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Atividades Especiais Módulo 8

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ATIVIDADESESPECIAIS
8.1 COOPERATIVAS
MÓDULO
8
SUMÁRIO
ASSUNTO PÁGINA
8.1. COOPERATIVAS.......................................................................................................................... 4
8.1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
8.1.2. CONCEITO........................................................................................................................ 4
8.1.2.1 PRINCÍPIOSEVALORES .............................................................................. 4
8.1.2.2. MODALIDADES .............................................................................................. 4
8.1.2.3. NÚMEROMÍNIMODESÓCIOS ..................................................................... 4
8.1.2.4. OBJETOSOCIAL ........................................................................................... 4
8.1.2.5. DENOMINAÇÃO ............................................................................................. 4
8.1.2.6. ASSEMBLEIA-GERAL ................................................................................... 4
8.1.2.6.1. ASSUNTOSDELIBERADOSNAAGOEAGE ........................... 5
8.1.2.6.2. ASSEMBLEIA-GERALESPECIAL ............................................. 5
8.1.2.6.3. QUORUM DEINSTALAÇÃODAASSEMBLEIA-GERAL .......... 5
8.1.2.6.4. CONVOCAÇÃODOSSÓCIOS ................................................... 5
8.1.2.7. CONSELHODEADMINISTRAÇÃO ............................................................... 5
8.1.2.8. INAPLICABILIDADEDALEI12.690/2012 ..................................................... 6
8.1.2.9. DISTRIBUIÇÃODEVERBAS ......................................................................... 6
8.1.2.10. FRAUDEÀLEGISLAÇÃO............................................................................... 6
8.2.1.11. RELAÇÃOANUALDEINFORMAÇÕESDASCOOPERATIVAS .................. 6
8.1.3. ACOOPERATIVAESEUSEMPREGADOS ................................................................... 6
8.1.3.1. OBRIGAÇÕESTRABALHISTAS .................................................................... 6
8.1.3.1.1. RegistrodeEmpregados ............................................................ 6
8.1.3.1.2. CadastroGeraldeEmpregadoseDesempregados................. 6
8.1.3.1.3. CarteiradeTrabalhoePrevidênciaSocial................................ 7
8.1.3.1.4. LivrodeInspeçãodoTrabalho .................................................. 7
8.1.3.1.5. ContribuiçãoSindical.................................................................. 7
8.1.3.1.5.1. ContribuiçãoSindicaldosEmpregados............... 8
8.1.3.1.6. CadastramentonoPIS ................................................................ 8
8.1.3.1.7. RelaçãoAnualdeInformaçõesSociais(Rais).......................... 8
8.1.3.1.8. Seguro-Desemprego ................................................................... 8
8.1.3.1.9. SegurançaeMedicinadoTrabalho ........................................... 8
8.1.3.1.10. ConvençãoColetiva .................................................................... 9
8.1.3.1.11. Vale-Transporte ........................................................................... 9
8.1.3.2. OBRIGAÇÕESPREVIDENCIÁRIAS ............................................................... 9
8.1.3.2.1. MatrículanoINSS ........................................................................ 9
8.1.3.2.2. RecolhimentodasContribuições .............................................. 9
8.1.3.2.2.1. ContribuiçãodosEmpregados ............................. 10
8.1.3.2.2.2. ContribuintesIndividuais....................................... 10
8.1.3.2.2.3. RelaçãoCooperativaeCooperados ..................... 10
2 FASCÍCULO 8.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
8.1.3.2.3. FolhadePagamento ................................................................... 11
8.1.3.2.4. PrazoparaRecolhimento ........................................................... 11
8.1.3.2.5. TratamentoPrevidenciárioemRelaçãoaoContratante.......... 11
8.1.3.3. FUNDODEGARANTIADOTEMPODESERVIÇO........................................ 14
8.1.3.3.1. RescisãodeContratodeTrabalho ............................................ 16
8.1.3.4. IR/FONTE ......................................................................................................... 17
8.1.14. ACOOPERATIVAESEUSASSOCIADOS ..................................................................... 17
8.1.4.1. VÍNCULOEMPREGATÍCIO............................................................................. 17
8.1.4.2. OBRIGAÇÕESCOMOSCOOPERADOS....................................................... 18
8.1.4.3. ENCARGOSPARAOTOMADORDOSSERVIÇOS ...................................... 18
8.1.4.4. REMUNERAÇÃODOSASSOCIADOS ........................................................... 18
8.1.4.5. CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA .............................................................. 18
8.1.4.6. IR/FONTEDOSASSOCIADOS ....................................................................... 18
8.1.5. PIS-FOLHADEPAGAMENTO......................................................................................... 19
8.1.5.1. CONTRIBUIÇÕESDEVIDASPELOSNÃOASSOCIADOS ........................... 19
8.1.5.2. PRAZOPARARECOLHIMENTO.................................................................... 19
FASCÍCULO 8.1 3
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
8.1. COOPERATIVAS
8.1.1. INTRODUÇÃO
As Cooperativas de produção de prestação de serviços são um modelo de associação profissional que está
ganhando força, pois, através delas, profissionais unidos garantem trabalho e renda mensal com a prestação de
serviços especializados. Para as empresas, a contratação dos serviços de uma Cooperativa representa economia
em encargos diretos e indiretos, já que, nessa relação, elas não pagam contribuições sociais como FGTS,
13º salário, férias, aviso-prévio, dentre outros direitos trabalhistas.
8.1.2. CONCEITO
A cooperativa de trabalho é uma sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades
laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação,
renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho.
Considera-se autogestão o processo democrático no qual a Assembleia-Geral define as diretrizes para o
funcionamento e as operações da cooperativa, e os sócios decidem sobre a forma de execução dos trabalhos.
8.1.2.1 PRINCÍPIOS E VALORES
Os princípios e valores que devem reger a cooperativa de trabalho são os seguintes:
a) adesão voluntária e livre;
b) gestão democrática;
c) participação econômica dos membros;
d) autonomia e independência;
e) educação, formação e informação;
f) intercooperação;
g) interesse pela comunidade;
h) preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa;
i) não precarização do trabalho;
j) respeito às decisões de asssembleia;
k) participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e no estatuto
social.
A cooperativa de trabalho não pode ser utilizada para intermediação de mão de obra subordinada.
8.1.2.2. MODALIDADES
A cooperativa de trabalho pode ser:
a) de produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a produção em
comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de produção; e
b) de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados a terceiros,
sem a presença dos pressupostos da relação de emprego.
8.1.2.3. NÚMERO MÍNIMO DE SÓCIOS
Para constituir uma cooperativa de trabalho são necessários no mínimo 7 sócios.
A admissão de sócios na cooperativa estará limitada conforme as possibilidades de reunião, abrangên-
cia das operações, controle e prestação de serviços e adequada com o objeto estatuído.
O sócio poderá exercer qualquer atividadeda cooperativa, conforme deliberado em assembleia-geral,
para o cumprimento dos seus objetivos sociais.
8.1.2.4. OBJETO SOCIAL
A cooperativa de trabalho poderá adotar por objeto social qualquer gênero de serviço, operação ou ati-
vidade, desde que previsto no seu estatuto social.
8.1.2.5. DENOMINAÇÃO
A denominação social da cooperativa deverá conter, obrigatoriamente, a expressão “Cooperativa de
Trabalho”.
8.1.2.6. ASSEMBLEIA-GERAL
As regras de funcionamento da cooperativa e a forma de execução dos trabalhos serão estabelecidas
em Assembleia-Geral.
4 FASCÍCULO 8.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
A AGO – Assembleia-Geral Ordinária será realizada anualmente nos 3 primeiros meses após o término
do exercício social, enquanto que a realização da AGE – Assembleia-Geral Extraordinária se dará sem-
pre que necessário.
As cooperativas de trabalho deverão estabelecer, em estatuto social ou regimento interno, medidas de
incentivo à participação efetiva dos sócios na Assembleia-Geral e eventuais sanções em caso de
ausências injustificadas.
8.1.2.6.1. ASSUNTOS DELIBERADOS NA AGO E AGE
De acordo com a Lei 5.764/71, a AGO e a AGE deverão deliberar sobre os seguintes
assuntos:
a) AGO:
– prestação de contas dos órgãos de administração acompanhada de parecer do conse-
lho fiscal;
– destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência das
contribuições para cobertura das despesas da sociedade, deduzindo-se, no primeiro
caso as parcelas para os fundos obrigatórios;
– eleição dos componentes dos órgãos de administração, do conselho fiscal e de outros,
quando for o caso;
– quando previsto, a fixação do valor dos honorários, gratificações e cédula de presença
dos membros do conselho de administração ou da diretoria e do conselho fiscal;
– quaisquer assuntos de interesse social, excluídos aqueles de responsabilidade da
Assembleia-Geral extraordinária;
b) AGE:
– reforma do estatuto;
– fusão, incorporação ou desmembramento;
– mudança do objeto da sociedade;
– dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidantes;
– contas do liquidante.
8.1.2.6.2. ASSEMBLEIA-GERAL ESPECIAL
Além da realização da AGO e da AGE para deliberar sobre os assuntos previstos no subi-
tem 8.1.2.6.1, e no estatuto social, a cooperativa de trabalho deverá realizar anualmente,
no segundo semestre do ano, uma Assembleia-Geral Especial para deliberar, entre
outros assuntos especificados no edital de convocação, sobre gestão da cooperativa,
disciplina, direitos e deveres dos sócios, planejamento e resultado econômico dos proje-
tos e contratos firmados e organização do trabalho.
