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Texto CADERNO ATIVIDADE FUNDAMENTOS.
TEMA 1.
Política Social e Método 
Na análise dos fenômenos naturais e sociais, e principalmente sobre a questão do método e abordagens correntes da política social, “[...] a ciência é a investigação metódica e organizada da realidade, para descobrir a essência dos seres e propriedades das coisas e dos processos naturais em beneficio do homem” (PINTO, 1969, p. 30). 
Para Durkheim e para os positivistas, o pesquisador deveria manter certa distância e ser neutro em relação aos fatos, preservando os objetivos centrais de sua análise. É sempre necessário que os sociólogos deixem de lado seus valores e sentimentos pessoais, pois não há nada de científico e isso pode distorcer a realidade dos fatos.
Na perspectiva funcionalista, existem orientações metodológicas centrais, que mostram como o objeto se sobrepõe ao sujeito. Nesse processo de conhecimento, podemos fazer um paralelo entre as ideias na tradição empirista e no positivismo, em que:
	Tradição Empirista de Bacon 
	Positivismo de Comte 
	Servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. 
	Sugere a observação científica da realidade. 
	Construir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. 
	Analisar a vida social por meio de um modelo científico. 
	O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos. 
	A ordem é a base do progresso social. 
	Saber é poder. 
	Separação entre o poder religioso e o poder civil. 
Ao se afirmar que os fatos sociais possuem uma natureza exterior e coletiva, que sua sede é a sociedade e não os indivíduos, tem-se o exemplo da educação, que é uma instituição central pela qual são transformados os indivíduos e transmitidos os hábitos. 
A pesquisa social é que vai proporcionar dados de uma realidade objetiva por meio da observação, da descrição, da comparação, fugindo a um movimento que vai das ideias para as coisas, em que o fato comparece apenas para confirmar ou não as ideias. É importante afastar todas as pré-noções, dando lugar à razão, à explicação pelo entendimento e não pelo sentimento. 
Para Durkhein, um fato social que esteja inserido nos costume e hábitos de uma sociedade e que desempenhe um papel importante para sua adaptação ou evolução é considerado como um fato social normal. O crime, por exemplo, é considerado como um fato normal em uma sociedade, pois representa determinadas condutas e valores sociais, e são caracterizados como ilegais e as condenam a penalidades. Generalizar um fato social é garantir a normalidade na medida em que aquela sociedade a deseja assim, como também obtém o respeito a uma determinada questão.
A influência do idealismo por meio das ideologias de três autores: Kant, Hegel e Marx, trouxe uma perspectiva de visão diferenciada. 
E o que é o Idealismo? 
	Idealismo é a doutrina ou corrente de pensamento que subordina ou reduz o conhecimento à representação ou ao processo do pensamento mesmo, por entender que a verdade das coisas está menos nelas do que em nós, em nossa consciência ou em nossa mente, no fato de serem percebidas ou pensadas. 
Para Kant, é possível conhecer a realidade nas suas manifestações e expressões. Já Hegel afirma que as ideias de Kant teriam sentido caso a razão fosse apenas entendimento. Segundo Hegel, o entendimento é positivo e a razão é negativa. Marx rebatia dizendo que o critério da verdade era a prática, e o que realmente importava não era o interpretar, mas sim a transformação do mundo feita pela ação política das massas organizadas.
Max Weber, alemão e cientista social, entra em cena defendendo um método que consiste em analisar não somente o aspecto exterior de uma ação, e sim seu sentido maior. Como exemplo, pode-se imaginar a seguinte cena: Uma pessoa passa um pedaço de papel para a outra. Para a ciência social, este simples ato é irrelevante. Mas ao se descobrir que esse pedaço de papel era um cheque, e que este estaria saldando uma dívida, percebe-se aí uma ação com sentido amplo. Segundo Weber, essa análise pode ser executada por procedimentos metodológicos das ciências naturais. Para Weber, as leis sociais estabelecem relações, que em determinados processos devem seguir um comportamento com sentido, e servem para explicar processos particulares; com isso, ele defende a utilização dos chamados “tipos ideais”.
O que é “tipo ideal”: 
	O conceito de tipo ideal corresponde, no pensamento weberiano, a um conceito que abstrai de fenômenos concretos o que existe de particular, constituindo assim um conceito individualizante. 
Na concepção de Weber, é um instrumento de análise sociológica, com o objetivo de criar tipologias puras
. 
As contribuições marxistas para a política social se inserem com o surgimento e o desenvolvimento das políticas sociais, principalmente na acumulação de capitais e da luta de classes. 
As formulações ecléticas seguem a seguinte trajetória: 
Invasão Positivista na tradição marxista o estruturalismo formulações ecléticas. 
O papel do Estado no campo da política social passa pela análise unilateral, ou seja, atua quando ocorrem demandas da sociedade, e no seu extremo, quando ocorre luta e pressão da classe trabalhadora.
Pelo ângulo econômico: redução de custos; elevar a produtividade. 
Pelo ângulo político: políticas sociais são mecanismos de legitimação da ordem capitalista.
“Marx não nos deu uma lógica, mas a lógica, mas a lógica do capital 
Kosik diz: A essência se manifesta no fenômeno e, por isso, o fenômeno revela a essência. 
Sendo assim, as políticas sociais não podem ser analisadas no imediato como um fato isolado, mas sim por meio de situações contraditórias da realidade, que é a unidade dialética do fenômeno e da essência.
Elementos de análise das políticas sociais: 
Natureza do Capitalismo O Papel do Estado Classes Sociais
O papel do Estado no âmbito político deve abordar: 
Políticas econômica e social. 
Investimentos sociais. 
Direitos sociais. 
Abrangência das políticas sociais. 
Geração de emprego e renda. 
Movimentos sociais. 
Direitos trabalhistas.
Nesse tema, você viu que a análise do processo social é de suma importância para o aprimoramento do conhecimento das causas e efeitos de políticas sociais. Viu também que os fatos sociais, ao serem analisados, levam a conclusões importantes na ótica dos pesquisadores, as ocorrências desses fatos nas perspectivas de conceitos idealistas, marxistas, entre outros. E, por fim, a contribuição marxista que abrange análises das políticas sociais, e qual é o papel do Estado neste campo.
TEMA 2.
