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As funções do Estado e o sistema de freios e contrapesos

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UNISEPE – UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E PESQUISA
FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO RIBEIRA (FVR)
PATRÍCIA POLIANA RIBEIRO CLAUDIO CRUZ
AS FUNÇÕES DO ESTADO E O SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS
Registro
2013
RESUMO
O artigo apresenta uma análise do Estado, enfatizando a virtude de conceitos que tal teoria preserva, tendo em vista que a tripartição das funções legislativa, executiva e judiciária entre órgãos distintos do Estado vem sendo suscitada desde a Antiguidade e guarda aplicabilidade nos dias atuais. Abordando sua interpretação clássica e o contexto histórico em que foi consagrada, busca confrontar o entendimento que Teoria da Separação dos Poderes possuiu no passado com o sentido que hoje ela exprime, depois de ter passado por uma revisão que a fez acompanhar a evolução do aparato estatal e da sociedade. 
Palavras-chave: Estado. Separação dos Poderes. Montesquieu. Garantia da liberdade. Eficiência estatal.
ABSTRACT
The article presents an analysis of the State, emphasizing the virtue of concepts that the theory preserves, tends in view that the tripartite of the legislative functions, executive and judiciary among organs different from the State it has been raised from the antique and guard applicability in the current days. Approaching its classic interpretation and the historical context in that it was consecrated, search to confront the understanding that the Theory of the Separation of the Powers possesses in the past as the sense that today it expresses, after having gone by a revision that made to accompany the evolution of the State apparatus and of the society. 
Keywords: State. Separation of the Powers. Montesquieu. Warranty of freedom. State efficiency.
1. DO ESTADO
Conceito do Estado: é o conjunto de homens, situado em determinado espaço, conduzido pelo poder cujo objetivo é a auto-organização emanada de próprio povo.
Conceito científico para Miguel Reale: “Se pode afirmar que diria ser a Teoria Geral do Estado uma ciência superior que, integrando os resultados de estudos particulares, aprecia a realidade estatal na complexidade e na conexão de todos os seus elementos�”.
A organização e estruturação do Estado procedem de três regimes jurídicos distintos, sendo eles: as formas do Estado, as formas de governos e os sistemas de governo.
2. AS FORMAS DO ESTADO
Referem-se á projeção de território adotando como critério a existência, a intensidade e o conteúdo de descentralização político-administrativa de cada.
Se o poder esta centralizado em um único ente, na descentralização em vários entes estatais.
Entrementes, vemos que esses elementos únicos dão ao Estado a classificação de Federativos ou Unitários.
Estado Unitário – Com caráter de centralizado pela política, com pólo constitucional único competente para produzir, com distinção as normas jurídicas.
Sendo um estado centralizado, admite-se a existência do descentralizado, contudo que não possuam autonomia, agindo por delegação do órgão central.
O Estado unitário foi o modelo de constituição do poder político moderno. O exemplo mais marcante de Estado unitário foi a França, principalmente do período revolucionário de 1789 até a reforma de descentralização do governo Mitterrand (1982).
Estado Federal - Há uma típica ficção jurídica de forma de Estado na qual este, dotados de autonomia, através de um pacto federativo, subordinam-se a uma entidade formada juridicamente (União federal).
A federação é um modelo constituído pela sabedoria da convenção de Philadelfia, responsável pela elaboração da constituição norte-americana de 1787.
Dessa forma, a federação norte-americana tornou-se um tipo ideal pelas suas características excepcionais de partir da formação deliberada de entes soberanos para estruturar um novo Estado.
Confederação - A confederação constitui-se como uma forma de Estado na quais os entes integrantes mantém-se por determinado princípio como defesa, sistema alfandegário, etc. 
O mundo Grego clássico deu-nos um primeiro exemplo de confederação quando as cidades-estados uniram-se diante da possibilidade de um ataque da Pérsia. O outro exemplo marcante foi a confederação americana que reuniu as antigas 13 colônias britânicas durante o período de 1776 a 1787.
A Alemanha durante o século XIX deu vários exemplos de processos confederativos.
3. AS FUNÇÕES DO ESTADO
O poder é uno e indivisível. Força imanente do Governo para atingir sua finalidade; possibilidade legal de agir, de fazer. Direito de ordenar, de fazer-se obedecer, pela força coercitiva da lei ou das atribuições de que se reveste o cargo de que está investido quem tem a faculdade de ordenar�.
Objetivando promover o bem público, como sua meta final, o Estado desempenha uma série de funções através dos órgãos que o compõe, determinando um enorme conjunto de atos e serviços variáveis de um local para outro e de acordo com a época analisada.
 Essa múltipla atividade gerou a teoria sobre os poderes estatais. No início concentrada numa pessoa ou coletividade, passou a distribuir-se numa verdadeira divisão de trabalho e atribuições, cujas funções exigem os respectivos órgãos com a missão de exercê-las dentro dos limites das correspondentes competências.
 
