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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA EMPRESARIAL JEAN GUIMARÃES- 63846 MATHEUS GUTIERRES - 63847 MICHEL MATOS - 60205 PEDRO HENRIQUE - 64136 FUNCIONAMENTO DE UM PAINEL FOTOVOLTAICO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA SOLAR POR BATERIAS E HIDROGÊNIO Rio Grande 2012 1 2 SUMÁRIO RESUMO 3 INTRODUÇÃO 4 1. OBJETIVOS 5 1.1 OBJETIVOS GERAIS 5 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5 2. METODOLOGIA 5 2.1 HISTÓRICO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 6 2.2 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS COM PAINÉIS FOTOVOLTAICOS 6 2.2.1 Princípio de Funcionamento 6 2.2.2 Tipos de Células Fotovoltaicas 8 2.3 SISTEMA FOTOVOLTAICO COM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA EM BATERIAS 9 2.3.1 Controlador de Carga 9 2.3.2 Bateria 9 2.4 SISTEMA FOTOVOLTAICO COM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NA FORMA DE HIDROGÊNIO PRESSURIZADO 11 2.4.1 Sistema de Controle 11 2.4.2 Eletrolisador 11 2.4.3 Reservatório de Hidrogênio 12 2.4.4 Célula a Combustível 12 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 12 3.1 PAINÉIS FOTOVOLTAICOS 12 3.2 ARMAZENAMENTO E RECONVERSÃO DO H2 13 CONCLUSÃO 13 CRONOGRAMA 14 BIBLIOGRAFIA 14 3 RESUMO Este trabalho é movido pela indagação: Dentre os sistemas de baterias e hidrogênio, qual propõe mais eficiência na forma de armazenamento de energia elétrica de um painel fotovoltaico? O objetivo geral deste trabalho é descrever o funcionamento de uma célula fotovoltaica, a qual realiza a conversão direta da radiação solar em energia elétrica, destacando as reações químicas presentes e os diferentes materiais que podem ser utilizados como condutores para a captação dos raios solares, e revelar, no ponto de vista econômico, funcionalidade e preservação da natureza, a forma mais eficaz do armazenamento da energia elétrica fotovoltaica, seja por baterias ou hidrogênio. Para o dimensionamento do estudo foi verificado que o sistema utilizando baterias de chumbo-ácido apresenta uma pequena vantagem em relação ao sistema de armazenamento que utiliza o hidrogênio eletrolítico, embora tenha-se obtido neste uma redução nos custos no conjunto do reservatório/célula a combustível, o qual torna o sistema que utiliza hidrogênio bastante competitivo, podendo-se constituir a melhor opção de armazenamento de energia de origem fotovoltaica. A discussão perpassa por questões como: a origem do sistema fotovoltaico; os tipos de materiais para sua fabricação; as vantagens para seu uso; a caracterização dos componentes de cada sistema de armazenamento de energia, bem como o seu funcionamento; e uma comparação do custo da energia elétrica do sistema fotovoltaico com armazenamento de energia através de baterias ou de hidrogênio. PALAVRAS CHAVE Célula fotovoltaica; Bateria; Hidrogênio eletrolítico; Célula a Combustível (CaC). 4 INTRODUÇÃO O trabalho consiste na indagação: Dentre os sistemas de baterias e hidrogênio, qual propõe maior eficiência na forma de armazenamento de energia elétrica de um painel fotovoltaico? Para a resposta, este trabalho faz uma análise descritiva das reações químicas presentes no funcionamento de uma célula fotovoltaica, revelando a forma mais eficaz do armazenamento da energia elétrica provinda dessa célula, seja por baterias ou hidrogênio. Os motivos que levaram aos proponentes do grupo a escolherem a temática estão relacionados à escassez hoje de opções de como armazenar a energia elétrica provinda dos raios solares, utilizando uma célula fotovoltaica, e não menos importante à exaustão dos combustíveis tradicionais, um assunto difuso mundialmente desde a deflagração da crise petrolífera de 1973. Vale ressaltar que não queremos aqui nos aprofundar em indicações sobre a quantidade dos recursos energéticos da Terra, visto que estas indicações são criticáveis e variáveis, conforme o critério utilizado em vários estudos. Neste trabalho adota-se o termo eficiência como definido por MEGGINSON e PIETRI (1998) “A eficiência representa uma medida segundo a qual os recursos são convertidos em resultados de forma mais econômica”. Assim, durante