recolher o tributo. – neste caso, o Fisco emite o aviso de lançamento (notificação) acompanhado de um auto de infração e imposição de pena.
Ex. ICMS; se numa fiscalização flagra-se sonegação deste imposto, a notificação para pagamento do tributo devido será acompanhada do auto de infração indicando valor da multa.
Notificação do lançamento
O lançamento por si só não é suficiente para cobrar o tributo, há necessidade da chamada notificação de lançamento que é o ato jurídico administrativo que dá ciência ao sujeito passivo sobre o lançamento, que nos termos da lei, determina o prazo para o respectivo pagamento ou interposição de impugnação administrativa.
Notificação: o lançamento é trazido ao conhecimento do contribuinte através da notificação
O auto de infração (multa) vem junto com a notificação
Se na notificação não constar expressamente o prazo, considera-se para o pagamento o prazo de 30 dias.
CTN - Artigo 142 parágrafo único - O lançamento é uma atividade administrativa vinculada e obrigatória.
O dispositivo acima consagra que o Poder Público, sob pena de responsabilidade, não pode se furtar à prática do ato de lançamento relativo a tributo de sua competência. 
O lançamento tem natureza de atividade vinculada e obrigatória e não meramente discricionária
CTN - Artigo 143 – valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, o lançamento fará a conversão em meda nacional pelo câmbio da data do fato gerador.
CTN - Artigo 144 – o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada (tempus regit actum)
Todos os índices de cálculo para a apuração da obrigação tributária como os valores de incidência e alíquotas, devem ser contemporâneas ao fato gerador e não ao lançamento.
Ex.: Ao fazer a avaliação de bens de um inventário, o lançador não poderá tomar por base o valor dos bens na data do lançamento, mas sim na data da ocorrência da morte do de cujus.
CTN – Art.145 – o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
I – impugnação do sujeito passivo;
Após a notificação, o sujeito passivo – no prazo previsto pela legislação local – poderá oferecer impugnação ao lançamento – utilizando-se dos recursos legalmente previstos.
O sujeito passivo que entender que há erro no ato administrativo de lançamento tem o direito de impugná-lo, isto é contestar no todo ou em parte os termos do lançamento. – princípio do contraditório e da ampla defesa.
Essa impugnação pode ser via Administrativa ou judicial.
Como matéria de defesa, poderá negar a ocorrência do fato gerador, descaracterizar a matéria tributável, impugnar os valores relativos ao cálculo do tributo e, finalmente, negar o descumprimento do dever administrativo, no que tange à sanção aplicada.
II – recurso de ofício;
II – iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149 do CTN.
ESPÉCIES DE LANÇAMENTO
Existem três espécies de lançamento: de ofício, por declaração e por homologação.
De ofício (direto) – é aquele realizado pela autoridade administrativa sem auxílio do sujeito passivo – a autoridade administrativa detém todas as informações necessárias para constituir o crédito tributário. Ex. IPTU, IPVA
Por declaração (misto) – é aquele realizado pelo fisco com base nas informações prestadas pelo contribuinte.
É o lançamento feito em face da declaração fornecida pelo contribuinte ou por terceiro, quando um ou outro presta à autoridade administrativa informações quanto à matéria de fato indispensáveis à sua efetivação.
Assim o sujeito passivo é obrigado a informar (declarar) ao Fisco dados relativos ao tributo. 
De posse dessas informações, o sujeito ativo calcula o montante do tributo devido, realiza o lançamento e notifica o contribuinte ou responsável para que ele pague o tributo exigido.
Por homologação (também chamado autolançamento) – Artigo 150 CTN
Esta modalidade de lançamento é efetivada por iniciativa do sujeito passivo, sujeita à homologação da autoridade administrativa.
A lei, por medida de economia administrativa, atribui ao sujeito passivo a tarefa de calcular e recolher aos cofres públicos o imposto devido, cabendo à administração homologá-lo, salvo se houver irregularidades
O lançamento só ocorre efetivamente após a homologação da autoridade administrativa.