Origens da Política Social 
A origem da sociedade capitalista deu-se com a dissolução da ordem feudal, a partir da ideia de abolição da servidão. As revoltas populares que tinham um viés nessa ideia foram derrotadas, e acabou se implantando um processo de oposição. Enquanto que no liberalismo podemos resumir como o postulado do livre uso, pelo indivíduo ou sociedade, de sua propriedade.
O capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos; decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo, os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas. É dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo. 
O Liberalismo é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal. 
 Segundo Marx, a força de trabalho no capitalismo possui duplo caráter: 
Ser produtora de valor de uso 
Valor de troca 
Marx disse: “todo trabalho é, de um lado, dispêndio de força humana de trabalho, no sentido fisiológico, e, nessa qualidade de trabalho humano igual ou abstrato, cria valor de mercadorias. Todo trabalho, por outro lado, é dispêndio de força humana de trabalho, sob forma especial, para um determinado fim,e, nessa qualidade de trabalho útil e concreto, produz valor de uso” (Marx, 1975, p. 44-45). 
	Mais-valia é o nome dado por Marx à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no sistema capitalista. 
Na questão social e política social, o autor mostra que é correto afirmar que a tradição marxista empreende, desde Marx e Engels até os dias de hoje, acrescido nas ideias além do processo da acumulação do capital, pela desigualdade social e do crescimento relativo da pobreza.
No ponto de vista de David Harvey, a dinâmica do capitalismo é afetada por pressões exercidas pelo Estado e por instituições sociais. Tais pressões podem ser diretas ou indiretas. 
	Pressões Diretas: Imposição do controle dos salários e preços das mercadorias. 
Pressões Indiretas: Meio de propagandas que visam à legitimação das intenções do sistema. 
Quando Harvey aborda a questão do modo de produção capitalista, um dos problemas indicados é o do controle social das capacidades físicas e mentais que o trabalhador encontra neste sistema; O Capital (Marx), já citava este problema. 
Uma das dificuldades abordadas é a organização da força de trabalho, que fica alienada aos controles dos meios de comunicação em massa, as instituições religiosas e educacionais, o Estado, entre outras.
O Liberalismo, no ponto de vista de David Ricardo, um dos maiores economistas de sua época, era que o Estado era um mal necessário. Pregava uma economia livre, em que cada cidadão maximizaria o bem-estar coletivo. O Estado serviria para impor uma base legal com a qual o mercado pode melhor maximizar os benefícios aos homens. 
David Ricardo discute a renda auferida pelos proprietários de terras mais férteis. Em virtude de a terra ser limitada, quando a terra de menor qualidade é utilizada no cultivo, surge imediatamente a renda sobre aquela de primeira qualidade, ou seja, a renda da terra é determinada pela produtividade das terras mais pobres. Ricardo constituiu a chamada teoria das vantagens comparativas, que impôs que o comércio entre os países dependeria das dotações relativas de fatores de produção. 
Adam Smith, outro grande economista, considerado por muitos como o grande precursor, também criticava o Estado intervencionista e o Estado Mercantilista, mas não defendia sua extinção, pois acreditava que sua existência seria necessária para garantir a ordem de liberdade ao mercado.
Estado Intervencionista: é aquele que tinha por base a manutenção dos interesses capitalistas. 
Estado Mercantilista: é aquele constitui em uma série de medidas que visam unificar o mercado interno, com a finalidade de formar Estados Nacionais. 
Nicolau Maquiavel (1469-1527): fundador da Ciência Política Moderna, é realista, uma vez que não se furta da realidade; pragmático, pois tem uma postura calculista quanto aos resultados que suas ações terão; e empírico, uma vez que, estudando a história, acredita que o maior equívoco que um governante pode cometer é não se reportar ao estudo passado e cometer os mesmos erros novamente. 
John Locke (1689) é um dos filósofos idealistas do contrato social, junto com Thomas Hobbes (1651) e Jean-Jacques Rousseau (1762).
Adam Smith, considerado o precursor da moderna teoria econômica, coloca como um conjunto científico sistematizado. Em sua visão harmônica do mundo real, Smith acreditava que, se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à perfeição. Pregava a ideia de que todos os agentes, em sua busca de lucrar o máximo, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. É como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia, sem necessidade da atuação do Estado. A defesa do mercado como regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos benefícios para a coletividade, independentemente da ação do Estado. É o princípio do liberalismo. 
A síntese a seguir mostra alguns elementos essenciais do liberalismo que ajudarão a melhor compreender a reduzida intervenção estatal na forma de políticas sociais nessse período:
Contrato Social: indica uma classe de teorias que tentam explicar os caminhos que podem formar ESTADOS, ou manter a ordem social. 
Adam Smith, considerado o precursor da moderna teoria econômica, coloca como um conjunto científico sistematizado. Em sua visão harmônica do mundo real, Smith acreditava que, se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à perfeição. Pregava a ideia de que todos os agentes, em sua busca de lucrar o máximo, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. É como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia, sem necessidade da atuação do Estado. A defesa do mercado como regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos benefícios para a coletividade, independentemente da ação do Estado. É o princípio do liberalismo
A síntese a seguir mostra alguns elementos essenciais do liberalismo que ajudarão a melhor compreender a reduzida intervenção estatal na forma de políticas sociais nessse período:
Predomínio do individualismo 
O bem-estar individual maximiza o bem-estar coletivo. 
Predomínio da liberdade e competitividade. 
Naturalização da miséria. 
Predomínio da lei da necessidade. 
Manutenção de um Estado mínimo. 
As políticas sociais estimulam o ócio e o desperdício. 
 A política social deve ser um paliativo.
O capitalismo viveu seu auge no século XIX. Surgiu com toda força nas potências econômicas. Foi a era da expansão e das revoluções industriais, dando à classe operária uma melhoria de condições, tanto como uma possibilidade real, como estímulo ao desenvolvimento capitalista. Neste período, iniciaram-se as conquistas pela classe operária inglesa. No século XIX, a luta por reformas foi um dos aspectos da luta do proletariado; a classe operária era uma classe explorada, e a luta operária era pelo fim de sua exploração. 
O surgimento das políticas sociais aconteceu gradualmente, e houve diferentes frentes, dependendo dos movimentos de organização e pressão da classe trabalhadora, do grau de desenvolvimento das forças produtivas, e das composições de força no âmbito do Estado. 
