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Transcrição da aula sobre Adaptações celulares e calcificação patológica Pra todas as células do nosso organismo existe uma regra, a síndrome geral de adaptação ao estresse. Sempre que tem a presença de um estimulo patológico, a primeira opção do nosso organismo é gerar uma resposta aguda, ou seja, um processo inflamatório, vermelhidão, dor, aumento de temperatura, de metabolismo, etc. então, a primeira atividade vai ser sempre uma resposta aguda pra eliminar a presença desse estimulo patológico. Só que existem estímulos patológicos que não são eliminados numa fase aguda, por exemplo uma hipertensão, um aumento da concentração de LDL, um pedaço de vidro, um fio de sutura, uma bala de revolver, etc. pra esses casos a gente tem uma resposta adaptativa. As nossas células tem prontidão de fase aguda pra eliminar um estimulo patológico, se esse estimulo não for eliminado, a tendência é gerar uma resposta adaptativa, ou seja, vai aumentar o número de células (hiperplasia), os componentes internos da célula (hipertrofia). Existem outros estímulos quando o estimulo patológico é tão intenso que a célula não consegue sobreviver, ai nós chamamos de necrose. Diante de um estimulo patológico a célula pode apenas sofrer uma alteração leve e voltar ao normal, pode se adaptar a esse estimulo, pode alterar a sua função, armazenando pigmentos e cálcio, pode morrer (necrose). E quando a gente fala em neoplasia, neo significa novo, plasia esta pra especialização celular, ou seja, nova especialização, é um processo irreversível. Crescimento é responsável pela produção de novas células, as nossas células começam lá no processo de embriogenese, então as células se multiplicam a partir de uma única célula, que é o zigoto, e passam por um processo de diferenciação de acordo com a hereditariedade. Ou seja, umas partículas com uma única célula e temos mais de 200 tipos celulares diferentes. Cada tecido tem a sua própria velocidade, especialização e capacidade proliferativa. Apesar de termos 200 tipos celulares diferentes, em relação a capacidade proliferativa pode, ser divididos em apenas 3 grupos: lábeis, estáveis e perenes. As lábeis são as células, por exemplo, pele, sangue, tecido hematopoiético, que estão sempre em ciclo celular, sempre renovando. As estáveis a gente tem o fígado, tecido ósseo, cartilagem, vasos sanguíneos, que só entram em capacidade proliferativa em caso de lesão, necessidade do organismo. E nós temos as células classificadas como perenes, permanentes, que são os neurônios, musculatura esquelética, musculatura cardíaca, se sofrerem lesão tem baixas capacidades mitótica. Quanto maior a diferenciação, quanto mais especializada for a célula, depende de muitos componentes, aumenta a dificuldade de formar outra célula igual. Alterações que ocorrem durante a embriogenese e são, portanto, irreversíveis, gerando incapacidade na resposta adaptativa: agenesia, aplasia e hipoplasia. A é prefixo de negação, não, ausência. Gênese é origem. Agenesia é quando nem se origina um determinado órgão, um bebe anencefalo, por exemplo. Se ocorre durante o período de formação, o processo vai ser irreversível. A agenesia vai ser compatível com a vida ou não, dependendo do órgão não formado. Se forem órgãos pares, a agenesia unilateral pode conduzir a um processo de sobrevivência, com restrições. A aplasia, a é negação, plasia é especialização celular. Produz uma massa celular mas que não se diferencia, não se especializa. O bebe pode ter o cérebro, mas vai ser um tecido sem nenhum processo de especialização, um rim, um pulmão, vai ser considerado como aplasia. Forma a massa mas não finaliza o processo de diferenciação celular. Hipoplasia é baixa quantidade de células especializadas. Quando esta pra hipo ou hiper, se é plasia, são células especializadas, está caracterizando número. Ela foi formada e especializada, porem em menor quantidade, então é um pulmão pequeno, um coração pequeno, etc. não vai cumprir com a função esperada daquele órgão. Aplasia tem só a massa celular, caracterizada como esboço, só o esboço do órgão, mas não tem desenvolvimento nenhum, esta interrompido. Hipoplasia tem uma baixa quantidade de células especializadas, o esboço do órgão está presente mas não plenamente desenvolvido, o funcionamento é reduzido. As causas que podem contribuir pra essas alterações e malformações, que são radiação ionizante, drogas, hipóxia, traumatismo mecânico (gestação