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Adeno-hipofise É constituída de células epiteliais, provenientes do epitélio da orofaringe. São 5 tipos celulares diferentes: as células lactotroficas, as células somatotroficas, que são as células basófilas, e as tireotróficas, gonadotróficas e corticotróficas que são as acidófilas. Essas células são produtoras dos seus próprios hormônios, ao contrário dos hormônios da neuro-hipofise que eram produzidos no hipotálamo e armazenados na neuro-hipófise. A adeno-hipofise ela produz, armazena e no momento certo ela vai libera-los. As células lactotroficas são as células que produzem a prolactina, que é o hormônio que produz o leite. As células somatotroficas são muito abundantes na adeno-hipofise que são células produtoras do GH (hormônio do crescimento). Esses dois hormônios são praticamente finais, quer dizer que eles são liberados e já tem efeito direto. Eles não dependem de uma célula ou uma glândula alvo para que eles atuem. Essa situação é diferente dos hormônios produzidos pelas células tireotróficas, corticotróficas e gonadotróficas. As células tireotróficas produzem o TSH, ele não tem nenhum efeito direto, seu único efeito é estimular a tireoide, ele tem que ter uma glândula alvo para exercer seu efeito de estimulação, e essa glândula alvo que vai liberar o T3 e T4. As células corticotróficas são as que liberam ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) atua nas adrenais, são as glândulas localizadas na hipófise superior, nos rins, e essas glândulas, sob o estimulo do ACTH, vão produzir o hormônio final que é o cortisol. O ACTH e o TSH não são hormônios finais, os hormônios finais são aqueles produzidos pelas células alvo, são chamados de hormônios tróficos. As células alvo não são nada sem os hormônios tróficos, são fundamentais para o crescimento, o desenvolvimento, a manutenção do tamanho da tireoide, das adrenais, para que elas possam depois produzir, sintetizar e liberar os hormônios. Tem uma ação trófica, está desenvolvendo todo o mecanismo de proteção e funcionamento dessa glândula. Então, a hipófise secreta o hormônio trófico e ele atua na glândula alvo, e a glândula alvo vai ser aquela que vai produzir o hormônio final. Os hormônios gonadotróficos são chamados de gonadotrofinas, são o LH e o FSH (hormônios das células gonadotróficas hipofisarias). As gonadotrofinas também são tróficas para a glândula alvo. Na mulher, a glândula alvo é o ovário. Eles, sob ação do LH e FSH vão fazer a função gametogenica, o desenvolvimento do folículo ovariano e a produção esteroidogenica, que é a produção de hormônios finais, que na mulher são o estrogênio e a progesterona. No homem eles também existem, porém estão relacionados a função da gônada masculina que é o testículo. Então, o testículo sob a influência das gonadotrofinas, se mantem funcionais, eles se mantem produzindo testosterona e também fazendo a função gametogenica (produção de espermatozoides). Ele também é considerado trófico, porque também possui uma glândula alvo. Essas glândulas alvo não tem autonomia, elas não podem fazer nada se o hormônio trófico não estiver sendo liberado pela adeno-hipofise. Localização da adeno-hipofise: o hipotálamo é tão importante para a adeno-hipofise quanto pra neuro-hipofise. Ele recebe um estimulo, e ele vai liberar hormônios de liberação. Se não houver a liberação desses hormônios, a adeno-hipofise não faz nada. Então, a gente vai centrar a secreção no eixo que tem 3 elementos: o hipotálamo, a hipófise e a glândula alvo, quando o hormônio for um hormônio trófico. O estimulo é dado ao hipotálamo, o hipotálamo vai secretar um hormônio de liberação que vai até a adeno-hipofise e faz com que ela libere o hormônio. A hipófise não é capaz de liberar um determinado hormônio se ela não receber esse estimulo que vem do hipotálamo. No caso da tireoide, se não houver o hipotálamo, não tem estimulo pra hipófise, não havendo estimulo