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Apostila Gestao de desenvolvimento de Produto

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GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS 
 
 
Gestão de Desenvolvimento de Produto (GDP) 
1. Considerações Iniciais 
O processo de desenvolvimento de produtos constitui um ponto-chave dentro de 
qualquer empresa que busca a liderança em seu setor de atuação. Antigamente, produzir 
um produto a baixo custo e vender e larga escala era receita certa de sucesso. Tal premissa 
não se aplica às empresas de hoje. Saber criar valor é a chave do negócio. Neste ponto, o 
processo de desenvolvimento de produtos tomou outra proporção, tendo suas atividades 
iniciadas na compreensão das necessidades do mercado e terminando com o fim do ciclo de 
vida do produto. 
O modelo genérico proposto de GDP pelo livro “Gestão de Desenvolvimento de 
Produtos: uma referênci p r melhori do processo” constitui -se, portanto, uma 
excelente referência para aqueles que desejam aprimorar ou, até mesmo, implantar tal 
forma de trabalho em suas organizações. 
2. O modelo propriamente dito 
O processo de desenvolvimento de produtos pode ser dividido em três grandes fases, 
quais sejam: pré-desenvolvimento, desenvolvimento e pós-desenvolvimento. Abaixo 
podemos visualizar os processos de forma mais clara através da visão gráfica de todo o 
processo. 
Fig. 1 – Processo de desenvolvimento de produto 
1 
 
2.1 Pré-desenvolvimento 
O pré-desenvolvimento é, como o próprio nome diz, a fase que concepção do 
produto. Essa grande fase é dividida em outras duas subfases, quais sejam: planejamento 
estratégico de produtos e planejamento do projeto. 
2.1.1 Planejamento Estratégico de Produtos 
Nesta fase do processo são desenvolvidas oito atividades, a citar: 
1. Definir escopo da revisão do Plano Estratégico de Negócios (PEN) 
2. Planejar atividades para a revisão do PEN 
3. Consolidar informações sobre tecnologia e mercado 
4. Revisar o PEN 
5. Analisar o portfólio de produtos da empresa 
6. Propor mudanças no portfólio de produtos 
7. Verificar viabilidade do portfólio de produtos 
8. Decidir início do planejamento de um produto do portfólio 
Como se pode observar esta subfase é voltada para verificar a viabilidade e o 
alinhamento do produto ao planejamento estratégico de negócios e ao portfólio da 
empresa. 
Nesta oportunidade a empresa aproveita para verificar se seu PEN está adequado a 
realidade atual do mercado, isto é, verifica-se a necessidade ou não de adequação através 
da revisão da missão, segmentação do mercado, tendência tecnológicas, posicionamento no 
mercado, competências, recursos necessários, metas, dentre outros. 
No tocante ao portfólio de produtos, a empresa deve fazer um estudo visando 
identificar quais produtos devem ser descontinuados, abandonados ou congelados e quais 
projetos devem ser iniciados. 
Nesta subfase, além da verificação do alinhamento do produto à empresa, serão 
levantadas informações sobre tecnologia e mercado, através da utilização de pesquisas de 
mercado, vigilância tecnológica e inteligência competitiva. 
2 
 
2.1.2 Planejamento do Projeto 
Esta subfase do pré-desenvolvimento é responsável pela elaboração do projeto de 
desenvolvimento do produto como um todo. O modelo proposto sugere a realização de 
quatorze atividades, as quais relacionamos abaixo: 
1. Definir interessados do projeto 
2. Definir escopo do produto 
3. Definir escopo do projeto 
4. Detalhamento do escopo do projeto 
5. Adaptar o modelo de referência 
6. Definir atividades e seqüência 
7. Preparar cronograma 
8. Avaliar riscos 
9. Preparar orçamento do projeto 
10. Analisar a viabilidade econômica do projeto 
11. Definir indicadores de desempenho 
12. Definir plano de comunicação 
13. Planejar e preparar aquisições 
14. Preparar plano de projeto 
A despeito das quatorze atividades sugeridas pelo modelo, podemos dividir a subfase 
em planejamento do desenvolvimento do produto e planejamento do projeto 
(desenvolvimento das atividades). 
No planejamento do desenvolvimento do produto serão elencadas as características 
desejáveis do produto, isto é, quais parâmetros deverão ser seguidos na produção do 
produto. 
Definidos os parâmetros do produto, pode -se passar a fase seguinte que é detalhar 
as atividades que serão realizadas, isto é, o projeto de desenvolvimento em si. Neste ponto 
serão realizados estudos visando definir o escopo do projeto, o cronograma das atividades, 
os riscos envolvidos no processo, o orçamento com o custos das atividades, a comprovação 
da viabilidade econômica do projeto, quais indicadores de desempenho serão utilizados para 
medir o sucesso do projeto, como as atividades serão comunicadas, o que será necessário 
adquirir para conduzir o projeto, tudo isso devidamente documento no plano de projeto. 
3 
 