8.1.2.6.3. QUORUM DE INSTALAÇÃO DA ASSEMBLEIA-GERAL
O quorum mínimo de instalação das Assembleias-Gerais será de:
a) 2/3 do número de sócios, em primeira convocação;
b) metade mais 1 dos sócios, em segunda convocação;
c) 50 sócios ou, no mínimo, 20% do total de sócios, prevalecendo o menor número, em
terceira convocação, exigida a presença de, no mínimo, 4 sócios para as cooperativas
que possuam até 19 sócios matriculados.
Serão consideradas válidas as decisões das assembleias aprovadas pela maioria abso-
luta dos sócios presentes. Comprovada fraude ou vício nas decisões, serão elas nulas de
pleno direito, aplicando-se, conforme o caso, a legislação civil e penal.
8.1.2.6.4. CONVOCAÇÃO DOS SÓCIOS
A notificação dos sócios para participação das assembleias será pessoal mas, não sendo
possível esta forma de notificação, será por via postal.
Na impossibilidade de realização das notificações pessoal e postal, os sócios serão notifi-
cados mediante edital afixado na sede e em outros locais previstos nos estatutos e publi-
cado em jornal de grande circulação na região da sede da cooperativa ou na região onde
ela exerça suas atividades.
Em todas as hipóteses, a notificação deverá ser feita com antecedência mínima de 10
dias da data de realização da assembleia-geral.
8.1.2.7. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 sócios, eleitos pela Assembleia-Geral,
para um prazo de gestão não superior a 4 anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 do
colegiado ao final de cada mandato.
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
5 FASCÍCULO 8.1
O estatuto social da cooperativa de trabalho constituída por até 19 sócios poderá estabelecer, de forma
distinta das previstas anteriormente e no artigo 56 da Lei 5.764/71, regras para composição do conse-
lho de administração e do conselho fiscal, devendo ser assegurado um número mínimo de 3 conselhei-
ros fiscais.
8.1.2.8. INAPLICABILIDADE DA LEI 12.690/2012
As regras previstas na Lei 12.690/2012 não se aplicam às cooperativas:
a) de assistência à saúde na forma da legislação de saúde suplementar;
b) que atuam no setor de transporte regulamentado pelo poder público e que detenham, por si ou por
seus sócios, a qualquer título, os meios de trabalho;
c) de profissionais liberais cujos sócios exerçam as atividades em seus próprios estabelecimentos; e
d) de médicos cujos honorários sejam pagos por procedimento.
8.1.2.9. DISTRIBUIÇÃO DE VERBAS
A cooperativa de trabalho não poderá distribuir verbas de qualquer natureza entre os sócios, exceto a
retirada devida em razão do exercício de sua atividade como sócio ou retribuição por conta de reem-
bolso de despesas comprovadamente realizadas em proveito da cooperativa.
8.1.2.10. FRAUDE À LEGISLAÇÃO
A constituição ou utilização de cooperativa de trabalho para fraudar deliberadamente a legislação tra-
balhista e previdenciária acarretará aos responsáveis as sanções penais, cíveis e administrativas cabí-
veis, sem prejuízo da ação judicial visando à dissolução da cooperativa.
8.2.1.11. RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES DAS COOPERATIVAS
A Lei 12.690/2012 também criou a RAICT – Relação Anual de Informações das Cooperativas de Traba-
lho, com informações relativas ao ano-base anterior, que será regulamentada pelo Poder Executivo no
que concerne ao modelo de formulário e os critérios para entrega das informações.
8.1.3. A COOPERATIVA E SEUS EMPREGADOS
Nos subitens a seguir, analisamos a relação existente entre as Cooperativas de trabalho ou produção e seus
empregados. Apesar de o objetivo social das Cooperativas ser o de prestar serviços através de seus cooperados,
ela não poderá desenvolver a sua atividade-fim sem o auxílio de empregados, pois são estes que poderão apoiar
os cooperados, garantindo a operacionalização da prestação dos serviços.
8.1.3.1. OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS
A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho equipara ao empregador, para fins exclusivos da relação
de emprego, as instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
Assim sendo, as Cooperativas estão obrigadas a cumprir todas as normas pertinentes à relação de
emprego previstas na CLT, devendo, portanto, seguir a rotina de admissão e demissão que é cumprida
pelas empresas, fazendo os seus empregados jus a todos os direitos assegurados na legislação traba-
lhista, tais como: férias, 13º Salário, repouso semanal remunerado, horas extras, adicional noturno,
licença-maternidade, licença-paternidade, e jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas sema-
nais, salvo as categorias com jornada especial, dentre outras, e os contratados em regime de tempo
parcial.
8.1.3.1.1. Registro de Empregados
As Cooperativas estão obrigadas a registrar seus empregados, inclusive aposentados
que retornem à atividade e menores, em livros, fichas próprias ou através de sistema
informatizado.
8.1.3.1.2. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
Ao admitir ou demitir empregados, a Cooperativa fica obrigada a fazer a respectiva comu-
nicação ao MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.
Essa comunicação deve ser realizada através do Caged – Cadastro Geral de Emprega-
dos e Desempregados, por meio eletrônico (Internet e Disquete), com a utilização do ACI
– Aplicativo do CagedInformatizado ou outro aplicativo fornecido pelo MTE.
As instruções para emissão do Caged foram objeto do Fascículo 1.5.
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
FASCÍCULO 8.1 6
8.1.3.1.3. Carteira de Trabalho e Previdência Social
A CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de
qualquer emprego, inclusive de natureza rural e doméstica, ainda que em caráter tempo-
rário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada.
Ao admitir o empregado, a cooperativa deve exigir a entrega de sua Carteira de Trabalho.
Ao receber a CTPS, a cooperativa deve fornecer recibo ao empregado e terá o prazo
improrrogável de 48 horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a
remuneração e condições especiais do contrato de trabalho, se houver.
A Cooperativa está obrigada a efetuar na CTPS do empregado as seguintes anotações:
– data de admissão;
– função ou cargo;
– remuneração, especificando o valor do salário, qualquer que seja a forma de seu
pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidade, bem como a estimativa da gorjeta, se
for o caso;
– período de férias concedidas e respectiva duração;
– CBO – Código Brasileiro de Ocupações – Código correspondente à função exercida; e
– alterações salariais e as causas que as motivaram.
8.1.3.1.4. Livro de Inspeção do Trabalho
A Cooperativa deve ter Livro de Inspeção do Trabalho no qual o Agente da Inspeção do
Trabalho registrará sua visita, declarando a data e a hora do início e término da visita,
bem como o resultado da inspeção.
No Livro de Inspeção, quando for o caso, serão consignadas todas as irregularidades
verificadas e as exigências feitas, com os respectivos prazos para o seu atendimento e,
ainda, os elementos de identificação funcional do Agente de Inspeção, de modo legível.
8.1.3.1.5. Contribuição Sindical
Regra geral, as empresas estão obrigadas a recolher anualmente a contribuição sindical
patronal ao sindicato representativo da respectiva categoria econômica. A contribuição
sindical dos empregadores consiste numa importância proporcional ao capital social da
firma ou empresa, registrado nas respectivas Juntas Comerciais ou órgãos equivalentes.
A CLT, em seu § 6º do artigo 580, determina que as entidades ou instituições que compro-
varem, através de requerimento dirigido ao Ministério do Trabalho, que não exercem ati-
vidade econômica com fins lucrativos, estão isentas do recolhimento da contribuição sin-
dical patronal.
Para fins da isenção, a entidade ou instituição deverá declarar que não exerce atividade
econômica com fins lucrativos na Rais – Relação Anual de Informações Sociais, desde o
ano-base de 2003.
Além da Rais, a entidade ou instituição deverá manter documentos comprobatórios da
condição declarada em seu estabelecimento, para apresentação à fiscalização do MTE,
quando solicitados.
Considera-se entidade ou instituição que não exerça atividade econômica com fins lucra-
tivos, aquela que não apresente superavit em suas contas ou, caso o apresente em deter-
minado exercício, destine o referido resultado integralmente ao incremento de seu ativo
imobilizado.
Para enquadramento como entidade sem fins lucrativos, a entidade ou instituição deve
atender aos seguintes requisitos:
I – não remunerar, de qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;
II – aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus
objetivos sociais;
III – manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das
formalidades que assegurem a respectiva exatidão;
IV – conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os
documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas,
bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar
sua situação patronal.
A comprovação da condição de entidade ou instituição sem fins lucrativos deve ser feita
por meio dos seguintes documentos:
a) estatuto da entidade ou instituição com a respectiva certidão de registro em cartório;
b) ata de eleição ou de nomeação da diretoria em exercício, registrada em cartório;
FASCÍCULO 8.1 7
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
c) comprovante de entrega da DIPJ – Declaração de Informações Econômico-Fiscais da
Pessoa Jurídica, como entidade imune ou isenta, fornecido pelo setor competente do
Ministério da Fazenda.
Assim sendo, não havendo por parte da cooperativa como se enquadrar como entidade
sem fins lucrativos de acordo com os requisitos mencionados anteriormente, esta deve
verificar a existência de Sindicato representativo de sua atividade, para então tomar
conhecimento de como será recolhida a referida contribuição.
Aos empregadores que não compõem categoria econômica, tais como os sindicatos e
partidos políticos, não pode ser atribuído o dever de recolher a contribuição sindical, uma
vez que não há entidade que represente seus interesses.
