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Introdução à Economia Prof. Nelson Navarro MÓDULO 3 Teoria da Firma – Produção (1ª Parte) Introdução Conceitos Básicos Função de Produção Fatores Fixos e Fatores Variáveis Produto Total, Produtividade Média e Produtividade Marginal Lei dos Rendimentos Decrescentes Produção a Longo Prazo Economias de Escala Introdução à Economia Prof. Nelson Navarro TEORIA DA FIRMA Produção Introdução valorizada INTRODUÇÃO A Teoria da Firma divide-se em Teoria da Produção e Teoria dos Custos de Produção. A Teoria da Produção refere-se às relações tecnológicas, físicas, entre a quantidade produzida e as quantidades de insumos utilizadas na produção. A Teoria dos Custos de Produção contempla os preços dos insumos. Conceitos Básicos valorizada PRODUÇÃO É o processo pelo qual uma empresa transforma os fatores de produção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. A empresa é uma intermediária: compra insumos (fatores de produção), combina-os segundo um processo de produção escolhido e vende produtos no mercado. valorizada PROCESSO DE PRODUÇÃO O processo de produção pode ser mão-de-obra intensivo, ou capital-intensivo, ou terra-intensivo, dependendo do fator de produção utilizado em maior quantidade, em relação aos demais (Figura 1). A escolha do processo de produção depende de sua eficiência. A eficiência pode ser avaliada do ponto de vista tecnológico ou do ponto de vista econômico. Figura 01 PRODUTO INSUMOS mão-de-obra (N) capital físico (K) terra (T) matérias-primas (Mp) PROCESSO DE PRODUÇÃO valorizada Eficiência Técnica ou Tecnológica Eficiência Técnica ou Tecnológica: entre dois ou mais processos de produção, é aquela que permite produzir uma mesma quantidade de produto, utilizando menor quantidade física de fatores de produção. valorizada Eficiência Econômica Eficiência Econômica: entre dois ou mais processos de produção, é aquela que permite produzir uma mesma quantidade de produto, com menor custo de produção. valorizada Considerações Importantes Estes conceitos também podem ser aplicados para comparação entre firmas assemelhadas, ou ainda entre setores (por exemplo, diferenças de eficiência no setor têxtil entre os vários Estados). Por outro lado, é interessante observar que existe uma diferença entre os conceitos de tecnologia e de métodos de produção. valorizada TECNOLOGIA Tecnologia – É um inventário dos métodos de produção conhecidos. É o estado das artes. valorizada MÉTODOS DE PRODUÇÃO Métodos de Produção – Compreende as diferentes possibilidades de combinações entre os fatores de produção, para produzir uma determinada quantidade de um bem ou serviço. Função de Produção valorizada FUNÇÃO DE PRODUÇÃO Um dos conceitos mais importante, no contexto da Teoria da Produção, é o conceito de função de produção. Que é a relação técnica entre a quantidade física de fatores de produção e a quantidade física do produto em determinado período de tempo. valorizada FÓRMULA DE FUNÇÃO DE PRODUÇÃO q = f (N, K, T, Mp) Sendo: q = quantidade produzida/t N = mão-de-obra utilizada/t K = capital físico utilizado/t T = área utilizada/t Mp = matérias-primas utilizadas/t t = a unidade de tempo (mês, ano etc.) valorizada CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES A função de produção supõe que foi atendida a eficiência técnica; ou seja, representa a máxima produção possível, em dados níveis de fatores de produção. A função de produção é um conceito mais “físico” ou “tecnológico”, pois se refere à relação entre as quantidades físicas de produto e os fatores de produção. Fatores Fixos & Fatores Variáveis Fatores de Produção Fixos Fatores de Produção Fixos – São aqueles que permanecem inalterados, quando ocorre variação na produção. Exemplos: capital físico e as instalações da empresa. Fatores de Produção Variáveis Fatores de Produção Variáveis – São aqueles que se alteram, com a variação da quantidade produzida. Exemplos: mão-de-obra e as matérias-primas utilizadas pela empresa. Produto Total Produtividade Média Produtividade Marginal Produto Total Conceito & Fórmula Produto Total (PT) – É a quantidade total produzida, em determinado período de tempo. Fórmula: PT = q Produtividade Média Conceito Produtividade Média (PMe) – É a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. Produtividade Média Exemplos & Fórmulas Produtividade Média da Mão-de-obra: PMeN = PT/N (produto por trabalhador). Produtividade Média do Capital: PMeK = PT/K (produto por capital). Produtividade Marginal Conceito Produtividade Marginal (PMg) – É a variação do produto, dada uma variação de uma unidade na quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. Produtividade Marginal Exemplos & Fórmulas Produtividade Marginal da Mão-de-obra: PMgN = PT/N. Produtividade Marginal do Capital: PMgK = PT/K. Tabela 01 – PT, PMe e PMg K N PT PMeN = PT/N PMgN = PT /N 10 o o - - 10 1 3 3 3 10 2 8 4 5 10 3 12 4 4 10 4 15 3,75 3 10 5 17 3,40 2 10 6 17 2,80 0 10 7 16 2,30 -1 Lei dos Rendimentos Decrescentes valorizada Lei dos Rendimentos Decrescentes A LRD sinaliza que: Ao aumentar o fator variável (N), sendo dada a quantidade de um fator fixo, a PMg do fator variável (PMgN) cresce até certo ponto e, a partir daí, decresce, até tornar-se negativa. Essa lei só é válida se for mantido um fator fixo, sendo assim, só vale a curto prazo). valorizada Lei dos Rendimentos Decrescentes EXEMPLO CLÁSSICO Consideremos uma determinada atividade agrícola, tendo como fator fixo a área cultivada e como fator variável a mão-de-obra. Produção a Longo Prazo valorizada Produção a Longo Prazo A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de produção ( mão-de-obra, capital, instalações, matérias-primas) variam. Ou seja, a longo prazo, não existem fatores fixos de produção. Supondo apenas dois fatores de produção, mão-de-obra e capital, temos a função de produção q = f ( N, K ) com ambos os fatores variáveis. Economias de Escala valorizada Economias de Escala A longo prazo, interessa saber quais as vantagens e desvantagens da empresa de aumentar sua dimensão, seu tamanho, o que implica demandar mais fatores de produção. Isso introduz o conceito de rendimentos ou economias de escala. Economias de Escala Conceito Podemos definir economias de escala tanto do ponto de vista tecnológico como dos custos (conceito mais “econômico” ): economia de escala técnica ou tecnológica e economia de escala pecuniária Economia de Escala Técnica ou Tecnológica Economia de Escala Técnica ou Tecnológica: quando a produtividade física varia, com a variação de todos os fatores de produção. Economia de Escala Pecuniária Economia de Escala Pecuniária: quando os custos por unidade produzida variam, com a variação de todos os fatores de produção. Economias de Escala Classificação Rendimentos Crescentes Rendimentos Decrescentes Rendimentos Constantes Economias de Escala Rendimentos Crescentes de Escala Se todos os fatores de produção crescerem numa mesma proporção, a produção cresce numa proporção maior. Exemplo: supondo um aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra e capital, a produção aumenta em mais de 10%. Significa que as produtividades médias dos fatores de produção aumentaram. Economias de Escala Rendimentos Decrescentes de Escala Ocorre quando todos os fatores de produção crescem numa mesma proporção, e a produção cresce numa proporção menor. Exemplo: Aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra e capital, com aumento de apenas 5% na produção. Significa que as produtividades médias dos fatores de produção caíram. Economias de Escala Rendimentos Constantes de Escala Se todos os fatores crescem em dada proporção, a produção cresce na mesma proporção. As produtividades médias dos fatores de produção permanecem constantes. MOMENTO DE REFLEXÃO AS TRÊS DIMENSÕES DO NEGÓCIO AS TRÊS DIMENSÕES DO NEGÓCIO RESULTADO – PESSOAS – CLIENTES PERGUNTA O que é mais importante para uma empresa? O Resultado, as Pessoas ou os Clientes? O fator Resultado é o mais importante de todos. Somente com resultados positivos a empresa pode sobreviver, remunerar seus acionistas, reinvestir na produção, remunerar seus empregados e melhorar a qualidade dos serviços aos