o decorrer do trabalho será empregado o termo eficiência para fazer menção à otimização do sistema com o melhor intuito de armazenamento de energia elétrica de um painel fotovoltaico. Sabe-se que tradicionalmente as instalações de painéis fotovoltaicos necessitam de um banco de baterias para fornecer energia elétrica no período noturno ou nos dias de baixa incidência solar. Além disso, o descarte das baterias utilizadas nos sistemas fotovoltaicos após o término de sua vida útil é um grave problema, visto que essas não são recolhidas e encaminhadas para serem destruídas de forma correta. Em geral, elas são descartadas nas proximidades da comunidade, poluindo o solo e os cursos de água com seu conteúdo químico. Outras formas de armazenamento da energia gerada pelos painéis fotovoltaicos podem ser mais interessante do ponto de vista de sustentabilidade e otimização do sistema. No caso deste trabalho, é considerado um sistema composto por uma célula fotovoltaica conectada a um eletrolisador de água. O hidrogênio gerado pelo eletrolisador é armazenado em um reservatório para ser posteriormente utilizado numa célula a combustível, a qual é um dispositivo eletroquímico capaz de converter a energia química contida nas moléculas de hidrogênio em eletricidade, com elevada eficiência. 5 1. OBJETIVOS 1.1 Objetivos Gerais O objetivo geral deste trabalho é relacionar duas formas de armazenamento de energia elétrica fotovoltaica, por meio de baterias e hidrogênio, e discutir a viabilidade econômica da utilização desses sistemas. 1.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos deste trabalho são: dimensionar os componentes constituintes com as reações químicas presentes em um sistema fotovoltaico e nos dois sistemas de armazenamento de energia, por meio de baterias e hidrogênio; caracterizar os componentes presentes em cada sistema, bem como o seu funcionamento; e calcular o custo da energia elétrica produzida nas duas formas de armazenamento de energia elétrica fotovoltaica. 2. METODOLOGIA Neste capítulo serão descritos os sistemas fotovoltaicos envolvendo os sistemas de armazenamento da energia provinda dos raios solares. Para o dimensionamento do estudo, será feito uma análise das reações químicas e dos principais componentes do processo ao todo, a fim de evidenciar a melhor eficiência dentre os sistemas de armazenamento de energia fotovoltaica, bem como revelar o seu custo. 2.1 Histórico da Energia Solar Fotovoltaica A energia solar fotovoltaica é a energia oriunda da transformação direta de luz em energia elétrica. Esse fenômeno foi descrito pela primeira vez em 1839 por um físico experimental francês chamado Edmond Becquerel ao relatar as propriedades do Selênio (elemento Se na tabela periódica), que produzia uma corrente elétrica diretamente proporcional à radiação incidente. O assunto passou a receber um grande destaque a partir dos 6 anos 60, durante a Guerra Fria, pois apesar de seu custo elevado essa tecnologia se mostrou bastante apropriada para suprir as demandas energéticas em missões aeroespaciais bem como para a manutenção de satélites. No período de 1981 e 1983 são instaladosos primeiros sistemas fotovoltaicos voltados à eletrificação de edifícios e à produção de água potável, totalizando nesse período a quantidade de 9,3MW a produção fotovoltaica mundial, a qual desde então não tem parado de crescer. (HIMALAYA, 2005) A utilização das energias alternativas renováveis passou a ganhar mais destaque ainda desde o final do século passado, devido não apenas a preocupação em diminuir a dependência das fontes fósseis, mas principalmente por motivos ambientais relacionados às mudanças climáticas e dos efeitos dessas sobre a humanidade. Como consequência, a energia solar vem despertando ainda mais interesse em vários países do mundo, por se tratar de uma tecnologia considerada limpa, com reduzido impacto ambiental. 2.2 Dimensionamento de sistemas com painéis fotovoltaicos Para dimensionar sistemas envolvendo energia elétrica fornecida por painéis fotovoltaicos, inicialmente deve-se conhecer o seu princípio de funcionamento e os tipos de componentes que diferenciam as células fotovoltaicas umas das outras. 