8.1.3.1.5.1. Contribuição Sindical dos Empregados
Os empregadores estão obrigados a descontar dos salários pagos aos seus
empregados, no mês de março de cada ano, a contribuição sindical devida
ao sindicato da respectiva categoria profissional, sejam eles associados ou
não da entidade.
Os critérios para desconto e recolhimento da contribuição sindical foram
analisados no Fascículo 12.2 do Módulo 12 – OBRIGAÇÕES SINDICAIS.
8.1.3.1.6. Cadastramento no PIS
Ao contratar empregado ainda não cadastrado no PIS – Programa de Integração Social,
a cooperativa deve providenciar o seu imediato cadastramento, que será realizado nas
agências da Caixa Econômica Federal.
Para realizar o cadastramento do empregado no PIS, a Cooperativa deve apresentar o
DCN – Documento de Cadastramento no NIS., assinado pelo representante da Coopera-
tiva e o Cartão de inscrição do CNPJ.
O DCN pode ser baixado no site da Caixa (www.caixa.gov.br), sendo aceito também o
documento emitido em microcomputador, desde que formatado no modelo padrão do for-
mulário, que deve ser assinado pela empresa que está solicitando o cadastramento.
Após o processamento, a Caixa devolve à Cooperativa o número da inscrição localizada
ou atribuída, por meio de arquivo retorno.
Quando o trabalhador for tirar a 1ª via da CTPS, a SRTE – Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego procederá o cadastramento da inscrição NIT – Número de Identifica-
ção do trabalhador, que deverá ser habilitado como PIS a partir da ratificação, realizada
pelo primeiro empregador, por meio do preenchimento do DCN.
8.1.3.1.7. Relação Anual de Informações Sociais (Rais)
Anualmente, a cooperativa deve preencher a Rais – Relação Anual de Informações
Sociais, com as informações solicitadas, referentes a cada um dos empregados que
manteve durante qualquer período do ano-base.
A Rais deverá ser entregue, por meio da internet, anualmente, no prazo fixado, pelo MTE.
8.1.3.1.8. Seguro-Desemprego
A cooperativa que dispensar empregado, sem justa causa, deve fornecer a este o RSD –
Requerimento do Seguro-Desemprego, com a CD – Comunicação de Dispensa, nos
quais devem constar todas as informações necessárias da Carteira de Trabalho e
Previdência Social e dos demais documentos comprobatórios à habilitação do Se-
guro-Desemprego.
Os comprovantes de entrega da CD e do RSD deverão ser conservados pelas cooperati-
vas, juntamente com a ficha de registro do empregado dispensado, pelo prazo de 5 anos,
contados da dispensa.
No Fascículo 9.4 do Módulo 9, analisamos as normas referentes ao seguro-desemprego.
8.1.3.1.9. Segurança e Medicina do Trabalho
As Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho devem ser,
obrigatoriamente, observadas pelas cooperativas.
O contratante da Cooperativa de Trabalho de serviço responde solidariamente pelo cum-
primento das normas de saúde e segurança do trabalho quando os serviços forem pres-
tados no seu estabelecimento ou em local por eledeterminado.
Dentre as Normas Regulamentadoras, destacamos aquela que estabelece a obrigatorie-
dade da elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
FASCÍCULO 8.1 8
Ocupacional (PCMSO), cujo objetivo é a promoção e preservação da saúde dos trabalha-
dores.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos seguintes exames
médicos:
a) admissional;
b) periódico;
c) de retorno ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.
A cooperativa deve estar equipada com material necessário à prestação de primeiros
socorros, compatível com as características da atividade desenvolvida. O material deve
ser guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
As normas sobre o exame médico e o PCMSO foram analisadas no Fascículo 1.2. do
Módulo 1 sobre “ADMISSÃO”.
No Módulo 11, analisamos as principais normas de Segurança e Medicina do Trabalho.
8.1.3.1.10. Convenção Coletiva
Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais
sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condi-
ções de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações indi-
viduais de trabalho.
É comum serem assegurados aos empregados benefícios que não constam da legis-
lação.
Os sindicatos são organizados por bases territoriais, existindo inúmeras bases em todo o
País, podendo variar os benefícios e obrigações de localidade para localidade.
Assim sendo, a cooperativa deve ficar atenta ao acordo ou convenção coletiva que vigore
em seu município.
8.1.3.1.11. Vale-Transporte
Vale-Transporte é o benefício pelo qual o empregador antecipa e custeia parte das des-
pesas de seus empregados realizadas com o deslocamento residência-trabalho e
vice-versa.
É beneficiário do sistema de Vale-Transporte, independentemente da remuneração per-
cebida, o empregado, assim considerada toda pessoa física que presta serviços de natu-
reza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Portanto,
os empregados das cooperativas também fazem jus ao benefício Vale-Transporte.
A concessão de Vale-Transporte autoriza o empregador a descontar mensalmente do
empregado beneficiado a parcela correspondente a 6% do seu salário-base. Não se
incorporam ao salário-base, para esse fim, quaisquer vantagens ou adicionais, como de
insalubridade, periculosidade e por tempo de serviço, dentre outros.
No Fascículo 9.3 do Módulo 9, analisamos as normas para concessão do Vale-Trans-
porte.
8.1.3.2. OBRIGAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
A legislação previdenciária não dispensa tratamento especial para as cooperativas, estando estas
sujeitas às mesmas obrigações que as empresas.
8.1.3.2.1. Matrícula no INSS
A matrícula da cooperativa no INSS é simultanea com a sua inscrição no CNPJ.
8.1.3.2.2. Recolhimento das Contribuições
As cooperativas contribuem para o INSS com 20% sobre o total das remunerações pagas
ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados, mais o
seguro de acidentes do trabalho e a contribuição para terceiros (Salário-Educação, Incra,
Sebrae e Sescoop), de acordo com o código FPAS.
As cooperativas de crédito, além da contribuição de 20%, contribuirão com um adicional
de 2,5%.
O código de FPAS será definido de acordo com o objetivo social da Cooperativa, ou seja,
se ela se dedica a área rural, urbana, transporte, etc. Assim, o código varia entre: 507,
515, 566, 574, 604, 612, 736, 787 e 795.
A taxa de seguro de acidentes do trabalho também varia de 1, 2 ou 3%, de acordo com a
atividade exercida pela Cooperativa.
FASCÍCULO 8.1 9
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
Em se tratando de Cooperativa de produção, não haverá incidência de contribuição previ-
denciária patronal sobre a folha de pagamento dos empregados contratados, exclusiva-
mente, para a colheita de produção de seus cooperados. Isto porque, essa contribuição
será substituída pela contribuição devida pelos cooperados, sobre a receita bruta da
comercialização da produção rural.
A cooperativa de produção que contratar segurado empregado, exclusivamente para a
colheita de produção de seus cooperados, é diretamente responsável pelo recolhimento
da contribuição social previdenciária devida pelo segurado empregado, bem como pelo
recolhimento das contribuições destinadas a outras entidades ou fundos, incidentes
sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decor-
rer do mês, àquele segurado.
A cooperativa de produção deverá elaborar folha de pagamento distinta para os segura-
dos contratados para colheita de produção de seus cooperados e apurar os encargos
decorrentes desta contratação separadamente, por produtor rural a ela filiado, lançando
os respectivos valores em títulos próprios de sua contabilidade.
A cooperativa de produção está sujeita a contribuição adicional de 12, 9 ou 6%, perfa-
zendo um total de 32, 29 ou 26% (contribuição patronal + contribuição adicional), inci-
dente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, quando o
exercício de atividade na cooperativa o sujeite a condições especiais que prejudiquem a
sua saúde ou a integridade física, de forma a possibilitar a concessão de aposentadoria
especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente.
8.1.3.2.2.1. Contribuição dos Empregados
As Cooperativas estão obrigadas a descontar as contribuições devidas
pelos empregados, cuja alíquota será determinada de acordo com a remu-
neração mensal percebida, observado o limite máximo do salário de contri-
buição.
8.1.3.2.2.2. Contribuintes Individuais
A Cooperativa está obrigada a contribuir sobre o valor pago aos contribuin-
tes individuais pelos serviços prestados a mesma.
São considerados contribuintes individuais, dentre outros, todos aqueles
que prestam serviços de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a
uma ou mais empresas, sem relação de emprego (autônomos).
A contribuição a cargo da Cooperativa sobre o total das remunerações
ou retribuições pagas ou creditadas no decorrer do mês ao segurado
contribuinte individual é de 20%.
Assim, se ela contrata um contribuinte individual para lhe prestar um serviço
de eletricista, no valor de R$ 2.400,00, a mesma irá contribuir para o INSS
com R$ 480,00 (R$ 2.400,00 x 20%).
A contribuição será devida sempre em relação aos contribuintes individuais
que lhe prestem serviço e não em relação aos associados que prestam ser-
viços em seu nome. Quanto aos associados ou cooperativados, não será
devida a contribuição patronal para o INSS em relação ao valor que a
Cooperativa repassar aos mesmos em relação aos serviços prestados em
seu nome.
8.1.3.2.2.3. Relação Cooperativa e Cooperados
A cooperativa de trabalho está obrigada, desde 1-4-2003, a reter e a reco-
lher 11% da quota, relativa à prestação de serviço, distribuída ao seu coope-
rado contribuinte individual, observado o limite máximo do salário de contri-
buição.