pra hipófise, não tenho TSH, não tendo TSH eu não tenho função tireoidiana. É um eixo que é composto por 3 elementos. Exemplo do eixo para a tireoide: qual o estimulo para liberar o hormônio tireoidiano? O frio. A queda da temperatura é o principal estimulo para liberar T3 e T4. Eles são hormônios finais, tem uma ação termogenica, aumenta a temperatura. Se você chega em um local muito frio, você tem que ter uma ação termogenica pra manter a temperatura do seu corpo em 37 graus, essa ação termogenica é feita por hormônios que vão aumentar a produção de calor, esses hormônios são T3 e T4. Então, quando eu tenho o frio eu quero aumentar o T3 e o T4, só que eles vem da tireoide. Seria talvez mais prático que a tireoide tivesse estímulos para que o frio pudesse liberar diretamente o T3 e o T4, porem o frio vai atuar no hipotálamo. O hipotálamo sempre vai ser o receptor do estimulo. Como o hipotálamo vai poder fazer a tireoide liberar o T3 e o T4? Ele vai liberar o TRH (hormônio de liberação). Hormônio de liberação atua sobre a adeno-hipofise. O TRH chega na hipófise. A hipófise é constituída de vários tipos celulares, o TRH chega lá mas só atua nas tireotróficas, porque só elas tem o hormônio pra ele. Quando ele estimular essa célula, eu vou ter a liberação do TSH. O hipotálamo liberou o hormônio de liberação (TRH), já a hipófise liberou o hormônio trófico (TSH). O TSH é o hormônio estimulante da tireoide, então ele vai na tireoide, que é chamada de glândula alvo. E, finalmente, eu tenho o hormônio final. O hormônio é chamado de trófico porque ele libera o hormônio da sua glândula alvo e faz a glândula crescer, desenvolver, ter capacidade enzimática para produzir o hormônio, etc. Quais são os hormônios de liberação que o hipotálamo produz? A hipófise tem 5 tipos celulares. Cada hormônio que a hipófise produz tem o seu RH (hipotalâmico respectivo). Então, o RH vem do hipotálamo. GHRH é o hormônio hipotalâmico que vai atuar na adeno-hipofise para liberar o GH. TRH é o hormônio que libera o TSH. CRH libera ACTH. GNRH libera os hormônios gonadotróficos. PRH libera a prolactina. Todos os hormônios hipofisarios tem o seu hormônio de liberação que veio do hipotálamo. Foi verificado depois que alguns neurônios hipotalâmicos liberam hormônios de inibição. Por exemplo: a dopamina é muito importante como neurônio hipotálamo- hipofisario, e ele tem a ação de diminuir a prolactina. Então, ele é um hormônio de inibição. Também foi verificado a presença de outro hormônio hipotalâmico que também atua sobre a hipófise que vai estar atuando inibitoriamente, que é a somatostatina, que diminui o GH. Todos os hormônios hipofisarios tem seu hormônio hipotalâmico correspondente. Mas nem todos tem hormônio de inibição. As vezes o hormônio de inibição é importante pra gente usar como medicamento caso tenha um aumento de prolactina ou GH, você pode usar fármacos que vão estar aumentando os hormônios de inibição. O hipotálamo só estimula sempre a adeno-hipofise? NÃO. Porque ele também tem efeito de inibição. Como o hormônio sai do hipotálamo (onde ele é produzido) e vai chegar na hipófise (onde ele atua)? Existe um sistema de vasos sanguíneos. O hipotálamo tem neurônios que estão na região hipotalâmica, eu tenho que chegar com os hormônios na adeno- hipofise (hipófise anterior). Ao contrário dos neurônios que vinham para a neuro- hipofise, que eram neurônios longos, que começavam lá no hipotálamo. Os neurônios das áreas hipotalâmicas que produzem os hormônios de liberação e inibição, são neurônios curtos. Esse hormônio de liberação vai ser considerado um hormônio endócrino, de certa maneira, porque ele vai usar a corrente sanguínea pra chegar até a adeno-hipofise. Vai acontecer uma coisa muito parecida com o que acontece no fígado, o sistemaporta, só que vai ser o sistema porta-hipofisario. A artéria hipofisaria sofre a primeira capilarizacao, que serve pra pegar os hormônios de liberação. Tem que