Em meados do século XIX, os trabalhadores se organizaram e criaram caixas de poupança e previdência para ajudar a manter os trabalhadores em greve. 
Iniciativas que indicaram as situações da intervenção estatal em período de predomínio do liberalismo:
 
Entre 1883 e 1914, todos os países europeus implantaram um sistema estatal de compensação de renda para os trabalhadores na forma de seguros. 
No mesmo período, 11 dos 13 países europeus introduziram seguro-saúde e 9 legislaram sobre pensão aos idosos. 
Em 1920, 9 países tinham alguma forma de proteção ao desempregado. 
Nesse tema, você viu que a partir da Revolução Industrial cresceram os movimentos em busca de melhorias, as chamadas lutas de classe. As ideias dos economistas da época levaram o capitalismo a sua globalização e, com isso, uma ascensão da sociedade. 
Viram também como o papel do Estado deve ser bem analisado. Alguns pensadores defendiam a ideia de ter um Estado totalmente liberal, em que a economia seria livre para se adequar; foi quando Marx apresentou sua teoria da Mão Invisível. Neste tema, você pode obter conhecimentos dos conceitos do capitalismo e liberalismo, contextualizar as lutas da classe trabalhadora e a origem da política social.
TEMA 3.
Política Social no Brasil 
Na segunda metade do século XIX e início do século XX, dois fatores importantes marcaram o início das mudanças no cenário político econômico. São eles: 
Crescimento do movimento operário. 
Concentração e monopolização do capital. 
Esses dois fatores foram determinantes para dar início ao processo de concorrência intercapitalista, que posteriormente se transformou em confronto nas duas grandes guerras mundiais.
Mais importante ainda haveria de acontecer, deixando o mundo capitalista fragilizado: a crise de 1929-1932, também conhecida como a GrandeDepressão. Esta crise se alastrou a nível mundial, reduzindo suas operações a um terço do que era antes. A crise trouxe uma desconfiança sobre os ideais do Liberalismo econômico, se instaura em paralelo à revolução socialista de 1917, com desemprego em massa, forte crise econômica e a legitimação do capitalismo. 
Histórico do modo de produção capitalista: 
Século XIX capitalismo concorrencial. 
Final do século XIX até Segunda Guerra Mundial imperialismo clássico. 
Pós-1945 até os dias de hoje capitalismo tardio. 
A crise de 29, como já discutido, deixou grandes marcas no capitalismo mundial, com grandes massas de desempregados, redução da produção, entre outras. Nesse contexto as políticas sociais se generalizaram, sendo uma solução para o momento, com medidas anticíclicas em acordo com a classe operária. Entre elas, temos o exemplo dos EUA, que implantou um programa com grandes obras públicas de infraestrutura, salário desemprego, assistência aos trabalhadores, concessão de empréstimos. Com essas medidas, os Estados Unidos conseguiram retomar gradativamente o seu crescimento econômico. 
No Brasil, esse processo transcorre de forma mais branda, bem diferente dos países de capitalismo central. O capitalismo já havia alcançado seu auge, com elevado nível de concentração financeira e grande produtividade, quando ocorreu a crise de 29. Essa crise alastrou-se pela Europa e atingiu o Brasil, principalmente o Estado de São Paulo, que era o grande produtor e fornecedor de café ao mercado externo. Os EUA eram seu maior comprador, deixando os produtores locais em completo desespero, pois, além disso, os créditos internacionais também haviam sido suspensos. A política de valorização do café entrou em colapso, e consequentemente toda a economia nacional.
Veja agora um panorama histórico brasileiro desde a sua independência, criando assim um cronograma de como o Brasil se situou pós-crise e como abordou a sua política socioeconômica
	Cenário Histórico 
	Principais ações 
	Independência do Brasil (1822) 
	Início das relações – Estado e Povo 
	Constituição do Império (1824) 
	Reconhecimento ao direito à igualdade, à liberdade de pensamento, à propriedade, entre outros. 
 
	Constituição de 1891 – Era Republicana 
	Foi o fim ao período do Império, restabelecendo harmonia, dos direitos políticos e do exercício da cidadania. 
	Constituição de 1934 – Era Vargas 
	Supressão dos direitos políticos, marcada pelo Poder do Executivo, desenvolvimento de políticas assistencialistas. 
	Constituição de 1937 – Era Vargas II 
	Suspensão dos direitos individuais e políticos, mudanças importantes no relacionamento com os trabalhadores, criação do Ministério do Trabalho. 
	Constituição de 1946: Democratização do País 
	Restabelecidos os direitos fundamentais do homem nos artigos 129 a 144. O Estado de Direito foram conquistados. 
	Constituição de 1967: Governo Militar 
	Não representou o anseio da população. Não se cumpria os direitos dos cidadãos, apesar de estar na Lei, foi ignorada pelo regime militar. 
	Constituição de 1988 – Nova Era 
	Colocou fim a era ditatorial, colocando o país rumo à democracia total, com avanços importantes nas políticas sociais. 
A autora mostra claramente, na página 80 do seu Livro-Texto, a importância que teve o ano de 1923, como sendo um marco na formação de uma política social brasileira.
Nesse tema, você viu como a crise de 1929 – a Grande Depressão - afetou as economias mundiais, e principalmente trouxe ao mundo uma realidade nunca antes vista. Diversas ações tiveram que ser tomadas para minimizar os efeitos da crise no âmbito social, como por exemplo, alavancar grandes obras de infraestrutura para reverter o quadro de desempregados, salário desemprego, entre outras ações. 
Viu também que, no Brasil, desde o tempo da escravidão, várias tentativas foram elencadas para melhoria do sistema de políticas sociais, passando por várias Constituições que sempre estavam ávidas a ignorar os direitos da sociedade, até a Constituição de 1988, que pôs fim a era ditatorial e está caminhando para a democratização da nação.
TEMA 4.
Keynesianismo - Fordismo - Política Social 
Este tema aborda o capítulo 3 de seu Livro-Texto. No início, a autora faz um breve retrospecto do que será abordado nos temas seguintes, mostrando que, após a grande crise de 29, o capitalismo passa por um período de grande expansão, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial. É quando surge o Estado Social – os chamados anos de ouro – que demonstrará sinais de esgotamento a partir dos fins dos anos de 1960.
