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Anestesio e Técnicas Cirúrgicas Teórica Indução

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Anestesio e Técnicas Cirúrgicas Teórica - Indução
[Faltei o início da aula]
Observar reflexo palpebral para ver se o animal dormiu – entubar.
Anestesia Geral é dividida em:
Anestesia Inalatória
Anestesia Intravenosa
Barbitúricos: Tio Pental
Não barbitúricos: Propofol
Dissociativa: Cetamina
Para uma indução rápida, usa-se via preferencialmente intra venosa. Se quiser que o animal pegue um sono demorado ou quando não houver possibilidade de pegar intra venosa (felino selvagem) usa-se via intra muscular (dardo).
Barbitúricos
Classificados conforme o tempo de ação do efeito.
Ação Longa: Fenobarbital (convulsão, epilepsia) 8 - 12h
Ação ultra-curta: Usados para sedação 5 – 15 minutos
TIOPENTAL:
Ação ultra curta com rápida distribuição para tecidos mais vascularizados.
Animais com musculatura mais desenvolvida tendem a puxar mais tiopental. Não quero que o tiopental fique preso na musculatura e sim que atue no SNC.
Exemplo: “10 moléculas de tiopental pode ser suficiente para um vira-lata mas não para um pitbull musculoso, que precisaria de uma dose maior para alcançar o efeito”.
Uma hora essas moléculas presas no músculo voltarão para a corrente sanguínea e, por isso, esses animais com muita musculatura demoram mais para se recuperar. Mesmo princípio para animais obesos, por que o tiopental é muito lipofílico. 
Características: Se sair da veia causa necrose. Sua metabolização hepática e excreção renal (deve-se evitar utilização em animais com patologias nesses órgãos).
Sem analgesia, excelente relaxante muscular.
Se o animal for musculoso ou obeso deve-se evitar manutenção com tiopental, mas pode fazer a indução.
Animal com acidose: efeito potencializado.
Animal com alcalose: efeito diminuído.
Efeito cumulativo – Animal demora para recuperar.
Mecanismo de Ação: (Não cobra na prova) 
Age nos receptores gaba, bloqueando, facilitando a sinapse inibitória. Liga-se também em receptores glutaminérgicos e colinérgicos.
No SNC causa depressão do córtex cerebral dose-dependente. Diminui taxa metabólica cerebral. Depressão do SNC.
No sistema cardiovascular causa desequilíbrio autonômico. “Bagunça” o equilíbrio entre simpático e parassimpático, facilita o animal a ter arritmia e hipotensão. Sensibilização do miocárdio as catecolaminas que podem causar arritmias no coração. Evita em animais cardiopatas e evita em animais que já tem problemas de arritmias.
No sistema respiratório causa depressão que é transitória. Aplica o tiopental e o animal para de respirar por 1-3 minutos. Por isso deve-se ventilar o animal até que ele volte ao animal. Essa depressão tá muito relacionada com a dose e com a velocidade de aplicação.
Outros efeitos: Esplenomegalia, relaxamento do baço. Favorece hipotermia. Leucopenia transitória. Aumenta produção de secreções e diminui motilidade gastro intestinal.
Indicações (Prova!!)
Pacientes hígidos (todas as espécies)
Gestantes – Se possível não usar porque causa depressão fetal dose-dependente.
Neonatos e Geriatras – metabolismo hepático imaturo ou deficiente
Cardiopatas – Predispõe a arritmias
Pacientes críticos – Muito bom para pacientes com trauma crânio-encefálico, torácico, abdominal. Pacientes com acidemia deve-se tomar cuidado devido a potencialização do efeito.
Dose final = resposta
PROPOFOL
Fármaco anestésico geral não barbitúrico. Indução e recuperação rápida e suave. O animal cai deitado rápido mas é um caimento leve, de boa na lagoa, não cai PUM do nada.
Sem analgesia, excelente relaxamento muscular. 
Metabolização hepática. Tem componente extra hepático. Não depende só do fígado para metabolizar ele, o que é bom para talvez usar em pacientes com algum problema hepático. Sem efeito cumulativo. Excreção renal.
Em alguns pacientes observa-se reação edematosa. Entra com anti histamínico e corticoide e continua o procedimento.
Administração somente pela via IV. Pode causar dor na indução. Incidência de rigidez paradoxal. Pode-se associar o propofol com relaxante muscular para evitar esse efeito paradoxal.
Mecanismo de Ação
Facilitação das vias inibitórias através da estimulação dos receptores GABA.
No SNC faz depressão do córtex-cerebral dose dependente e reflexos possinápticos.
Diminui pressão intra craniana, diminui pressão de perfusão tecidual (pode ser bom ou não). Tem efeito anti convulsivo. 
No sistema cardio vascular, diminui a resistência vascular sistêmica (calibre dos vasos) – causa hipotensão dose dependente (importante!!). Quanto mais propofol dou para o animal, mais acentuada será a hipotensão. Aplica num animal com hemorragia? Nops.
Efeito inotrópico negativo mínimo.