Assim, o sujeito passivo tem o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa
Antecipar pagamento: a exigibilidade do crédito decorre do lançamento, mas na modalidade “por homologação” o lançamento só ocorre de fato com a ratificação, pela autoridade administrativa, do pagamento feito antecipadamente. (há uma inversão do procedimento primeiro se paga depois se apura se está correto)
Ex. ICMS e o IPI: ambos são lançados pelo próprio contribuinte que declaram periodicamente, ao Fisco as operações de entrada e saída de mercadorias, preenchendo guias de informação e recolhimento do tributo (obrigatoriamente)
O IR - imposto renda – na atual sistemática tributária – é captado por meio de lançamento por homologação, pois o contribuinte não se limita apenas a declarar a renda, mas também a preencher a guia de recolhimento federal relativo ao imposto apurado pelo próprio contribuinte.
Desta forma, observa-se que o contribuinte tem o dever de efetuar o pagamento de forma antecipada, sem prévio exame da autoridade administrativa.
05 anos após a ocorrência do fato gerador, se não houver manifestação do Fisco, considera-se o pagamento correto - Homologação. (artigo 150, §4º) – homologação tácita
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
- Art. 151 CTN
A suspensão do crédito tributário é sempre de natureza temporária.
A suspensão não importa na desconstituição (extinção) do crédito tributário, que continua intacto desde sua constituição definitiva pelo lançamento, devidamente notificado ao sujeito passivo. – suspende-se a sua exigibilidade
Os casos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário estão descritas no artigo 151 do CTN:
Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
a moratória;
o depósito do seu montante integral
as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
concessão de medida liminar em mandado de segurança
a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
o parcelamento
Porém, tais hipóteses de suspensão do crédito tributário não dispensam o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito esteja suspenso, ou dela conseqüentes.
*Suspende-se a exigibilidade do crédito e não o próprio crédito tributário.
*A suspensãotem natureza temporária.
*Diz respeito à obrigação principal – pagar tributo ou penalidade pecuniária.
FATORES QUE DETERMINAM A SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO:
I – MORATÓRIA
É a prorrogação do prazo de pagamento de tributo com base na lei.
Pode ser concedia:
- em caráter geral, por exemplo, para minimizar as situações decorrentes de calamidade pública
- ou em caráter individual
A moratória não será aplicada aos casos comprovados de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo – se já concedida, poderá ser anulada.
Pode ser revogada, desde que dentro do prazo de cobrança do crédito tributário respectivo
O parcelamento é uma modalidade de moratória
Os juros de mora devidos até a data do parcelamento devem ser neste incluídos
II – DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL DO CRÉDITO
É sempre de natureza facultativa.
Pode ser feito no curso do procedimento administrativo, ou no processo judicial
Não impede que seja feito o lançamento, mas impede a cobrança do crédito tributário respectivo (propositura da ação de execução fiscal).
Suspende o prazo da prescrição.
Exime o sujeito passivo do ônus da correção monetária.
Se o sujeito passivo perder a demanda, o depósito é convertido em renda para o sujeito ativo.
O depósito não é pagamento e sim uma garantia que poderá ou não ser convertida em pagamento.
O depósito do montante integral do crédito pode ser feito:
- durante o procedimento administrativo - com o objetivo de evitar a atualização monetária da divida;
- no processo judicial: para impedir o ajuizamento da ação de execução e para prevenir a incidência da correção monetária.
Obs.: - a impugnação e o recurso perante a Administração têm o efeito suspensivo da exigibilidade, porém, para evitar a incidência de correção monetária, enquanto se discute a validade do crédito o contribuinte pode depositar o montante do tributo ou da penalidade tributária discutida.
III - IMPUGNAÇÕES E OS RECURSOS, NOS TERMOS DAS LEIS REGULADORAS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Qualquer impugnação, defesa ou recurso administrativo contra o lançamento constitutivo do crédito tributário faz suspender a sua exigibilidade.
 O Poder Público tributante fica impedido de inscrever a dívida e procurar o Poder Judiciário para requerer seus direitos, na pendência da solução administrativa de qualquer impugnação ou recurso.