Esse exercício mesmo dentro da unidade estatal obedece a limitações consagradas, que visam evitar a hipertrofia da autoridade.
 
Aristóteles começou a discernir as três partes do governo com as funções por elas exercidas: a assembléia do povo formada pelos cidadãos em geral, como corpo deliberante e verdadeiro soberano do Estado; a segunda composta de magistrados com ordens especiais encarregados das rendas e defesa do Estado e a terceira integrada por juízes, encarregados do julgamento e da aplicação da justiça.
 
John Locke já falava expressamente nos poderes citando o legislativo, executivo, federativo do estado e a prerrogativa. Não confiante na natureza humana considerava perigoso confiar a execução das leis àqueles que a tivessem elaborado, convindo separar o poder legislativo do executivo. Não tratou do judiciário com especialidade e o poder federativo por outros interpretado como confederativo, correspondia ao direito da paz e da guerra, de formar ligas e alianças e de fazer toda espécie de negociações com as pessoas e as comunidades estranhas ao Estado. A prerrogativa referia-se ao poder discricionário que às vezes atingia a arbitrariedade indo de encontro ao bem público.
 
 Montesquieu que em 1748 elaborou um verdadeiro tratado de Teoria do Estado sob o título O Espírito das Leis, quando concluiu que "Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo de principais, ou de nobres, ou do povo, exercessem os três poderes, o que faz leis, o que executa as resoluções públicas e o que julga os crimes ou as desavenças dos particulares".
  
Immanuel Kant, filósofo alemão nos Princípios Metafísicos da Teoria do Direito, viu nos poderes do Estado as três proposições de um silogismo prático: a maior que contem a lei de uma vontade; a menor, a ordem de conduzir-se de acordo com a lei; enfim, a conclusão, a sentença, que decide o que é direito no caso de agir. Estes três poderes são coordenados (completando-se) e subordinados (independentes). O legislativo é irrepreensível; o executivo irresistível e o judiciário é inapelável.
 
Cada órgão, dentro da sua esfera de ação, exerce a totalidade do poder soberano, uno e indivisível. Em outras palavras: vontade estatal única, cada ato de governo, explanado por um dos três órgãos, representa uma manifestação completa do poder.
 
O Legislativo, o Executivo e o Judiciário, são poderes interdependentes no sentido literal da palavra, já que devem ser harmônicos e coordenados entre si. São órgãos de manifestação do poder de soberania estatal, que é, na sua essência uno e indivisível. Cada um, na esfera dasua função específica, exerce a totalidade do poder.
 A função legislativa pode ser definida como a de criação e inovação de ordenamento jurídico. Têm por finalidade a formulação de regras genéricas e abstratas, que devem ser compulsoriamente observadas não só pelos indivíduos, mas pelos órgãos estatais.
A função executiva tem por objeto a administração da coisa pública. Realizam-se por meio de atos e decisões produzidas com a finalidade de dar cumprimento as estabelecido nas leis.
A função jurisdicional é a voltada para a aplicação da lei ao caso controvertido. É aquela que se destina à conservação e à tutela do ordenamento jurídico mediante proferimento de decisões individuais e concretas.
O Estado manifesta a sua vontade, o seu poder através desses três órgãos que compõem a sua unidade. Cada um dos três, isoladamente, sem a correlação e a integração dos dois outros, não chegaria a expressar o poder do Estado.
	Os três poderes só é independentes no sentido de que se organizam mutuamente na finalidade essencial de compor os atos de manifestação da soberania estatal, mediante um sistema de freios e contrapesos, na expressão dos constitucionalistas norte-americanos, realizando o ideal de contenção do poder pelo poder.
3.1 ÓRGÃOS E FUNÇÕES DO ESTADO
Preliminarmente cabe distinguir:
GOVERNO: “Soberania posta em ação”. Esmein ou “Direção suprema dos negócios públicos” segundo Barthélemy e Duez.
ADMINISTRAÇÃO: Instrumento de efetivação do Governo à qual está subordinada. Realiza a orientação e idéias governamentais.
Sistemas de classificação:
Formais ou subjetivistas levam em consideração os órgãos que desempenham as funções públicas, onde:
O Governo é exercido pelos Representes, já a Administração é exercida pelos Agentes.
Materiais ou objetivistas levam em consideração as funções que são desempenhadas pelos órgãos públicos:
O Governo garante normas, soluciona conflitos, estabelece a ordem pública, já a Administração presta serviços mediante as obras gerais de interesse coletivo.
Órgãos: Indivíduo ou grupo de indivíduos aos qual o Estado confia o papel de desempenharem suas atividades (do Estado).
Funções: Atividades estatais em realização, entregues ao mister isolado ou conjunto de indivíduos previamente designados.
 3.2 AS TRÊS FUNÇÕES BÁSICAS DO ESTADO
 
