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AGREGADOS PARA CONCRETO A crosta terrestre pode ser dividida: Substrato rochoso. Terrenos sedimentares. Essas duas partes são constituídas essencialmente de minerais, embora quase sempre estão mescladas com matéria orgânica. As rochas, conforme sua gênese podem ser classificadas como: Ígneas (origem do resfriamento do magma derretido). Sedimentares (origem da degradação físico/química de outras rochas). Metamórficas (origem nas modificações decorrentes da variação de temperatura e/ou pressão em rochas pré-existentes). Um conceito básico de ciência dos materiais: “A microestrutura de qualquer material está diretamente relacionada às suas propriedades”. Rochas ígneas apresentam melhores condições devido sua composição mineralógica, textura e estrutura, pois tendem a produzir microestruturas mais densas e compactas. Exemplos típicos: Granitos e basaltos Rochas metamórficas também possuem grande potencial mas a estrutura pode limitar o uso. Exemplos típicos: Gnaisse e quartzito. Rochas sedimentares apresentam a menor aptidão por serem sempre muito porosas, possuírem menor resistência mecânica e, em alguns casos, estrutura em forma de camada. Exemplos típicos: Arenitos e argilítos. Tabela 1: Algumas características em função da origem dos agregados. Testemunhos de rochas extraídas de jazidas Figura 1: Testemunhos extraídos de jazida de origem sedimentar. Figura 2: Testemunhos extraídos de jazida de origem não sedimentar. Figura 3: Comparação da estrutura interna do material. A definição mais aceita para agregado é: “Material granular, sem forma ou volume definidos, de dimensões e propriedades adequadas às obras de engenharia, em particular ao fabrico de concretos e argamassas de cimento Portland.” CLASSIFICAÇÃO DOS AGRAGADOS Quanto à origem: Naturais: encontrados na natureza já preparados para o uso sem outro beneficiamento que não seja lavagem ou classificação granulométrica. Exemplos: areia de rio e seixo rolado. Britados: submetidos a processo de diminuição, geralmente por britagem, para que possam se adequar ao uso. Exemplos: pedra britada (brita), pedrisco, pedregulho britado. Artificiais: derivados de processos industriais. Exemplos: argila expandida e pelotizada e vermiculita expandida. Reciclados: podem ser resíduos industriais granulares que tenham propriedades adequadas ou proveniente do beneficiamento de entulho de construção e demolição selecionado para esta aplicação. Exemplos: escória de alto forno, entulho de construção e demolição. Quanto à dimensão dos grãos: Agregado graúdo (passante na #75mm e retido na #4,75mm). Agregado miúdo (passante na #4,75mm e retido na #0,075mm). Quanto à massa unitária: Agregados naturais: tem massa específica unitária entre 1500 e 1700 kg/m³ e produzem concretos com aproximadamente 2400 kg/m³. Agregados definidos como leves e pesados podem ser usados para a produção dos chamados respectivamente de concretos leves e pesados Agregados leves: os produzidos a partir da expansão térmica da argila, escória, vermiculita, ardósia e resíduo mineral de esgoto. Agregados pesados: barita, hematita e limonita. Figura 4: Seixo Rolado, exemplo de agregado natural Figura 5: Agregado britado Figura 6: Agregado reciclado de indústria plástica Figura 7: Agregado artificial de argila calcinada FORMA DE OBTENÇÃO DOS AGREGADOS Agregados naturais: O processo se inicia com a prospecção da jazida que visa localizar, identificar e avaliar (volume e qualidade dos materiais). Elas podem ocorrer nos leitos dos rios ou serem localizadas como camadas das formações superficiais do solo. Ainda há a alternativa da exploração de dunas superficiais de formação básica por areia eólica. Possui grãos arredondados de superfície polida, o que auxilia na trabalhabilidade do concreto. Agregados britados: Produzidos em pedreiras desenvolvidas a partir do afloramento de rochas. A