Quando se tratar de serviço prestado pelos cooperados a pessoas físicas
ou a entidades beneficentes de assistência social isentas de contribuição
patronal a retenção corresponderá a 20% do valor da remuneração credi-
tada ou repassada ao cooperado.
Também é devida a retenção e o recolhimento de 11% incidente sobre a
retribuição do cooperado quando prestar serviços à cooperativa de pro-
dução.
Cabe ressaltar que a cooperativa de trabalho, na atividade de transporte,
em relação à remuneração paga ou creditada ao cooperado pelos serviços
prestados com sua intermediação, deve também reter e recolher a contri-
10 FASCÍCULO 8.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
buição do cooperado transportador destinada ao Sest – Serviço Social do
Transporte, a alíquota de 1,5%, e ao Senat – Serviço Nacional de Aprendi-
zagem do Transporte, a alíquota de 1,0%.
Os procedimentospra reter e recolher a contribuição previdenciária do con-
tribuinte individual foram abordados no Fascículo 8.9 do Módulo 8.
8.1.3.2.3. Folha de Pagamento
A cooperativa é obrigada a elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga,
devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por estabeleci-
mento e por tomador de serviços, com a correspondente totalização e resumo geral, nela
constando:
a) discriminados, o nome de cada segurado e respectivo cargo, função ou serviço pres-
tado;
b) agrupados, por categoria, os segurados empregado e contribuinte individual;
c) identificados, os nomes das seguradas em gozo de salário-maternidade;
d) destacadas, as parcelas integrantes e as não integrantes da remuneração e os des-
contos legais;
e) indicado, o número de cotas de salário-família atribuídas a cada segurado empre-
gado.
A cooperativa está obrigada a lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabili-
dade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições sociais a
cargo da cooperativa, as contribuições sociais previdenciárias descontadas dos segura-
dos, as decorrentes de sub-rogação, as retenções e os totais recolhidos.
A cooperativa deverá elaborar folhas de pagamento separando as retribuições efetuadas
a seus associados decorrentes de serviços prestados às pessoas jurídicas e as decor-
rentes de serviços prestados às pessoas físicas.
8.1.3.2.4. Prazo para Recolhimento
O recolhimento das contribuições patronais, dos empregados e as retidas dos contribuin-
tes individuais não cooperados pelas cooperativas deve ser efetuado até o dia 20 do mês
subsequente ao de competência, antecipando para o primeiro dia útil, se o vencimento
cair em dia em que não houver expediente bancário. O código de pagamento no campo 3
da GPS – Guia da Previdência Social deve ser aquele que normalmente é utilizado pela
cooperativa.
Já o recolhimento das contribuições retidas dos cooperados contribuintes individuais
deve ser efetuado até o dia 15 do mês subsequente à respectiva competência, prorrogan-
do-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente bancário
no dia 15. Para o recolhimento destas contribuições, a cooperativa de trabalho deve utili-
zar o código de pagamento 2127, no campo 3 da GPS.
8.1.3.2.5. Tratamento Previdenciário em Relação ao Contratante
A legislação previdenciária estabelece procedimentos específicos para a arrecadação e
fiscalização das contribuições incidentes sobre a remuneração decorrente de serviços
executados mediante contratação de cooperativa de trabalho.
A empresa que contratar os serviços de cooperativa de trabalho terá de contribuir para o
INSS com 15% sobre o valor bruto da Nota Fiscal ou fatura de prestação de serviços, rela-
tivamente a serviços prestados por cooperados.
A contribuição é devida pela empresa contratante e não pela Cooperativa. Portanto, não
há que se falar em retenção sobre a Nota Fiscal ou fatura, mas sim em recolhimento com
recursos próprios da empresa contratante.
⇒ FornecimentodeMaterialouUtilizaçãodeEquipamentos
Na prestação de serviços de cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho,
havendo previsão contratual de fornecimento de material ou a utilização de equipamento
próprio ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, esses valores serão deduzi-
dos da base de cálculo da contribuição, desde que discriminados na nota fiscal, na fatura
ou no recibo de prestação de serviços e comprovado o custo de aquisição dos materiais e
de locação de equipamentos de terceiros, se for o caso.
A cooperativa deverá manter em seu poder, para apresentar à fiscalização, os documen-
tos fiscais de aquisição de material ou o contrato de locação de equipamentos, conforme
o caso, relativos ao material ou equipamentos cujos valores foram discriminados na nota
fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.
FASCÍCULO 8.1 11
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
⇒ DeduçãodaBasedeCálculo
Da base de cálculo da contribuição poderão ser deduzidas as parcelas que estiverem dis-
criminadas na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, que correspon-
dam:
• ao custo da alimentação in natura fornecida pela contratada, de acordo com os progra-
mas de alimentação aprovados pelo MTE;
• ao fornecimento de vale-transporte de conformidade com a legislação própria.
⇒ TransportedeCargasedePassageiros
Na atividade de transporte de cargas e de passageiros, para o cálculo da contribuição
social previdenciária de 15% devida pela empresa tomadora de serviços de cooperados
intermediados por cooperativa de trabalho, desde que os veículos e as respectivas des-
pesas com combustível e manutenção corram por conta da cooperativa, a base de cál-
culo não será inferior a 20% do valor bruto pago pelos serviços.
⇒ ContribuiçãoAdicionaldoContratantedeCooperativadeTrabalho
Desde a competência abril/2003, a empresa tomadora do serviço de cooperados inter-
mediados por cooperativas de trabalho ficam sujeitas à contribuição adicional de 9, 7 ou
5%, incidente sobre o valor da Nota Fiscal ou fatura de prestação de serviço, quando o
exercício da atividade, na tomadora do serviço, prejudiquem a saúde ou a integridade
física do prestador do serviço, e permita a concessão de aposentadoria especial após 15,
20 ou 25 anos de contribuição.
A cooperativa de trabalho deverá emitir Nota Fiscal ou fatura de prestação de serviços
específica para os serviços prestados pelos cooperados em condições especiais ou dis-
criminar o valor dos serviços referentes a estes cooperados, na hipótese de emitir Nota
Fiscal ou fatura única.
Cabe à empresa contratante informar mensalmente à cooperativa de trabalho a relação
dos cooperados a seu serviço que exercem atividades em condições especiais prejudi-
ciais à saúde ou à integridade física que permitam a concessão de aposentadoria espe-
cial.
Na ausência da relação dos cooperados, para a apuração da base de cálculo para inci-
dência da alíquota adicional, o valor total dos serviços prestados por cooperados deverá
ser rateado proporcionalmente ao número de trabalhadores envolvidos e ao de trabalha-
dores não envolvidos com as atividades exercidas em condições especiais prejudiciais à
saúde ou à integridade física, caso esses números tenham sido informados em contrato.
Constando em contrato a previsão para utilização de cooperados na execução de ativida-
des em condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem a discrimi-
nação do número de trabalhadores utilizados nestas atividades, ou ainda, caso a contra-
tante desenvolva atividades especiais, sem a previsão, no contrato, da utilização ou não
dos cooperados no exercício destas atividades, será aplicada a alíquota adicional de 5%
sobre o total da Nota Fiscal ou fatura de prestação de serviços, cabendo à contratante o
ônus da prova em contrário.
A cooperativa de trabalho, com base nas informações fornecidas pela empresa contra-
tante, deverá elaborar o PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário dos cooperados que
exercem atividade em condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física.
Ø AtividadesdaÁreadeSaúde
Nas atividades da área de saúde, para o cálculo da contribuição de 15% devida pela
empresa contratante de serviços de cooperados intermediados por cooperativa de traba-
lho, as peculiaridades da cobertura do contrato definirão a base de cálculo, observados
os seguintes critérios:
a) nos contratos coletivos para pagamento por valor predeterminado, quando os servi-
ços prestados pelos cooperados ou por demais pessoas físicas ou jurídicas ou
quando os materiais fornecidos não estiverem discriminados na Nota Fiscal ou fatura,
a base de cálculo não poderá ser:
• inferior a 30% do valor do bruto da Nota Fiscal ou da fatura, quando se referir a con-
trato de grande risco ou de risco global, sendo este o que assegura atendimento
completo, em consultório ouem hospital, inclusive exames complementares ou
transporte especial;
• inferior a 60% do valor bruto da Nota Fiscal ou da fatura, quando se referir a con-
trato de pequeno risco, sendo este o que assegura apenas atendimento em consul-
tório, consultas ou pequenas intervenções, cujos exames complementares pos-
sam ser realizados sem hospitalização;
12 FASCÍCULO 8.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
b) nos contratos coletivos por custo operacional, celebrados com empresa, onde a coo-
perativa médica e a contratante estipulam, de comum acordo, uma tabela de serviços
e honorários, cujo pagamento é feito após o atendimento, a base de cálculo da contri-
buição social previdenciária será o valor dos serviços efetivamente realizados pelos
cooperados.
Se houver parcela adicional ao custo dos serviços contratados por conta do custeio admi-
nistrativo da cooperativa, esse valor também integrará a base de cálculo da contribuição
social previdenciária.
Ø AtividadeOdontológica
Na atividade odontológica, a base de cálculo da contribuição social previdenciária de
15% devida pela empresa contratante de serviços de cooperados intermediados por coo-
perativa de trabalho não será inferior a 60% do valor bruto da Nota Fiscal, fatura ou recibo
de prestação de serviços, caso os serviços prestados pelos cooperados, os prestados
por demais pessoas físicas ou jurídicas e os materiais fornecidos não estejam discrimina-
dos na respectiva Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.
