Modelo de Agravo de instrumento

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EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DA 8ª TURMA DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
PROC. RXOF-00001-2007-103-04-004
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob nº 54.308.485/000152, por seu advogado infra-assinado, inconformada com r. despacho de fl. 215, que negou seguimento ao Recurso de Revista, vem à presença de V. Exa., interpor o presente Agravo de Instrumento, nos termos do art. 897 alínea “b” da CLT, com o intuito de destrancar o recurso de revista, permitindo o seu regular processamento.
Requer, outrossim, que seja o presente, após o seu regular recebimento e processamento, enviado, na forma da lei, para E. Tribunal Superior do Trabalho para análise e julgamento do pedido de reforma ora deduzido.
Instrui o agravante o presente recurso com cópias dos documentos indicados no art. 897, §5º incisos I e II, a saber:
 I - Cópias: da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária. II - Cópias do Recurso de Revista.
Declara o subscritor deste recurso que as cópias anexas são autênticas, conforme autorizado pelo art. 365, inciso IV, do CPC.
Informa, nos termos do art. 524, III, do CPC, o agravante o endereço dos patronos das partes:
- Pelo Agravante: Procurador Regional Federal (RS-5). Endereço Rua 15 de Novembro nº 256. E-mail: arrudaj52@hotmail.com.
- Pelos Agravados: Jair Alberto Mayer (RS-23244). Endereço Rua 15 de Novembro, Galeria MALCON andar 4, Apt. 5.
Informa ainda que a reclamada, ora agravante é isenta de preparo, nos termos do art. 790-A da CLT e DL 779/69.
 
P. E. Deferimento
Pelotas, 03 de outubro de 2013.
Procurador Regional Federal (RS – 5).
EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
PROC. RXOF-00001-2007-103-04-004
Agravante: Universidade Federal de Pelotas
Agravados: Flávio Heladio Souza Rodrigues e José Dantas Veiga.
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,
ÍNCLITOS JULGADORES,
Entendeu o d. Juiz – Relator designado por indeferir liminarmente o Recurso de Revista, alegando que não preenchera os requisitos intrínsecos, referente à violação de dispositivo de lei e da Constituição Federal, a saber:
“A decisão, embora contrariando a súmula 363 do TST: CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) – Res. 121/2003, DJ 19,20 e 21.11.2003 ‘A contratação de servidor público, após a Constituição de 1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no seu art. 37, II, e § 2º, somente conferindo-lhe direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS’ está em consonância com o princípio geral do não enriquecimento sem causa, não sendo dado a Administração contratar e utilizar força de trabalho, ainda que irregularmente, mas deixar de satisfazer as obrigações decorrentes da legislação do trabalho, posto que integralmente entregue a prestação laboral pelos recorridos. Relativamente à alegação de violação a dispositivo de lei e da CF, verifica-se ausente de violação frontal ou negativa de sua vigência. Não admito o recurso. Conclusão: Nego seguimento.”
Em que pese os fundamentos adotados pelo douto julgador, merece reforma em relação aos pontos que serão adiante abordados e fundamentados.
I. DA VIOLAÇÃO A DIPOSITIVO DE LEI E DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Resta incontroverso, nos autos do processo que os Reclamantes, ora agravados, foram contratados pela reclamada, ora agravante, (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS), em tais datas: (José, em 02.04.1999 e Flávio, em 01.04.2004, ambos permaneceram nessa condição até 31.12.2005), isto é, após a CF/88, sem que tenham participado de concurso público. A par da irregularidade da contratação, constata-se, no caso em exame, nítida violação ao art. 37, II, da CF/88, pois o acesso a cargos e funções públicas só é possível mediante prévia aprovação em concurso de provas ou de provas e títulos, com exceção dos cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração, que não é a hipótese.[1: Datas constantes da Petição inicial, fls. 05 e06.]
Com efeito, os contratos celebrados são nulos de pleno direito, e tal nulidade advém de normas imperativas que regulam o acesso ao serviço público, direcionadas tanto ao administrador quanto aos administrados. Não havendo dúvida quanto à exigência constitucional de concurso público para a admissão do empregado público, a ausência desse requisito formal torna indiscutível a nulidade da contratação do empregado (art. 37, § 2º, CF/88). 
Configurando, a decisão ora agravada, verdadeira afronta a CF/88, e também ao art. 3º LINDB, pois, “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”, muito menos a Administração Pública.
Em respeito ao princípio que veda o enriquecimento sem causa, no caso concreto em análise, são devidos aos reclamantes, ora agravados, apenas os valores concernentes aos depósitos do FGTS, sem a multa de 40%, de acordo com a Súmula 363 do E. TST, nesse sentido é o entendimento do E. Tribunal Superior do Trabalho, a saber:
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PROCESSO ELETRÔNICO - CONTRATO NULO. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. EFEITOS. Constatada contrariedade à Súmula 363 do TST, merece provimento o Agravo de Instrumento para determinar o processamento do Recurso de Revista. II - RECURSO DE REVISTA. CONTRATO NULO. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. EFEITOS. Nos termos da Súmula 363 do TST, a contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. Recurso de Revista conhecido e parcialmente provido. (RR - 972-24.2012.5.03.0136 , Relator Ministro: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: 11/09/2013, 8ª Turma, Data de Publicação: 13/09/2013)
Assim resta demonstrada a violação a dispositivo de lei (art. 3º da LINDB) e a Constituição Federal (art. 37, II e §2º), bem como a Súmula 363 do E. TST, evidenciando o cabimento do Recurso de Revista.
II. ANTE AO EXPOSTO REQUER, a V. Exas, a reforma do r. despacho, ora agravado, para:
a) Sopesados tais argumentos, espera que esse Douto Superiro Tribunal do Trabalho, no exercício de sua competência reforme o r. despacho denegatório, e dê PROVIMENTO ao presente Agravo de Instrumento, para que seja dado regular processamento ao Recurso de Revista interposto, eis que este, restou cabalmente demonstrado que preenche todos os requisitos de admissibilidade determinados no art. 896 da CLT e, conhecendo a Revista, dê-lhe provimento nos termos de sua argumentação.
P. E. Deferimento
Pelotas, 03 de outubro de 2013.
Procurador Regional Federal (RS – 5).
Tel/fax: 3226-4046 – CEP: 070250-500 Pelotas 03 de Outubro de 2013
 Arrudaj52@hotmail.com	Página 6