capilarizar porque os hormônios são proteínas, eles não passam por artérias e veias, apenas pelos capilares. Quando ele chega na adeno-hipofise eu tenho uma segunda capilarizacao pro hormônio de liberação sair, chegar na célula que ele tem que estimular, e por outro lado, a segunda capilarizacao vai pegar o hormônio trófico que o hormônio de liberação estimulou. Voltando ao exemplo do frio: O frio atua lá no hipotálamo, o neurônio hipotalâmico secretou TRH, porque recebeu o estimulo pro frio, o TRH chegou na hipófise caindo na primeira capilarizacao, veio pela veia porta (que está ligando duas redes de capilares). Quando o TRH chega na adeno-hipofise ele encontra todas as células que estão lá dentro, mas ele só vai atuar nas células tireotróficas, porque são aquelas que tem o receptor pra ele interagir. Ele interage com as células tireotróficas e libera TSH. O TSH cai na corrente sanguínea e vai pra circulação sistêmica (pra chegar na tireoide – glândula alvo). A glândula alvo recebe o TSH e libera o T3 e T4. A finalidade da gente ter esses elementos como o hipotálamo, hormônio de liberação, glândula alvo, hormônio trófico e etc. 3 segmentos e 3 hormônios que estão envolvidos entre estimulo e a produção do hormônio final. A finalidade de ter todos esses elementos? É a modulação. É negativa, é um “pé no freio”. O estimulo é o frio, quanto mais estimulo, mais hormônio, porem o nosso organismo vai modular o estimulo, pra não causar uma hiperprodução. Automaticamente vão atuar os feedbacks, esses feedbacks são negativos, freiam o estimulo inicial. Se eu to no frio (pé no acelerador), quanto mais frio, mais hormônio de liberação da tireotrofina vai liberar, mais a hipófise vai liberar TSH, mais a tireoide vai estar aumentada, e mais vai liberar o hormônio final. É dividido em 3 feedbacks: o de alça ultra curta, o de alça curta e o mais importante de todos, que é o mais eficaz, que é o de alça longa. O feedback de alça longa é delimitado pelo hormônio final. Então, quanto maior a concentração do hormônio final, ele vai inibir a adeno-hipofise e ele vai inibir o hipotálamo. No caso do T3 e T4 ele vai inibir a hipófise pra ela produzir menos TSH, e ele vai inibir o hipotálamo pra ele produzir menos TRH, pra evitar que o frio, por exemplo, produza um excesso de T3 e T4. O feedback de alça curta é dado pelo hormônio trófico, que é o hormônio hipofisario sobre o hipotálamo. Quanto mais TSH a hipófise produz, o TSH inibe o hipotálamo pra ele produzir menos TRH, como se a hipófise mandasse um sinal avisando que está produzindo muito hormônio trófico, então agora deve-se estimular menos para que ele produza menos hormônio final. O de alça ultra curta envolve só o hipotálamo, envolve o neurônio, é como se fosse uma inervação sináptica. Quando o hipotálamo (célula nervosa) libera o hormônio de liberação, o próprio hormônio de liberação inibe o hipotálamo. O neurônio produz o hormônio de liberação, e o hormônio de liberação age inibindo a célula hipotalâmica. É uma autorregulacao. Sempre que você tem uma elevação do hormônio final, você vai ativar no seu organismo um mecanismo de feedback pra você freiar a produção do hormônio endógeno. Exemplo: um paciente que está fazendo um tratamento pro hormônio final. Se você está usando a tiroxina, ou um hormônio tireoidiano com a finalidade de, por exemplo, de emagrecer, ele vai sair no organismo como uma hiperprodução do hormônio final. O organismo não vai entender que ele é exógeno, ele vai entender que o hormônio tireoidiano está aumentado. Esse hormônio final que não foi produzido pela tireoide vai inibir a hipófise e o hipotálamo. Consequentemente, sem o hormônio trófico, a tireoide vai parar de produzir o hormônio tireoidiano, a tireoide vai entrar num processo de atrofia. Então, quando ele para de tomar o hormônio exógeno, ele vai ter um hipotireoidismo, porque a glândula vai estar atrofiada. A prolactina é um hormônio que se assemelha a ocitocina. É