2.2.1 Princípio de funcionamento De acordo com COMETTA (1997), a conversão direta da energia radiante solar em corrente elétrica é realizável mediante o efeito fotovoltaico, que consiste na geração de uma diferença de potencial elétrico por interação de um fluxo de energia radiante com a matéria. Em outras palavras, a célula fotovoltaica ou solar trabalha segundo o princípio de que fótons incidentes, colidindo com os átomos de certos materiais, provocam um deslocamento de elétrons, carregados negativamente. Se estes elétrons puderem ser capturados antes de retornarem a seus orbitais atômicos, então podem ser aproveitados como corrente elétrica. As lacunas criadas quando os elétrons se deslocam são cargas positivas e conduzem a corrente elétrica. 7 O efeito fotovoltaico dá-se em materiais da natureza denominados semicondutores que se caracterizam pela presença de bandas de energia onde é permitida a presença de elétrons (banda de valência) e de outra onde totalmente “vazia” (banda de condução). Para a construção de células fotovoltaicas empregam-se vários tipos de materiais – selênio, óxido de cobre e silício são alguns exemplos. O semicondutor mais utilizado hoje é justamente o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, o silício, o qual, conforme BUTZ (2002), aparece em argilas, feldspatos (tipo de mineral cristalizado do magma), granitos, quartzos e areia, normalmente na forma de dióxido de silício (também conhecido como sílica) e silicatos (compostos contendo silício, oxigênio e metais). Através de métodos adequados é obtido o silício em forma pura. O cristal de silício puro não possui elétrons livres sendo assim um mau condutor elétrico. Entretanto, elementos pentavalentes (Grupo 5A) tal como o fósforo, quando introduzidos na rede cristalina resulta em um elétron a mais do que necessário para formar ligações covalentes com o silício, obtendo-se dessa maneira um material portador de carga negativa (silício tipo N). Realizando o mesmo processo, mas acrescentando Boro (Grupo 3A) ao invés de fósforo, obtém-se uma ligação iônica, onde há uma transferência de elétron da camada de valência do Silício para o elemento Boro, resultando em um material com déficit de elétrons - cargas positivas livres (silício tipo P). (AMERLIS, 2001) Conforme TOLMASQUIM (2003), cada célula solar compõe-se de uma camada fina de material tipo N e outra com maior espessura do tipo P. Separadamente, as camadas são eletricamente neutras, porém, ao serem unidas, os elétrons do elemento silício tipo N difundem para o lado do material de tipo P deixando em N uma deficiência de cargas negativas – carga líquida positiva. Mesmo processo ocorre do lado P para o N, deixando o lado P com cargas negativas. Ao incidir a luz sobre a célula fotovoltaica, os fótons que a integram chocam-se com os elétrons da estrutura do silício dando-lhes energia e transformando-os em condutores. Por meio de um condutor externo, conecta-se a camada negativa à positiva gerando assim um fluxo de elétrons (corrente elétrica) na conexão. Enquanto a luz continuar a incidir na célula, o fluxo de elétrons irá se manter. A intensidade da corrente gerada vai variar proporcionalmente conforme a intensidade da luz incidente, tornando-o inesgotável. 8 2.2.2 Tipos de células fotovoltaicas De acordo com TOLMASQUIM (2003), o mercado fotovoltaico é na sua totalidade dominada por células cujo material base é o silício (99%). Os três tipos existentes de células fotovoltaicas constituídas desse elemento químico são classificadas conforme o método de fabricação: ● Silício Monocristalino. Estas células são obtidas através da extração do cristal de dióxido de silício, também conhecido como sílica cuja fórmula química é SiO2. O mineral passa por um processo de desoxidação e purificação em fornos específicos (processo Czochralski, por exemplo). No final do processo, o material novamente solidificado, com formato cilíndrico, é cortado em pastilhas finas de 300mm de espessura e sua ordem de pureza é da ordem de 99,99 a 99, 999999%. A sua eficiência na conversão de luz solar em eletricidade é da ordem de 15% à 18%. ● Silício