tubaria), agentes químicos, etc. Os distúrbios de adaptação celular (PROVA!!!): Alterações de volume (trofia): se tiver maior quantidade de componentes internos vai ser hipertrofia, se tiver menor quantidade vai ser hipertrofia/atrofia. Só se fizer um exame muita detalhado, a nível intracelular, uma microscopia eletrônica de transmissão que você consegue observar quem esta faltando. Quantas mitocôndrias, quantos lisossomos. A atrofia ou a hipotrofia você vai observar no paciente acamado, num braço engessado, no desuso. Então, hipotrofia e atrofia são sinônimos. Alterações em relação a divisão celular (plasia): células especializadas. Hiper pra mais e hipo pra menos (reduzindo o número de células). Aumentar número de células é por mitose. Pra reduzir o número de células é a apoptose. Então, na hiperplasia aumenta o número de células especializadas, hipoplasia é redução do número de células especializadas. Alteração na diferenciação celular: o padrão de especialização. Se ela é cilíndrica, ela pode ficar pavimentosa, se é pavimentosa pode ficar cubica, ou seja, alteração no processo de diferenciação celular, ai é metaplasia. Troca do padrão de especialização da célula. Isso vai ser uma resposta sempre em presença de uma agressão constante. Um tenista está o tempo inteiro movendo a articulação, isso pode ocorrer uma metaplasia óssea. O esôfago do fumante sempre sendo agredido por substancias toxicas, fumaça, pode acontecer uma metaplasia escamosa. Quando tudo fica alterado, tanto a função quanto a morfologia da célula, especialização da célula, é uma displasia. Só que na displasia tem dois agentes que em 1 é fundamental. Hormônio e alteração genética. Sendo que hormônio da ordem a célula. Mas, quando a célula entra em displasia, pode está acontecendo um processo de mutação, e que, nos temos diversos indutores mutagênicos, e um mecanismo de reparo, e as vezes esse mecanismo de reparo demora um pouco mais, ou está mais alterado, ai a célula produzida passa a ter o seu padrão de especialização totalmente alterado. Por isso que displasia tem que ficar acompanhando, porque a alteração genética, mutação que não foi corrigida, pode “pular o muro” pra neoplasia. Pode ter agora uma nova especialização irreversível. Ai é um outro padrão, foge de resposta adaptativa. Esses padrões apresentados pelas células em presença de um estimulo agressor são adaptações, você se adapta, quando aquele estimulo agressor passa, você tem a possibilidade de voltar a normalidade. Neoplasia não. Atrofia fisiológica: útero depois do parto precisa reduzir, mama depois da amamentação, menopausa, envelhecimento, tudo vai atrofiando. Atrofias patológicas: circulatória. Atrofia está muito vinculada a nutrição celular, quando a gente fala em nutrição celular, você lembra de glicose, aminoácidos, todos os componentes fundamentais pra uma célula poder funcionar. Vai diminuir o tecido por diminuição das células parenquimatosas, que é a célula especializada pra cumprir uma função, ela está diferenciada pra isso, sem sinal de necrose. Então não tem ruptura de membrana, processo inflamatório, morte celular, não vai acontecer por necrose. É claro que uma atrofia continuada pode ativar um outro tipo de mortecelular, que é a apoptose. Mas não por necrose. Ausência ou privação de nutrição, geralmente associada com apoptose, que é morte celular, auto destruição celular e frequentemente fisiológica, e a autofagia que é um mecanismo de destruição de organelas, principalmente os lisossomos vão favorecer esse processo. Se tem menos nutrientes, a célula precisa otimizar pra que todos os componentes internos funcionem. Quem reduzir a sua função, vai ser retirada, ocorre a apoptose, a autofagia. Ou seja, o catabolismo, que é a quebra vai ser sempre maior que o anabolismo e a síntese dentro de uma célula. Diminuição das organelas da célula, além da redução do volume e da função celular. Atrofia fisiológica, exemplos são o timo, bolsa de Fabrício (nas aves), veias e artérias umbilicais, útero pós parto, mama pós amamentação, senilidade, etc. ativam apoptose e aquelas células saem daquele tecido. As patológicas são, por exemplo, uma perna engessada, é pelo desuso, o nosso organismo trabalha de forma muito otimizada, porque nós temos em média L de sangue circulando e tem que oxigenar todas as células do organismo, ou seja, se uma área está com uma demanda reduzida, vai ser menos oxigenada e menos nutrida, consequentemente vai atrofiar, é por desuso. Paciente acamado