Na falta desses recursos, administrativamente, poderá a Fazenda Pública ingressar com a ação de execução fiscal, uma vez inscrito o crédito em dívida ativa.
IV - CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA
Garantia constitucional para assegurar proteção a direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de ser, por ato de autoridade administrativa.
Concedida a liminar, em processo de mandado de segurança impetrado contra ato jurídico administrativo de lançamento tributário, a exigibilidade do ato fica suspensa.
V – MEDIDA LIMINAR E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM QUALQUER OUTRA ESPÉCIE DE AÇÃO
Com a influência da jurisprudência e apoio na doutrina, a concessão de liminar ou antecipação da tutela em qualquer outra espécie de ação à disposição do sujeito passivo para questionar a obrigação, tais como: a Declaratória de Inexistência de Relação Tributária; a Ação Anulatória de Lançamento, etc., suspendem a exigibilidade do crédito tributário.
Com a entrada em vigor da Lei Complementar nº 104, de 10/01/2001, foram criadas várias modificações ao CTN, entre as quais a adição do inciso "V" AO ARTIGO 1541, que acresce a hipótese de "concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial" como forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Portanto, com a Lei Complementar n.º 104/2001 ficou de vez explicitado que além da liminar em mandado de segurança, também suspendem a exigibilidade do crédito tributário a "concessão de medida liminar ou tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial".
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Art. 156 – CTN
*a extinção do crédito tributário. Significa o seu desaparecimento – liquidação total no mundo fático e jurídico, fim do vínculo obrigacional
*os direitos obrigacionais se extinguem pela entrega da prestação respectiva, em matéria do Direito Tributário, com a entrega do Crédito Tributário, ou seja, o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária
*a extinção do crédito tributário é matéria de reserva legal.
*pode ocorrer, em certos casos, a extinção do crédito tributário sem que se verifique a extinção da obrigação tributária correspondente – neste caso e dentro do prazo não alcançado pela prescrição a Fazenda Pública, mediante novo lançamento, deverá constituir novo crédito (novo lançamento(
*extinto o crédito, dele não mais se cogita, a não ser para o fim de efetuar a restituição do que tenha sido pago indevidamente.
FORMAS DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO:
I – DO PAGAMENTO
Forma ordinária e usual de extinção do crédito tributário.
A penalidade aplicada ao sujeito passivo não o desobriga de pagar o tributo.
O pagamento de uma parcela do crédito não importa presunção de pagamento de outras.
O pagamento deve ser feito na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.
A legislação de cada tributo pode conceder descontos pela antecipação do pagamento em relação ao vencimento (Ex. IPTU) 
A consulta ao fisco, dentro do prazo legal para o pagamento do tributo, não se considera em falta, portanto não há mora.
Os juros de mora serão de 1% ao mês, caso a lei não fixe outra taxa.
Se o pagamento for realizado mediante cheque, o crédito somente será extinto após a sua compensação.
Pagamento em estampilha (selo( considera-se extinto o crédito com a sua utilização regular.
Aceita-se pagamento feito em papel selado ou por processo mecânico. 
(Art. 162, § 5º CTN)
Imputação do pagamento Art. 163 CTN - Ordem de pagamentos de acordo com a preferência
Esse fenômeno se dá quando, efetuado um pagamento por devedor de várias obrigações vencidas, surge o problema de saber a qual ou quais dessas obrigações deve ser atribuído (imputado o pagamento)
No Direito Tributário, em caso de uma eventual imputação que tenha de ser feita considera-se:
Em primeiro lugar o os débitos de obrigação própria (em que o pagador seja o contribuinte) e depois aqueles em que é responsável.
Se os tributos forem de diversas espécies, primeiro imputa-se o pagamento às contribuições de melhoria, depois às taxas e finalmente aos impostos.
Se houve identidade nessas características, a imputação será feita na ordem crescente dos prazos de prescrição - Os débitos mais antigos antes dos mais novos – evitando-se a prescrição.