No sistema respiratório o propofol causa apinéia transitória. Se fizer propopol rápido o animal para de respirar na hora. Deve-se ventilar o animal na hora. Depressão respiratória dose dependente.
Indicações
Pacientes hígidos (todas as espécies)
Gestantes – Depressão fetal dose dependente, mas pode-se usar mais que o anterior pois a excreção/metabolização é mais rápida e não precisa do fígado, o que facilita a excreção pelo neonato caso recebe o propofol.
Neonatos e geriatras – devido a metabolização extra hepática
Cardiopatas – Talvez. Se o coração do paciente der conta do recado sem medicação preferencialmente, usa. Se não, não.
Pacientes críticos – Trauma crânio encefálico, torácico, abdominal. Exceto pacientes com instabilidade hemodinâmica – choque.
Dose final = resposta
ETOMIDATO
Não barbitúrico.
Só usa para induzir, exclusivamente indutor. Causa hemólise se fizer repique.
Ação ultra curta, não tem efeito cumulativo, metabolização e excreção renal (não depende do fígado), sem analgesia, pode causar dor, mioclonias e vômito na indução.
Mecanismo de Ação
Facilitação das sinapses inibitórias, depressão formação reticular.
No SNC, depressão do córtex cerebral dose dependente. Aumenta atividade reflexa (mioclonias), diferente do propofol. Anticonvulsivo.
No sistema cardiovascular: Sem efeitos significativos. MUITO INDICADO PARA CARFIOPATAS!
Efeito no sistema respiratório: Sem efeitos significativos. Maravilhoso!
Outros efeitos: supressão da adrenal por até 4 horas. Se meu paciente precisa de descarga de catecolamina para alguma coisa, pode-se ter problema, mas usa mesmo assim. Grande problema: causa hemólise no repique. Não faz repique. Induziu, acabou.
Indicações
Pacientes hígidos (Cães e gatos) – preferir os outros anteriores
Gestantes (Depressão fetal dose-dependente) – preferir propofol
Neonatos, geriatras 
Cardiopatas – Estabilidade cardiovascular (Maravilhoso!)
Pacientes críticos – Trauma crânio encefálico, torácico, abdominal.
Dose final = resposta
DISSOCIATIVOS
O anestésico dissociativo tem mecanismo de ação totalmente diferente, não deprime em momento nenhum, simplesmente desconecta as vias no cérebro. Dissociação do tálamo com o córtex e sistema límbico. Anestesia dissociativa não põe o animal para dormir, o animal fica sem resposta (catalexia). 
CETAMINA
Ação ultra curta. Geralmente a mais usada na veterinária.
Não é hipnótico, não induz o sono. Causa hipertonia muscular (efeito não muito legal). Mantém os reflexos protetores (se tocar no olho, vai piscar. Exemplo.). Usa-se muito cetamina na emergência para manter esses reflexos por exemplo do cardia fechado, evitando um refluxo e falsa via. 
Características
Amnésia
Excelente analgesia somática – excelente para dores musculo esqueléticas. Não tão bom para visceral. 
Metabolização hepática – Precisa do fígado. Quando passa no fígado libera o metabólito norcetamina que também tem efeito e, por isso, o efeito é mais prolongado.
Permite uso das vias oral, nasal, retal, SC, IM, IV
Mecanismo de Ação
Depressão do eixo neocorticotalamico e núcleo central do tálamo. Estimulação psicomimética do sistema límbico. Antagonista receptores NMDA que ficam na medula espinhal e são responsáveis pela viada dor, se eu antagonizo eles, tenho efeito analgésico muito bom. Bloqueio da recaptação de catecolamina.
Efeitos no SNC: Catalepsia, analgesia, amnésia. Aumento do tônus simpático (Aumenta FC, FR). Aumento da pressão intra craniana. Não usar em pacientes com traumas crânio encefálicos. É estimulante do SNC.
Sistema cardio vascular: Aumenta FC, aumenta PA, aumenta o débito cardíaco. Sensibiliza o miocárdio a catecolaminas (evitar em pacientes com arritmias). Ionotropismo positivo, aumenta consumo de O2 no miocárdio. Evitar em animais cardiopatas.
Sistema respiratório: Não tem praticamente efeito pois dá rigidez muscular, inclusive dos músculos intercostais, tendo então uma respiração “rígida”. Ao mesmo tempo, tem-se um aumento da FC. Padrão apneutico dose dependente. A ventilação fica normal. Não usar em paciente com trauma torácico pois dificulta cirurgia.
Indicações
Pacientes hígidos (todas as espécies)
Gestantes – depressão fetal significativa. Mais do que os outros.
Neonatos e geriatras – Só se não tiver outra opção pois precisa muito do metabolismo hepático.
Cardiopatas – De jeito nenhum!
Pacientes críticos – Não usar em trauma crânio encefálico. Torácico depende! Abdominal sim.
Dose final = dose que calculei.
RELAXANTES MUSCULARES DE AÇÂO CENTRAL
Tiopental não precisa. Propofol pode usar. Etomidato precisa. Cetamina precisa.
Adjuvantes na indução anestésica.