vai perdendo tecido. Atrofia patológica por desnervacao: a musculatura esquelética está ligada a uma placa motora, então existem vírus que destroem a placa motora. Sem ela, a musculatura tende a atrofiar. A redução do volume, dependendo do tempo que isso vai acontecer, vai gerar um outro estimulo, porque perder volume não vai ficar “buraco”, vai gerar um estimulo pra todo esse espaço que está sendo perdido ser preenchido por colágeno. Atrofia patológica por distúrbio circulatório: uma placa de ateroma na artéria renal, por exemplo, reduzindo o fluxo sanguíneo, reduzindo a nutrição do órgão, gerando a atrofia patológica de origem circulatória. Atrofia patológica por desnutrição: nosso organismo precisa de matéria prima, que a gente possa ingerir proteínas, carboidratos, lipídeos, pra que possamos ter todo o trabalho metabólico. Menor a ingesta, menor a disponibilidade desses nutrientes, ai vem a desnutrição, perda inclusive de massa muscular (caquexia). Atrofia patológica pela parte endócrina: redução hormonal, redução do estimulo de produção, atividade do órgão (espermatogênese) e a atrofia do órgão. Tireoide também é um exemplo. Hipertrofia é aumento do desenvolvimento celular, dos componentes internos da célula, ela incha, aumento de volume. Não está relacionado a divisão celular (hiperplasia), o útero pode ter hipertrofia junto com a hiperplasia. A mama a mesma coisa. Vai pra academia, fazer musculação vai ter hipertrofia, porque a musculatura esquelética é perene, não responde eficazmente a capacidade proliferativa, então em alguns tecidos (musculatura esquelética, cardíaca), a hipertrofia vai ocorrer isoladamente, porque são áreas que não mantem a capacidade proliferativa. Em todas as outras, língua, orelha, útero, mama, estomago, esôfago) o estimulo de aumentar demanda ou o estimulo hormonal vão caminhar juntos. Vai aumentar componentes intracelulares que é típico da hipertrofia, mas também vai aumentar número de células, que é a hiperplasia. Hipertrofia se refere a um aumento no tamanho das células, resultando num aumento do tamanho do órgão, consequentemente. O órgão hipertrofiado não tem nenhuma célula nova, somente células maiores. Aumento de volume do órgão (aumento da demanda funcional), hiperinsulinemia (pâncreas hipertrofiado), adaptação a musculatura, aumento de estímulos tróficos, hormonais (útero gravídico), são exemplos. São os mesmos estímulos pra hiperplasia, por isso eles caminham juntos. Ocorre em células que tem bloqueada a capacidade de dividir- se, ocorre isoladamente, células pos-mitoticas permanentes ou perenes, ou seja, a hipertrofia vai ocorrer sozinha na musculatura esquelética, cardíaca e em neurônios. Importante para que ocorra a hipertrofia a célula tem que ser super saudável, se não ela não acontece, por isso que a gente não vê um vovô de 70 anos falando que vai malhar, porque ele já tem muitas perdas metabólicas, circulatórias, então para que ocorra a hipertrofia tem que ter essas condições: integridade fisiológica, fluxo sanguíneo adequado, inervação adequada e especificidade de estimulo. Tem que ter a especificidade de estimulo pra gerar a função, inervação, sangue e função em forma, ai sim responde a hipertrofia. Quando são órgãos duplos, a falha de um órgão vai conduzir automaticamente a hipertrofia do seu par, porque ele vai precisar aumentar a demanda. No glaucoma, ele vai precisar a enxergar mais pelo olho que não está enxergando. Então, isso é classificado como hipertrofia compensatória, quando são em órgãos pares, a redução da função de um deles, hipertrofia. Tem a hipertrofia vicariante, quando parte de um órgão único (como por exemplo, o coração), ele vai passar pelo processo de hipertrofia, geralmente por aumento de demanda. Hiperplasia é o aumento do número de células especializadas daquele tecido, células parenquimatosas. Plasia é especialização celular, trofia é desenvolvimento celular. Plasia está para multiplicação, produzir células especializadas, portanto, vai ter um aumento do volume do tecido por aumento no número de células parenquimatosas e, frequentemente, associado a hipertrofia. São os mesmos estímulos, por demanda funcional ou por estímulos tróficos, hormonais. A hipertrofia só fica isolada porque a capacidade proliferativa é limitada. Nos outros tecidos vai caminhar junto com a hiperplasia, onde a hiperplasia está relacionada ao aumento do número de células especializadas, parenquimatosas. Aumento do número de células intermitoticas, estáveis (só se renovam em caso de lesão) ou lábeis (renovação frequente). Principais mecanismos: ativação das sinalizações intracelulares, só que aqui a produção dos fatores de crescimento solúveis que se ligam a esses receptores, geram vias de sinalização intracelular, fatores de transcrição e produção de novas células. Os genes que controlam o crescimento celular são classificados como proto oncogenes, e a neoplasia vai apresentar os oncogenes. Ou seja, o mesmo trajeto que perdeu o controle, por isso é uma resposta irreversível. Uma hiperplasia pode evoluir a uma displasia, que pode evoluir a uma neoplasia. Toda hiperplasia patológica vai sendo acompanhada. Então, hiperplasia está para o aumento no número de células especializadas através do aumento de demanda e estimulo hormonal. E os estímulos se comparam a hipertrofia, sendo que hipertrofia é aumento de desenvolvimento celular, aumento dos componentes internos da célula também por aumento de demanda e aumento de estimulo hormonal, porem a hipertrofia acontece sozinha porque o tecido não se multiplica, são células perenes (neurônios, musculatura esquelética e musculatura cardíaca), todos os outros tecidos vai ocorrer a hiperplasia junto. A metaplasia é uma troca no processo de diferenciação celular por conta de um estimulo agressor, se faz constante. É uma estratégia do organismo, daquela área tecidual, pra se tornar mais resistente a uma agressão que não termina, não está sendo retirada. Transformação de um tecido já diferenciado, em outro diferente mais resistente a esse ambiente adverso, mas da mesma origem embrionária. É o chamado plasticidade fenotípica. Tem a possibilidade de acordo com a necessidade daquele tecido em presença de uma agressão constante sofreu uma diferenciação pra um processo mais adequado. É uma substituição adaptativa (pode ter retorno, reversível) quesó ocorre em tecidos renováveis (epitélio e conjuntivo). Fumantes transformam o epitélio cilíndrico simples (metaplasia escamosa) pra aguentar a demanda, agressão frequente que acontece de acordo com a fumaça do cigarro, também nas vias genitais, nas broncopneumonias, todas essas regiões podem sofrer a metaplasia escamosa, de um epitélio simples pseudoestratificado pulmonar pra um estratificado pavimentoso, sendo mais resistente a lesão frequente. Metaplasia óssea ocorre muito em tenistas. A gente só começa a ter mais resistência orgânica a partir da puberdade. Um outro exemplo é o esôfago de barret, que é o refluxo gastroesofagito, a tendência além do epitélio estratificado também aumenta muito a quantidade de células caliciformes, e o esôfago fica com o epitélio muito parecido com o do intestino, cilíndrico com células caliciformes com a produção de muco pra tentar afastar um pouco essa agressão constante do refluxo gastroesofagico. Displasia é um distúrbio, desvio da diferenciação celular. O estimulo pode ser alteração hormonal como genética, e ai podem provocar a displasia. Todas as vezes que mexe com alteração genética, que proporciona mutação na célula de DNA corre o risco pra uma neoplasia, porem a displasia pode regredir, voltar a ser uma célula normal, ela pode permanecer como uma célula normal (chamada de senescência). Pelo fato de estar agregada a ela uma alteração genética, o P53 é ativado, então por isso pode voltar ao normal, permanecer estacionado naquele estagio ou, se der errado a atuação do P53, ela pode evoluir a uma neoplasia. A neoplasia é um processo quando o guardião do genoma falha porque as vezes o próprio P53 sofreu mutação. Tem também a NIC (neoplasia intra cérvice) II porque divide o útero em 3 áreas, superficial, intermediaria e tem a camada basal. NIC III é quando as 3 porções da camada celular já sofreram alterações pelo HPV. Pigmentação Calcificações patológicas: o cálcio é necessário no nosso organismo, ativa algumas funções celulares, porém só alguns tecidos estão previamente programados pra excesso de cálcio (ossos, dentes), ele também é importante pra contração muscular. Nas células sem estarem previamente preparadas pra isso (todas as células), o cálcio otimiza as reações. As células, dependendo de sua atividade, tem um resquício de sua atividade também pra atividade nuclear, ou seja, o cálcio tem que ser muito dosado a nível intracelular se não, por ser um otimizador de reações, ele pode começar a gerar ativação enzimática, tanto que ele vai ser citado como um dos processos de lesão nas células. Porque já que ele ativa enzimas ele pode