prospecção não só determina volumes e qualidade, mas também determina o melhor método de exploração. Em geral são usados desmontes por explosivos, seguido por britagem e seleção granulométrica por peneiramento. Agregados artificiais: Produzidos a partir de operações industriais que envolvem geralmente aglomeração de partículas sólidas que por tratamento térmico resultam nos agregados expandidos. Agregados reciclados: Geralmente provém da britagem de entulho pré selecionado, contendo principalmente fragmentos de argamassa, concreto e elementos cerâmicos. Ainda podem ser material granular originado de rejeitos de alguns processos industriais que após ensaios são considerados adequados. PROPRIEDADES DOS AGREGADOS Compressão -Em concretos convencionais geralmente a matriz do concreto possui resistência inferior à dos agregados. Nos concretos de altas resistências, os grãos dos agregados pode apresentar resistência insuficiente, necessitando cuidados especiais na escolha dos agregados. Se o agregado for de origem sedimentar, sua resistência deve ser previamente verificada, mesmo para concretos comuns. Tração e choque Durante a betonagem os maiores grãos podem sofrer choques consideráveis, que no geral não superam a resistência do agregado. Em caso de suspeita de fragilidade, pode-se avaliar o desgaste do agregado durante a betonagem. Abrasão Em algumas aplicações a resistência à abrasão deve ser considerada, como em pistas de aeroportos, vertedouros de barragens e pistas rodoviárias. Fragilidade (esmagamento) No geral não há necessidade de avaliar esta propriedade. Caso haja suspeita de déficit de resistência, pode-se avaliá-la pelo ensaio de esmagamento. Forma dos grãos Influi no concreto ao alterar-lhe a trabalhabilidade, em conseqüência altera as condicionantes de bombeamento, lançamento e adensamento. O cascalho apresenta grãos cubóides, de superfícies lisas enquanto os agregados industrializados tem forma de grãos que dependem da natureza da rocha e do tipo de britador final da linha de britagem, grãos estes de arestas vivas e superfícies rugosas. Portanto, para uma mesma trabalhabilidade, o concreto feito com grãos irregulares necessitará de mais finos e mais água de amassamento, logo, deverá se mais dispendioso (maior consumo de cimento) para que não haja detrimento da resistência. Por outro lado, devido a sua forma e textura superficial, os concretos confeccionados com agregados irregulares apresentam maior aderência da argamassa aos grãos, aumentando assim sua resistência final. Impurezas Orgânicas: podem interferir nas reações de hidratação do cimento (húmus) além de serem prejudiciais pela inserção de fragmentos de baixa resistência mecânica e provocar manchas superficiais. Argilas e materiais friáveis: alteram a distribuição granulométrica do agregado e introduzem material de alta absorção. Material pulverulento: passantes na #200, podem ser solúvel em água, podem afetar a trabalhabilidade aumentando a quantidade de água e provocar fissurações. Impurezas salinas: pode provocar alterações na hidratação do cimento, surgimento de eflorescências, provocar expansões e principalmente, acelerara a corrosão da armadura. Minerais álcali-reativos: são formas de sílica com diversos graus de cristalinidade que podem reagir com álcalis do cimento (ou de outra fonte como água ou aditivo) de forma expansiva. Resíduos industriais: são óleos, graxas, solventes, etc. Podem formar uma película em torno dos grãos, prejudicando a aderência com a pasta de cimento. Massa específica absoluta Tem reflexo direto na massa específica do concreto, já que o agregado contribui com 80% da massa deste, e dos três componentes principais é o único que tem densidades variáveis. Massa específica aparente O agregado com distribuição granulométrica que apresenta menor índice de vazios é aquele com a maior massa específica aparente. É comum utilizar-se de dois