policristalino. As células de silício policristalino são mais baratas que as de silício monocristalino por exigirem um processo de preparação das células menos rigoroso. A eficiência, no entanto, cai um pouco em comparação as células de silício monocristalino. A forma mais comum de preparo desse tipo de célula é a partir de blocos de silício obtidos por fusão de silício puro em moldes especiais. Uma vez nos moldes, o silício esfria lentamente e solidifica-se. Neste processo, os átomos não se organizam num único cristal. Forma-se uma estrutura policristalina com superfícies de separação entre os cristais. Ao longo dos anos, o processo de fabricação tem alcançado eficiência máxima de 13% em escalas industriais. ● Silício amorfo. Estas células são relativamente diferentes das demais estruturas cristalinas, pois o mineral constituinte não apresenta estrutura cristalina definida e ordenada como no caso das células de silício mono ou policristalino. No silício amorfo predomina o alto grau de desordem na estrutura dos átomos. A utilização desse para o uso em fotocélulas tem mostrado grandes vantagens tanto nas propriedades elétricas quanto no processo de fabricação. Células de silício amorfo são obtidas por meio de deposição de camadas muito finas de silício sobre superfícies de vidro ou metal. Desta forma, esse tipo de célula vem se mostrando uma opção muito interessante para sistemas fotovoltaicos de baixo custo. A desvantagem fica por conta da baixa eficiência de conversão (variação entre 5% e 7%) comparada às células mono e policristalinas de silício. Por outro lado, o silício amorfo apresenta algumas vantagens que compensa a deficiência na conversão de luz solar em eletricidade, tais como um processo de fabricação relativamente simples e barato e a 9 possibilidade de fabricação de células com grandes áreas e baixo consumo de energia na produção. 2.3 Sistema fotovoltaico com armazenamento de energia em baterias Os componentes necessários para um sistema de células fotovoltaicas com armazenamento de energia em baterias são: painéis fotovoltaicos, controlador de carga, bateria e inversor de frequência. 2.3.1 Controlador de carga É um componente utilizado nos sistemas fotovoltaicos para gerenciar e controlar o processo de carga e descarga do banco de baterias. O controlador permite que as baterias sejam carregadas completamente e evita que sejam descarregadas abaixode um valor seguro. É instalado eletricamente entre o painel fotovoltaico e as baterias. 2.3.2 Bateria As baterias eletroquímicas são uma importante forma de armazenamento de energia que podem ser utilizadas em sistemas fotovoltaicos, pois elas são capazes de transformar diretamente energia elétrica em energia potencial química e posteriormente converter, diretamente, a energia potencial química em energia elétrica. A quantidade de baterias deve ser capaz de fornecer energia elétrica suficiente para suprir a demanda de carga e garantir a autonomia do sistema nos dias sem energia solar. É importante frisar que nos sistemas fotovoltaicos são utilizados acumuladores eletroquímicos (baterias) secundários, ou seja, baterias que podem ser recarregadas. Entre os tipos de baterias secundárias destaca-se aqui neste trabalho a mais comum: chumbo-ácido, composta por uma placa positiva com dióxido de chumbo (PbO2), uma placa negativa com chumbo (Pb) e de um eletrólito de ácido sulfúrico (H2SO4) dissolvido em água. Durante a noite, quando não há incidência de raios solares, ocorre lentamente a descarga da bateria devido ao uso de eletricidade por parte dos moradores da residência. Nesse processo, de acordo com FERNANDEZ (2005), um ânion, da placa negativa, que se 10 encontra livre na solução se combina com o chumbo da placa, formando sulfato de chumbo (PbSO4) e liberando dois elétrons, os quais irão à placa positiva da bateria da carga ligada a ela, conforme a reação química abaixo: SO4 -2 + Pb → PbSO4 + 2e - Já na placa positiva o mesmo ânion transforma-se junto com os dois elétrons liberados da reação química anterior e o dióxido de chumbo em sulfato de chumbo mais água de acordo com a equação: PbO2 + SO4 -2 + 4H → PbSO4 + 2H2O As duas moléculas de água produzidas irão diluir o ácido sulfúrico, mencionado antes, e consequentemente diminuir a tensão nos polos da bateria. Fica claro que a tensão na bateria é diretamente proporcional à concentração de ácido sulfúrico nela. A expressão abaixo representa a reação geral durante a descarga da bateria quando está em uso nos dias de baixa insolação ou durante a noite: Pb + PbO2 + 2H2SO4 → 2PbSO4 + 2H2O Neste trabalho, usa-se como referência baterias da marca Moura. 