um hormônio que não tem um efeito relevante no homem. Não se faz reposição de prolactina. Ela tem que ser ativada, liberada em concentrações maiores quando há a gestação e a lactação. Aumenta o número de células lactotropicas como também vai haver a maior liberação dessa prolactina. No homem e na mulher não-gravida não tem interesse em manter a prolactina alta, porque a função dela é aumentar a glândula mamaria e a produção do leite. Normalmente o hipotálamo vai secretar um hormônio de inibição, ao invés de um hormônio de liberação. A dopamina (hormônio de inibição) vai inibir a célula lactotrofica. No que você inibe a célula lactotrofica, você mantem níveis baixos de prolactina na mulher não-gravida e no homem. No caso da dopamina predomina a inibição, nas mulheres não gravidas e nos homens. O TRH estimula a liberação de prolactina, só que nesse caso, predomina a via inibitória, e esse neurônio que secretaria o hormônio pra liberar a prolactina, ele não está tendo estimulo nenhum. É uma exceção no nosso organismo, porque geralmente os hormônios de liberação tem o seu efeito de estimulo predominante. No caso da prolactina não, predomina o hormônio de inibição. Se eu tiver uma lesão hipotalâmica eu vou diminuir os hormônios, só que o hipotálamo secreta pra prolactina um hormônio de “freio”, nesses casos pode ser que a prolactina aumente, pois eu perdi a inibição. Na gestação eu tenho a placenta, que é uma grande glândula endócrina que produz hormônios, e entre eles produz muito o estrogênio e a progesterona. Esses hormônios vão atuar aumentando a prolactina. Então, durante toda a gestação, a prolactina vai estar aumentada. O próprio estrogênio e a progesterona vão estimular o neurônio secretor de PRH, o PRH vai aumentar e ele vai exercer um estimulo que é maior que a inibição, resultando em um aumento da prolactina. A célula lactotrofica tem tanto influencias inibitórias, que são mediadas pela troponina, quanto influencias inibitórias mediadas pelo PRH, que é o hormônio de liberação da prolactina. Na gestante o PRH, pelo estimulo do estrogênio e da progesterona, se sobrepõe. A prolactina aumenta também no puerpério desde que haja sucção do mamilo, porque nesse caso não tem mais a placenta. A prolactina na gravida: ela tem dois efeitos na glândula mamaria, produção do leite (aumenta a produção do leite) e tem uma ação mamogenica (aumenta a glândula mamaria). Começa a se preparar para a amamentação, aumenta a vascularização, os ductos lactíferos, as células lactotroficas, etc. Durante a gestação eu não preciso de leite, então não é comum as gestantes terem leite na mama. Na gestação eu vou ter o efeito mamogenico, que é estimulada pela prolactina associada ao estrogênio e a progesterona. Então, eles atuam junto com a prolactina pra aumentar o tamanho da mama, aumentar os ductos lactíferos, os ácidos produtores de leite, etc. Mas na gestação não há lactação, então o efeito lactogenico não está acontecendo durante a gestação. Se a gestante tem estrogênio e progesterona altos ela tem uma facilitação para o efeito mamogenico porque o estrogênio e a progesterona também ajudam a construir a mama, mas eles também inibem o efeito lactogenico da progesterona durante a gestação. Então, durante a gestação eu tenho elevação de estrogênio e progesterona, tenho elevação de prolactina. Não só o estrogênio aumenta a prolactina, como ele inibe o efeito lactogenio e estimula o efeito mamogenico. Após o parto sai a placenta, então vai prolixo aquela glândula endócrina que estava trabalhando, havendo uma queda gradativa das concentrações de estrogênio e progesterona. É gradativa porque o estrogênio e a progesterona são hormônios que se fixam no organismo, eles não são eliminados de uma hora pra outra. Quando há essa queda gradativa eu perco a inibição da lactação, então agora a prolactina está alta, mas o estrogênio e a progesterona não estão. Você vai perder a inibição da lactogenese, e começa