“[...] O Estado social representa efetivamente uma transformação superestrutural do Estado liberal. O Estado social busca superar a contradição entre a igualdade política e a desigualdade social. A liberdade política como liberdade restrita era inoperante. O velho liberalismo não dava nenhuma solução às contradições sociais, mormente das pessoas à margem da vida, desapossadas de quase todos os bens. [...]” 
Keynes defendia a intervenção estatal com o intuito de reativar a produção. Essa ideia rompia parcialmente com os princípios do liberalismo. O Estado com as ideias do keynesianismo se tornou produtor e regulador, e não abandonava o capitalismo, defendia a liberdade individual e a economia de mercado. A intervenção do Estado na economia se fazia necessária para estabilização dos preços, do nível de emprego, a renda, entre outras variáveis. 
Até a crise de 1929, a teoria que prevalecia era a da “mão invisível”; já a teoria neoclássica se baseava na lei de Say, em que a ideia era de que a oferta cria a sua própria demanda o que evitaria como consequência maior as crises de superprodução. 
	Lei de Say: É uma norma econômica neoclássica, elaborada pelo Francês Jean Baptiste Say, que estabelece que a oferta agregada da economia é que determina o nível de produção desta economia. Como ideia principal, com esse mecanismo a economia estaria livre da superprodução. 
Segundo Keynes, caberia ao Estado, o papel de restabelecer o equilíbrio econômico, lançando mão de políticas fiscais, de crédito e de gastos, com o intuito de estimular a economia. 
O Estado deve se antecipar a qualquer sinal de crise, mantendo níveis elevados de reservas que possam ser utilizadas em períodos de crise, que serviriam para investimentos de infraestrutura, mantendo-se assim a economia aquecida, livre das pressões internacionais costumeiras. Essa atitude estatal levaria a um programa fundado em dois pilares: pleno emprego e maior igualdade social, que pode ser alcançado por duas ações da ação estatal: 
Gerar emprego dos fatores de produção via produção de serviços públicos, além da produção privada.
2. Aumentar a renda e promover maior igualdade, por meio da instituição de serviços públicos, dentre eles as políticas sociais. 
“O Estado assim passa a ter um papel ativo na administração macroeconômica, na produção e regulação das relações econômicas e sociais”. 
O método de trabalho fordista, com sua metodologia de produção em massa e dos acordos coletivos com os trabalhadores, foi mais uma forma de regulação das relações sociais, em condições políticas determinadas. 
	Fordismo: É um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford, que tem como característica a fabricação em massa. Criado para sua indústria de automóvel, o sistema é baseado numa linha de montagem. 
Henry Ford pretendia combinar produção em massa com o consumo em massa, o que levaria a sociedade a uma mudança de comportamento no mercado. Comenta-se que Ford, em 1916, contratou assistentes sociais para efetuar uma pesquisa junto a seus funcionários com a intenção de identificar e gerar entre os mesmos um padrão de consumo compatível com os interesses da empresa. Essa nova forma de produção ganhou força após a Segunda Guerra Mundial, e seus princípios colaboraram para a doutrinação disciplinar dos trabalhadores nas novas formas de organização racional da produção, que tinha como princípio básico a otimizaçãode tempo e do processo de valorização do capital. 
Taylor já preconizava que a organização racional do trabalho trazia grandes benefícios aos trabalhadores, pois aprendiam a maneira de executar suas tarefas observando os companheiros vizinhos. Isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e a uma variedade de ferramentas em cada operação. Leva a uma definição de qual maneira mais eficiente e eficaz de se realizar uma determinada tarefa. Esse modelo recebeu o nome de organização racional do trabalho (ORT) (CHIAVENATO, 2006).
Após 1945, houve um grande avanço tecnológico, e com isso uma melhoria efetiva das condições de vida dos trabalhadores, com acessos ao consumo e ao lazer, antes mais regrados. Porém, todo esse processo de mudança teve sua duração limitada, pois, a partir da metade dos anos 60, ocorreu um esgotamento que resultou desse conjunto de determinações a possibilidade político-econômica e histórica do Welfare State.
Os princípios que estruturaram o Welfare State, segundo a autora, foram: 
1. Responsabilidade estatal na manutenção das condições de vida dos cidadãos, por meio de um conjunto de ações em três direções: 
a) Regulação da economia de mercado a fim de manter elevado nível de emprego. 
b) Prestação pública de serviços sociais universais, como educação, segurança social, assistência médica e habitação. 
c) Conjunto de serviços sociais pessoais. 
2. Universalidade dos serviços sociais. 
3. Implantação de uma rede de segurança de serviços de assistência social.
Na Inglaterra, a partir da sua experiência, definiram o Welfare State como: 
1. Introdução e ampliação de serviços sociais em que se incluem a seguridade social, o serviço nacional de saúde, os serviços de educação, habitação, emprego e assistência aos idosos, a pessoas com deficiência e a crianças. 
2. A manutenção do pleno emprego. 
3. Um programa de nacionalização
Educação, seguros e saúde! 
No Brasil, a economia e sua política foram fortemente abaladas nas três primeiras décadas do século XX. Em 1923, com a Lei Eloi Chaves, cria-se uma legislação de um sistema público de proteção social por meio das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). Na década de 1930, foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o salário mínimo, entre outras medidas voltadas ao social.
O Estado por meio da Política Social visa diminuir as desigualdades e garantir os direitos sociais. Em suma, o Brasil buscou, por meio de várias atitudes, demonstrar que estava a caminho de um Estado de Bem-Estar Social, o que na realidade não aconteceu. Em 1964, instaurou-se no país a ditadura militar, que duraria 20 anos e impulsionou um novo momento de modernização conservadora no Brasil.
Nesse tema, você viu que o capitalismo tardio caracterizou-se por um intenso processo de monopolização do capital. Também observamos que o processo introduzido por Henry Ford – “fordismo” – trouxe avanços consideráveis no relacionamento capital – funcionários. Houve uma melhoria efetiva das condições de vida dos trabalhadores fora da fábrica, com acessos ao consumo e ao lazer que não existiam no período anterior. 
O termo inglês Welfare State – Estado de bem-estar social, coloca o Estado como agente da promoção social e organizador da economia. No Brasil, após a grande depressão a economia e a política estavam bastante abaladas. Porém, a história mostra que houve um progresso nas relações Estado com as políticas sociais.