ativar fosfolipase (destruindo a membrana plasmática), pode ativar a endonuclease (alterando função e destruição de núcleo), proteases (destruindo citoplasma celular). Ou seja, todas as vezes que o cálcio entra dentro de uma célula num padrão patológico, ele vai ativar lesão e pode gerar também um acumulo. Na lesão a célula vai ser destruída, morre. Mas ele tem a tendência a gerar acúmulos, principalmente porque o cálcio faz ligação covalente com ácido graxo. Então nós vamos ver que existem dentro da patologia as calcificações patológicas, que são todas as vezes que existe um acumulo de cálcio fora de uma matriz previamente preparada pra isso, alterando a homeostase. Existem 3 tipos principais de calcificação patológica, que é a calcificação distrofia (distúrbio trófico, o cálcio em excesso, fora de uma matriz previamente preparada, em tecido lesado), calcificação metastática (qualquer área corpórea passível de calcificar, todas as células trabalham com cálcio mas com o controle rígido; não tem um padrão clinico, uma característica), calculose ou litíase (litos são pedras). Calcificação distrófica é o excesso de cálcio em tecidos previamente lesados, principalmente quando envolve a presença de ácido graxo (necrose), aumenta a probabilidade da calcificação do tecido lesado. Um bom exemplo de calcificação é a placa de ateroma, ela é formada pelo acumulo de lipoproteínas de baixa intensidade na túnica intima das artérias elásticas de grande calibre. A necrose caseosa é um modelo de necrose que gera um diagnóstico fechado pra tuberculose. O agente agressor tem características próprias, vários lipídeos agregados a parede bacteriana, e no pulmão tem distensão elástica (elastina), e essa resposta imune sobre ácido graxo acrescido das proteínas que estão no parênquima pulmonar gera uma condensação, parece um queijo branco todo fragmentado, que é justamente a necrose de coagulação juntamente com a necrose de liquefação, formando ali uma massa que é caracterizada como necrose caseosa pelo aspecto do queijo branco, a caseína do queijo. Antracose é o pigmento proveniente ou de cigarro ou da poluição atmosférica, que consegue chegar aos nossos alvéolos pulmonares que é rico em carvão (antrax), gera uma patologia que é uma pneumoconiose. A calcificação distrófica nas válvulas cardíacas é a febre reumática. Antes aconteceu uma endocardite provocada pelo estreptococos beta hemolítico gera uma faringite bacteriana com pus, e o não tratamento por antibiótico, ou o uso dele de forma não correta (principalmente em crianças que tem reincidência de faringite por estreptococos beta hemolítico) podem ocorrer 2 reações. Uma reação imune de formação de imunocomplexos, porque o nosso sistema imune sozinho pra ir contra essas bactérias na faringe pode quebrar parcialmente e formar uma composição de antígeno e anticorpo, que é o imunocomplexo que cai na circulação, portanto pode passar pelas válvulas cardíacas e ficarem depositadas. Então, o imunocomplexo tem a fração Fc que pode ficar exposta, que é reconhecido pelo sistema complemento, macrófagos, células apresentadoras de antígeno, gerando uma resposta inflamatória na válvula cardíaca (endocardite) e como é uma área nobre e o processo acontece com frequência porque tem a reincidência da faringite a tendência é fibrosar e calcificar essas válvulas cardíacas. Porque o cálcio está no sangue passando por uma área de lesão e vai ficando agregado. Essa é uma reação por imunocomplexo. A segunda, que o estreptococos beta hemolítico tem uma fração proteica muito parecida com uma fração proteica de válvula cardíaca, que faz uma reação cruzada, ou seja, o sistema imune vai contra, estreptococos está lá na faringe, mas também ataca a válvula cardíaca. Lesão da área (endocardite), repetição a tendência é fibrosar e calcificar que é classificado como febre reumática. É uma calcificação distrófica. Então, a febre reumática é uma doença autoimune onde anticorpos produzidos contra estreptococos reage de forma cruzada com antígenos do coração, as válvulas fibrosadas ficam espessas e endurecidas, perdem sua flexibilidade, alterando a circulação. Calcificação metastática é heterotropica (fora de uma matriz previamente preparada), porem o tecido está integro, não sofreu nenhuma lesão. O problema é a hipercalcemia. O excesso de cálcio no sangue favorecendo uma calcificação de tecidos íntegros. A gente pode ter uma dieta rica em cálcio, medicamentos, uma descalcificação óssea (osteoporose, ativação