a lactação. Por outro lado, se você está com menos estrogênio e menos progesterona, você vai ter uma liberação do efeito lactogenico, porque não tem mais a liberação, então o efeito mamogenico vai ser enfraquecido, ele dependia do estrogênio e da progesterona, que foram embora com a placenta. Depois do parto o efeito lactogenico prevalece sobre o efeito mamogenico. Com a queda gradativa do estrogênio e da progesterona, eu não tenho mais estimulo pra produzir prolactina, é a sucção do mamilo que vai estimular, ela também vai liberar a ocitocina pra favorecer a ejeção do leite. É um exemplo de relação sinérgica entre os hormônios adeno- hipofisarios (prolactina) e os hormônios neuro-hipofisarios (ocitocina). Impedimentos pra amamentação: doenças maternas ou a própria criança que não pode sugar o mamilo no momento em que nasceu. O primeiro leite que é produzido é o colostro. Ele é muito importante pois tem anticorpos, faz uma transferência passiva de anticorpos da mãe pro bebe. Quando nós pensamos numa caixa de leite, se uma pessoa tomar o primeiro copo e a outro tomar o segundo copo, não vai acontecer nada pois o leite de caixinha tem a mesma composição, mas na mama não é assim. A composição do leite varia, porque tem elementos que vão mais rapidamente pro lúmen e outros que vão tardiamente. O neném começa a mamar, nos primeiros 5 minutos, o leite inicial tem mais proteínas, lactose, minerais e agua, é um leite que hidrata mas não tem gordura, então o bebe não ganha peso. O leite final é aquele com quase 10 minutos de mamada, ele vai ter mais gordura, fornece mais caloria, faz o neném ganhar peso. Quando a prolactina esta alta, eu to normalmente no período de gestação ou no período puerperal, ela tem uma ação inibitória sobre o hipotálamo e sobre a hipófise, inibindo a liberação de gonadotrofinas. Se ela inibe a liberação de gonadotrofinas, a mulher pode ter amenorreia (não menstruar), redução do desejo sexual, e tem períodos anovulatórios, porque se não tem FSH você não matura o folículo, não conseguindo ovular. Então, mulheres que tem a prolactina alta, tem uma tendência a ficarem com períodos de amenorreica, redução do apetite sexual, por conta da redução dos níveis hormonais. Tumores com hipersecreção de prolactina (prolactinomas), tanto no homem quanto na mulher, também geram sintomas. Quando você tem uma elevação da prolactina, ela também vai inibir a hipófise, então, uma das causas de infertilidade é a prolactina alta. Uma mulher que está tentando engravidar e não consegue, uma das coisas que a gente faz é ver a dosagem de prolactina, porque ela alta faz a redução das gonadotrofinas, levando aos período anovulatórios que levam a mulher a infertilidade. Também ocorre no homem. GH: tem uma ação final no organismo, não atua sobre uma glândula alvo. Quando a criança nasce, o GH não é muito alto, ele aumenta bastante na infância, depois ele estabiliza. As maiores secreções são na puberdade, coincidindo com a liberação dos hormônios sexuais. Nesse momento, na criança, várias coisas acontecem, uma delas é o crescimento linear do esqueleto. Por outro lado, ela tem variações físicas sentidas pelo seu corpo. Ele decai logo depois da puberdade, se estabiliza na vida adulta, e a partir de 60 anos ele dá uma queda. Essa queda é chamada de somatopausa, assim como tem a menopausa, ela seria os sinais/sintomas do envelhecimento corporal que derivariam da redução do GH. Muita gente pensa em repor GH na velhice pra manter a massa muscular, embelezamento corporal, etc. Isso faz com que ele se torne muito usado, as vezes até de maneira errônea. Na fisiologia normal, ele tem picos, maiores durante o exercício e durante o sono. Os estímulos são os mesmos, mas a liberação de GH depois da puberdade vai decair. Ele vai criar condições favoráveis para o crescimento, depois que as minhas epífises ósseas estiverem fechadas, o GH vai perdendo a sua importância. Efeitos diretos do GH: efeito a nível