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Aula 07 - Organização do Estado

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Direito Constitucional I
Aula 07 – Estrutura do Estado - Federação
FADI – Faculdade de Direito de Sorocaba
Prof. Dr. Eduardo Martines Júnior
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Estrutura do Estado - Federação
Estado é uma sociedade de pessoas, radicada em dado espaço físico, obedecendo a um comando e não sujeita a qualquer outro.
Povo, território, poder e soberania.
 Povo é a totalidade de pessoas que habita um território dado.
 Território é toda a extensão da superfície terrestre ocupada por um povo. É o limite espacial dentro do qual o Estado exerce seu poder.
 Poder é a possibilidade de fazer cumprir normas pelo detentor editadas. 
 A soberania é nota caracterizadora do Estado na ordem internacional e é fenômeno ligado à ideia de "poder". É o poder supremo consistente na autodeterminação.
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Estrutura do Estado – Federação
Teorias sobre a formação do Estado:
1) Teoria da formação jurídica: sociedade política como resultado da organização normativa da sociedade humana, com o estabelecimento da Constituição do Estado (MALBERG, Carré. Contribution à la Théorie Générale de l´Etat. Paris: Recueil Sirey, 1920, p. 64);
2) Teorias contratualistas: a sociedade política é vista como resultante do acordo de vontades, podendo ser expresso ou tácito, entre os membros da sociedade humana, que revela o fim do estado natural e o início do estado social (Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau);
3) Teoria da formação natural: sociedade política como resultado da fixação no território da sociedade humana, com formação de relações orgânicas entre os elementos do Estado (HAURIOU, Maurice. Précis de Droit Constitutionel. 2ª ed. Paris: Recueil Sirey, 1929, p. 41). Outras teorias: origem patriarcal; origem patrimonial; origem violenta; histórica, etc.
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Estrutura do Estado - Federação
 Poder leva à centralização administrativa e consiste na prestação de serviços de maneira direta pelo Estado. Tem-se um só centro titular de prerrogativas, competências e deveres públicos.
 Se houver deslocamento do desempenho dessas funções para outros núcleos, teremos a descentralização administrativa. Nesta, têm-se vários centros senhores daquelas prerrogativas, competências e deveres.
 Na centralização política um único centro tem capacidade legislativa. Na descentralização vários núcleos têm tal capacidade.
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Estrutura do Estado - Federação
- Centralização política  Estado é Unitário.
 Para estudar a Federação impõe-se conhecer aspectos concernentes à centralização e a descentralização política e administrativa.
 Mas a descentralização política não enseja, por si só, a mudança de fisionomia do Estado Unitário, vez que, pode a Constituição, embora delegando competências legislativas à várias circunscrições regionais, estabelecer competência revogadora de atribuições.
 Daí dizer-se que, a mera adoção da descentralização política não faz supor a Federação. É de rigor, então, conhecer as ideias de soberania e autonomia.
*
Estrutura do Estado - Federação
 soberania = concepção da unidade estatal. Por isso, no plano internacional não tem relevo o saber se a forma de Estado é federal ou unitária. 
 autonomia, = valor reside na visão interior que se tem do Estado e nisso reside a importância na distinção daquela forma de Estado, vez que, só haverá autonomia onde estiver a descentralização política. Sem a descentralização política não há como falar-se nesta forma estatal, em Federação.
A autonomia tem dois elementos básicos ou pressupostos: a) existência de órgãos de governo próprios e,
b) posse de um mínimo de competências exclusivas.
O Estado federal detém soberania e os Estados federados a autonomia.
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Estrutura do Estado – Federação - Origem
 Federação (do latim foederatione, foederatio, foedere) significa aliança, pacto, união. Logo, ela surge do pacto entre Estados. É forma de Estado. Denomina-se Estado federal ou Federação de Estados.
 Federação é a união de coletividades regionais autônomas denominadas Estados federados, Estados-membros, Estados, ou Províncias, ou Cantões.
 O Federalismo surgiu em 1787, nos Estados Unidos da América, com a promulgação de sua Constituição. As 13 colônias, após se libertarem da dominação inglesa, se reuniram e formaram uma Confederação. Essa união, todavia, não conseguiu atingir seus objetivos e deu lugar à Federação, onde as 13 ex-colônias (independentes e soberanos) abdicaram da soberania formando um novo Estado, este sim soberano, restando a eles somente suas autonomias.
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Estrutura do Estado – Federação - Origem
 No Brasil, a Federação surgiu juntamente com a República, com a revolução republicana e federalista de 1889, através do Decreto I, de 15 de novembro de 1889. Consolidou-se na Constituição de 1891 e de lá até a Constituição de 1988 sofreu várias mudanças, variando, sempre, seu grau de descentralização (arts. 1º e 18). A Constituição Federal de 1967 manteve a federação apenas pró-forma.
 O modelo americano é o clássico, cujo processo de formação é o centrípeto, em contraposição ao nosso que é centrífugo.
 Nossa Federação é segregativa porque nasceu do Estado unitário, enquanto que a Federação norte-americana e agregativa.
 Secessão é a ação de se desligar ou separar daquele ou daquilo a que se estava unido.
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Estrutura do Estado – Federação - Componentes
Estado federal é o todo, dotado de personalidade jurídica de direito público internacional.
União é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, autônoma em relação às unidades federadas (ela é unidade federativa, mas não é unidade federada) e a quem cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro.
 