2.3.3 Inversor cc/ca O inversor é um equipamento utilizado em sistemas fotovoltaicos, cuja função é converter a corrente contínua (cc) em corrente alternada (ca) para alimentar eletrodomésticos e demais equipamentos convencionais. 2.4 Sistema fotovoltaico com armazenamento de energia na forma de hidrogênio pressurizado O hidrogênio não é um combustível primário, encontrando-se quase sempre associado a outros elementos químicos, e, para utilizá-lo, é necessário extraí-lo de sua fonte de origem, que normalmente implica no gasto de uma certa quantidade de energia. 11 Os componentes da tecnologia de energia fotovoltaica armazenada na forma de hidrogênio pressurizado são: painel fotovoltaico, sistema de controle, eletrolisador, reservatório de hidrogênio, célula a combustível e inversor de frequência. 2.4.1 Sistema de controle É um componente instalado entre as células fotovoltaicas e o eletrolisador, o qual tem a função de gerenciar e controlar o processo da conversão direta da energia solar em eletricidade para o seu uso direto e também o armazenamento da energia fotovoltaica em hidrogênio pressurizado. 2.4.2 Eletrolisador Denomina-se processo eletrólito todo aquele em que reações químicas são desencadeadas, a partir de uma fonte eletromotriz externa ao sistema químico. O fornecimento da tensão e corrente contínua é realizado entre dois eletrodos do eletrolisador, separados por um eletrólito com boa condutividade iônica. (NEVES, 2002) Como o sistema proposto por este trabalho não há a utilização de um compressor, é interessante utilizar um eletrolisador que forneça o gás a uma pressão superior a atmosférica. Com base nos equipamentos comerciais que se tem conhecimento, uma valor considerado razoável, neste caso, é 10 bar (9,8692 atm). Além disso, adota-se como referência neste trabalho, um eletrolisador com capacidade de gerar até 1m 3 /h de H2, com pureza de 99,9% por mol. O processo particular que quebra as partículas da água em hidrogênio e oxigênio é denominado eletrólise da água. A reação total desse processo é: H2O(l) + energia → H2(g) + ½O2(g) 2.4.3 Reservatório de hidrogênio A pressão no reservatório deverá ser menor que a pressão de funcionamento da célula a combustível e do eletrolisador, já que o sistema não contará com um compressor, como já mencionado antes. 12 2.4.4 Célula a Combustível A célula a combustível (CaC) é um dispositivo eletroquímico que converte energia química de um combustível e um oxidante em corrente elétrica contínua. No caso, o hidrogênio é o combustível e o oxigênio o oxidante. O produto desses reagente é a água pura, calor e eletricidade, como mostra a reação a seguir: H2(g) + ½O2(g) → H2O + calor + energia A célula a combustível adotada como referência neste trabalho para realizar a reconversão do hidrogênio em energia elétrica é da empresa americana PlugPower, o qual fornece 3kW como máxima potência de saída, opera a uma pressão de 2 bar e apresenta um consumo de hidrogênio de 0,75 m 3 /kWh. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo serão apresentados os resultados que os proponentes do trabalho obtiveram através da metodologia proposta e uma análise comparativa entre os dois sistemas de armazenamento da energia elétrica provinda de células fotovoltaicas. 3.1 Painéis fotovoltaicos Foi identificado que o sistema fotovoltaico com armazenamento em hidrogênio necessita mais que o dobro de painéis fotovoltaicos em relação ao sistema com baterias. Essa diferença está relacionada com a energia mínima necessária para operar o eletrolisador (1kWh). 