2.2 Desenvolvimento 
A fase do desenvolvimento do produto é onde o me smo será de fato produzido. É 
subdivida em cinco subfases: 
1. Projeto Informacional 
2. Projeto Conceitual 
3. Projeto Detalhado 
4. Preparação da Produção do Produto 
5. Lançamento do Produto 
2.2.1 Projeto Informacional 
Esta subfase do desenvolvimento será responsável pelas especificações de metas, 
isto é, definir os requisitos com valores metas e adicionar informações qualitativas. Seis 
atividades principais são desenvolvidas no projeto informacional: 
1. Atualizar o plano do projeto informacional 
2. Revisar e atualizar o escopo do produto 
3. Detalhar ciclo de vida do produto e definir seus clientes 
4. Identificar os requisitos dos clientes do produto 
5. Definir requisitos do produto 
6. Definir especificações meta do produto 
Durante o projeto informacional, quando da revisão e atualização do escopo do 
produto, serão feitas pesquisas para analisar tecnologias disponíveis e necessárias, padrões, 
normas, patentes, legislações, produtos concorrentes ou similares. 
O detalhamento do ciclo de vida como o próprio nome diz, será responsável por 
projetar toda a vida do produto, aproveitando nesse momento para definir os possíveis 
clientes em cada fase. Aproveitando deste estudo deve -se identificar os requisitos dos 
clientes para o produto, isto em todas as fases de seu desenvolvimento, não somente as 
necessidades imediatas. 
Feito o estudo, passa-se a definição dos requisitos finais do produto, onde os 
requisitos são transformados em valores mensuráveis e hierarquizados entre si. 
A atividade final desta subfase é a definição de especificações meta do produto, que 
nada mais é do que valorar os requisitos do produto, analisar perfil técnico e de mercado e 
4 
 
as restrições de projeto do produto, isto é, contrato, ambiente, legislação, normas, dentre 
outros. 
2.2.2 Projeto Conceitual 
A segunda subfase do desenvolvimento do produto é o projeto conceitual, que é 
onde será realizado o modelo conceitual do produto através da integração dos princípios de 
solução, a arquitetura do produto ( Bill of materials – BOM inicial e interfaces), Layout e 
estilo do produto, macro-processo de fabricação e montagem e a lista inicial dos sistemas, 
subsistemas e componentes (SSC). 
O projeto conceitual é constituído de dez atividades essenciais, quais sejam: 
1. Atualizar o plano do projeto conceitual 
2. Modelar funcionalmente o produto 
3. Desenvolver princípios de solução para as funções 
4. Desenvolver asalternativas de solução para o produto 
5. Definir arquitetura do produto 
6. Analisar sistemas, subsistemas e componentes 
7. Definir ergonomia e estética 
8. Definir fornecedores e parcerias de co-desenvolvimento 
9. Selecionar a concepção do produto 
10. Planejar o processo de manufatura macro / Definir plano macro de processo 
Como se pode verificar, nesta subfase o produto será modelado de forma a definir 
suas funções, a arquitetura, isto é, seu layout e estilo, a definição de ergonomia e estética, 
tudo aquilo necessário para dar forma ao produto. 
Modelado o produto, é possível definir o BOM do produto, fim de permitir a 
fabricação do mesmo. Após a definição do BOM devem-se definir fornecedores e parcerias 
de co-desenvolvimento, verificando a qualificação de fornecedores externos ou a viabilidade 
de fabricação própria. 
Após todos esses passos, algumas concepções para o produto foram desenvolvidas, 
restando, portanto a escolha da mais adequada para que se possa realizar o planejamento 
do processo de manufatura. 
5 
 