Estado federado são entidades federativas componentes, dotadas de autonomia e de personalidade jurídica de Direito Público interno.
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Estrutura do Estado – Federação - Caracterização
 Notas essenciais à caracterização da federação: 
a) descentralização política fixada na Constituição (ou então, repartição constitucional de competências); 
b) participação da vontade das ordens jurídicas parciais na vontade criadora da ordem jurídica nacional; Art. 46 (Senado) e 60, III (Assembleias). A Federação brasileira, sob o prisma da participação da vontade dos Estados na vontade nacional, está evidenciada pelo exercício da vontade nacional através do Congresso Nacional, na elaboração da lei federal. Nessa atividade destaca-se o Senado Federal, composto por três representantes de cada Estado, independentemente da dimensão territorial e populacional.
c) possibilidade de autoconstituição; existência de Constituições locais. Sob o aspecto da possibilidade da autoconstituição, os Estados têm essa faculdade, consoante art. 25, da CF, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal . Simetria.
d) autonomia político-administrativa: capacidade para eleger os próprios representantes e para organizar e estruturar os serviços próprios.
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Estrutura do Estado – Federação - Manutenção
Além das três primeiras: 
d) autonomia político-administrativa: capacidade para eleger os próprios representantes e para organizar e estruturar os serviços próprios.
Para mantença da Federação  requisitos essenciais: 
a) rigidez constitucional (Art. 60 e seu § 4º, I)
b) a existência de um órgão constitucional incumbido do controle da constitucionalidade das leis (Art. 102, I, “a”).
 Rigidez, o constituinte vedou o acesso do legislador ordinário à matéria da forma de Estado.
 A adequação da normatividade infraconstitucional ao Texto Magno pode se dar por atuação tanto no Legislativo, como no Executivo e no Judiciário. No caso brasileiro o órgão constitucional incumbido do controle da constitucionalidade das leis é o Poder Judiciário, através de qualquer magistrado, desde que, num caso concreto, ou o STF, art. 102, I, "a", da CF.
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Estrutura do Estado – Federação – Equilíbrio- Vedações
 Elemento de equilíbrio do Estado Federal: ainda que dotados de autonomia, os Estados federados devem pautar suas atividades em certos princípios, porque a atuação não é ilimitada. Caso desrespeitados os princípios estabelecidos no Art. 34 (princípios constitucionais sensíveis), haverá intervenção. Também 152 e 150, VI, a.
 Vedações constitucionais de natureza federativa: Art. 19 - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los etc - recusar fé a documentos públicos - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços em razão de sua procedência ou destino (art. 152).
 vedado instituir impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros (Art. 150, VI, “a”).
*
Estrutura do Estado – Federação – Intervenção Federal nos Estados/DF
 É um ato político, que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta.
  Pressupostos de fundo:
a) a defesa do Estado: objetiva a proteção do território e da divisão territorial: - é a autorização para manter a integridade nacional (art. 34, I) e para repelir invasão estrangeira (art. 34, II).
b) a defesa do princípio federativo: repelir invasão de uma unidade da Federação em outra, por fim a grave comprometimento da ordem pública e garantir o exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
c) a defesa das finanças estaduais: se uma unidade da Federação suspender o pagamento da dívida ativa fundada por mais de 2 anos consecutivos, salvo força maior - (compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos - art. 98 da Lei 4.320/67); deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição Federal, dentro do prazo da lei (Art. 34, V)
d) defesa da ordem constitucional: para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; para exigir a observância dos seguintes princípios constitucionais: a forma republicana, sistema representativo, regime democrático, direitos da pessoa humana, autonomia municipal e prestação de contas da administração pública, direta e indireta e aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferência, na manutenção e desenvolvimento do ensino (emenda constitucional n.º 14 de 12/09/96) e serviços de saúde (EC nº 29, de 13/09/00)
 
 
Pela intervenção federal, a autonomia estadual ou parcela desta é afastada temporariamente. 
No entanto, sua previsão constitucional revela e realça a autonomia dos Estados. Quando a União intervém em dado Estado, todos os Estados estão intervindo conjuntamente. A União age em nome da Federação.
Somente a União pode intervir nos Estados e DF e, os Estados nos Municípios, exceto de estiverem localizados em Territórios (Art. 35).
 