Clientes? Sob a Ótica Financeira RESPOSTA PERGUNTA Mas, como gerar Resultados? Quem gera os Resultados para as empresas? As Pessoas ou os Clientes? São as Pessoas as principais responsáveis pelos processos de atendimento, venda, produção e entrega dos produtos ou serviços aos Clientes. E as Pessoas têm razão! Imagine uma empresa sem Pessoas para produzir, processar e atender os pedidos dos Clientes. Seria impossível. Por mais avançada que seja uma empresa, sempre haverá Pessoas que estarão fazendo um contato direto e pessoal com os Clientes? Sob a Ótica das Pessoas RESPOSTA PERGUNTA Seriam somente as Pessoas, portanto, as principais responsáveis pela geração dos Resultados? Segundo os Clientes, não. Pois são para eles, Clientes, que os produtos e serviços são produzidos e vendidos. Se não houver Clientes para atender, para quem a empresa irá produzir, vender ou prestar algum serviço? E se não houver para quem produzir, vender ou servir, como a empresa poderá gerar Resultados e empregar Pessoas? Sob a Ótica dos Clientes RESPOSTA CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES É, portanto, um Círculo Interativo que não tem início, meio ou fim. Os dirigentes de uma organização empresarial precisam entender claramente essas três dimensões do negócio. Uma boa administração busca o equilíbrio dessas três forças propulsoras do negócio, onde uma não pode e não deve ser superdimensionada em detrimento das outras. CONCLUSÃO O SUCESSO de qualquer organização depende simplesmente de três fatores: controlar muito bem o fluxo de caixa manter os clientes satisfeitos manter os funcionários satisfeitos MÓDULO 3 Teoria da Firma – Custos de Produção (2ª Parte) Introdução Custos de Oportunidade X Custos Contábeis O Conceito de Externalidades ou Economias Externas Custos a Curto Prazo Custos a Longo Prazo Introdução à Economia Prof. Nelson Navarro Introdução valorizada INTRODUÇÃO Como já estudamos, a Teoria da Produção concentra-se exclusivamente nas questões tecnológicas, físicas, entre insumos e produtos. Nesta segunda parte, procuraremos mostrar como a visão do economista difere da visão do contador, em particular no que se refere aos custos de oportunidade e custos sociais, conceitos incorporados pelos economistas. Custos de Oportunidade X Custos Contábeis valorizada Custos de Oportunidade Já vimos, anteriormente, que os Custos de Oportunidade representam o sacrifício que se faz, em termos do que se deixa de produzir, ao optarmos por uma dada produção. Dada a escassez de recursos e supondo que todos estejam empregados, a escolha da sociedade de produzir, num exemplo clássico, mais manteiga sacrifica a produção de canhões. Custos de Oportunidade X Custos Contábeis Vejamos a diferença entre Custos Contábeis e Custos de Oportunidade: Custos Contábeis – Envolvem dispêndio monetário. É o custo explícito, considerado na contabilidade privada. Conhecidos também como Custos Históricos. Custos de Oportunidade – São custos implícitos, que não envolvem desembolso financeiro. valorizada Custos de Oportunidade Os Custos de Oportunidade são os valores dos insumos que pertencem à empresa e são usados no processo produtivo, e que são estimados a partir do que poderia ser ganho, no melhor uso alternativo (por isso, também são chamados de Custos Alternativos). Custos de Oportunidade Exemplos: Capital em Caixa na Empresa – O Custo de Oportunidade é o que a empresa poderia estar ganhando, aplicando, por exemplo, no mercado financeiro. Quando a empresa tem prédio próprio, ela deve imputar um Custo de Oportunidade, correspondente ao que ela receberia se alugasse o prédio. O Conceito de Externalidades ou Economias Externas Como uma extensão da diferença entre o enfoque contábil e o enfoque econômico, há uma clara distinção entre a avaliação privada e a avaliação social de projetos de investimento. Resumidamente: Avaliação Privada – Avaliação de ordem financeira, específica da empresa. Avaliação Social – Custos e benefícios para toda a sociedade, derivados da atividade produtiva. EXEMPLOS: Quando aumenta a produção automobilística, além dos custos