2.2.3 Projeto Detalhado 
A fase anterior, projeto conceitual, gerou uma concepção de produto, a qual poderá 
na fase seguinte, projeto detalhado, ser transformada em um produto final. Nessa subfase 
do desenvolvimento serão realizadas as configurações finais do produto, desenhos finais 
com tolerâncias, planos de processo de fabricação, projeto de embalagem, material de 
suporte do produto, protótipo funcional, projeto dos recursos e o plano de fim de vida. 
O projeto detalhado conta com treze atividades chaves, listadas abaixo: 
1. Atualizar o plano de projeto detalhado 
2. Criar e detalhar SSCs, documentação e configuração 
3. Decidir por fazer ou comprar SSC 
4. Desenvolver fornecedores 
5. Planejar o processo de fabricação e montagem 
6. Projetar recursos de fabricação 
7. Avaliar SSCs, configuração e documentação do produto e processo 
8. Otimizar produto e processo 
9. Criar material de suporte do produto 
10. Projetar embalagem 
11. Planejar fim de vida do produto 
12. Testar e homologar produto 
13. Enviar documentação do produto a parceiros 
Durante o projeto detalhado serão realizadas muitas atividades direcionadas ao SSCs. 
No tocante a este assunto procura-se criar, reutilizar, procurar, codificar, calcular e 
desenhar, especificar tolerâncias, integrar os SSCs, bem como finalizar desenhos, 
documentos e o BOM. Informações de custos, tempo, capacidade e competências para o 
desenvolvimento/fornecimento dos SSCs serão fundamentais nesta subfase, pois se deve 
definir entre comprar ou fazer, necessitando, portanto, de orçamentos dos fornecedores. 
Caso seja necessário comprar os SSCs, devem-se selecionar os fornecedores, através 
do envio das especificações e análise das amostras recebidas. Aprovado o custo e a amostra 
o fornecedor é homologado para o processo. 
Definidos os processos de obtenção dos SSCs, passa-se ao planejamento do processo 
de fabricação e montagem. Nessa atividade deve-se definir e seqüenciar operações, 
6 
 
especificar máquinas, equipamentos, pessoal, habilidades, inspeção, métodos, ferramental, 
dentre outros. 
Durante o planejamento detalhado é interessante que se faça a simulação do 
processo de fabricação, fins de se identificar possíveis problemas ainda na fase de 
planejamento. Nessa oportunidade serão avaliados SSCs, configuração e documentação do 
produto e processo, bem como é uma oportunidade de otimização do produto e processo. 
Nesta subfase será desenvolvido, além do produto em si, o material de suporte do 
produto, que nada mais é do que o manual de operação do produto, material de 
treinamento e manual de descontinuidade do produto. 
Outra atividade importante do projeto detalhado é o desenvolvimento da 
embalagem, onde se deve avaliar a distribuição do produto (transporte e entrega), definir 
normas e as sinalizações das embalagens do produto, identificar os elementos críticos, 
adequar embalagens aos elementos críticos, projetar a forma propriamente dita da 
embalagem, bem como planejar o processo de embalagem. 
Como todo produto tende a ter um fim, durante esta subfase planeja-se o fim de vida 
do produto, através da elaboração do plano de retirada do mercado, plano de 
descontinuidade da produção, plano de descarte e plano de reciclagem. 
Feitas todas as outras atividades do projeto detalhado, deve -se testar e homologar o 
produto. Nessa atividade serão verificadas as documentações, funcionalidade do produto, 
atendimento aos requisitos, atendimento às normas, para, por fim, obter o certificado de 
homologação. 
2.2.4 Preparação da Produção do Produto 
Na subfase anterior, verificamos que todo o planejamento referente ao produto e 
sua fabricação foi realizada. O próximo passo é a preparação da produção do produto, onde 
serão realizadas a liberação da produção, documentos de homologação, especificação do 
processo de produção, especificação do processo de manutenção e a capacitação do 
pessoal. 
Podemos dividir a preparação da produção do produto em dez partes, a ci tar: 
1. Obter recursos de fabricação 
2. Planejar produção piloto 
3. Receber e instalar recursos 
7 
 