TEMA 5.
A Política Social no Brasil no Neoliberalismo 
Como vimos anteriormente, uma nova crise do capital surgiu após o esgotamento do sistema que se chamou de capitalismo maduro e que teve sinais de queda na década de 60, rompendo o crescimento que havia se concretizado com o keynesianismo-fordismo. 
Para se entender um pouco deste processo, temos que saber que o liberalismo surgiu com a Revolução Francesa, pregava um distanciamento do Estado, e se tornou um período em que o individualismo prevaleceu, além da não intervenção por parte do Estado. Quando surge o termo neoliberalismo, observa-se que é baseado no antigo liberalismo, e mostra que o Estado passa a ser intervencionista principalmente no âmbito social. Nos dias de hoje, vivenciamos algo muito parecido, em que existe um retorno do individualismo, não ocorrem intervenções do Estado, ocorrem privatizações. 
Os anos 80 e 90 desenhavam um ritmo de desenvolvimento igualitário entre alguns países. Entretanto, neste período, demonstrou uma realidade cruel no que se refere à extração da mais-valia e ao mundo do trabalho:
	
Deslocamento do trabalho vivo para o trabalho morto. 
	
Redução da importância do trabalho individual.
	
Mudança da proporção de funções desempenhadas pela força de trabalho. 
	
Mudanças nas proporções entre criação de mais-valia na própria empresa. 
	
Aumento de investimento em equipamentos. 
	
Redução do período de rotação do capital. 
	
Aceleração da inovação tecnológica e investimentos em pesquisa. 
	
Vida útil mais curta do capital fixo. 
	
Tendência ao planejamento – controle dos riscos. 
Essas mudanças deixaram claro o fracasso do socialismo real, ou seja, o Estado já não era mais o benfeitor e mostrou a constatação das potencialidades que ainda tinha o capitalismo. Neste ponto, contava com as empresas privadas e o mercado para a promoção do crescimento econômico, e isso explica porque o neoliberalismo se tornou um modelo generalizado e globalizado. Este processo procura demonstrar que o neoliberalismo é a única solução para corrigir as diferenças e o rigor do capitalismo, tendo nas empresas a esperança de conduzir esta situação a uma permanente e benéfica modernização, deixando de fora o Estado.
Alguns estudiosos pregavam que o neoliberalismo destruiria as conquistas dos trabalhadores, tais como: 
Estabilidade. 
Salários dignos. 
Segurança social. 
Redução das organizações de classe.
 A busca por um Estado mínimo era de fachada, pois, na realidade, o Estado seria forte o bastante para enfraquecer a classe trabalhadora e os movimentos populares e aos poucos ir eliminando as conquistas sociais, criando assim condições políticas que requer para seu funcionamento econômico. 
A hegemonia do neoliberalismo ocorreu somente no final dos anos 1970, quando países da Europa e dos Estados Unidos assumiram seus princípios nos programas governamentais. Os primeiros governos a adotarem esses princípios foram:
	Inglaterra 
	EUA 
	Alemanha 
	Dinamarca 
	1979 
	1980 
	1982 
	1983 
 
Principais ações de alguns países: 
EUA
Não implantou um Welfare State desenvolvido. 
Priorizou sua política neoliberal na competição militar com a URSS. 
Reindustrializar a América. 
Reduziu impostos a favor dos ricos. 
Elevou as taxas de juros. 
Enfraqueceu a única greve de trabalhadores (Governo Regan). 
Criou déficit público ao entrar na guerra armamentista. 
Elevado investimentos em gastos militares. 
Redução de gastos sociais. 
Alemanha e Dinamarca 
Disciplina orçamentária. 
Reformas fiscais. 
Não alterou os cortes na área social. 
Não enfraqueceu os sindicatos. 
77 No sul da Europa, contrariando as expectativas, foram eleitos governos de esquerda, que mantiveram uma política de deflação e redistribuição, pleno emprego e proteção social: 
	França 
	François Maurice A. M. Mitterrand 
	Espanha 
	Felipe Gonzáles 
	Portugal 
	Mário Soares 
	Itália 
	Bettino Craxi 
	Grécia 
	George Papandreou 
Para melhor visualizar como reagiu o mundo com o neoliberalismo, veja os seguintes quadros comparativos:
Página 128 – Tabela 2 
Página 129 – Tabela 3 
Página 130 – Tabela 4 
Página 131 – Tabela 5 
Esses dados demonstram que o neoliberalismo não foi capaz de resolver a situação nos países capitalistas nem alterou os índices de recessão e baixo crescimento econômico, conforme defendia. 
As principais consequências deste modelo tiveram efeitos destrutivos para as condições de vida da classe trabalhadora, provocandoaumento do desemprego, redução de postos de trabalho não qualificados, redução de salários devido ao aumento da oferta de mão de obra e redução dos gastos com as políticas sociais.
Nesse tema, você viu que, na adoção do sistema neoliberal, diversos governos procuravam uma saída para a crise, o que acabou resultando em dificuldades na adaptação desse sistema. Viu também que a classe trabalhadora foi a mais prejudicada com o neoliberalismo; o Welfare State ficou em segundo plano. 
Dados demonstraram que o neoliberalismo não conseguiu por completo acabar com a crise, pois não alterou os índices de recessão e baixo crescimento econômico, e deixou para a classe operária efeitos negativos, como aumento do desemprego, redução de postos de trabalho, baixos salários, redução das políticas sociais.
TEMA 6.
O Brasil: da Ditadura à Redemocratização e a Política Social 
O Brasil, no seu período de ditadura militar pós-1964, viveu um momento de expansão “fordismo à brasileira”, o chamado Milagre Brasileiro. Leia um breve histórico: 
	O Milagre Brasileiro 
Foi no período entre os anos de 1968 a 1973 que se chamou de milagre econômico brasileiro, pois houve um intenso crescimento do PIB e da produção industrial. Os setores de bens duráveis e de bens de capital, juntamente com a entrada de capital estrangeiro na forma de investimentos diretos e empréstimos. Neste período, ao mesmo tempo em que ocorria o crescimento econômico, se agravaram as questões sociais e o Brasil ficou mais dependente do capital externo.