agregados graúdos afim de se obter menor índice de vazios (maior massa específica aparente). Compacidade, porosidade e índice de vazios A resistência à compressão, a permeabilidade e a durabilidade do concreto melhoram quando aumenta a compacidade dos agregados, com isto diminui o índice de vazios requerendo menos pasta, tornando o concreto menos dispendioso. Aderência Os grãos de agregado de superfície rugosa apresentam maior resistência ao descolamento da argamassa do que os grãos de superfície lisa. Módulo de finura e superfície específica Quanto menor o módulo de finura, ou maior a superfície específica, tanto mais água será necessária para manter a trabalhabilidade e mais cimento para manter o fator A/C. Teor de umidade Quando da dosagem do concreto é necessário levar em conta o teor de umidade do agregado miúdo que, de um modo geral, em concretos comuns leva da ordem de 15% da água de amassamento. No agregado graúdo, exceto se encharcado por água de chuva, o teor de umidade é praticamente nulo. Absorção A água absorvida pelos grãos dos agregados é função da maior ou menor porosidade desses grãos. Depois de misturado o concreto essa água é retirada da água de amassamento, alterando assim o fator A/C, se esta não tiver sido considerada na dosagem. Resistência ao fogo Em caso de incêndio o comportamento do concreto depende em grande parte do comportamento do agregado. Agregados calcários se comportam bem quando expostos ao calor devido seu baixo coeficiente de dilatação e ao fato de o calcário apresentar reações endotérmicas. O basalto, assim como a argila expandida e a escória não se alteram com o calor. No geral, concretos com alto fator A/C comportam-se muito melhor em caso de incêndio do que os de baixo fator. Isolamento termo-acústico Maior densidade do concreto implica em maior condutibilidade térmica e maior redução acústica. Composição granulométrica Ensaio de granulometria. Figura 8: Materiais para o Ensaio de Granulometria Figura 9: Resultado do Ensaio de Granulometria Figura 10: Resultado do Ensaio de Granulometria Composição granulométrica Em geral, areias muito grossas podem produzir misturas de concreto: ásperas, não trabalháveis, mais suscetíveis ao desgaste, sujeitas à maior exsudação e de grande permeabilidade. Aumentando o consumo de cimento reduz-se estes inconvenientes, mas favorece a retração e aumenta o custo. Enquanto areias muito finas: aumentam o consumo de água (portanto o consumo de cimento para um mesmo A/C), e existe a possibilidade deste material criar uma película sobre os grãos de agregado graúdo, reduzindo assim a aderência massa/agregado. Assim sendo, uma distribuição granulométrica equilibrada produzirá misturas de concretos mais trabalháveis e econômicas. Além do fato de proporcionar uma estrutura mais fechada, diminuindo o volume de vazios e por conseguinte: aumentam as resistências mecânicas diminuem os espaços por onde podem penetrar agente agressores tanto da armadura quanto do próprio concreto Peneira (mm) Massa Retida (g) % Retida (g) % Acum. (g) 4,75 2,12 0,42 0,42 2,36 5,63 1,13 1,55 1,18 23,84 4,77 6,32 600m 156,17 31,24 37,56 300m 240,86 48,19 85,75 150m 64,15 12,83 98,59 Fundo 7,06 1,41 Total 499,83 100,00 230,20 Exemplo de Classificação e Graduação Amostra de um ensaio de granulometria Graduação: Areia Fina Classificação: Agregado miúdo, pois o agregado é passante na #4,75mm ficando retida uma pequena porcentagem de 0,42%. Exemplo de Classificação e Graduação Classificação: Agregado graúdo, pois o agregado foi retido na #4,75mm deixando passar apenas uma porcentagem de 3,02%. Peneira (mm) Massa Retida (g) % Retida (g) %Acum. (g) 19 0 0 0 9,5 645,23 64,53 64,53 4,75 324,4 32,44 96,98 2,36 13,25 1,33 98,30 1,18 1,45 0,15 98,45 0,6 1,78 0,18 98,62 0,3 1,89 0,19 98,81 0,15 5,62 0,56 99,37 Fundo 6,25 0,63 37,84 999,87 100,00 655,07
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