de osteoclastos), a falta do controle do canal de cálcio (em presença de uma hipercalcemia) pode gerar a entrada pela bomba de cálcio maior do que deveria, em concentração maior, pode calcificar o tecido. Por isso a calcificação metastática é dita como não tendo importância clínica, não tem um marcador, uma área própria que vai calcificar quando ocorre um excesso de cálcio no sangue. Qualquer área pode calcificar. Esse cálcio é expelido, reabsorvido, e vai pro processo patológico. Na calculose ou litíase esse processo ocorre emáreas tubulares (pelve, uretra, vesícula, bexiga) só que diferente de vasos sanguíneos. A calculose ou litíase levam a disfunção que impede a circulação sanguínea correta na área, que pode favorecer infecções, tanto que cálculo renal dá uma dor imensa porque o rim é um órgão com diversas funções. Mas uma única função seria homeostase, mantem a ordem do organismo. Por ele controlar muita coisa o SN que identifica, ele é extremamente inervado, por ele conter as fibras nociceptoras (que identificam a dor). Então pode gerar obstrução, lesão, infecção de ductos, pode ter calculose em pâncreas, glândulas salivares, próstata, trato urinário, vesícula biliar, que são estruturas já de decantação. O cálcio vai fazer ligações covalente com o oxalato de cálcio, com fosfatos, com uratos, então ele vai se unir a essas estruturas de forma covalente formando estruturas em regiões tubulares como vesícula, ureter, a partir da pelve. A maior frequência é por oxalato de cálcio (cálcio, abacaxi) e principalmente na baixa hidratação corpórea. O rim por ele ser extremamente inervado, ele tem mecanismos pra evitar perda de agua, principalmente quando tem baixa hidratação, e, acrescido a isso, um alto consumo de oxalato de cálcio proveniente de uma alimentação. O rim vai evitando perder agua (urina saindo mais concentrada), com mais soluto, isso favorece a decantação compostos junto ao cálcio, fazendo as ligações covalentes, e a gente construindo as “pedras”. Logo depois do oxalato de cálcio vem os fosfatos, principalmente de cálcio e magnésio, os uratos, a menor proporção desses cálculos é de cistina, porque é mais um padrão hereditário, é um erro onde se tem uma maior dificuldade na quebra de compostos proteicos, pode favorecer a calculose. Os de ácido úrico são do metabolismo proteico, gerando muitos restos nitrogenados de amônia, contribuindo pra formação do resto metabólico que faz ligação covalente com o cálcio formando os uratos. Outro muito frequente é o cálculo de colesterol e vesícula biliar, aumentar o consumo de gordura, aumentar o padrão de estresse (a suprarrenal produz cortisol e cortisol, que é o hormônio de estresse, e quando ele é metabolizado, sobra colesterol), e o padrão hereditário. Quem produz colesterol e metaboliza nossas gorduras é o fígado, ele também produz a bile que é rica em colesterol, e ele armazena na vesícula biliar. Se eu aumento a ingesta de gordura, fico muito estressado, além de ter um padrão hereditário para a produção de LDL, isso pode favorecer com o tempo a produção de cálculo de colesterol. Também tem os cálculos de bilirrubina, ela é um pigmento endógeno que vem das hemácias quando ficam velhas, o cálcio pode se ligar a bilirrubina formando esses cálculos na vesícula biliar. Cálculos no pâncreas por ação de uma acidose provocada pelo álcool. O álcool altera muito o pH pra um padrão mais ácido, e pode contribuir para a formação de cálculos no pâncreas. Pigmentação patológica é o acumulo de pigmentos. Pigmento é um composto que pode ser exógeno (tatuagem), advinda por inalação (poluição atmosférica), etc. A pigmentação exógeno é proveniente de fora do nosso corpo e precisa ser excretada. Por inalação são as pneumoconioses, que são patologias onde o parênquima atingido é o pulmão. Conios são poeira. Então é o estado patológico de acumulo de partículas de pigmento a nível pulmonar, então são 3 modelos. Antracnose, silicose e asbestose. Antracose é o acumulo de poeira, cigarro, poluição atmosférica, que vão direto aos alvéolos. Carvão é um pigmento classificado como inerte. Inerte significa de difícil digestão. Então se a pessoa para de fumar, se muda pra um local onde o ar está mais puro, a patologia pode regredir. Na macroscopia o pulmão fica cheio de pontos negros. Se olhamos na microscopia nós vamos ver esse pigmento dentro do macrófago ou livre no parênquima. É enegrecido proveniente da poluição atmosférica. A silicose é pra quem trabalha em marmoraria, muito