Foi no governo do presidente Emílio Garrastazu Médici que se implantou no Brasil uma medida de crescimento econômico, idealizada pelo então ministro Antonio Delfim Netto, que tinha como objetivo um crescimento rápido; sua estratégia foi atrair capital estrangeiro. Em períodos anteriores, devido às instabilidades políticas, como no período de Jânio Quadros e João Goulart, o Brasil não recebia investimentos estrangeiros, e a volta desses investimentos foi proporcionada pela estabilidade oferecida pelos militares. Grandes volumes de recursos entraram no Brasil, beneficiando empresas privadas e estatais, além das multinacionais, recursos esses utilizados no seguimento industrial. A consolidação do rápido crescimento não foi conseguida somente com o mercado interno: a produção que não era absorvida pelos brasileiros era exportada para outros países do terceiro mundo, e também os industrializados, como EUA e países da Europa. 
As multinacionais que se instalaram no Brasil tiveram benefícios em matéria-prima, e também mão de obra, pois os salários eram baixos e qualquer ação para melhorias era repreendida de forma violenta por parte do governo. Foi nesse período que o Brasil entrou no processo de industrialização, entretanto sem um planejamento social, agravando ainda mais as desigualdades sociais já existentes.
Você sabe o que é o PIB? 
Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de tudo que é produzido numa determinada região, (país, estado, cidade), durante um período determinado, (mês, trimestre, ano). Ele mensura a atividade econômica de uma região. 
A crise econômica ainda rondava o mundo, e consequentemente o Brasil, e foi neste instante que as classes trabalhadoras, principalmente em São Paulo, fizeram grande manifestação, e os militares decidiram aprofundar algumas reformas em suas relações sociais capitalistas, incrementando sua política social. Entre algumas ações, foi introduzido:
	Unificação, uniformização e centralização da previdência social no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). 
	Retirou os trabalhadores da gestão da previdência social e passou a serem tratados como questão técnica e atuarial. 
	Acidentes do trabalho passam para a gestão do INPS. 
	Contrariando as seguradoras privadas.
	Previdência para os trabalhadores rurais. 
	Criação do Funrural, com caráter mais redistributivo. 
	Empregada doméstica. 
	Cobertura previdenciária – 1972. 
	Jogadores de futebol e autônomos. 
	Cobertura previdenciária – 1973. 
	Ambulantes. 
	Cobertura previdenciária – 1978. 
	Idosos pobres. 
	Renda mensal vitalícia – 1974. 
Além de outras ações, como a criação do Ministério da Previdência e Assistência Social em 1974, que incorporou a LBA, a Fundação Nacional para o Bem-estar do Menor (Funabem, 1965), a CEME – Central de medicamentos, e a Dataprev – Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social. 
O governo também lançou mão de uma estratégia tipicamente keynesiana, ao implantar uma política nacional de Habitação, que tinha como intuito impulsionar a economia por meio da construção civil na construção de moradias populares. 
Em meados de 1974, sinais de esgotamento surgiram, principalmente em função dos impactos da economia internacional, que restringiu a entrada de fluxos de capital. Nos anos seguintes, vai ocorrer gradualmente uma abertura do regime militar, dando início ao processo de democracia brasileira, demonstrando claramente que estávamos caminhando ao neoliberalismo, porém tardiamente.
Os anos 1980 foram marcados por um período chamado de “década perdida” no ponto de vista econômico, apesar das conquistas no âmbito das lutas sociais e da constituição de 1988. Entre os anos de 1980 e 1985, ocorreu um estrangulamento na economia latino-americana, com quedas na ordem de 26,9% de investimento interno bruto, o PIB per capita em queda de 8,9%, importações na ordem de 41% e um crescimento de PIB na média em 2,3%. Criava-se aí um impasse nas economias, e o fantasma da inflação assolou o Brasil, que saltou de uma inflação anual em 1982 de 91,2% para 217% em 1985, o que teve consequências como: empobrecimento generalizado da América Latina, crise dos serviços sociais públicos, desemprego, informalidade da economia, favorecimento da produção da exportação em detrimento das necessidades internas.
Neste período de 1980, ficava clara a necessidade de mudanças nas regras políticas do jogo, caminhando para a retomada do Estado democrático de direito. Em 1989, ocorreu a primeira disputa para presidente da república com eleições diretas. Disputaram essa eleição no pleito do segundo turno os candidatos Lula e Collor, sendo este último eleito. O processo de redemocratização, apesar da crise econômica, constituiu-se em um período de articulação nacional de entidades pela mobilização popular na constituinte, que reuniu movimentos sociais, personalidades e partidos políticos com compromissos democráticos que participaram dos grupos de trabalho. Surge daí os conceitos de seguridade social, articulando as políticas de previdência, saúde e assistência social, e dos direitos a elas vinculados, como a ampliação da cobertura previdenciária aos trabalhadores rurais, BPC – beneficio de prestação continuada para idosos e pessoas com deficiência, entre outras ações que poderá observar na pg. 144 de seu livro.
Nesse tema, você viu que o período da ditadura militar no Brasil, pós-1964, viveu um momento de grande expansão econômica, que foi chamado de Milagre Brasileiro. Posteriormente, com o estrangulamento da economia a nível mundial, esse processo retrocedeu, dando início a movimentos para a democratização brasileira, com as primeiras eleições diretas no Brasil, com a vitória de Fernando Collor de Mello. 
Foi um período em que as políticas sociais brasileiras também tiveram grandes avanços na sua estrutura, com a criação do Ministério da Previdência e Assistência Social, a criação de órgãos como a CEME, Dataprev, entre outros. 
O processo de redemocratização após a década perdida, do ponto de vista econômico, não deixou que as lutas sociais continuassem. O Brasil passou por dificuldades com o processo inflacionário, como outros tantos países do terceiro mundo.
TEMA. 7.
Política Social no Brasil Contemporâneo 
A era de FHC – Fernando Henrique Cardoso foi marcada por um período de jutos altos e privatizações, o que atraiu grandes volumes de capitais estrangeiros. O governo priorizou as privatizações alegando que esse capital seria para pagamento de parte substancialda dívida interna, e como consequência imediata atrairia investimentos que o Estado não conseguiria mais viabilizar. Entre 1991 a 1998, o país arrecadou cerca de 85 bilhões de reais com as privatizações.