Se a identidade ainda permanecer, segue-se a ordem decrescente dos montantes – dá-se, neste caso, preferência aos créditos de maior valor.
II – COMPENSAÇÃO
*“Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.” (Art. 368, CC)
É como um encontro de contas.
Somente lei pode autorizar compensação - reserva legal.
A compensação será inquestionável nos casos de restituição do indébito, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a períodos subseqüentes.
A compensação só poderá ser efetuada entre tributos e contribuições da mesma espécie - essa norma tem sofrido interferência de reiteradas decisões dos tribunais e contestada pela doutrina para admitir a compensação de qualquer tributo, até de precatórios.
Na Ação de Repetição do Indébito é conveniente fazer o pedido alternativo de compensação.
III – TRANSAÇÃO
*É um acordo – concessões mútuas.
Art.171 CTN – “a lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importeem terminação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário.”
*Não há transação para prevenir litígio. Só depois de instaurado este é possível a transação. (transação terminativa)
*Só mediante previsão legal a autoridade competente pode autorizar a transação em cada caso, privilegiando-se o princípio da indisponibilidade dos bens públicos.
*Em matéria tributária a administração pública não age discricionariamente, sob pena de destruir a própria estrutura jurídica da instituição.
IV – REMISSÃO
Significa perdoar o débito.
Só a lei, expressamente, pode autorizar a autoridade administrativa a perdoar ou dispensar, por despacho fundamentado, total ou parcialmente o crédito tributário.
Não gera direito adquirido – aplicando-se, quando cabível, o disposto no art. 155, CTN (pode ser revogada)
Fundamentos que justificam a remissão (Art. 172, CTN):
1. A situação econômica do sujeito passivo;
2. o erro ou a ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
3. a diminuta importância do crédito tributário;
4. considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
5. condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
V – A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA
*Para que nenhum direito perdure eternamente, existem os institutos da
prescrição e da decadência, aplicáveis também ao Fisco.
DECADÊNCIA (Art. 173, I, II e § Único)
O Fisco tem o prazo decadencial de 5 anos para constituir o crédito tributário através do lançamento, sob pena de extingui-lo. 
O prazo decadencial conta-se a partir:
1. - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
Simulação:
*Fato gerador ocorrido em 30 de abril de 2000 – surgiu nesta data a obrigação tributária e com ela o dever do Fisco constituir o crédito tributário com o lançamento ou homologá-lo nos casos de auto lançamento.
O prazo é decadencial, escoando-se, dia após dia, a partir do 1º dia útil de 2001, até janeiro de 2006. Findo este prazo sem que o crédito tributário seja constituído através do lançamento, não cabe mais ao Fisco qualquer providência – seu direito foi fulminado pelo instituto da decadência, causa extintiva da obrigação tributária/crédito tributário.
Notas:
*os lançamentos por declaração e por homologação, se efetuados indevidamente, deve o Fisco lançá-los de ofício e os lançamentos de ofício, se incorretos ou irregulares, devem ser revistos.
*Lançamento: procedimento administrativo tendente a verificar: a ocorrência do Fato Gerador da obrigação correspondente; identificar o seu sujeito passivo; determinar a matéria tributável e calcular ou definir o montante do Crédito Tributário
2. - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal (vício substancial importa na própria inexistência da relação jurídica tributária), o lançamento anteriormente efetuado. (há quem considere essa situação fator de suspensão do prazo de decadência)
Obs.:
*Pode ocorrer, ainda, que o contribuinte seja notificado antes do 1º dia do exercício seguinte à ocorrência do fato gerador, de alguma medida preparatória indispensável ao lançamento, o início do prazo decadencial é antecipado para a data dessa notificação.
*O instituto da decadência não aceita ser o prazo interrompido, nem suspenso por qualquer que seja a situação.
*Corrente majoritária na doutrina entende que somente se consuma o lançamento com a devida notificação do sujeito passivo.
*O S.T.F fixou entendimento pelo qual através do auto de infração, por si, já se considera consumado o lançamento tributário – não se falando mais em decadência. (Súmula 153 – TFR)
PRESCRIÇÃO (Art. 174 e § Único)
A ação para cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos contados da data de sua constituição definitiva.
