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 DA SIMULAÇÃO
	Simulação é uma declaração da vontade falsa, enganosa, que vi-sa aparentar um negócio jurídico diverso do efetivamente desejado. Ela é um negócio falso que visa produzir um efeito diverso do ostensivamente indicado.
	Simular é fingir, criar uma aparência diversa da verdade, mascarar a realidade. Ela é um conluio, um acordo entre duas pessoas, que fazem um negócio jurídico ( contrato ) falso, fingido, com a intenção de enga -nar os credores de uma delas , ou o Fisco, ou burlar uma lei de ordem pú- blica. Às vezes, o contrato inteiro é falso ( ex. – fazer uma venda fingida para ocultar uma doação proibida ); outras vezes, apenas uma parte do contrato é falsa ( ex. – colocar uma data falsa no contrato – fingir numa venda um preço diverso do verdadeiro ).
	 ESPÉCIES DE SIMULAÇÃO 
	Há duas espécies de simulação: a) Absoluta - b) Relativa.
	A simulação é absoluta quando os contratantes fingem realizar um negócio jurídico, mas na realidade não fazem nenhum. Tudo que com-binam é uma mentira, uma aparência, uma ilusão externa. Em geral, os contratantes assim agem para enganar um credor, ou uma terceira pes -soa. 	
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	Examinem-se os seguintes exemplos de simulação absoluta :
	1) Marido emite títulos de crédito ( promissórias, duplicatas, etc. )
falsos em favor de um amigo e, no vencimento, dá bens em pagamento da dívida inexistente, assim agindo para lesar sua esposa de quem preten
de separar-se. Na partilha dos bens do casal, aqueles transferidos ao ami-go não são divididos com a mulher, voltando mais tarde para o marido.
	2) Um devedor faz uma falsa confissão de dívida a um amigo, dan-do-lhe uma garantia real ( hipoteca, penhor ), para lesar seus credores qui
rografários.
	3) Um devedor vende falsamente um bem a um amigo, ou parente, para subtrair tal bem das execuções que seus credores vão lhe mover.
	Em todos esses exemplos, as partes não quiseram fazer nenhum negócio real. Apenas encenaram uma mentira, uma falsidade, para lesar terceiros. Só fingiram fazer um verdadeiro negócio : na realidade, não fize ram nenhum . . .
	Na simulação relativa, contudo, as partes querem fazer um negó- cio verdadeiro prejudicial a um terceiro, ou proibido pela lei. Então fazem outro negócio com a finalidade de ocultar sua verdadeira intenção. Aqui há dois negócios: o realizado pela partes é o simulado, aparente, destina-do a enganar, uma espécie de máscara da verdade; o outro é o que fica o-culto, escondido, dissimulado, mas verdadeiramente desejado.		
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	Vejam-se estes exemplos de simulação relativa :
	1) Um homem casado, não podendo fazer doação de uma casa à sua amante ( art. 550 do CC ), simula ( finge ) a venda do bem a um ami-go que, mais tarde, o transfere para ela.
	2) Para pagar o imposto menor, e burlar o Fisco, as partes passam a escritura por valor inferior ao verdadeiro.
	Segundo o disposto no art. 167 do Código Civil, a simulação torna sempre nulo o negócio simulado. Assim, se a simulação for absoluta, o negócio realizado será anulado e nada mais restará a ser analisado.
	Se a simulação for relativa, contudo, nulo o negócio simulado, de-ver ser analisado o dissimulado, aquele que as partes queriam esconder: se a intenção das partes foi lesar credores ou fraudar a lei, esse também será nulo. Porém, se esse outro negócio não tinha a intenção de prejudi car terceiros ou fraudar a lei, poderá ele subsistir. É o que diz o art. 167 do CC:
	Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
	Assim, na venda por preço abaixo do real, anulado o valor aparen- 
	 	
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te, subsistirá o real, dissimulado, porém lícito. E o Fisco prejudicado po- derá cobrar a diferença do imposto sonegado.
	O Código Civil antigo ( de 1.916 ) distinguia ainda a simulação frau dulenta ou maliciosa da simulação inocente. Esta última, prevista no art. 103 do Código revogado, ocorria quando , apesar da prática de um negó -cio simulado e falso, não houvesse intenção de enganar ninguém. ( ex. 
Um homem solteiro fingia vender uma casa para sua amante, quando, em verdade, lhe fazia uma doação ). Em consequência, o negócio valia.
	O Código atual não faz mais essas distinções, embora as conse - quências sejam as mesmas, em face do disposto no art. 167.
	
 HIPÓTESES LEGAIS DE SIMULAÇÃO.
	Estão previstas no parágrafo 1°, do art. 167 do Código Civil:
	Art. 167 - § 1º - Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
 	I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 
	II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
 	III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
 
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	A primeira hipótese trata da pessoa interposta ( testa-de-ferro ); a segunda ocorre quando há ocultação da verdade; a última refere-se à da-tação falsa do documento.
 EFEITOS DA SIMULAÇÃO
 
	Por fim, devem ser destacados os efeitos da simulação.
	Como se observa do art. 167 do Código Civil, o negócio simulado será sempre nulo e não simplesmente anulável, como acontece com os outros defeitos dos negócios jurídicos ( art. 171, inciso II, do CC. )
	Por outro lado, anulado o negócio simulado, devemos verificar se
há outro negócio escondido por detrás ( o negócio dissimulado ). Se esse outro tiver a intenção de prejudicar credores, ou o Fisco, ou a lei impera -tiva, também será nulo. Contudo, se esse outro negócio for válido na substância e na forma, se não apresentar nenhuma irregularidade, ele subsistirá, ou seja, produzirá seus efeitos legais.

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