hepático, também pode acontecer nos tecidos extra-hepáticos, o GH vai aumentar a produção de um produto hormonal, que antigamente chamávamos de somatomedina, e hoje em dia é o IGF1 (fator de crescimento semelhante a insulina). Então, o GH é liberado lá na adeno-hipofise, cai na corrente sanguínea, e começa a ter seus efeitos, e um desses efeitos é produzir um outro hormônio, que é a IGF1 que vai mediar muitas ações do GH. Faz a lipólise, fazendo a pessoa emagrecer, quebra gordura do tecido adiposo; aumenta a glicemia, porque ele quer aumentar o substrato energético para o corpo em desenvolvimento; aumenta a resistência periférica a insulina, a ideia seria ele guardar esse material energético para o uso das células nervosas, então ele faz uma resistência à insulina. As células periféricas que não podem usar glicose como fonte de energia, vão metabolizar gordura. Se a gente começa a usar gordura como fonte de energia, isso vai criar um efeito que pode produzir um hálito cetonico e uma cetogenese. Hormônio secretado fisiologicamente na puberdade não vai dar essa resistência periférica a insulina, porque há o feedback. Quando o GH começa a aumentar, ele se auto-modula negativamente pra nunca ter um exagero dessa ação. As pessoas que vão ficar magras mas diabéticas utilizando GH são aquelas que utilizam o GH indevidamente, ou porque tem tumores hipersecretores de GH. Esse paciente vai ter hiperglicemia, hiperinsulinismo, havendo um efeito diabetogenico, gerando todas as complicações da diabetes mellitus. Efeitos indiretos: são puramente metabólicos, como a lipólise, a elevação da glicemia, a resistência insulínica, etc. Não falamos em crescimento. Ele não produz efeitos diretos no crescimento, mas ele produz o fato de crescimento que é a IGF1. Os efeitos dela são os efeitos anabólicos, tendo aumento da síntese proteica, crescimento linear do esqueleto se a criança estiver em fase de crescimento. O GH reduz após a puberdade porque não tem mais a cartilagem de crescimento, entao, automaticamente, eu vou ter o crescimento da espessura dos ossos membranosos. Então, vai crescer a mandíbula, vai crescer as cartilagens da orelha, o nariz. Nos processos de envelhecimento, vai ocorrer um lento crescimento dessas estruturas. Se o paciente tiver um quadro de hipersecreção do GH, ele pode ficar acromegálico, devido ao crescimento dessas extremidades. Pode haver o crescimento das vertebras, podendo gerar problemas na coluna, de pincamento de vertebras, gerando dores horríveis no paciente. Os órgãos podem crescer, tendo uma hepatomegalia, cardiomegalia, por conta desse GH em excesso. Ele não é cancerígeno, mas ele acelera o crescimento de uma célula tumoral já existente, por aumentar o número de mitoses. Se a gente não usar o GH mas utilizar a IGF1 o paciente vai ter o desenvolvimento muscular, podendo ficar acromegálico, só não vai ter diabetes, mas os efeitos no crescimento, cardiomegalia, crescimento tumoral, etc. Distúrbios hipofisarios: hiperfunção. A causa mais comum são os tumores hipofisarios, representam patologias não-malignas. Devido à localização difícil, geralmente não se opera, porque pode lesar o quiasma optico. Em torno de 10% possuem o micro-adenaloma, que não tem sintomanenhum de uma doença hipofisaria, em uma ressonância magnética se descobre que tem um tumor. O crescimento do tumor hipofisario é muito lento. Os tumores hipofisarios podem ser hipersecretantes, possuindo a autonomia secretora. Se o tumor é hipersecretante de GH, o nível de GH dele vai ser altíssimo. O mecanismo de feedback controla a produção fisiológica, mas não a patológica. Isso permite que esses pacientes tenham níveis altíssimos do hormônio. Muito raramente ele secreta dois ou três hormônios, geralmente eles secretam apenas 1 tipo de hormônio. Exemplo: prolactinoma é um tumor hipofisario que secreta prolactina. Você não tem um tumor que secreta os 5 hormônios da hipófise. Ele é especifico porque ele