Veja o quadro demonstrativo de algumas privatizações: 
	Empresas 
	Dados informativos 
	Banespa – 2000 
	Comprado pelo banco espanhol Santander por R$ 7 bi – um prejuízo de R$ 8 bi. 
	Vale do Rio Doce – 1997 
	Vendida por US$ 3,3 bi – valor de mercado hoje: US$ 196 bi. 
	Banco do Amazonas 
	Vendido ao Bradesco. 
	Banco de Goiás 
	Vendido ao Banco Itaú.
	Eletropaulo 
	Vendida para a Americana AES. 
	Elektro 
	Vendida para a Americana ENRON. 
	Comgás 
	Vendida para British Gas/Shell. 
	Cesp Tiete 
	Vendida para a Americana DUKE 
Outros dados das privatizações: 
- 166 empresas privatizadas entre 1990 e 1999. 
- 546 mil postos de trabalho extintos diretamente. 
- 17,1% dos 3,2 milhões de empregos formais perdidos na década. 
- O governo conseguiu, com a venda das estatais até 1998, R$ 85,2 bilhões (incluindo a transferência de dívidas). 
- O governo gastou ou deixou de arrecadar até 1998, R$ 87,6 bilhões. 
Vendas a prazo: R$ 14,8 bilhões. 
Dívidas pagas pelo governo: R$ 16,1 bilhões. 
Juros de 15% sobre essas dívidas: R$ 8,7 bilhões. 
Investimentos antes das privatizações (Açominas, CSN e Telebrás), mais juros: R$ 37,4 bilhões. 
Moedas podres usadas: R$ 8,9 bilhões. 
Dinheiro deixado em caixa (Telesp e Vale): R$ 1,7 bilhões. 
Ficou claro que o processo de privatização no Brasil mostra que a intenção maior da reforma do Estado era de retirar de seus processos produtivos o que não conseguia mais controlar. 
O que muito se discutiu foram os procedimentos destas privatizações. Houve muitas críticas, ao que se declarava que houve a entrega de parcela significativa do patrimônio público ao capital estrangeiro, e com o agravante de que não havia a obrigatoriedade das empresas privatizadas comprarem insumos no Brasil, ocasionando desmonte de parcela do parque industrial nacional e uma enorme remessa de dinheiro para o exterior, desemprego e desequilíbrio da balança comercial. 
No que se refere à hegemonia neoliberal, vale destacar o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), que é consequência da pressão política da burguesia interna ao longo de toda a década de 1990 e também do estrangulamento externo, que reacendeu uma crise cambial de 1998-1999. A política externa brasileira programou nos últimos anos, segundo a expressão exagerada dos seus mentores, desenhar uma “nova geografia comercial” para a economia mundial. Houve uma mudança forte e conflitos que vi¬nham crescendo no decorrer da fase inicial de implantação do modelo neoliberal. 
A Constituição de 1988 teve uma importância muito grande no projeto político social brasileiro, pois pretendeu efetivar a construção de um padrão público universal de proteção social, o que pode-se observar no artigo 6º da Constituição Federal, que institui direitos a:
	Educação 
	Saúde 
	Trabalho 
	Moradia 
	Lazer 
	Segurança 
	Maternidade 
	Infância 
	Previdência Social 
	Assistência Social 
Veja no artigo 194 do Capítulo II (Seguridade Social) do Título VIII (Da Ordem Social) da Constituição alguns dos princípios promulgados: 
Universalidade: assegura a política de saúde como direito universal. 
Uniformidade e da equivalência: garante a unificação dos regimes urbanos e rurais – mediante contribuição, todos terão os mesmos direitos. 
Seletividade e distributividade: torna seletivos os benefícios das políticas de saúde e de assistência social. 
Irredutibilidade: o valor dos benefícios indica que nenhum deles deve ser inferior ao salário mínimo, e que sejam corrigidos pela inflação. 
Diversidade: bases de financiamento; contribuição dos empregadores deve incidir sobre o faturamento e o lucro, como base compensatória sobre diversos fatores. 
Caráter democrático e descentralizado: a administração deve garantir uma gestão compartilhada entre governo, trabalhadores e prestadores de serviço.
O Financiamento e a alocação de recursos para as políticas sociais devem ser analisados por meio da estruturação da carga tributária brasileira e de seu significado no âmbito da política macroeconômica. 
O governo encontra-se hoje em torno de 37% do PIB, em comparação ao ano de 1994 que era de 29% do PIB, demonstrando uma melhora sensível. Veja, entretanto, como é a distribuição:
	109 União 
	Estados 
	Municípios 
	68% 
	28% 
	4% 
Esses dados demonstram uma concentração desigual na responsabilidade de atribuições. A legislação tributária tratou de mudanças, mas sem muitas alterações. O aumento da arrecadação tributária não reverteu em aumento significativo para as políticas sociais. Um dos grandes problemas que vivemos é a transferência de recursos anualmente o Governo Federal por meio da DRU – Desvinculação das Receitas da União, para compor o superávit primário e pagamentos de juros da dívida. Esses recursos poderiam contribuir para a ampliação do sistema de seguridade social.
Observe a Tabela 6: Receitas da Seguridade Social – Desvio da DRU em R$ bilhões a preços de 2004 – página 167. Observe o montante que foi desviado para o Governo Federal e que poderia ter sido aplicado na rede social. 
Outro quadro agravante é quanto às despesas da seguridade social. Veja na Tabela 8 – página 170, a distribuição dos recursos entre as políticas sociais – 1999-2005. Mostra um quadro grave, pois, em 2005, 78,23% foram para Previdência Social, 15,19% para saúde e apenas 6,58% para Assistência Social.
Uma ampliação e uma diversificação das fontes foram necessárias para expansão dos direitos sociais, e para isso foram incluídas novas contribuições sociais sobre o faturamento e o lucro, como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição sobre o Lucro Líquido das Empresas (CSLL) e a Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF), com destino exclusivo para a saúde e posteriormente ampliada para cobrir custos da seguridade. Entre 1999 e 2005, as contribuições sociais foram responsáveis, em média, por 91,6% da arrecadação do orçamento da seguridade social. 