Ø ContratoColetivodePlanodeSaúde
Na celebração de contrato coletivo de plano de saúde da cooperativa médica ou odonto-
lógica com empresa, em que o pagamento do valor seja rateado entre a contratante e
seus beneficiários, deverão ser consideradas para efeito da base de cálculo da contribui-
ção, as faturas emitidas pela empresa, observados os mesmos critérios das atividades
da Área de Saúde e Odontológica.
Havendo uma fatura específica para a empresa e faturas individuais para os beneficiários
do plano de saúde, cada qual se responsabilizando pelo pagamento da respectiva fatura,
somente as faturas emitidas contra a empresa constituirão base de cálculo da contribui-
ção.
⇒ EmpresasOptantespeloSimplesNacional
As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional, dependendo da atividade tributada na
forma dos Anexos da Lei Complementar 123/2006, também devem recolher a contribui-
ção previdenciária de 15% sobre a nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, quando
forem contratantes de serviços executados mediante cooperativa de trabalho.
Porém, para atender as condições da legislação, as ME e EPP deverão ratear o valor
bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço em:
a) montante correspondente à prestação de serviços em atividades exclusivamente
enquadradas nos Anexos de I a III, e V da Lei Complementar 123/2006;
b) montante correspondente à prestação de serviços em atividades exclusivamente
enquadradas nos Anexos de IV da Lei Complementar 123/2006; e
c) montante correspondente à prestação concomitante de serviços em atividades enqua-
dradas nos Anexos IV, em conjunto com outra que se enquadre em um dos anexos de I
a III, e V, da Lei Complementar 123/2006.
Após o rateio, a contribuição devida, em relação aos serviços prestados, será:
– no caso da letra “a”, substituída pelo regime do Simples Nacional, ou seja, a empresa
está dispensada de recolher a contribuição previdenciária de 15%;
– no caso da letra “b”, calculada à alíquota de 15% sobre o montante correspon-
dente; e
– no caso da letra “c”, calculada à alíquota de 15%, multiplicando-se o resultado pela fra-
ção da:
ReceitaBrutadasAtividadesdoAnexoIV
ReceitaBrutaTotalAuferidapelaEmpresa
⇒ EntidadesBeneficentes
As entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabeleci-
das em lei são isentas de contribuição para a Seguridade Social.
Trata-se de isenção de contribuições sociais condicionada ao cumprimento de
requisitos legais, e só abrange contribuições destinadas à Seguridade Social, não
impostos.
FASCÍCULO 8.1 13
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
Estão abrangidas pela isenção, dentre outras, as contribuições da empresa inciden-
tes sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente
aos serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativa de tra-
balho.
Deste modo, as entidades beneficentes que contratarem serviços de cooperativas ficam
dispensadas do recolhimento de 15% sobre o valor da nota fiscal ou fatura.
⇒ CooperativadeTrabalhoContratandoOutraCooperativa
Ressaltamos que a cooperativa de trabalho, quando contratar serviços mediante inter-
mediação de outra cooperativa de trabalho, terá de contribuir com 15% incidente sobre o
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços.
⇒ RecolhimentodaContribuição
O recolhimento da contribuição previdenciária de 15% incidente sobre o valor da nota fis-
cal ou fatura de prestação de serviços da cooperativa deve ser realizado na GPS da
empresa contratante, utilizando seu código usual.
⇒ PrazodeRecolhimento
O valor calculado sobre a nota fiscal ou fatura, assim como as contribuições a seu cargo
incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada, a qualquer título, aos segura-
dos empregados e contribuintes individuais a seu serviço devem ser realizados até o dia
20 do mês subsequente ao da competência.
8.1.3.3. FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO
O direito ao regime do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é assegurado aos trabalha-
dores urbanos e rurais, independentemente de opção.
O empregador, ainda que cooperativa, é obrigado a depositar, até o dia 7 de cada mês, em conta ban-
cária vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida no mês anterior, a
cada empregado, incluídas as parcelas integrantes da remuneração.
Considerando que a parcela de 0,5%, prevista na Lei Complementar 110/2001, foi considerada incons-
titucional no período de outubro/2001 a dezembro/2001, o depósito mensal do FGTS das empresas
não isentas desta contribuição passou a ser devido a partir da competência janeiro/2002 tendo como
termo final a competência dezembro/2006.
Assim, o último recolhimento do FGTS com a alíquota de 8,5% vigorou até o mês de competência
dezembro/2006, com recolhimento até 5-1-2007, deixando de ser incluída a parcela de 0,5% a partir da
competência janeiro/2007.
Os depósitos para o FGTS devem ser efetuados utilizando-se da GRF – Guia de Recolhimento do
FGTS, gerada obrigatoriamente pela aplicativo Sefip – Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e
Informações à Previdência.
Abertura da conta se dará automaticamente com o recolhimento do primeiro depósito através da
GRF.
Compete às cooperativas de trabalho e de produção prestar a informação, no Sefip, da ocorrência de
exposição a agentes nocivos dos cooperados a elas filiados.
⇒ SEFIP
Sefip é um aplicativo desenvolvido pela Caixa para que o empregador/contribuinte consolide os dados
cadastrais e financeiros da empresa e de seus trabalhadores e os encaminhe para a Caixa.
O arquivo gerado pelo programa Sefip deverá ser transmitido por meio da internet, utilizando-se do
Conectividade Social, disponível no site da Caixa.
A transmissão do arquivo gerado pelo Sefip e o recolhimento da GRF devem ser efetuados até o dia 7
de cada mês, em relação à remuneração do mês anterior.
Caso não haja expediente bancário no dia 7, o prazo para recolhimento sem acréscimos legais é o dia
útil imediatamente anterior.
Cabe ressaltar que o empregador deve buscar transmitir o arquivo Sefip com antecedência mínima de
dois dias úteis da data de recolhimento.
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
FASCÍCULO 8.1 14
⇒ SEFIPDACONTRATANTE
A empresa tomadora dos serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de traba-
lho deve informar, por meio do Sefip,o montante dos valores brutos das notas fiscais ou faturas de pres-
tação de serviços emitidas pelas cooperativas no decorrer do mês, que serve de base de cálculo da
contribuição de 15%.
Esta informação e a correspondente contribuição são exigidas desde a competência março/2000.
A seguir, demonstramos a tela do Programa Sefip onde deve ser lançada a informação:
Neste campo, devem ser informados os valores das notas fiscais ou faturas referentes às atividades
que exponham ou não os cooperados a agentes nocivos que possibilitem a concessão de aposentado-
ria especial, observando que existem quatro lacunas que correspondem a base de cálculo da contribui-
ção de 15%, a saber: Sem Adicional; Adicional – Aposentadoria – 15 anos; Adicional – Aposentadoria –
20 anos e Adicional – Aposentadoria – 25 anos.
⇒ SEFIPDACOOPERATIVA
A cooperativa de trabalho está obrigada a informar no Sefip o montante dos valores brutos das notas
fiscais ou faturas de prestação de serviços emitidas a cada contratante no decorrer do mês.
A seguir, demonstramos a tela do Programa Sefip para que seja feita a informação pela coopera-
tiva:
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
15 FASCÍCULO 8.1
A informação prestada neste campo deve ser distinta por tomador, totalizando os valores das notas fis-
cais e/ou faturas emitidas, no decorrer do mês, para cada tomador.
⇒ FornecimentodeMaterialouUtilizaçãodeEquipamentos
Havendo o fornecimento de material ou a utilização de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto
equipamentos manuais, o valor destes pode ser excluído da base de cálculo.
Assim sendo, o campo “Valor das Faturas Emitidas para o Tomador” deve ser informado com a efetiva
base de cálculo, já excluídos os valores referentes a materiais ou equipamentos, respeitados os crité-
rios e limites estabelecidos.
8.1.3.3.1. Rescisão de Contrato de Trabalho
Desde 28-9-2001, inclusive, entrou em vigor a Contribuição Social de 10% calculada
sobre o montante do FGTS depositado na conta vinculada do empregado demitido.
Essa contribuição é devida, pela empresa, toda vez que demitir um empregado sem justa
causa.
Desta forma, nas demissões sem justa causa, além de outras parcelas recisórias, deve
ser recolhido o total de 50% sobre o montante de todos os depósitos do FGTS realizados
na conta vinculada do empregado demitido, sendo 40% correspondente a indenização
compensatória e 10% a Contribuição Social.
16 FASCÍCULO 8.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
O recolhimento deve ser efetuado através do formulário GRRF – Guia de Recolhimento
Rescisório do FGTS.
As normas sobre a Contribuição Social de 10% foram analisadas no Fascículo 5.4. do
Módulo 5 sobre “FOLHA DE PAGAMENTO”.
8.1.3.4. IR/FONTE
A Cooperativa está obrigada a reter e recolher o IR/Fonte incidente sobre a remuneração paga aos
seus empregados, quando for o caso, observada a tabela progressiva vigente no mês do pagamento.
Havendo retenção na fonte sobre rendimentos pagos aos empregados, o imposto deverá ser recolhido
através do Darf – Documento de Arrecadação de Receitas Federais, com o código 0561.
8.1.14. A COOPERATIVA E SEUS ASSOCIADOS
A Cooperativa se destaca pelo fato de sua constituição se dar de forma espontânea por associados que têm por
objetivo a execução de serviços. Ela organiza e orienta os associados na prestação de serviço, de forma a atender
às necessidades do tomador do serviço.