- BENZODIAZEPÍNICOS - 
Midazolam (IV, IM)
Diazepam (IV)
Pode ser administrado na mesma seringa que o indutor.
Associado ao propofol – prevenção da rigidez paradoxal
Associaco ao etomidato – prevenção das mioclonias
Associado a cetamina – Prevenção de excitação
- Tiletamina-Zolazepam – 
Praticidade em animais selvagens, gatos.
Recuperação mais prolongada.
- ÉTER GLICERIL GUAIACOL (EGG) –
Muito utilizado em grandes. É maravilhoso. Paralisa toda a musculatura. Tem muita gente que castra cavalo só com EGG pois o cavalo cai de tão relaxado, porém isso não é certo pois o cavalo está acordado e sentindo tudo. 
Deve ser diluído previamente.
Anestesia Inalatória
A indução é muito lenta. As vezes o animal não gosta, fica estressado. A vantagem é que não precisa ser metabolizado, é excretado direto. Permite rápido ajuste do plano anestésico.
- Indução na Máscara – 
Aves, animais moribundos, impossibilidade de acesso venoso.
Desvantagem: contaminação ambiental. Alto consumo de anestésico, volume grande.
Preferência: Sevoflurano > Isoflurano > Halotano
A máscara tem que ser de material transparente para que possa ver caso o animal regurgite. Se a máscara for muito grande cria um espaço morto muito grande. Deve ser selada com luva para evitar contaminar do ambiente.
Pré oxigenar o paciente. Cuidado com a contenção. 
O coelho quando sente cheiro ruim faz apnéia, não põe o anestésico inalatório para dentro. Não serve muito para coelhos.
Répteis e aves não têm glote, facilita a indução.
- Caixas Anestésicas – 
Pouco utilizadas. Recomendada para gatos, ratos, camundongos. Grande contaminação ambiental, usa muito anestésico. 
Deve ser de material transparente, e de tamanho onde o animal possa deitar sem flexionar o pescoço.
Animais devem ser pré oxigenados.
Induziu com contenção química e o animal parou de respirar? Questão de prova!!!!!!!
Aguardar 30 segundos, as vezes o animal volta, só reflexo.
Não voltou, faz estímulo de dor que estimula o animal a respirar. Tração na língua ou pressiona coxim.
Não funcionou, intuba-se o animal.
Iniciar ventilação assistida até a volta da respiração espontânea. Duas respirações a cada minuto para que o CO2 acumule e o organismo entenda que tem que voltar a respirar.
Vamos anestesiar um cachorro de 10Kg e quero fazer 0,02 mg/Kg de Acepram 0,2%. Fazer 0,3mg /Kg de morfina 10mg/ml.
Induzi com 6mg/Kg de propofol 10mg/ml.
Fluidoterapia de 5ml/Kg/hora.
Acepram: (0,02 x 10) / 2 = 0,1
Morfina: (0,3 x 10) / 10 = 0,3ml
Não pode dar morfina intra venosa pois causa reação histaminética(??) Pode misturar o acepram e morfina na mesma seringa. Espera-se cerca de 15 – 30 minutos para o efeito aparecer. Pede para o proprietário ficar em local calmo sem estimular o animal.
Passados 30 minutos, vai induzir o animal.
Propofol: (6 x 10) / 10 = 6ml
Dizepam (relaxante muscular): 0,4ml
Primeiro administra propofol, para, aplica 0,4 de diazepam de uma vez só e depois volta pro propofol em caso de animal saudável para não causar excitação. 
Fluidoterapia: Quero dar 10ml para cada Kg de animal durante uma hora.
Paciente tem 10kg.
10 x 10 = 100ml em 1 hora.
1 hora = 60 minutos.
60 minutos _____ 100ml.
1 minuto _____ x
X = 1,6ml/min
Existem dois tipos de equipo:
- Macrogotas: Para cada 1ml tem que pingar 20 gotas.
- Microgotas: Para cada 1ml tem que pingar 60 gotas.
Usaremos o macrogotas.
1ml _______ 20 gotas
1,6ml _______ x
X = 32 gotas/minuto
32 gotas _______ 60 segundos
1 segundo _________ x
X = 0,5/segundo ou 1 gota/2 segundos
Cachorro de 35 Kg, quero fazer fluidoterapia de 5ml/Kg/h.
35 x 5 = 175ml/h
60 minutos _____ 175
1 minuto _____ x
X = 2,91ml
Estou usando macrogotas
1ml _____ 20 gotas
2,91ml ______ x
X = 58,3 gotas/minuto
Praticamente 1 gota/segundo.
Se fosse equipo de microgotas:
1ml _______ 60 gotas
2,91ml _____ x
X = 174,6
Geralmente para cada hora de anestesia diminui-se a fluidoterapia pela metade. Se na primeira hora utilizou 10ml, na segunda utiliza-se 5, e por aí vai... Isso evita formação de edema.
Gato 2,8 Kg com fluidoterapia de 5ml/Kg/h.
14ml ____ 60 min
X ____ 1 minuto
X = 0,23ml
1ml ____ 60 gotas
0,23_____x
X = 14 gotas
14gotas ___ 60 segundos

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