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Introdução ao Estudo do Direito/ Questionário de Estudo para AV2

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Introdução ao Estudo do Direito 
Questionário de Estudo para AV2 
1- Quais as características da norma jurídica? Defina cada uma. 
GENERALIDADE: se aplica a todos sem exceção. 
IMPERATIVIDADE: imposição de vontade e não um mero aconselhamento. 
HETERONOMIA: é imposto ou garantido pela lei, independente da vontade dos destinatários. 
COERCIBILIDADE: o dever jurídico deve ser cumprido sob pena de sofrer os efeitos da sanção (punição, 
coerção), aplicável pelos órgãos especializados da sociedade. 
BILATERALIDADE: o direito existe vinculando duas ou mais pessoas. 
ATRIBUITIVIDADE: direitos e deveres recíprocos, a cada direito corresponde um dever. 
ABSTRATIVIDADE: antever o fato para determinar a solução e a forma padrão de conduta aplicável a qualquer 
membro da sociedade. 
ALTERIDADE: todo homem interage e depende do outro, vínculo social, convivência. 
 
2- Disserte sobre a Teoria dos Círculos, Tridimensionalismo Jurídico de Reale e a diferença entre Direito e Moral. 
Teoria Dos Círculos Concêntricos (Jeremy Benthan): 
 A ordem jurídica estaria incluída totalmente no campo da moral. Os dos círculos (Moral e Direito) seriam 
concêntricos, com o maior pertencendo à moral. Assim, o campo da moral é mais amplo do que o do direito e 
este se subordina a moral. 
 Teoria Do Mínimo Ético (Georg Jellinek): 
O Direito representa apenas o mínimo de moral obrigatória para que a sociedade possa viver em harmonia. 
 Teoria Dos Círculos Secantes (Claude Du Pasquier): 
Direito e Moral coexistem (Existem ao mesmo tempo), não se separam, pois há um campo de competência 
comum onde existem regras com qualidade jurídica e que têm caráter moral. Nem toda norma jurídica tem 
conteúdo moral, e nem todo conteúdo moral tem conteúdo jurídico. 
Teoria Dos Círculos Separados (Hans Kelsen): 
O Direito não estaria junto da moral nunca, esta teoria equivale à teoria pura do direito. Direito é o que está 
normatizado e Moral são os atos que são praticados de acordo com princípios éticos, ainda que haja aspectos 
morais que sejam normatizados, Direito é Direito e Moral é Moral. 
 
Tridimensionalismo Jurídico de Reale: toda experiência jurídica pressupõe a correlação entre três elementos, o 
fato, o valor e a norma. 
 
Diferença entre direito e moral: o direito tem campo mais específico que a moral, a moral é um conjunto de 
práticas, costumes e padrões de conduta, formadores da ambiência ética, o direito é um conjunto de normas 
que definem a dimensão da conduta humana exigida, que especificam a forma de agir, o dever moral depende 
da consciência de cada um (incoercível), o dever jurídico é exigível e deve ser observado sob pena de o 
transgressor sofrer efeitos da sanção organizada, aplicável pelos órgãos especializados da sociedade (coercível). 
 
3- Sobre a aquisição de direito, defina direito enquanto forma derivada e forma translativa. 
Os direitos subjetivos não são eternos e nem imutáveis. A aquisição é um fato pelo qual alguém assume a 
condição de titular de um direito subjetivo. Duas razões podem ditar seu aparecimento: 
a) determinação da lei (open legis), como no direito à vida, à honra etc.; 
b) por ato de vontade, em que surge pela prática de ato jurídico. 
A aquisição pode decorrer de um ato exclusivo do agente, como na ocupação; por ato de outra pessoa, como no 
testamento; por ato conjunto de pessoas, como nos contratos. 
A aquisição do direito subjetivo pode ocorrer por dois motivos: originário e derivado. Na aquisição originária o 
direito não decorre de uma transmissão, mas se manifesta autonomamente com o seu titular. 
Exemplo: o direito que se adquire com a caça de um animal. 
Já na aquisição derivada ocorre apenas mudança ou transferência de titularidade do direito. Esta modalidade 
divide-se em duas espécies: translativa e constitutiva. Pela primeira, o direito se transfere integralmente ao 
novo titular, como na hipótese de venda de um prédio. Pela segunda espécie, constitutiva, o antigo titular 
conserva algum poder sobre o bem, como se dá no caso de desmembramento do direito de propriedade, em 
que o antigo titular transfere apenas a nuda proprietas, conservando o direito de usufruto. 
Os modos distintos de aquisição não apresentam iguais reflexos. A aquisição originária não está sujeita a vícios, 
porque o direito não possui qualquer vínculo com o passado, não possui história. Já o direito que decorre de 
aquisição derivada, pode apresentar um condicionamento anterior que o macule, como na hipótese de compra 
de um objeto furtado. 
 
4- Defina juízo de fato e juízo de valor. 
 Juízo de fato (ponderação sobre algo real que representa uma tomada de conhecimento da realidade e tem 
como finalidade informar, pois se trata de uma constatação objetiva). 
 Juízo de valor (é subjetivo, pois os valores são pessoais. Tem como finalidade persuadir. A definição de 
valores, como o belo, o bom, o justo, difere de pessoa para pessoa, pois representam uma tomada de 
decisão frente à realidade). 
 
5- Sobre norma jurídica defina normas anacrônicas, injustas, éticas, justas e eficazes. 
Normas anacrônicas: as que envelhecem enquanto a vida evoluía, havendo uma defasagem entre as mudanças 
sociais e a lei. 
Normas injustas: aquelas que, traindo a mais significativa das missões do direito que é a de espargir justiça, 
nega ao homem aquilo que lhe é devido. 
Normas éticas: dá legitimidade, dá razão última da obrigatoriedade da norma, é a dignidade do ser humano. 
Normas justas: aquela que é ao mesmo tempo jurídica e moral. 
Normas eficazes: são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas autoridades administrativas ou 
judiciárias. 
 
6- O que é anomia? Como um juiz, por exemplo, poderá decidir em determinados casos anômicos? 
A anomia designa situações nas quais muitas pessoas violam as normas geralmente aceitas pelo grupo e se 
comportam de forma anômala, em claro desrespeito à conduta considerada "normal" pela sociedade. 
A anomia no Direito ocorre justamente porque determinados tipos de comportamento são amplamente 
considerados desviantes e essas noções de desvio são aplicadas de maneira diferenciada às pessoas dentro da 
sociedade. Logo, o Direito surge como aparelho repressor dos comportamentos anômicos. 
Conforme a LICC, art.4º "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com analogia, os costumes e 
os princípios gerais do direito". 
O artigo estabelece uma hierarquia entre as fontes, pois só autoriza o juiz a valer-se de outras fontes quando 
houver omissão na lei e impossibilidade de aplicação da analogia, buscando resoluções legais para casos 
semelhantes. Assim, a lei é uma fonte principal, sendo fontes secundárias a analogia, os costumes, os princípios 
gerais do direito, a doutrina e a jurisprudência.

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