Assim, a Cooperativa de Serviços e Trabalho, através do trabalho de seus associados, cria uma nova forma de
prestação de serviços, em que o profissional executa serviços para terceiros, individualmente e com responsabili-
dade, sendo a Cooperativa o elo entre eles.
Nos subitens a seguir, analisamos a relação existente entre a Cooperativa, seus associados (cooperados) e os
tomadores de serviços.
8.1.4.1. VÍNCULO EMPREGATÍCIO
A legislação determina que, qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não
existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços
daquela.
Na relação entre associados e Cooperativa, é pacífico que não existirá o vínculo empregatício. Já na
relação entre o cooperado e o tomador dos serviços, a situação não é tão pacífica, pois o MTE deter-
mina que o Agente de Inspeção do Trabalho, quando da fiscalização na empresa tomadora de serviços,
procederá ao levantamento físico, objetivando detectar a existência dos requisitos da relação de
emprego entre os cooperados e a contratante. Se estiverem presentes os requisitos da relação de
emprego, como habitualidade na prestação do serviço, salário, subordinação hierárquica e a horário,
será lavrado o auto de infração. O Agente verificará, ainda, junto à Cooperativa, se esta se enquadra no
que dispõe a legislação quanto à sua constituição.
Assim, mesmo a legislação determinando que não existe vínculo empregatício entre o tomador dos ser-
viços e os cooperados, a relação de emprego poderá ser caracterizada, se for constatado que o serviço
é prestado de forma fraudulenta.
A seguir, transcrevemos algumas decisões dos Tribunais Trabalhistas sobre o assunto:
⇒ RELAÇÃO DE EMPREGO – COOPERATIVA – FRAUDE À LEGISLAÇÃO – VÍNCULO
EMPREGATÍCIORECONHECIDO
Presentes os requisitos configuradores da relação empregatícia – CLT, artigo 3º –, o que se dá no con-
texto das cooperativas mediante fraude à legislação trabalhista, por força do que dispõe o artigo 9º do
mesmo diploma, tem-se por inaplicável a regra insculpida no parágrafo único do artigo 442 da CLT. A
prestação de serviços, de forma onerosa com habitualidade, pessoalidade e subordinação jurídica,
revela a celebração de contrato de trabalho, formando-se o vínculo, com a cooperativa. (TRT – 1ª
Região – Recurso Ordinário 54600-02.2005.5.01.0241 – Rel. Des. Marcelo A. S. Oliveira – Publicado.
em 4-11-2010).
⇒ RELAÇÃODEEMPREGO–COOPERATIVA–INTERMEDIAÇÃODEMÃODEOBRA
O cooperativismo que é estimulado pela CF/88, e previsto na Lei nº 5.764/71, é aquele em que há união
de esforços dos cooperados, vale dizer, cooperação mútua, com bens e serviços, para o exercício de
uma atividade econômica, sem objetivo de lucro, em proveito comum – art. 3º da referida lei –, o que não
se vislumbra na espécie. Com efeito, não existindo entre a autora e as cooperativas fornecedoras de
mão de obra qualquer intenção comum de compartilhar lucros e perdas ou mesmo de assumir a res-
ponsabilidade e o risco do negócio, fica evidenciado que a utilização dos seus serviços por intermédio
dessas cooperativas objetivou, apenas, descaracterizar o vínculo empregatício com a tomadora dos
serviços, com o intuito de fraudar, impedir ou desvirtuar a aplicação dos preceitos consolidados – artigo
9º da CLT. (TRT – 1ª Região – Recurso Ordinário 83300-57.2006.5.01.0045 – Relª Desª Elma P. de M.
Carvalho – Publicado em 28-10-2010).
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
FASCÍCULO 8.1 17
⇒ RELAÇÃO DE EMPREGO – COOPERATIVA – FRAUDE – RECONHECIMENTO DE VÍNCULO
EMPREGATÍCIODIRETAMENTECOMOTOMADORDESERVIÇOS
Não viola a literalidade do parágrafo único do art. 442 da CLT a decisão regional que, com esteio na
prova dos autos – art. 131 do CPC –, reconhece relação de emprego entre pretenso associado e toma-
dor de serviços da cooperativa – assim criada com intuito de burlar a legislação trabalhista –, quando,
efetivamente, preenchidos os requisitos essenciais ao negócio jurídico – arts. 2º, 3º e 9º da CLT. Por
outro lado, estando a decisão regional em harmonia com o entendimento expresso no item I da Súmula
331/TST, não merece prosperar o recurso de revista, nos termos do art. 896, § 4º, da CLT. Recurso de
revista não conhecido. (TST – Recurso de Revista 136040-91.2007.5.03.0015 – Rel. Min. Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira – Publicado em 19-3-2010).
8.1.4.2. OBRIGAÇÕES COM OS COOPERADOS
A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a Assem-
bleia-Geral venhaa instituir:
a) retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores ao salá-
rio-mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas;
b) duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais, exceto quando a ati-
vidade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada
a compensação de horários;
c) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
d) repouso anual remunerado;
e) retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;
f) adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas;
g) seguro de acidente de trabalho.
Não se aplica o disposto nas letras “c” e “d” nos casos em que as operações entre o sócio e a coopera-
tiva sejam eventuais, salvo decisão assemblear em contrário.
A Cooperativa de Trabalho buscará meios, inclusive mediante provisionamento de recursos, com base
em critérios que devem ser aprovados em Assembleia-Geral, para assegurar os direitos previstos nas
letras “a”, “c”, “d”, “e”, “f” e “g” deste item e outros que a Assembleia-Geral venha a instituir.
Segundo a Lei 12.690/2012, a cooperativa de trabalho para prestação de serviços especializados a ter-
ceiros constituída antes da vigência desta lei terá prazo de 12 meses, contado de 20-7-2012, para asse-
gurar aos sócios as garantias de valor de retirada, repouso anual remunerado, retirada para trabalho
noturno, adicional sobre retirada para atividades insalubres e perigosas e seguro de acidente de traba-
lho, conforme deliberação da Assembleia-Geral.
8.1.4.3. ENCARGOS PARA O TOMADOR DOS SERVIÇOS
O valor do serviço será negociado entre a Cooperativa e o tomador dos serviços, sem a interferência
dos associados.
Os valores devidos pelo serviço prestado serão pagos pelo tomador à Cooperativa, não devendo
nenhum valor ser pago diretamente aos cooperados.
8.1.4.4. REMUNERAÇÃO DOS ASSOCIADOS
O estatuto da Cooperativa deverá prever a forma e a periodicidade de pagamento aos associados,
pelos serviços prestados por estes.
8.1.4.5. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
A cooperativa de trabalho não está sujeita à contribuição patronal de 20% para o INSS sobre o total das
importâncias pagas, distribuídas ou creditadas a seus cooperados, a título de remuneração ou retribui-
ção pelos serviços que prestem a pessoas físicas ou jurídicas por intermédio dela.
Contudo, a cooperativa de trabalho deve recolher a contribuição patronal em relação à remuneração
paga ou creditada a cooperado pelos serviços prestados à própria cooperativa, inclusive aos coopera-
dos eleitos para cargo de direção.
Como já foi mencionado anteriormente, a cooperativa de trabalho é obrigada a arrecadar a contribuição
previdenciária devida por seus cooperados contribuintes individuais, mediante desconto na remunera-
ção a eles repassada ou creditada relativa aos serviços prestados por seu intermédio.
8.1.4.6. IR/FONTE DOS ASSOCIADOS
A Cooperativa está obrigada a reter e recolher o IR/Fonte incidente sobre a remuneração paga aos
seus associados, quando for o caso, observada a Tabela Progressiva vigente no mês do pagamento.
Havendo retenção na fonte sobre rendimentos pagos aos associados, o imposto deverá ser recolhido
através do Darf, com o código 0588.
18 FASCÍCULO 8.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
8.1.5. PIS-FOLHA DE PAGAMENTO
O valor da contribuição do PIS-Folha de Pagamento é determinado, mediante aplicação da alíquota de 1% sobre o
total bruto da folha de pagamento do mês-base. No valor bruto da folha de pagamento do mês-base devem,
também, ser incluídos os valores relativos às rescisões de contrato de trabalho ocorridas naquele mês, que não
constarem da respectiva folha de pagamento.
A contribuição para o PIS devida pela OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras e pelas Organizações
Estaduais de Cooperativas será determinada com base na folha de pagamento.
Também contribuem para o PIS-Folha de Pagamento as sociedades cooperativas de produção agropecuária, de
eletrificação rural, de crédito e de transporte rodoviário de cargas que fizerem uso das exclusões da base de
cálculo previstas na Instrução Normativa 635 SRF/2006.
8.1.5.1. CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS PELOS NÃO ASSOCIADOS
As sociedades cooperativas, além da contribuição sobre a folha de pagamento mensal (alíquota de
1%), pagarão, também, a contribuição sobre o faturamento, na forma da legislação vigente, em relação
às operações praticadas com não associados.
8.1.5.2. PRAZO PARA RECOLHIMENTO
O recolhimento da contribuição do PIS-Folha deverá ser efetuado até o 25º dia do mês subsequente ao
mês de ocorrência dos fatos geradores, antecipando o prazo para o primeiro dia útil anterior se o dia do
vencimento não for útil.