Na Teoria Geral do Direito a prescrição extingue a ação correspondente que tutela o direito, pelo decurso do tempo previsto em lei para esse fim. 
O direito sobrevive, mas sem proteção. 
Distingue-se da decadência que atinge o próprio direito.
O CTN diz expressamente que a prescrição extingue o crédito tributário então, pode-se
afirmar que, em matéria tributária, especificamente quanto ao crédito tributário, este instituto não só fulmina a ação para cobrança, mas o próprio crédito – a relação material tributária.
O curso do prazo da prescrição pode ser interrompido ou suspenso – Art. 174, parágrafo único. 
Casos de interrupção:
a) pela citação pessoal feita ao devedor;
b) pelo protesto judicial;
c) por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
d) por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do débito pelo devedor.
*Interromper a prescrição significa apagar o prazo já decorrido e a contagem dos cinco anos volta a ser iniciada.
*Suspender a prescrição significa paralisar o seu curso enquanto perdurar a causa da suspensão. O prazo já decorrido perdura, e uma vez desaparecida a causa da suspensão o prazo continua seu curso.
VI – A CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA
A conversão de depósito em renda extingue o crédito tributário, e pressupõe, portanto, a existência deste.
Feito o depósito, se o Fisco concordar, expressa ou tacitamente, com o seu montante, considera-se feito o lançamento e, portanto, existente o crédito tributário.
A sentença que resolve o litígio afirmando ser devido o tributo opera a transferência do depósito do patrimônio do contribuinte para o patrimônio da Fazenda Pública, tão logo transite em julgado a sentença.
VII – O PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO
Nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º a 4º do CTN.
O pagamento antecipado extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento.
Se a lei não fixar prazo para a homologação, será de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador.
Findo este prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário. – salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
VIII - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Ocorre nas situações do Art. 164, incisos e parágrafos, do CTN.
Consigna-se em pagamento quando:
- houver recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de
outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento;
- de exigência por mais de uma pessoa jurídica de direito público de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
- julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda.
- julgada improcedente, no todo ou em parte, cobra-se o crédito tributário acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
IX – DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL
O crédito tributário pode ser extinto mesmo quando ainda se encontre em constituição – quando a fazenda pública reconhecer que inexiste a obrigação tributária respectiva e encerra o procedimento de lançamento.
A decisão administrativa há de ser irreformável, ou seja, que administrativamente não possa ser reexaminada pela Administração.
X – DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO
A decisão judicial, dando pela invalidade do lançamento, extingue o crédito tributário após o seu trânsito em julgado.
Tanto a decisão administrativa irreformável, como a judicial transitada em julgado, faz anular o lançamento já efetuado ou em elaboração.
No caso de extinção do crédito tributário validamente constituído – há extinção da respectiva obrigação tributária.
Obs.: Se a anulação do lançamento se deu em face de vício formal, a obrigação sobrevive, ensejando a feiturade outro lançamento.
XI – DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS
Forma de extinção do crédito tributário introduzida pela Lei Complementar n.º 104, de 10 de janeiro de 2001.
A Dação em pagamento em bens imóveis somente ocorrerá na forma e condições estabelecidas em lei ordinária de cada ente político tributante, na esfera de sua competência impositiva.
Enquanto não publicada a lei que introduz os requisitos de aplicação dessa hipótese extintiva, a norma prevista no art. 156, XI, do CTN será ineficaz.
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Art. 175 – CTN
São fatores de exclusão do crédito tributário., segundo o CTN: a isenção e a anistia – excluir significa evitar que o crédito tributário se constitua.
I - ISENÇÃO
A isenção deve de ser concedida por lei.
A isenção pode ser concedida de caráter geral, isto é, independendo de expedientes da Administração, ou sob condição de controle administrativo, em que o agente público competente apreciará o preenchimento dos requisitos básicos que a lei ou o contrato (nos termos da lei) estipular. 