Não confundir as funções com as finalidades ou objetivos do Estado, que são vários e de natureza militar, policial, econômica, previdenciária, cultural entre outras. Todavia as funções básicas do Estado, mesmo com outras palavras ou acréscimos por parte de uns e concentrações por outros permanecem as mesmas desde Aristóteles aos nossos dias.
 
	O filósofo grego entendia da seguinte maneira as três funções basilares da “polis”:
 
	Consultiva, que se pronunciava acerca da guerra, da paz e das leis;
 
	Administrativa, através do magistrado incumbido dos restantes assuntos do governo. 	
	Judiciária, solucionando as controvérsias;
 
	Modernamente o Estado consolidou estas três funções que a partir dos pensadores dos séculos XVII e XVIII, passaram a ser exercidas por órgãos correspondentes de forma harmônica e interdependente:
 
	Legislativa: estabelece normas gerais e abstratas que regem a vida em sociedade, através de manifestação de vontade a ser feita valer toda vez que ocorre o fato descrito na norma. Exemplo: Quem importa mercadoria paga o imposto sobre importação. Esta é uma lei.
 
	Executiva: traduz num ato de vontade individualizado a exteriorização abstrata da norma. Exemplo: Cobrar do importador o tributo na quantidade prevista na lei é ato executivo.
 
	Judiciária: Dirime as controvérsias que podem surgir na aplicação da lei. Exemplo: Se o importador dos exemplos acima, considera indevido o tributo cobrado surge uma lide a ser resolvida definitivamente pela função jurisdicional.
4. SEPARAÇÃO DOS PODERES
A ideia subjacente a essa divisão era criar um sistema de compensação, evitando que uma só pessoa, ou um único orgão, viesse a concentrar em suas mãos todo o poder do Estado.
Os poderes Legislativos, Executivos e Judiciários, não surgiram marcados pela pretensão de compreender e descrever exaustivamente as funções do Estado, mas com intuito prescritivo e garantístico: a separação ôrganico – pessoal dasquelas funções era imposta em nome da liberdade e da segurança.
Com isso, estaria criado um sistema de freios e contrapesos, pois tais poderes – os ogãos o Estado – deveriam inter-relcionar-se de forma harmonica, mas cada qual mantendo o respectivo ambito de independencica e autonomia em relação aos demais. Como consequencia desa premissa, o ocupante de cargo em um desses cargos do estado não poderia simultaneamente exercer ofício em outro. Essa regra não é absoluta, mas as exceções a ela só podem ser ditadas expressamente por norma contitucional. É o que ocorre com a permissão constante do art. 56 da Constituição da Republica, que permite aos Senadores e Deputados o exercicio de cargo de Ministro de Estado, Governador de Território ou Secretário de estado, de Território, de Prefeitura de Capital ou de distrito Federal.
Em suma, a ideia que se deve ter por consolidada é a de que, atribuindo-se as funções de poder a mãos diferentes, uma contralodoria a outra, evitando o arbitrio e, por conseguinte, fornecendo condições objetivas para o respeito aos direitos individuais.
A garantia de independencia entre os Poderes brota da Constituição. Só é possível cogitar de Poderes independentes quando as atribuições de cada qual são ditadas diretamente pela Constituição. Disso resulta que, para o mexercício das funções que lhe são próprias, congênitas, um Poder não precisa consultar o outro, exerce as respectivas funções sob regime de completa independência.
A independencia entre os Poderes tras subjacente a regra da indegabilidade de funções. Não seria possível manter a indepenência entre os Poderes se, na vicissitude da tividade pública, um deles pudesse ordinariamente delegar suas funções para que outro as exercesse. Estaria frustada a independência, que, a qualquer momento, no jogo das pressões políticas, poderia ser usurpada pelo exercício rotineiro das funções de um Poder do Estado por outro.
A regra, portanto, é clara. Em princípio, as funções de um Poder não podem ser delegadas a outro. Exceções a essa regra só podem vir consolidadas por expressa disposição constitucional, como acontece, por exemplo, no caso das leis delegadas, que encontram permissão específica no art.68 da Carta.
A divisão ôrganica o poder, tal qual concebida por Mostequieu, tem amparo nessas três cláusulas-parâmetros: a “independência e harmonia entre os Poderes”, a “indelegabilidade de funções” e a “inacumulabilidade” de cargos efunções provenientes de Poderes distintos.
A ressava que deve ser feita é que, adotada a divisão orgânica de poderes como padrão estruturante do Estado, exceções a qualquer das suas cláusulas-parâmentros só podem advir de norma constitucional.
 