difícil ter uma proteção. Ela é insidiosa, é quieta. São partículas insolúveis. Chegou nos alvéolos, o macrófago vai fagocitar e não vai digerir. Com o tempo vai estimular o colágeno. Logo, o pulmão vai ficar todo fibrosado. Como é uma partícula sem imunogenicidade, a sílica não tem partículas agregadas a ela, então não ativa sistema imune, a fibrose vai acontecendo aos poucos, e o paciente só vai perceber quando começar a ter dispneia. Lesão pulmonar permanente causada pela sílica, inalada por pedreiros, marmoreiros. Fibrose permanente difusa, espalhada, ou nodular que é mais restrita de acordo com o local da sílica. No parênquima pulmonar da pleura e dos linfonodos regionais. Causa é uma pneumopatia restritiva, dificuldade da expansão e a inalação gradual insidiosa ao longo de vários anos. E como ela é uma partícula insolúvel, o pulmão vai ficar parecendo uma pedra quando fibrosado, com cicatrizes. A silicose se ela é uma pneumopatia restritiva, a partícula é insolúvel, ela vai gerar a cor pulmonale, que é a hipertrofia do ventrículo direito. Porque o pulmão vai está cheio de obstáculo, a circulação pulmonar vai ficar comprometida. O coração vai ter que fazer mais forca, se não o sangue vai ficar parado. Tem que aumentar a demanda, e isso vai gerar a hipertrofia do ventrículo direito. Quando ela produz fibrose pulmonar difusa, pneumopatia restritiva levando a intensa dispneia, inicialmente aos esforços e depois no repouso. São necessários vários anos ao pó de sílica pra produzir a doença, porem uma vez instalada é irreversível, mesmo que o indivíduo se afaste da área de inalação. A fibrose pulmonar reduz o leito vascular do capilar do pulmão e causa hipertensão na circulação pulmonar, resulta de hipertrofia de ventrículo direito, aumenta a demanda, que gera a cor pulmonale. Asbestose: asbesto é amianto, é um isolante térmico, é uma partícula indutora de neoplasia. Muito utilizada em roupa de bombeiro. É uma partícula maior em comparação com a sílica e o antrax. É inerte, assim como o carvão. Pode levar tempo pra ser digerido. E pelo fato de ser grande, o macrófago não consegue fagocitar. Ele é desproporcional pra ser fagocitado pelo macrófago, e ai ele estimula a formação de uma estrutura de isolamento. Vários macrófagos se unem, tem os macrófagos que formam uma estrutura de isolamento e recebe o nome de granuloma de corpo estranho. O asbesto é o único que vai evoluir, dentro das pneumoconioses, pra formação de um granuloma. Lesão semelhante à da silicose causada pela exposição profissional ao asbesto, o silicato que forma formas microscópicas aproximadamente de 5mm de comprimento, então ele é largamente empregado na indústria de isolante térmico. As fibras aspiradas são retidas nos bronquíolos respiratórios, não podem ser eliminadas por ação ciliar, nem fagocitadas pelo tamanho. Transportada para os linfáticos, formam os granulomas, que é a estrutura de isolamento. Leva a fibrose porque envolve colágeno. O paciente chega com dispneia. Pigmentação exógena por inoculação é a tatuagem, principalmente. São pigmentos (ferro, minério) que são colocados sobre a pele. O macrófago entende aquilo como um pigmento, ele vai ser atraído pra área pra tentar fagocitar e digerir. Por isso que com o tempo a nitidez vai sendo perdida, porque são pigmentos que vão tentando ser fagocitados e digeridos. A pigmentação endógena são pigmentos que são produzidos pelo nosso próprio corpo, e que nós temos 2 modelos. A melanina (da coloração ao cabelo, olho, pele) e hemáticos ou hemoglobinogenos, dentro da hemácia tem a hemoglobina, e dentro da hemoglobina tem as 4 cadeias (2 alfa e 2 beta). Nessas cadeias proteicas tem a bilirrubina. Da área do ferroem estado ferroso, gera um outro pigmento, que é a hemossiderina. O excesso de pigmento de ferro que não foi metabolizado (se o sangue ficar parado no pulmão durante uma silicose, por exemplo) o ferro como é pesado vai ser retirado pelo macrófago. Se tiver muito hemossiderina, o macrófago não consegue digerir tudo, podendo gerar a hemossiderose. Que é quando tem um excesso de pigmento de ferro proveniente da hemoglobina numa determinada área, geralmente é por acumulo sanguíneo com a dificuldade de drenagem. A hemossiderina é o pigmento que é a partir do ferro, e fagocitado pelo macrófago. A hemossiderose é a doença pelo acumulo anormal de hemossiderina nos tecidos especialmente do baco, medula óssea, derme, fígado, linfonodo e pulmões. Qualquer área corpórea onde o sangue