apresenta um aumento tumoral das células que produzem aquele hormônio. O quadro clinico é bem focado na hiperprodução daquele hormônio em questão. Eles são classificados em: macroadenomas quando tem mais que 1cm de tamanho, e microadenomas quando tem menos que 1cm. O microadenoma pode ser hipersecretante de um determinado hormônio, tendo um quadro clinico associado aquela hipersecreção. Um microadenoma que secrete prolactina, a mulher vai ter os sintomas de uma hiperprolactinemia, mas o adenoma sendo pequeno, ele fica no domínio da sela túrcica, ele não exerce nenhum efeito de compressão dos tecidos adjacentes da hipófise, não dá efeito de massa. O macroadenoma não cabe na sela túrcica, ele faz uma expansão. Essa expansão pode ser pra cima, pros lados ou pra baixo. Embaixo tem o osso esfenoide, logo a expansão mais comum é a pra cima, chamada de supra-selar. A expansão supra-selar pode lesar o quiasma optico, pode comprometer a drenagem do liquido cefalorraquidiano, gerando uma hipertensão intracraniana, pode dar cefaleia, alterações visuais (devido a compressão do quiasma optico), etc. Se ele continuar crescendo pra cima e chegar lá no hipotálamo, o paciente pode ter distúrbios de comportamento, distúrbios alimentares (anorexia ou hiperfagia). O comprometimento para os lados geralmente afeta os pares cranianos, o paciente começa a ter paralisia dos pares cranianos afetados. O comprometimento infra-selar é mais raro porque o tumor vai encontrar a resistência do osso, mas as vezes ele perfura o osso e começa a fazer canais de comunicação óssea. Com isso, você vai ter a rinorreia, o paciente perde liquor pelo nariz. O maior problema do acometimento infra-selar é a infecção, você está abrindo uma porta de entrada, podendo levar a uma meningite. Outra classificação é em relação aos tumores serem funcionantes ou hipersecretantes e não-funcionantes. Apenas 26% dos tumores hipofisarios não secretam hormônios nenhum, mas 74% são funcionantes, ele está lá e está secretando algum tipo de hormônio hipofisario. Dos tumores funcionantes, o mais comum, com 27% dos casos são os prolactinomas. 14% são tumores secretores de GH e 14% são tumores secretores de ACTH. Tumores secretores de gonadotrofina são responsáveis por 6%. Os mais raros são os tumores hipersecretantes de TSH com 1% de incidência. Existe tumores que secretam GH e prolactina, que são chamados plurihormonais, que são mais raros ainda. Se eu tenho um paciente com um prolactinoma, ele tem um quadro clinico muito exuberante, com todas as manifestações clinicas, eu não posso concluir que ele tem um macroadenoma, porque o tamanho do tumor não tem a ver com a capacidade secretora dele. Prolactinomas: podem existir tanto no homem quanto na mulher, porem com características clinicas diferentes. Na mulher, geralmente são tumores pequenos, chamados de microadenomas. São difíceis de serem identificados. No homem, geralmente os tumores são grandes. Além dele ter todo o quadro clinico da hiperprolactinemia, ele ainda tem a possibilidade de ter dores de cabeça, diplopia porque ele tem o efeito de massa. A prolactina inibe as gonadotrofinas, acontece tanto no homem quanto na mulher. Só que no homem, ele vai perder a testosterona, e a mulher vai reduzir estrogênio e progesterona. Na mulher e no homem eu vou ter a infertilidade e a redução da libido, dependendo das concentrações. Na mulher eu vou ter a amenorreica, no homem eu tenho o crescimento da mama (ginecomastia). Os dois vão ter galactorreia (saída do leite pela mama). A mulher não tem sintomas neurológicos, porque geralmente é um microadenoma, ela fica com amenorreia e leite, ela pensa que ela está gravida, geralmente. O homem o diagnóstico é de imediato. Conduta do prolactinoma: a prolactina tem um inibidor natural dela que é a dopamina. A dopamina inibe a prolactina. Pode ser um tratamento para os prolactinomas. Outro tratamento é o procedimento cirúrgico, não é uma decisão fácil porque