A contribuição deve ser recolhida em qualquer estabelecimento bancário integrante da rede
arrecadadora de receitas federais, através do formulário Darf, preenchido em duas vias.
O Darf será preenchido no campo 4 com o código de receita 8301.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Lei Complementar 70, de 30-12-91 (Portal COAD); Lei Complementar 110, de 29-6-2001 (Portal
COAD); Lei Complementar 123, de 14-12-2006 (Portal COAD); Lei 5.764, de 16-12-71 (Portal COAD); Lei 8.036, de 11-5-90 –
artigo 15 (Portal COAD); Lei 8.212, de 24-7-91(Portal COAD); Lei 10.406 – Código Civil (Portal COAD); Lei 10.666, de 8-5-2003
(Informativo 19/2003); Lei 12.690, de 19-7-2012 (Fascículo 30/2012); Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 – Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) – artigos 2º, 13, 29, 41,129, 442, 578 a 588, 611 e 628 (Portal COAD); Decreto 76.900, de 23-12-75 (Portal COAD);
Decreto 95.247, de 17-11-87 (Portal COAD); Decreto 3.048, de 6-5-99 (Portal COAD); Portaria 8 SSST, de 29-12-96 (Informativo
19/96); Portaria 24 SSST, de 29-12-94 (Informativo 53/94); Portaria 41 MTE, de 28-3-2007 (Informativo 14/2007); Portaria 235
MTE, de 4-8-2003 (Informativo 32/2003); Portaria 925 MTb, de 28-9-95 (Informativo 39/95); Portaria 1.012 MTE, de 4-8-2003
(Informativo 32/2003); Instrução Normativa 635 SRF, de 24-3-2006 (Informativo 16/2006); Instrução Normativa 971 RFB, de
13-11-2009 (Portal COAD); Resolução 467 Codefat, de 21-12-2005 (Informativo 52/2005); Circular 548 Caixa, de 19-4-2011
(Fascículo17/2011).
FASCÍCULO 8.1 19
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
Este fascículo é parte integrante do Manual de Procedimentos do Departamento de Pessoal, produto da
COAD que abrange todos os procedimentos do DP.
Os fascículos são substituídos a cada alteração na legislação. Por isso, o Manual está sempre atualizado,
para tranquilidade de seus usuários.
É fácil obter mais informações sobre o produto completo:
Bahia: (71) 2101-0250; Espírito Santo: (27) 3324-1599; Minas Gerais: (31) 3555-5650; Paraná: (41) 3222-1990;
Rio de Janeiro: (21) 2156-5901; Rio Grande do Sul: (51) 3226-8435; São Paulo: (11) 2147-0051.
Fax: 08000-227722
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ANOTAÇÕES
20 FASCÍCULO 8.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
ATIVIDADESESPECIAIS
8.2
TRABALHO
TEMPORÁRIO
MÓDULO
8
SUMÁRIO
ASSUNTO PÁGINA
8.2. TRABALHOTEMPORÁRIO .......................................................................................................... 4
8.2.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 4
8.2.2. CONCEITO ..................................................................................................................... 4
8.2.2.1. CARACTERIZAÇÃODAATIVIDADE ........................................................ 4
8.2.2.2. DESCARACTERIZAÇÃODOTRABALHOTEMPORÁRIO....................... 4
8.2.3. EMPRESADETRABALHOTEMPORÁRIO.................................................................. 5
8.2.3.1. CONDIÇÕESPARAFUNCIONAMENTO ................................................... 5
8.2.3.1.1.AlteraçãoContratual,MudançadeSedeouAbertura
deFiliais.................................................................................. 6
8.2.3.1.2. CancelamentodoRegistro ................................................... 6
8.2.3.2. OBRIGAÇÕESDAEMPRESA ................................................................... 6
8.2.3.3. PROCEDIMENTOSPROIBIDOS ................................................................ 6
8.2.3.3.1. Descontos............................................................................... 6
8.2.4. TOMADORADESERVIÇO............................................................................................ 6
8.2.4.1. PRERROGATIVASDATOMADORA ......................................................... 7
8.2.5. CONTRATODEPRESTAÇÃODESERVIÇOTEMPORÁRIO...................................... 7
8.2.5.1. PRAZODEDURAÇÃO ............................................................................... 7
8.2.5.1.1. ContratoSuperiora3Meses ................................................ 7
8.2.5.1.1.1. SolicitaçãodeAutorização............................ 7
8.2.5.1.1.2. Prazos.............................................................. 8
8.2.5.1.1.3. AnálisepelaSeret .......................................... 8
8.2.5.2. INFORMAÇÃOAOMINISTÉRIODOTRABALHO .................................... 8
8.2.5.2.1. ProrrogaçãodoContratoTemporário ................................. 8
8.2.5.2.2. RescisãoAntecipadadoContratoTemporário................... 8
8.2.5.2.3. FaltadeEnvio,IncorreçãoouOmissão............................... 8
8.2.6. CONTRATAÇÃODOTRABALHADORTEMPORÁRIO ............................................... 8
8.2.6.1. FUNDODEGARANTIADOTEMPODESERVIÇO................................... 9
8.2.6.2. APOSIÇÃODECARIMBONACARTEIRADETRABALHO..................... 9
8.2.6.3. JORNADADETRABALHO ........................................................................ 9
8.2.6.3.1. HorárioNoturno ..................................................................... 9
8.2.7. EXTINÇÃONORMALDOCONTRATO ......................................................................... 9
8.2.7.1. FUNDODEGARANTIADOTEMPODESERVIÇO................................... 9
8.2.8. RESCISÃODOCONTRATOSEMJUSTACAUSA ...................................................... 10
8.2.8.1. ESTABILIDADEPROVISÓRIADAGESTANTE ........................................ 10
8.2.8.2. VERBASRESCISÓRIAS ............................................................................ 10
8.2.9. RESCISÃODOCONTRATOPORJUSTACAUSA ...................................................... 10
8.2.9.1. INICIATIVADAEMPRESADETRABALHOTEMPORÁRIOOU
TOMADORADOSERVIÇO ........................................................................ 10
8.2.9.1.1. ParcelasDevidas ................................................................... 11
2 FASCÍCULO 8.2
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
ASSUNTO PÁGINA
8.2.9.2. INICIATIVADOTRABALHADOR............................................................... 11
8.2.9.2.1. SuspensãodoContrato ........................................................ 11
8.2.9.2.2. ParcelasDevidas ................................................................... 11
8.2.10. FISCALIZAÇÃODATOMADORADOSSERVIÇOS..................................................... 11
8.2.10.1. PENALIDADES ........................................................................................... 11
8.2.11. COMUNICAÇÃODEACIDENTEDOTRABALHO ....................................................... 12
8.2.11.1. LOCALDETRABALHO ............................................................................. 12
8.2.11.2. ENCAMINHAMENTODOACIDENTADO................................................... 12
8.2.12. ATESTADODETEMPODESERVIÇO ......................................................................... 12
8.2.13. VINCULAÇÃOPREVIDENCIÁRIA ................................................................................ 12
8.2.13.1. DETERMINAÇÃODASCONTRIBUIÇÕES................................................ 12
8.2.13.2. SEGURODEACIDENTESDOTRABALHO .............................................. 12
8.2.13.3. TRATAMENTOPREVIDENCIÁRIOEMRELAÇÃOAO
CONTRATANTE.......................................................................................... 12
8.2.13.4. BASEDECÁLCULODACONTRIBUIÇÃO ............................................... 12
8.2.13.4.1. ContribuiçãoAdicional.......................................................... 12
8.2.13.4.1.1. ObrigaçãodaEmpresaContratada .............. 13
8.2.13.4.1.2. BasedeCálculodaContribuição
Adicional ......................................................... 13
8.2.13.4.1.3. PerfilProfissiográficoPrevidenciário .......... 13
8.2.13.5. OBRIGAÇÕESDAEMPRESACONTRATANTEDOSERVIÇO ............... 13
8.2.13.5.1. RecolhimentodaContribuição............................................. 13
8.2.13.5.2. DispensadeRetenção........................................................... 13
8.2.13.5.3. GuardadeDocumentos ........................................................ 13
8.2.13.5.4. EscrituraçãoContábil ............................................................ 14
8.2.13.5.5. DispensadeEscrituraçãoContábil...................................... 14
8.2.13.6. OBRIGAÇÕESDAEMPRESADETRABALHOTEMPORÁRIO............... 14
8.2.13.6.1. DemonstrativoMensal........................................................... 14
8.2.13.6.2. EscrituraçãoContábil ............................................................ 14
8.2.13.6.3. DispensadeEscrituração ..................................................... 14
8.2.13.6.4. ExamedaEscrituração ......................................................... 14
8.2.13.6.5. FolhadePagamento.............................................................. 15
8.2.13.6.6. CompensaçãodaContribuição ............................................ 15
8.2.13.6.7. FaltadeDestaquedaRetenção............................................ 16
8.2.13.6.8 RestituiçãodaRetenção ....................................................... 16
8.2.13.6.9. RecolhimentodasContribuições......................................... 16
8.2.13.7. ADMINISTRAÇÃOPÚBLICAEENTIDADEBENEFICENTE .................... 16
8.2.13.8. SIMPLESNACIONAL ................................................................................. 16
FASCÍCULO 8.2 3
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
8.2. TRABALHOTEMPORÁRIO
8.2.1. INTRODUÇÃO
O trabalho temporário é regido pela Lei 6.019/74, onde a atividade principal da empresa é fornecer mão de obra
temporáriaparaqualqueroutraatividadeempresarial.