Regra: O processo de intervenção federal é deflagrado por decreto do Presidente da República (Art. 84, X) ato privativo do Chefe do Executivo, tb. observado nos Estados. Sendo nomeado um interventor, se o caso comportar. Porém, em outras hipóteses, tal ocorre mediante os seguintes requisitos:
 
1) Se se tratar de coação contra o Poder Legislativo ou o Poder Executivo estaduais tal processo inicia-se mediante solicitação do Poder coacto ou impedido.
Se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, iniciar-se-á por requisição do Supremo Tribunal Federal.
Quando se verificar descumprimento de ordem ou decisão judiciária, o processo interventivo se inicia por meio de requisição do STF, do TSE ou do STJ. E quando se trate de prover à execução de lei federal, o processo interventivo tem início por representação do Procurador-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (EC 45)
Se a intervenção basear-se na inobservância dos princípios constitucionais sensíveis, provida a representação do PGR, o Supremo Tribunal Federal.
Nesses casos há requisição do Tribunal competente, inexistindo possibilidade de discricionariedade do Presidente da República.
O decreto deve expressar a intervenção em sua amplitude (âmbito territorial de sua abrangência), prazo (lapso temporal de sua duração) e condições de execução (limites de atuação do interventor ou se não houver nomeação deste, daqueles que executarão o decreto).
 
O decreto interventivo é submetido a um controle político, através da apreciação do Congresso Nacional, em prazo máximo de 24 horas (art. 36, § 1º). Compete ao Congresso Nacional examinar os aspectos formal e material do decreto interventivo.
Essa apreciação pelo Legislativo visa a permitir a participação de todos os Estados (pelo Senado) e do povo (pela Câmara dos Deputados) no processo interventivo.
Há uma única hipótese de dispensa dessa apreciação (art. 36, § 3º), no caso em que o decreto suspensivo da execução de um ato estadual impugnado vier a produzir todos os seus efeitos.
Um dos eventuais efeitos da intervenção é o afastamento de autoridades estaduais de seus cargos, porém, cessados os motivos da intervenção, deverão elas retornar a seus cargos, salvo impedimento legal (art. 36, § 4º). Esse impedimento há de estar relacionado com os motivos da intervenção.
 
 
Controle jurisdicional: sempre haverá possibilidade de controle pelo princípio da inafastabilidade da submissão de toda lesão à apreciação do Judiciário(Art. 5º, XXXV). Contudo, o Judiciário não poderá manifestar-se sobre a decisão de intervenção, já que compete ao Presidente da República. 
 
 
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva
 
Fundamento: defesa da observância dos princípios constitucionais sensíveis já referidos.
 
Depende de provimento pelo Supremo Tribunal Federal de ação direta de inconstitucionalidade interventiva ou de intervenção normativa.
 
Legitimidade ativa: só o Procurador Geral da República. A Constituição Federal fala em representação, mas é ação. O juízo é discricionário do PGR.
 
Finalidade: pretende a declaração da inconstitucionalidade formal ou material da lei ou ato normativo estadual (finalidade jurídica) e a decretação de intervenção federal no Estado federado ou DF (finalidade política).
 
Não há liminar porque o objetivo é incompatível com a medida de caráter provisório.
 
A decretação da intervenção se fará por requisição do Supremo Tribunal Federal ao Presidente da República (Constituição Federal Art. 84, X). O decreto limitar-se-á à suspensão da execução do ato impugnado e, se não for suficiente, será decretada a intervenção.
 
Não há controle político pelo Congresso Nacional já que a Constituição Federal exclui essa necessidade.
 
 
 
 
Intervenção dos Estados nos Municípios:
Temos, ainda, a intervenção fundada no inciso IV, do citado artigo, feita mediante representação do Ministério Público e provimento do Tribunal de Justiça do Estado.
Se a intervenção cingir-se à interferência no Executivo, não sendo atingida a atividade legiferante da Câmara Municipal, teremos a ocorrência da autonomia limitada.
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Estrutura do Estado – Federação – Intervenção Federal nos Estados/DF
c) a defesa das finanças estaduais: se uma unidade da Federação suspender o pagamento da dívida ativa fundada por mais de 2 anos consecutivos, salvo força maior - (compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos - art. 98 da Lei 4.320/67); deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição Federal, dentro do prazo da lei (Art. 34, V)
d) defesa da ordem constitucional: para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; para exigir a observância dos seguintes princípios constitucionais: a forma republicana, sistema representativo, regime democrático, direitos da pessoa humana, autonomia municipal e prestação de contas da administração pública, direta e indireta e aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostosestaduais, compreendida a proveniente de transferência, na manutenção e desenvolvimento do ensino (emenda constitucional n.º 14 de 12/09/96) e serviços de saúde (EC nº 29, de 13/09/00)
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Estrutura do Estado – Federação – Intervenção Federal nos Estados/DF
Pela intervenção federal, a autonomia estadual ou parcela desta é afastada temporariamente. 
No entanto, sua previsão constitucional revela e realça a autonomia dos Estados. Quando a União intervém em dado Estado, todos os Estados estão intervindo conjuntamente. A União age em nome da Federação.
Somente a União pode intervir nos Estados e DF e, os Estados nos Municípios, exceto de estiverem localizados em Territórios (Art. 35).
 