3.2 Armazenamento e Reconversão do H2 O sistema com armazenamento da energia fotovoltaica em hidrogênio pressurizado requer mais equipamentos para realizar a sua função, tais como: o eletrolisador para transformar a energia elétrica oriunda dos painéis fotovoltaicos em hidrogênio, um 13 reservatório para armazenar o hidrogênio e um equipamento para a reconversão do hidrogênio em energia elétrica, ou seja, a célula a combustível. Porém, levando-se em conta o quesito manutenção e vida útil, o Eletrolisador/Reservatório/CaC apresentam respectivamente 20, 20 e 6 anos de vida útil, enquanto as baterias, considerando em um regime de carga/descarga diariamente, não ultrapassam os 4 anos. No quesito de sustentabilidade, as baterias de chumbo-ácido necessitam um cuidado especial no momento de realizar seu descarte, visto que possuem metal pesado e podem provocar graves danos ambientais. Já no sistema de hidrogênio, os equipamentos possuem vida útil longa, não necessitando de manutenção em curto prazo e além disso os equipamentos podem ser reciclados. CONCLUSÃO Os dois sistemas estudados apresentaram o painel fotovoltaico como o equipamento que mais contribuiu para os gastos, deixando claro que ainda é uma tecnologia pouco investida, ocasionando assim o seu preço alto. De acordo com NEVES, o custo da energia elétrica do sistema fotovoltaico à bateria é de R$ 4,19/kWh, mostrando mais competitivo em relação ao apresentado pelo sistema fotovoltaico à hidrogênio, R$ 5,88/kWh. Porém, destaca- se os aspectos ambientais de cada sistema, o que se pode afirmar que o sistema com armazenamento em hidrogênio é potencialmentemenos agressivo quanto a utilização de baterias. Logo, pode-se concluir que o sistema fotovoltaico com armazenamento em bateria ainda mostra-se mais eficiente, devido ao lento processo de investimento a tecnologias mais sustentáveis. A expectativa, no entanto, é que com o aumento na escala de produção das CaC e dos eletrolisadores, ocorra uma queda no valor resultando do preço do kWh do sistema a hidrogênio. É interessante ressaltar que as Células a Combustível do tipo PEM (Proton Exchange Membrane) atingiram o estágio de comercialização há pouco tempo, e que por esse motivo o preço desse equipamento deve diminuir consideravelmente ao longo dos anos. 14 CRONOGRAMA O presente trabalho foi elaborado com a participação de todos os proponentes, mas com divisão de tarefas em duplas, visto que dois componentes moram em Pelotas e os outros dois moram em Rio Grande. A participação de cada componente pode ser analisada logo abaixo: Matheus Gutierres e Michel Matos: responsáveis por colher informações a respeito do dimensionamento de uma célula fotovoltaica e suas reações químicas, juntamente com seu histórico e fazer um relatório com todas as informações adquiridas. Jean Guimarães e Pedro Henrique: responsáveis por caracterizar o sistema fotovoltaico com armazenamento da energia solar por meio de baterias e hidrogênio pressurizado, relacionando ao mesmo tempo com as reações químicas presentes nesse processo. A edição do trabalho descrito e do Power Point foi realizado com a participação de todos os proponentes nos fins de semana e durante o recesso da FURG. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. MEGGINSON e PIETRI. Administração: Conceitos e Aplicações. 1998. 2. HIMALAYA, Padre. Conversão fotovoltaica da energia solar. 2005. Disponível em: http://www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005/home/guia4.pdf. Acessado em: 11/07/2012. 3. COMETTA, Emílio. Energia solar: utilização e empregos práticos. 1997. 4. BUTZ, Stephen. Science of Earth Systems. 2002. 5. AMERLIS. Energia solar fotovoltaica: a eletricidade que vem do sol. 2001. 6. TOLMASQUIM, Mauricio Tiommo. Fontes renováveis de energia no Brasil. 2003. 15 7. FERNANDEZ, Fabiano Rocha. Avaliação e Projeto de uma Fonte de Energia para Sistema de Detecção de Faltas em Redes de Distribuição Rurais. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais. 2005. 8. NEVES, P.R.B. Sistema de geração distribuída com micro turbinas de células a combustível. Congresso brasileiro de energia, Vol. 4. 2002. 9. MOURA Acumuladores. Catálogo de especificações técnicas. Disponível em: http://www.moura.com.br/. Acessado em: 15/11/2012.
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