Seja para substituir empregados afastados do serviço ou por acréscimos de serviços, as empresas são obrigadas a se
decidir pela contratação ou não de empregados para suprir estas necessidades. Como essas normalmente são de caráter
transitório, as empresas não desejam arcar com o alto custo dos encargos sociais incidentes sobre o trabalho assalariado.
A contratação de trabalhador autônomo não é viável, pois, apesar de o contrato não ser por longo período, pode
caracterizarovínculoempregatício.
Assim,asoluçãomaisadequadaéutilizaroTrabalhoTemporárioparasupriressanecessidade.
8.2.2. CONCEITO
Caracteriza-se como trabalho temporário aquele prestado por pessoa física, com a finalidade de atender à necessidade
transitória de uma empresa, necessidade esta representada pela substituição de seu pessoal regular e permanente ou
poracréscimoextraordináriodeserviços.
O trabalhador temporário é aquele tecnicamente apto a realizar as tarefas para as quais é contratado, ou seja,
devidamentequalificado.
Entende-se como acréscimo extraordinário, o aumento excepcional da atividade da empresa ou setor dela, provocado por
um fato determinado e identificável. Não se consideram extraordinários os acréscimos de serviço comuns do ramo de
negócio do tomador e que façam parte do risco do empreendimento, bem como os decorrentes do crescimento da
empresa,daexpansãodeseusnegóciosoudaaberturadefiliais.Demandas Sazonais, são aquelas que, embora previsíveis, representam um aumento expressivo e significativo na
atividade da empresa para atender a evento episódico no decorrer do ano, justificam a contratação por acréscimo de
extraordináriodeserviços.
Como exemplo de trabalho temporário, podemos citar a substituição de um empregado que saiu de férias, ou de uma
empregada que se afastou do serviço em decorrência de licença-maternidade. Também poderíamos citar, por exemplo, a
situação em que a empresa precisa aumentar sua linha de produção, para atender a um contrato não previsto, cujo não
cumprimentoacarretarámulta.
8.2.2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE
Trabalho temporário é aquele que não pode ser confundido com outras espécies de prestação de serviço. Isto ocorre
frequentemente, quando as empresas pretendem contratar trabalhadores através de empresas de prestação de serviço
para terceirizar suas atividades ou, ainda, contratar empregados por tempo determinado, com base na Lei 9.601/98.
Assim, não é trabalho temporário o serviço do empregado contratado diretamente pela empresa, por prazo determinado,
bem como o trabalhador contratado para prestar serviço em nome de outra empresa, que ficará responsável por
conduzir o trabalho em determinada atividade da empresa contratante (Terceirização).
A forma de contratação com base na Lei 9.601/98 foi analisada no Fascículo 2.2.
AterceirizaçãofoianalisadanoFascículo2.5.
8.2.2.2. DESCARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO TEMPORÁRIO
Se o serviço do trabalhador temporário não for contratado diretamente com a empresa de trabalho temporário, vindo a
ser contratado diretamente pela empresa tomadora do serviço, o trabalho temporário ficará descaracterizado,
formando-se o vínculo empregatício com a empresa contratante, passando esta a responder pelas obrigações
trabalhistasdecorrentesdarelaçãodeemprego.
A Justiça do Trabalho vem definindo trabalho temporário como, tão somente, aquele de que trata a Lei 6.019/74, e que a
contratação de serviços permanentes e indispensáveis à empresa não pode ser feita através de locação junto à
empresadetrabalhotemporário.
Aseguir,transcrevemosalgumasdecisõesquemelhorabordamoassunto:
–“CONTRATOTEMPORÁRIO-LEI6.019/74-REQUISITOS
Nos termos do art. 2º da Lei nº 6.019/74, trabalho temporário é aquele prestado por pessoa natural a uma empresa, para
atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de
serviços. Trata-se do requisito material de validade da contratação temporária. Como requisitos formais, enumeram-se:
a – entre a empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços, é preciso que exista contrato escrito, no qual
conste expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporário, assim como as modalidades de
remuneração da prestação de serviço – art. 9º –; b – entre a empresa de trabalho temporário e o empregado é
necessária a celebração de contrato escrito – art. 11 –, o qual não poderá exceder o prazo de 3 meses, ressalvada a
hipótese de uma prorrogação, autorizada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego – art. 10 –; e c – a condição de
temporário deve ser registrada na CTPS do empregado – art. 12, § 1º. No caso em tela, considerando que as reclamadas
não trouxeram aos autos contrato escrito celebrado entre si, tampouco o contrato escrito celebrado entre a prestadora e
a empregada, devidamente assinado por esta – inobservância dos requisitos formais –, e tendo à vista a confissão ficta
do preposto quanto ao motivo da admissão da empregada – inobservância do requisito material –, correta a sentença
que descaracterizou o contrato temporário e declarou o vínculo empregatício direto com a tomadora dos serviços.
Recurso ordinário da segunda reclamada – tomadora – conhecido e desprovido.” (TRT – 9ª Região – Recurso Ordinário
910-2013-004-09-00-1–RelatorDesembargadorCássioColomboFilho–Publicaçãoem7-4-2015);
4 FASCÍCULO 8.2
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
–“CONTRATOTEMPORÁRIO–LEI6.019/74–DESATENDIMENTODOSREQUISITOS–NULIDADE
O art. 19 da Lei nº 6.019/74 estipula que o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços
"deverá ser obrigatoriamente escrito e dele deverá constar expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho
temporário, assim como as modalidades de remuneração da prestação de serviço", requisitos desatendidos pelas rés.
Além da nulidade formal constatada, depara-se, também, com evidência do caráter fraudulento da contratação, posto
que admitido, por um dos prepostos, que a rotina de trabalho de autor sempre foi a mesma em todos os períodos
contratuais. Nulidade que se reconhece. Recurso do réu ao qual se nega provimento.” (TRT – 9ª Região – Recurso
Ordinário1573-2012-072-09-00-7–RelatoraDesembargadoraSueliGilElRafihi–Publicaçãoem24-1-2014);
– “CONTRATO TEMPORÁRIO – LEI 6.019/74 – AUSÊNCIA DE PROVA DA EXCEPCIONALIDADE JUSTIFICADORA
DACONTRATAÇÃO–VÍNCULODIRETOCOMATOMADORA
O contrato de trabalho temporário, como todo contrato a termo, é exceção em nosso ordenamento jurídico, por conspirar
contra o princípio da continuidade da relação de emprego. Demonstrada a ausência de necessidade transitória de
substituição do pessoal regular e permanente da tomadora ou o acréscimo extraordinário de serviços que justificasse a
contratação temporária, impõem-se a declaração de nulidade do contrato por prazo determinado e o reconhecimento
do vínculo direto com a tomadora.” (TRT – 9ª Região – Recurso Ordinário 185-2012-965-09-00-4 – Relatora
DesembargadoraAdaydeSantosCecone–Publicaçãoem22-10-2013);
– “CONTRATO DE TRABALHO – CONTRATAÇÃO POR MEIO DE EMPRESA INTERPOSTA – ATIVIDADE-FIM –
FORMAÇÃODOVÍNCULODEEMPREGODIRETAMENTECOMATOMADORADESERVIÇOS
O Direito do Trabalho é regido pelo princípio da primazia da realidade, que impõe ao intérprete, ao aplicar a norma
trabalhista, dar prevalência às condições de fato reveladas no cotidiano da relação entre empregado e empregador, em
detrimento dos aspectos meramente formais da pactuação dessa relação. "A contratação de trabalhadores por empresa
interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho
temporário – Lei nº 6.019, de 3-1-74" – Súmula nº 331, I, do Tribunal Superior do Trabalho. Constatado, a partir do
quadro fático delineado pelo Tribunal Regional, que o reclamante, desde sua contratação prestou serviços na área-fim
da Eletropaulo, por intermédio de empresas interpostas, mostra-se inafastável o reconhecimento da formação do
vínculo de emprego diretamente com a tomadora dos serviços, a Eletropaulo. Recurso de revista conhecido e provido.”
(TST – 1ª Turma – Recurso de Revista 263300-68-2004-5-02-0021 – Relator Ministro Lelio Bentes Corrêa – Publicação
em21-12-2012).
8.2.3. EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO
Conceitua-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica, necessariamente urbana, cuja atividade
consiste em colocar, temporariamente, à disposição de outras empresas, denominadas tomadoras de serviço, por prazo
determinado,trabalhadoresdevidamentequalificados,porelasremuneradoseassistidos.
A atividade de locação de mão de obra temporária é exclusiva da empresa de trabalho temporário e não pode ser
transferidaaterceiros,mesmoemlocaisemquenãopossuafilial,agênciaouescritório.
8.2.3.1. CONDIÇÕES PARA FUNCIONAMENTO
OfuncionamentodaempresadetrabalhotemporáriodependederegistronoMinistériodoTrabalho.
A solicitação de registro deverá ser realizada por meio do Sirett – Sistema de Registro de Empresa de Trabalho
Temporário,disponívelnoendereçoeletrônicodoMinistériodoTrabalho,em www.mte.gov.br.
Após o preenchimento do formulário eletrônico e a transmissão dos dados, o Sirett emitirá requerimento, que deverá ser
protocolado na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho da localidade da empresa de trabalho temporário,
acompanhadodosseguintesdocumentos:
a) requerimento de empresário ou contrato social e suas alterações

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