Neste caso, de caráter condicional, o interessado deve requerê-la, fazendo provado seu enquadramento nos pressupostos legais.
A isenção é a retirada, por lei ordinária, de parte da hipótese de incidência. 
A regra jurídica da isenção deve ser interpretada literalmente.
A isenção é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração.
A isenção, em princípio, não se aplica aos tributos criados depois de sua concessão. Mas a lei pode determinar o contrário.
A regra geral é a revogabilidade das isenções, mas se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições não pode ser revogada, pois se incorpora ao patrimônio do contribuinte.
O STF já firmou jurisprudência no sentido da irrevogabilidade de isenções concedidas sob condição onerosa.
A revogação da lei que concede isenção equivale à criação de tributo e, por essa razão, deve ser observado o princípio da anterioridade da lei quando for o caso.
Classificação das isenções:
*quanto à forma de concessão: 
- em caráter geral/absoluta = concedidas diretamente pela lei;
- em caráter específico/relativa = concedida por lei, mas efetivada mediante despacho da autoridade administrativa.
*quanto à natureza: 
- onerosa/condicionada = implica em ônus para o interessado;
- simples = sem imposição de condições.
*quanto ao prazo:
 - por prazo determinado;
- por prazo certo.
*quanto à área:
 - ampla = em todo o Território Nacional;
- restrita ou regional = prevalece apenas em parte do Território Nacional.
*quanto aos tributos que alcança: 
- gerais = abrange todos os tributos;
- especiais = abrange somente os que especificar.
*quanto ao elemento com que se relaciona:
- objetiva = concedida em função do fato gerador;
- subjetiva = concedida em função de condições especiais do sujeito passivo;
- objetivo-subjetiva/mista = considera-se o fato gerador e as condições do sujeito passivo.
*quanto à pessoa jurídica concedente:
- autonômica = concedida por lei, da pessoa jurídica titular da competência para instituir e cobrar o tributo ao qual se refere;
- heterônoma = quando concedida por lei de pessoa jurídica diversa daquela que é titular da competência para instituir e cobrar o tributo a que se refere. (após a CF/88 somente nos casos do Art. 155, § 2º, inciso XII, alínea “e” – ISS - e em relação a tratados internacionais – ICMS)
II - ANISTIA
É a exclusão do crédito tributário relativo às penalidades pecuniárias.
Pela anistia o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo infrator da legislação tributária, impedindo a constituição do crédito.
No caso de o crédito tributário já estar constituído, o legislador poderá dispensá-lo pela remissão e não pela anistia. Esta diz respeito exclusivamente a penalidade e há de ser concedida antes da constituição do crédito.
A anistia perdoa-se o ilícito (infração de deveres tributários) e a multa (penalidade imposta por ter infringido mandamento legal).
A anistia não se confunde com remissão. Diz respeito somente a penalidades. 
A remissão abrange todo o crédito tributário constituído, entre tributo e penalidades. É a dispensa legal do crédito, por isto é forma de extinção deste.
A anistia é perdão da falta, da infração, que impede o surgimento do crédito tributário correspondente à multa respectiva.
A anistia pode ser concedida em caráter
geral = abrange as penalidades relativas a todos os tributos, sem qualquer condição. É de caráter absoluto, decorre diretamente da lei, não havendo necessidade de requerimento do sujeito passivo.
limitado = mediante ato da autoridade administrativa, dependente de requerimento do interessado.
O despacho que concede a anistia não gera direito adquirido, aplicando-se o mesmo as regras relativas ao despacho que concede moratória em caráter individual.
Não se concede a anistia nos casos de crimes ou contravenções, atos praticados com dolo fraude ou simulação e conluio.
ATENÇÃO:
COMPLETAR A MATÉRIA COM OS APONTAMENTOS FEITOS EM AULA
Atenciosamente,
Professora Cristina.
“O pessimista senta-se e lamenta, o otimista levanta-se e age.” 
Escolha quem você quer ser e construa o seu futuro.
Um grande abraço! Foi bom estar com vocês!
BOA PROVA
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