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Aula 3 – Hidrostática. Pressões e Empuxos Eng. Civil Marcelo Botini Tavares 3.1 CONCEITOS DE PRESSÃO E EMPUXO 3.2 PRESSÃO DEVIDA A UMA COLUNA LÍQUIDA 3.3 INFLUÊNCIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA 3.4 MEDIDA DA PRESSÕES 3.5 EMPUXO EXERCIDO POR UM LÍQUIDO SOBRE UMA SUPERFÍCIE PLANA IMERSA 3.5.1 Grandeza e direção do empuxo 3.5.2 Determinação do centro de pressão 3.1 CONCEITOS DE PRESSÃO E EMPUXO Quando se considera a pressão, implicitamente relaciona- se uma força à unidade de área sobre a qual ela atua. Considere, no interior de certa massa líquida, uma porção de volume V, limitada pela superfície A. Se dA representar um elemento de área nessa superfície e dF a força que nela atua (perpendicularmente), a pressão será: 𝑝 = 𝑑𝐹 𝑑𝐴 Considerando toda a área, o efeito da pressão produzirá uma força resultante que se chama empuxo. O empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido sobre um corpo. Princípio de Arquimedes: “Num corpo total ou parcialmente imerso num fluido, age uma força vertical de baixo para cima, chamada empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do volume de fluido deslocado”. 3.2 PRESSÃO DEVIDA À UMA COLUNA LÍQUIDA Imaginando-se, no interior de um líquido em repouso, um prisma ideal e considerando-se todas as forças que atuam nesse prisma segundo a vertical, deve-se ter 𝐹𝑦 = 0 Portanto, 𝑝1𝐴 + 𝛾ℎ𝐴 − 𝑝2𝐴 = 0 𝑝2 − 𝑝1 = 𝛾ℎ Em que γ é o peso específico do líquido. Lei de Stevin: “A diferença de pressões entre dois pontos da massa de um líquido em equilíbrio é igual à diferença de profundidade multiplicada pelo peso específico do líquido”. 3.3 INFLUÊNCIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA A pressão na superfície de um líquido é exercida pelos gases que se encontram acima, geralmente à pressão atmosférica. Levando-se em conta a pressão atmosférica, têm-se (figura abaixo) 𝑝1 = 𝑝𝑎 + 𝛾ℎ 𝑝2 = 𝑝1 + 𝛾ℎ ′ = 𝑝𝑎 + 𝛾 ℎ + ℎ′ A pressão atmosférica varia com a altitude, correspondendo, ao nível do mar, a uma coluna de água de 10,33 m. Em muitos problemas relativos às pressões nos líquidos, o que geralmente interessa é a diferença de pressões. A pressão atmosférica, agindo igualmente em todos os pontos, muitas vezes não precisa ser considerada. 3.4 MEDIDA DAS PRESSÕES O dispositivo mais simples para medir pressões é o piezômetro. Consiste na inserção de um tubo transparente na canalização ou recipiente onde se quer medir a pressão. O líquido subirá no tubo piezométrico a uma altura h, correspondente à pressão interna. Outro dispositivo é o tubo em U, aplicado para medir pressões muito pequenas ou demasiadamente grandes para os piezômetros. Exercício 3.1 – Determinar, empiricamente, as pressões nos pontos A, B, C e D do manômetro que segue sendo a pressão em A (pA), a pressão atmosférica. Na prática, empregam-se manômetros metálicos para a verificação e controle de pressão. As pressões indicadas, geralmente são as locais e se denominam manométricas. Não se deve esquecer essa condição, isto é, que os manômetros indicam valores relativos, referidos à pressão atmosférica do lugar onde são utilizados. 3.5 EMPUXO EXERCIDO POR UM LÍQUIDO SOBRE UMA SUPERFÍCIE PLANA IMERSA Nos projetos de comportas, registros, barragens, tanques, canalizações, etc., o engenheiro encontra problemas relativos ao projeto de estruturas que devem resistir às pressões exercidas por líquidos. 3.5.1 Grandeza e direção do empuxo A figura mostra uma área de forma irregular, situada em um plano que faz um ângulo θ com a superfície livre do líquido. Para a determinação do empuxo que atua em um dos lados da figura, essa área será subdividida em elementos dA, localizados a profundidade genérica h e a uma distância y da interseção 0. A força agindo em dA será 𝑑𝐹 = 𝑝𝑑𝐴 = 𝛾ℎ𝑑𝐴 = 𝛾𝑦𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑑𝐴 Cada uma das forças dF será normal à respectiva área. A resultante ou o empuxo (total) sobre toda a área, também normal, será dado por 𝐹 = 𝑑𝐹 = 𝐴 𝛾𝑦𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑑𝐴 = 𝛾𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝐴 𝑦𝑑𝐴 expressão onde é a distância do centro de gravidade da área até 0, e A a área total. é o momento da área em relação a interseção 0; portanto , como Conclusão: o empuxo exercido sobre uma superfície plana imersa é uma grandeza tensorial perpendicular à superfície e é igual ao produto da área pela pressão relativa ao centro de gravidade da área. Exercício 3.2 – Qual o empuxo exercido pela água em uma comporta vertical, de 3 x 4m, cujo topo se encontra a 5m de profundidade? Considerar o peso específico da água igual a 9,8. 103 N/m3. É valido lembrar que a resultante das pressões não está aplicada no centro de gravidade CG da figura, porém um pouco abaixo, num ponto que se denomina centro de pressão CP. Exercício 3.3 – Uma boia sinalizadora de madeira (γ = 600 kgf/m³) tem formato prismático (0,50m x 0,65 m x 0,40 m) de acordo com a figura. Ao ser colocada na água (γ = 1000 kgf/m³), parte dela fica submersa. Determine a altura da bóia (h) que permanece na água. 3.5.2 Determinação do centro de pressão O centro de pressão é determinado pela equação em que o momento de inércia é relativo ao eixo que passa pelo centro de gravidade. Exercício 3.4 – Determinar a posição do centro de pressão para o caso da comporta indicada no Exercício 3.2. Exercício 3.5 – Numa barragem de concreto está instalada uma comporta circular de ferro fundido com 0,20m de raio, à profundidade indicada na figura. Determinar o empuxo da comporta e o centro de pressão (γ água = 1000 kgf/m³). Exercício 3.6 – Uma caixa de água de 800 litros mede 1,00 x 1,00 x 0,80. Determinar o empuxo que atua em uma de suas paredes laterais e o ponto de aplicação da resultante das pressões (γ água = 1000 kgf/m³).
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