Regra: O processo de intervenção federal é deflagrado por decreto do Presidente da República (Art. 84, X), ato privativo do Chefe do Executivo, também observado nos Estados (ato do Governador). Sendo nomeado um interventor, se o caso comportar.
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Estrutura do Estado – Federação – Intervenção Federal nos Estados/DF
Porém, em outras hipóteses, tal ocorre mediante os seguintes requisitos:
 
1) Se se tratar de coação contra o Poder Legislativo ou o Poder Executivo estaduais tal processo inicia-se mediante solicitação do Poder coacto ou impedido.
Se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, iniciar-se-á por requisição do Supremo Tribunal Federal.
Quando se verificar descumprimento de ordem ou decisão judiciária, o processo interventivo se inicia por meio de requisição do STF, do TSE ou do STJ. E quando se trate de prover à execução de lei federal, o processo interventivo tem início por representação do Procurador-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (EC 45)
Se a intervenção basear-se na inobservância dos princípios constitucionais sensíveis, provida a representação do PGR, o Supremo Tribunal Federal.
Nesses casos há requisição do Tribunal competente, inexistindo possibilidade de discricionariedade do Presidente da República.
O decreto deve expressar a intervenção em sua amplitude (âmbito territorial de sua abrangência), prazo (lapso temporal de sua duração) e condições de execução (limites de atuação do interventor ou se não houver nomeação deste, daqueles que executarão o decreto).
 
O decreto interventivo é submetido a um controle político, através da apreciação do Congresso Nacional, em prazo máximo de 24 horas (art. 36, § 1º). Compete ao Congresso Nacional examinar os aspectos formal e material do decreto interventivo.
Essa apreciação pelo Legislativo visa a permitir a participação de todos os Estados (pelo Senado) e do povo (pela Câmara dos Deputados) no processo interventivo.
Há uma única hipótese de dispensa dessa apreciação (art. 36, § 3º), no caso em que o decreto suspensivo da execução de um ato estadual impugnado vier a produzir todos os seus efeitos.
Um dos eventuais efeitos da intervenção é o afastamento de autoridades estaduais de seus cargos, porém, cessados os motivos da intervenção, deverão elas retornar a seus cargos, salvo impedimento legal (art. 36, § 4º). Esse impedimento há de estar relacionado com os motivos da intervenção.
 
 
Controle jurisdicional: sempre haverá possibilidade de controle pelo princípio da inafastabilidade da submissão de toda lesão à apreciação do Judiciário(Art. 5º, XXXV). Contudo, o Judiciário não poderá manifestar-se sobre a decisão de intervenção, já que compete ao Presidente da República. 
 
 
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva
 
Fundamento: defesa da observância dos princípios constitucionais sensíveis já referidos.
 
Depende de provimento pelo Supremo Tribunal Federal de ação direta de inconstitucionalidade interventiva ou de intervenção normativa.
 
Legitimidade ativa: só o Procurador Geral da República. A Constituição Federal fala em representação, mas é ação. O juízo é discricionário do PGR.
 
Finalidade: pretende a declaração da inconstitucionalidade formal ou material da lei ou ato normativo estadual (finalidade jurídica) e a decretação de intervenção federal no Estado federado ou DF (finalidade política).
 
Não há liminar porque o objetivo é incompatível com a medida de caráter provisório.
 
A decretação da intervenção se fará por requisição do Supremo Tribunal Federal ao Presidente da República (Constituição Federal Art. 84, X). O decreto limitar-se-á à suspensão da execução do ato impugnado e, se não for suficiente, será decretada a intervenção.
 
Não há controle político pelo Congresso Nacional já que a Constituição Federal exclui essa necessidade.
 
 
 
 
Intervenção dos Estados nos Municípios:
Temos, ainda, a intervenção fundada no inciso IV, do citado artigo, feita mediante representação do Ministério Público e provimento do Tribunal de Justiça do Estado.
Se a intervenção cingir-se à interferência no Executivo, não sendo atingida a atividade legiferante da Câmara Municipal, teremos a ocorrência da autonomia limitada.
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