 5. FORMAS DE GOVERNO
É o modo pelo qual o poder se organiza e se exerce, permitindo agrupar os Estados em seu modo de ser substancial, determinando a situação jurídica e social dos indivíduos em relação à autoridade.
A classificação mais antiga das formas de governo que se conhece é a de Aristóteles, baseada no número de governantes. Distingue ele três espécies de governo: a monarquia, quando é um só indivíduo quem governa em prol do bem geral; a aristocracia, que é o governo exercido por um grupo de minoria privilegiada da nobreza em benefício da sociedade; e a democracia quando o poder é exercido pelo povo com o objetivo do bem comum. Cada uma destas formas de governo pode sofrer uma degeneração, quando quem governa deixa de se orientar pelo interesse geral e passa a decidir segundo conveniências particulares. Assim, as formas puras de governo são substituídas por forma impuras: a monarquiadegenera em tirania (um só quem governa em proveito próprio); a aristocracia degenera em oligarquia (governo exercido por um grupo de minoria privilegiada da nobreza em benefício próprio); e a democracia degenera em demagogia (o governo nas mãos da multidão revoltada ou esta domina diretamente os governantes, implantando um regime de violência e de opressão).
Maquiavel em 1531 sustentava a existência de ciclos de governo, ou seja, o ponto de partida é um estado anárquico, inicio da vida humana em sociedade. Para se defenderem melhor os homens escolheram o mais robusto e valoroso, nomeando-o chefe e obedecendo-o. Não dando certo, mudaram as características para o mais justo e sensato, tendo esta monarquia eletiva se tornado hereditária, sendo que algum tempo depois os herdeiros começaram a degenerar, surgindo à tirania. Para coibir seus males, os que tinham mais riquezas organizaram conspirações e se apoderaram do governo, instaurando a aristocracia, orientada no bem comum. Contudo, os descendentes dos governantes aristocratas, despreocupados com o bem comum, passaram a utilizar o governo em proveito próprio convertendo a aristocracia em oligarquia. O povo não suportando mais estasituação destituiu os oligarcas e resolveu governar a si mesmo, surgindo o governo popular ou a democracia. Mas o próprio povo sofreu um processo de degeneração e cada um passou a utilizar em proveito pessoal a condição de pa participante no governo, gerando a anarquia e voltando-se ao estágio inicial e recomeçando-se o ciclo que já foi cumprido várias vezes na vida de todos os povos.
Assim, a única maneira de se quebrar o ciclo, segundo Maquiavel, seria a conjugação da monarquia, da aristocracia e da democracia em um só governo.
Mais tarde Montesquieu apontou três espécies de governo: o governo republicano, o monárquico e o despótico, tendo grande influência prática.
Cita Montesquieu que “governo republicano é aquele que o povo, como um todo, ou somente uma parcela do povo possui poder soberano; a monarquia é aquela em que um só governa, mas de acordo com leis fixas e estabelecidas; e no governo despótico, uma só pessoa governa sem obedecer a leis e regras, realiza tudo por sua vontade e seus caprichos”. Na verdade, ainda hoje, a monarquia e a república são as formas fundamentais de governo.
Monarquia: É a forma de governo (legalidade e legitimidade) que se constitui a se exercer pela tradição (Weber). É a forma de governo em que um só indivíduo, ocupando o cargo em caráter vitalício e sujeito à sucessão hereditária, governa em prol do bem geral.
Quando nasce no Estado Moderno a necessidade de governos fortes favorece o ressurgimento da monarquia, não sujeita a limitações jurídicas, donde o qualificativo de monarquia absoluta. Crescem no século XVIII a resistência ao absolutismo e surge a monarquia constitucional, onde o rei continua governando, mas está sujeito a limitações jurídicas estabelecidas na Constituição. Mais tarde surge outra limitação ao poder do monarca, com a adoção do Parlamentarismo pelos Estados monárquicos, onde o monarca se torna apenas o Chefe de Estado, com atribuições quase de representação, não de governo, que passa a ser exercido por um Gabinete de Ministros.
São características fundamentais da monarquia:
• Vitaliciedade – O monarca pode governar enquanto viver ou enquanto tiver condições para tanto;
• Hereditariedade – A escolha do monarca se dá pela simples verificação da linha de sucessão. Quando morre o monarca ou este deixa o governo por outra razão, é imediatamente substituído pelo herdeiro da coroa;