o tumor, no homem como é grande, começa a comprimir estruturas, e o neurocirurgião prefere não mexer pra não causar riscos maiores ao paciente. Tumores hipersecretantes de GH: o GH através da formação da IGF1 aumenta o crescimento linear do esqueleto e dos ossos membranosos. Ele aumenta a glicemia (efeito diabetogenico). Se o paciente tem GH em excesso, a idade dele vai depender do quadro clinico que ele vai ter. Se eu tiver excesso de GH no início da vida, até aproximadamente a puberdade, nós vamos ter o gigantismo. Quando você tem o gigantismo, você tem a aceleração muito grande do crescimento enquanto as epífises ósseas estiverem abertas. No gigantismo, as epífises ósseas vão fechar na ocasião normal e depois ele continua com o tumor, no que ele continua com o tumor, ele vai desenvolver a acromegalia, que é o crescimento das extremidades. Se ele tiver após a puberdade, a gente só vai ter a acromegalia, porque já aconteceu o fechamento das epífises ósseas. Gigantismo acromegálico: pode ter cardiomegalia, hepatomegalia, insuficiência cardíaca, pode ter o crescimento das vertebras, compressão radicular, ele tem dores incoercíveis por conta do crescimento das vertebras. Por outro lado, esse indivíduo tem o efeito diabetogenico do GH, ele tem o efeito metabólico que aumenta a glicemia e faz a resistência à insulina, o resultado disso é que esse paciente tem todas as complicações, inclusive o encurtamento da vida dele por conta dos diabetes. Então, se eu perguntar na prova o que é gigantismo, ele não é só o crescimento linear do esqueleto, ele está relacionado com as alterações vasculares e metabólicas do diabetes. Acromegalia: crescimento da orelha, alargamento do nariz, prognatismo (arcada inferior não se alinha com a superior). O crescimento desses ossos desreguladamente pode dar uma face sem expressão. Maurice tillet é um famoso acromegálico que teve seu crescimento dos ossos inspirados em um filme, “Shrek”. Tumores hipersecretantes de ACTH: ele vai ter o ACTH elevado, que é um hormônio trófico, não tem um efeito direto no organismo, ele age nas adrenais. Estimula bilateralmente as adrenais, elas vão hiperplasiar e levar a síndrome de cushing. Ele vai ter um hipercortisolismo, cortisol vai estar aumentado. Vai ter aumento dos pelos, estrias violáceas, abdômen avental, etc. Tumor hipersecretante de TSH: esse tumor é o mais raro. O TSH estimula a tireoide, eu vou ter a tireoide enorme, porque é um hormônio trófico. A tireoide hiperplasiada vai aumentar a produção de T3 e T4, é uma causa de hipertireoidismo. Características: tremor, taquicardia, pele úmida, pele fina, etc. Tumores hipersecretantes de gonadotrofinas: também são raros, menos raros que os de TSH. Geralmente são macroadenomas (dão sintomas neurológicos). Estatisticamente os tumores hipersecretantes de gonadotrofinas ocorrem mais em pessoas idosas. Os tumores hipofisarios hipersecretantes de gonadotrofinas são tumores que produzem gonadotrofinas incompletas.Ela quando chega no receptor, não é reconhecida. O paciente com tumor hipersecretante de FSH e LH não tem sintoma endocrinológico nenhum, porque essa gonadotrofina não atua. Você diagnostica ele porque ele é um macroadenoma e causa sintomas devido ao seu efeito de massa. Os tumores hipofisarios tem basicamente alguns tipos de tratamento, o farmacológico não está presente em todos, eu tenho antagonistas do GH (somatostatina) e da prolactina (dopaminérgicos). É inoperável devido a sua localização, comprimindo o quiasma optico, podendo lesar o hipotálamo em sua retirada. O tratamento cirúrgico é feito pela via transesfenoidal. É menos agressiva. Qual a complicação que podemos ter quando retirarmos um tumor na hipófise? É uma glândula mínima, o que acontece é que com a retirada do tumor, ou com a a radioterapia ocorre o hipopituitarismo, ele vai acabar tendo que repor todos os hormônios hipofisarios importantes.
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