Políticas Sociais e Politicagem vão andar de mãos dadas ainda por muito tempo; enquanto alguns de direita e outros com pensamentos de esquerda ficam discutindo teorias para uma saída digna, as políticas sociais esperam agonizantes uma solução diplomática e talvez até humanitária.
Nesse tema, você viu que o Brasil, no período de Fernando Henrique Cardoso, passou por um grande processo de privatizações. A ideia de tirar o Estado de um papel de produtor fez com que diversas empresas privatizadas, principalmente por empresas estrangeiras, agravassem alguns pontos, como a redução da mão de obra, o aumento da informalidade, desequilíbrio da balança comercial. Foi apontado também o processo de financiamento e alocação de recursos para as políticas sociais, e que este ainda é um percurso longo a ser resolvido pelo Governo Federal. Apesar de ações positivas, como a agregação de novos impostos direcionados às políticas sociais, o Governo Federal ainda se utiliza de mecanismos legais para subtrair esses recursos para pagamentos de outros adventos de sua administração pública incompetente.
TEMA. 8.
Controle Democrático na Política Social e Considerações Finais 
A Constituição de 1988 permitiu um controle mais democrático na política social, com a inserção de conselhos de políticas públicas e de defesa de direitos no Brasil. Esse é um mecanismo de integração da sociedade no processo de construção e de aprimoramento do Estado brasileiro. A gestão pública necessita da participação da sociedade em torno das discussões que a rondam. Segundo estudiosos na área, os aprofundamentos da socialização da política e da radicalização democrática no Brasil envolveu a participação de três sentidos; são eles: 
A participação social promove transparência na deliberação e visibilidade das ações, democratizando o sistemadecisório. 
A participação social permite maior expressão e visibilidade das demandas sociais, provocando um avanço na promoção da igualdade e da equidade nas políticas públicas.
A sociedade, por meio de inúmeros movimentos e formas de associativismo, permeia as ações estatais na esfera e alargamento de direitos, demandas ações e é capaz de executá-las no interesse público (pg. 178). 
É certo que gradualmente a visão do Estado e suas relações com os indivíduos foi sendo modificada até que se chegasse à possibilidade jurídico-institucional de fortalecimento dos direitos e garantias individuais, culminando com a eclosão dos direitos sociais e, por conseguinte, difusos, até que se firmasse a ideia de participação e iniciativa popular como força expressiva de interesses do homem, enquanto cidadão ativo que assume a concepção de coresponsável pela gestão do Estado. Por óbvio, isso decorreu de um progressivo processo de conquistas, percorrendo todo o trajeto delineado pelos momentos vividos pelo Estado e pela trajetória de amadurecimento dos direitos (AZEVEDO, 2005).
Vamos entender o que é democracia: 
	Democracia vem da palavra grega demos, que significa povo. Nas democracias, é o povo que detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo. 
Na democracia representativa, o eleitor escolhe pessoas envolvidas na tomada de decisão, e nunca escolhe diretamente as decisões, o que permite aos escolhidos uma perigosa autoridade que decide pela sociedade, para evitar essas armadilhas que surgem, os conselhos para proteger os interesses presentes em áreas determinadas. A democracia nasceu com a perspectiva de eliminar o poder invisível. 
A consolidação da democracia no Brasil passou por uma insistente vontade política para a construção de uma esfera pública nacional, soberana, consistente e viável, e os Conselhos foram fundamentais para construir esse processo. Essa esfera pública possui os seguintes componentes:
Os anos de 1980 foram determinantes nas conquistas democráticas dos trabalhadores e do movimento popular, que vislumbravam uma perspectiva de uma ampla e profunda reforma democrática do Estado, que incluía o novo estatuto dos municípios e a revisão do pacto federativo no país. Esse processo sofreu na sua implantação por obstáculos econômicos, políticos e culturais, o que exigiria uma forte vontade política, e seria um processo de longo prazo. 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), por meio do Radar Social (2005), revelou dados importantes sobre o país, desnudando uma situação a partir de vários indicadores.
Os anos de 1980 foram determinantes nas conquistas democráticas dos trabalhadores e do movimento popular, que vislumbravam uma perspectiva de uma ampla e profunda reforma democrática do Estado, que incluía o novo estatuto dos municípios e a revisão do pacto federativo no país. Esse processo sofreu na sua implantação por obstáculos econômicos, políticos e culturais, o que exigiria uma forte vontade política, e seria um processo de longo prazo. 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), por meio do Radar Social (2005), revelou dados importantes sobre o país, desnudando uma situação a partir de vários indicadores.
O Radar Social indica os pontos fortes e pontos fracos da política social do país. Temos como exemplo o estudo com dados que vão até 2003, que demonstrou que 44,1% da população negra vive em domicílios com renda per capita familiar inferior a meio salário mínimo, proporção que cai para 20,5% entre os brancos. 
Vários outros exemplos, com dados estatísticos, demonstram uma grande desigualdade social no Brasil, como na educação, saúde e segurança. 
No campo da segurança poderá ler nas p. 187 a 190, um relato sobre este assunto de calamidade pública, não só no Brasil como no mundo.
No campo da segurança poderá ler nas p. 187 a 190, um relato sobre este assunto de calamidade pública, não só no Brasil como no mundo. 
Finalizando este tema, é importante concluir que esta discussão no âmbito da política social, no contexto de um capitalismo em sua fase madura, não é capaz de reverter esse quadro, nem é sua função estrutural. As políticas sociais são tarefa de todos os que têm compromisso com o ser humano, procurando sempre elevar os padrões de vida e erradicar as mais diversas necessidades de sua sociedade. Estar sempre aberto aos debates é de importância fundamental para que essa comunicação tenha um processo democrático e coletivo.
Nesse tema, você viu que existem formas de controle democrático na política social; uma delas foi a criação de conselhos de políticas públicas e de defesa de direitos no Brasil. Esses conselhos foram canais de negociações e propostas que beneficiaram milhões de pessoas, além de um aprofundamento da democracia. Viu como a democracia pode ser entendida e sua importância para um processo de sucesso de políticas sociais. Nas expressões da questão social, o Radar Social, documento de monitoramento das condições de vida no Brasil, que é produzido pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, mostra a realidade brasileira e serve para propor e expor as mais diversas situações de nossa sociedade. Seus dados ajudam a planejar ações direcionadas nas mais diversas frentes das políticas sociais, como educação, saúde, segurança, moradias.

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