• Irresponsabilidade – O monarca não tem responsabilidade política, ou seja, não deve explicações ao povo ou qualquer órgão sobre os motivos pelos quais adotou certa orientação política.
República: A categoria república até o século XVIII não apresentava precisão. Isto é, quando se referia a república, estava, na verdade, delimitando o próprio Estado. Somente a partir do final do século XVIII é que se consolida a idéia da república como forma de governo. É a forma de governo típica da coletividade, em que o poder e o exercício da soberania são atribuídos ao povo, que elege os representantes para um mandato pré-fixado. O desenvolvimento da idéia republicana se deu através das lutas contra a monarquia absoluta e pela afirmação da soberania popular que exigia participação do povo no governo, surgindo, assim, a República, mais que uma forma de governo, um símbolo de todas as reivindicações populares. Assim, no pensamento norte-americano, foi sinônimo de democracia representativa. Entretanto, devemos reconhecer que temos duas noções de república.
A noção norte-americana – O poder se constitui por uma rotatividade dos cargos eletivos pelo princípio democrático.
A noção francesa – de caráter revolucionário, incorporando um discurso igualitário, solidário e libertário.
As características principais da República são:
• Temporariedade – O Chefe do Governo recebe um mandato, como o prazo de duração predeterminado;
• Eletividade – Na república o Chefe do Governo é eleito pelo povo, não se admitindo a sucessão hereditária ou por qualquer forma que impeça o povo de participar da escolha;
• Responsabilidade - O Chefe do Governo é politicamente responsável, o que significa que deve prestar contas de sua orientação política ao povo diretamente ou a um órgão de representação popular.
6. SISTEMAS DE GOVERNO
É a forma pela qual o Estado é política e socialmente organizado. É a estrutura política do Estado. Trata da organização dos poderes executivo e legislativo e as relações entre um e outro poder. Nas classificações: Parlamentarista e Presidencialista.
PARLAMENTARISMO
Sistema de governo em que há um chefe de Estado que representa o Estado sem responsabilidade política (rei ou presidente da república) e um chefe de governo (1º ministro) que governa o Estado.
Existe no sistema parlamentarista um mecanismo de equilíbrio de forças. Este equilíbrio de forças entre o Parlamento e o chefe de Estado está no fato de que o Parlamento pode obter a demissão do Ministério, porém aquele pode ser dissolvido pelo chefe de Estado.
Assim, este chefe de Estado simboliza a unidade nacional, acima dos partidos políticos, e, consequentemente, das divergências e crises políticas. O chefe de Estado incarna a continuidade do Estado e das instituições, sem ter os meios e os poderes de colocar em prática uma política própria.
No parlamentarismo, geralmente o Parlamento encontra-se dividido em duas Casas ou Câmaras (bicameralismo): Câmara Alta (Câmara dos Lordes, na Inglaterra; Senado, na França; e Bundesrat, na Alemanha) e Câmara Baixa (Câmara dos Comuns, na Inglaterra; Assembléia Nacional, na França; e Bundestag, na Alemanha). Somente a Câmara Baixa, cujos membros são resultantes do sufrágio universal, é que exerce controle sobre o governo. Já a Câmara Alta, tem seus membros geralmente escolhidos por via indireta, possuindo poderes limitados. Ela funciona mais como um poder Moderador, com caráter conservador, comparando-se com a Câmara Baixa, que geralmente é mais sensível as pressões populares.
PRESIDENCIALISMO
É o sistema de governo no qual a administração do Estado se concentra no Presidente da República, que exerce a função de chefe de Estado e Chefe de Governo.
O presidencialismo não resultou de um longo e gradual processo de elaboração e sim de uma criação americana do século XVIII, tendo resultado da aplicação das idéias democráticas, concentradas na liberdade e na igualdade dos indivíduos, na soberania popular, conjugadas com o espírito pragmático dos criadores do Estado norte-americano. Assim, criou-se um sistema que, consagrando a soberania da vontade popular, adotando-se ao mesmo tempo um mecanismo de governo que impediria a concentração de poder.
No presidencialismo, ao contrário do parlamentarismo, é demarcado por uma rígida separação de poderes, assentada na independência orgânica e na especialização funcional.CONCLUSÃO
 