não circule, vai ficar acumulado, pode gerar a hemossiderose. As hemácias vão ser recolhidas pelo baco, ai lá no baco quebra a membrana, tem a porção de ferro que é a hemossiderina e a fração M. Através de processos enzimáticos vai ocorrer a quebra daquelas cadeias alfa e beta, vira a biliverdina. A biliverdina redutase transforma biliverdina em bilirrubina e joga esse pigmento pro sangue. Só que quando a bilirrubina vai pro sangue, ela vai ser carregada pela albumina até o fígado. Ela entra por difusão. Mas pra ela sair do fígado e cair no canalículo biliar ela tem que ser conjugada, tem que ter um passaporte de saída. Entrou a bilirrubina, ela vai pra dentro do hepatócito, lá no reticulo endoplasmático liso e ai vai ser conjugada uma enzima que é chamada de glicuronil transferase. Ai ela ganha o passaporte de saída do hepatócito pra cair no canalículo biliar. Ai lá no canalículo biliar ela vai compor a bile lá na vesícula biliar. Depois essa bile vai cair no intestino delgado, junto com o ducto que vem do pâncreas, pra ajudar a emulsificar as gorduras e digerir. Do intestino delgado ela passa pro intestino grosso onde vai ter contato com algumas bactérias, ela vira urobilinogenio e sai pelas fezes. Anemia hemolítica está destruindo muita hemácia. A consequência é que vai ter muita bilirrubina, não vai ter albumina pra carregar todo mundo. Todas as vezes que do sangue ela acumula, a bilirrubina vai pro tecido, ai a pessoa fica com anemia hemolítica, icterícia. Albumina é produzida pelo fígado, se a pessoa tiver hepatite quem vai carregar a bilirrubina? Ninguém. Ela vai pro tecido. Por isso um paciente hepático vai estar sempre com icterícia. Então, uma das causas da icterícia é o excesso de produção. Segunda causa é falta de transporte, porque não tem albumina. Terceira causa é a lesão hepática, se o fígado está destruído ela até entra, mas ela não vai conjugar. As alterações hepáticas, hepatites, cirroses, vão dar a icterícia. Mas se ela conjugar e os canalículos biliares estiver também destruídos (colecistites) também vai ficar ictérico. A patologia proveniente do acumulo de bilirrubina é a icterícia. São os pontos de metabolização que vão gerar esses acúmulos de pigmento. O fígado do recém-nascido tem uma função, que é a produção de células sanguíneas, porque a medula ainda não está produzindo. Depois que o bebe nasce, essa função passa de uma pra mais de 500 funções. Quando ocorre essa mudança de função, amplificação depois do nascimento, é normal que o fígado fique com falhas na produção da glicuronil transferase. Não consegue conjugar a bilirrubina. Ai ela começa a acumular nos tecidos, gerando icterícia. Por isso que é indicado banho de luz, porque a luz quebra bilirrubina em compostos que não precisam de conjugação, facilitando a eliminação. Causas da icterícia: aumento de oferta quando tem uma anemia hemolítica (produzindo muita bilirrubina, não dá pra metabolizar tudo), competição, alteração de transporte (quando ela está sendo utilizada pra outras coisas e não consegue carregar toda a bilirrubina ou quando tem uma baixa concentração de albumina no sangue porque o fígado não está produzindo), alteração de captação (a bilirrubina entra mas não sai, devido a uma hepatite, por exemplo), alteração de conjugação (não está conseguindo produzir a glicuronil transferase corretamente). Pigmento melânico é a melanina, que é produzida pra gerar pigmentação a nossa pele, nós temos 2 padrões genéticos, 2 tipos de melanocitos produzindo melaninas diferenciadas. Tem a feomelanina que é aquela mais escurecida, insolúvel, muito mais resistente, protege muito mais contra a radiação ultravioleta, e tem a eumelanina, que é produzida pelo eumelanossomo que é inerte, ou seja, pode ser mais quebradiça, protege menos. A eumelanina está muito presenta nas pessoas muito claras, e a feomelanina são das pessoas mais morenas, negras, em que já tem o padrão de proteção maior. A nossa coloração de cabelo, olho, pele, vem da parte genética da melanina. Pintas desde que homogênea, superfície homogênea, pigmentação homogênea estão sem problemas. O grande problema é o melanoma, que é um carcinoma, que é a nomenclatura utilizada pra neoplasia maligna de epitélio. Então, bordas irregulares, superfície maior/menor, irregulada, áreas mais/menos pigmentadas. É o problema desse pigmento que é produzido em excesso totalmente alterada e é um risco a saúde porque é um carcinoma.
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