financeiros dessa indústria, devemos considerar também o aumento dos custos sociais, derivados do aumento da poluição sonora e ambiental, além do desgaste das ruas e estradas. Quando aumenta a produção da indústria extrativa de madeira, há perdas ecológicas derivadas do desmatamento. CONCEITO A diferença entre a ótica privada e a social também pode ser chamada de Externalidades ou Economias Externas, que podem ser definidas como as alterações de custos e benefícios para a sociedade, derivadas da produção da empresa, ou então como as alterações de custos e receitas da empresa, devido a fatores externos à empresa. Nessa linha de raciocínio, por exemplo, os comerciantes de lustres têm externalidades positivas por se localizarem próximos um do outro; já uma indústria química poluidora dos rios impõe externalidades negativas à indústria pesqueira etc. Construção de Uma Hidroelétrica da CESP Pela ótica privada (da CESP), o custo a ser considerado é seu desembolso financeiro no projeto. Isso inclui os gastos com impostos e encargos trabalhistas. Sob a ótica social, impostos e encargos sociais não são custos para a sociedade em sua totalidade, e sim uma transferência de recursos da empresa para o governo. Deve ainda ser considerado o impacto negativo da obra sobre o meio ambiente. Comparando-se o custo social com o benefício ou retorno social do projeto (geração de empregos, abastecimento de água), decide-se se o mesmo deve ou não ser executado. Custos a Curto Prazo valorizada Custos a Curto Prazo Como vimos anteriormente, a curto prazo, alguns fatores são fixos, qualquer que seja o nível de produção. Normalmente, consideramos como fator fixo a planta da empresa e os equipamentos de capital. Custos a Curto Prazo CLASSIFICAÇÃO Custo Variável Total (CVT) Custo Fixo Total (CFT) Custo Total (CT) Custo Total Médio (CTMe ou CMe) Custo Variável Médio (CVMe) Custo Fixo Médio (CFMe) Custo Marginal (CMg) Custos a Curto Prazo Custo Variável Total (CVT) Custo Variável Total (CVT): parcela do custo que varia, quando a produção varia. É a parcela dos custos da empresa que depende da quantidade produzida. Ou seja, são os gastos com fatores variáveis de produção, como folha de pagamentos, despesas com matérias-primas etc. CVT = f(q) Custos a Curto Prazo Custo Fixo Total (CFT) Custo Fixo Total (CFT): parcela do custo que se mantém fixa, quando a produção varia, ou seja, são os gastos com fatores fixos de produção, como aluguéis, depreciação etc. Custos a Curto Prazo Custo Total (CT) Custo Total (CT): é a soma do Custo Variável Total com o Custo Fixo Total. O Custo Total (CT) só varia com o Custo Variável Total, que depende da quantidade produzida. CT = CVT + CFT Custos a Curto Prazo Custo Variável Médio (CVMe) Conceito de custo por unidade de produção. CVMe = CVT q Custos a Curto Prazo Custo Fixo Médio (CFMe) Conceito de custo por unidade de produção. CFMe = CFT q Custos a Curto Prazo Custo Total Médio (CTMe) Conceito de custo por unidade de produção. CTMe ou CMe = custos totais quantidade produzida CT q = CTMe = CVMe + CFMe Custos a Curto Prazo Custo Marginal (CMg) Diferentemente dos custos médios, o Custo Marginal refere-se à variação de custo, quando se altera a produção. É o custo de se produzir uma unidade extra do produto. CMg = variação do CT variação em q = CT q Custos a Longo Prazo Custos a Longo Prazo O longo prazo é um horizonte de planejamento e não o que está sendo realizado pela empresa. Na verdade, é uma seqüência de situações prováveis de curtos prazos, em que os empresários têm um elenco de possibilidades de produção de curto prazo, com diferentes escalas de produção (tamanhos), que eles podem escolher. Por exemplo, antes de fazer um investimento, a empresa está em uma situação de longo prazo. Portanto, o empresário pode escolher qualquer uma das alternativas. Depois do investimento realizado, os recursos são convertidos em equipamentos (capital fixo) e a empresa opera em condições de curto prazo. Sendo assim, um agente econômico opera a curto prazo e planeja a longo prazo. FIM
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