A Divisão de Poderes do Estado, onde cada função governamental é exercida por um órgão específico, sempre foi um importante instrumento de preservação do exercício social da liberdade humana, em qualquer gênero de organização do Estado. 
Prova disso é o valor que este postulado conserva, sendo suscitado desde a Antigüidade pelos grandes pensadores, até o presente, onde permanece como princípio das Constituições dos Estados contemporâneos. 
Entretanto, seria inconcebível querer-se que a Teoria da Separação dos Poderes mantivesse a mesma interpretação, desde a sua consagração no século XVIII, até hoje, em pleno século XXI. Isto porque tal teoria, como proposição fundamental para o exercício do poder, teve que necessariamente acompanhar a evolução do aparato estatal e da sociedade. 
Concebida para evitar os abusos de poder do Estado, através de um mecanismo que enfraquecesse a sua intromissão na esfera individual, a clássica Teoria de Separação dos Poderes foi revisada para ser mantida, pois sua rigidez passou a representar um entrave ao desempenho eficiente das atribuições estatais. 
A solução alcançada foi a ampliação dos conceitos da teoria, passando a ser entendida como instrumento de garantia da desconcentração das funções do Estado e de desempenho eficaz destas funções. Conciliar essas duas nuances na mesma teoria tornou-se possível através da associação da idéia de independência orgânica entre os poderes, com a idéia de harmonização entre os mesmos. 
A separação dos poderes do Estado admitiu em seus fundamentos a interpenetração entre as funções exercidas por cada poder. Assim é que, atualmente, não se fala mais em intangibilidade e indelegabilidade entre os poderes do Estado, e sim em colaboração entre os poderes distintos. 
A Teoria da Separação dos Poderes, na época presente, conserva a atribuição das funções legislativa, executiva e judiciária a órgãos especializados, que possuem autonomia organizacional e não estão subordinados uns aos outros para o regular desempenho de suas funções típicas, devendo guardar obediência apenas à Constituição e às leis. Contudo, passou a admitir interferências recíprocas entre os poderes e o exercício de funções atípicas por cada um, dentro dos limites expressos na Constituição. 
Dessa forma, a revisão da Teoria da Separação dos Poderes adaptou o dogma clássico à realidade da necessária prestação estatal eficiente, e continua gozando de prestígio, sendo considerada uma das mais sublimes garantias constitucionais do Estado Democrático de Direito.
REFERÊNCIAS
ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Dicionário Jurídico Brasileiro Acquaviva. 7ª edição. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1995;
BOBBIO, Norberto, 1909. Estado Governo Sociedade, por uma teoria geral da política. Tradução Marco Aurélio Nogueira. 14ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2007;
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 3ª edição, 2ª tiragem. São Paulo: Malheiros Editores, 1999;
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 18ª ed., São Paulo: Saraiva, 1994;
MEIRELLES, Helly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26ª edição. São Paulo: Malheiros, 2001;
MENEZES, Aderson de. Teoria Geral do Estado, 8ª. edição, Rio de Janeiro, Ed. Forense, 1996, pags. 367/373;
REALE, Miguel. Teoria do Direito e do Estado. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2000, pag 107;
_____________ Introdução ao Estudo do Direito. 23ª edição. São Paulo: Saraiva, 1996.
� REALE, Miguel. Teoria do Direito e do Estado. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2000, pag 107, 
� ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Dicionário Jurídico Brasileiro Acquaviva. 7ª edição. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1995,

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