4. Produzir lote piloto 
5. Homologar processo 
6. Otimizar produção 
7. Certificar produto 
8. Desenvolver processo de produção 
9. Desenvolver processo de manutenção 
10. Ensinar pessoal 
Na primeira atividade, devem-se desenvolver os recursos não comprados e comprar 
os que tiveram fornecedores desenvolvidos. De posse dos mesmos passamos a verificação 
da disponibilidade dos equipamentos em uso e a operacionalidade dos recursos novos, fins 
de preparar todos os recursos para a produção do lote piloto, o qual será avaliado para que 
se possa homologar o processo de fabricação e montagem. 
Caso seja necessária alguma alteração no processo de manufatura, deve-se fazer 
nesse momento, pois a próxima fase é a certificação do produto, na qual são avaliadas 
exigências de regulamentação, o produto é submetido ao cliente para aprovação, bem como 
são avaliados os serviços associados ao produto. 
Sendo o produto certificado, passa-se a desenvolver o processo de produção, onde 
são desenvolvidos processos de planejamento e controle da produção, processos de logística 
e relação de entrega dos produtos aos clientes. 
Para que todo o processo de manufatura sai a contento, deve-se realizar a 
capacitação do pessoal. Para tal devem-se mapear competências necessárias, definir cursos 
de treinamento, contratar instrutores, desenvolver cursos, desenvolver instrutores, treinar, 
avaliar e certificar pessoal e montar cursos contínuos. 
2.2.5 Lançamento do Produto 
Como o próprio nome desta subfase diz, será nessa oportunidade que o produto será 
apresentado ao mercado, necessitando nessa subfase de algumas especificações, tais como 
processos de vendas, de distribuição, de assistência técnica e de atendimento ao cliente. 
Nove atividades compõem o lançamento do produto: 
1. Planejar lançamento 
2. Desenvolver processo de vendas 
3. Desenvolver processo de distribuição 
8 
 
4. Desenvolver processo de atendimento ao cliente 
5. Desenvolver processo de assistência técnica 
6. Promover marketing de lançamento 
7. Lançar produto 
8. Gerenciar lançamento 
9. Atualizar plano de fim de vida 
No desenvolvimentode processos de vendas devem-se desenhar os processos de 
vendas, adquirir os recursos necessários, preparar a documentação comercial, desenvolver 
sistemas de apoio a vendas, contratar ou alocar pessoal e treinar a força de vendas e pessoal 
de apoio a vendas. 
Para desenvolver o processo de distribuição devem-se desenhar o processo de 
distribuição, definir a logística do processo, fechar acordo com fornecedores, adquirir 
recursos, desenvolver sistemas de apoio a distribuição e treinar pessoal de apoio a 
distribuição. 
O desenvolvimento de atendimento ao cliente conta com o desenho do processo de 
atendimento ao cliente, a necessidade de comprar recursos, desenvolver documentação e 
sistema de apoio ao cliente, a contratação e alocação de pessoal, bem como o treinamento 
para o atendimento ao cliente. 
A assistência técnica, assim como os outros processos, necessita do desenvolvimento 
de algumas atividades, quais sejam: desenhar o processo de assistência técnica, comprar os 
recursos necessários, desenvolver documentação e sistema de apoio a assistência técnica, 
contratar e alocar pessoal, promover o treinamento do pessoal de assistência técnica. 
Para o sucesso do lançamento, uma boa campanha de marketing deve ser realizada. 
Além de propagandas deve-se realizar o evento de lançamento. Após o lançamento do 
produto, o departamento de marketing verificará os resultados, isto é, mensurar a aceitação 
inicial e a satisfação do cliente. 
2.3 Pós-desenvolvimento 
Realizado o desenvolvimento e lançamento do produto a organização deve atentar 
para as atividades pós-desenvolvimentos, que são o acompanhamento do produto e 
processo e descontinuação do produto no mercado. 
9 
 
2.3.1 Acompanhar Produto e Processo 
Como o nome diz, a subfase de acompanhamento do produto e processo é quando a 
organização verificará os níveis de aceitação e desempenho do produto. Essa subfase conta 
com três atividades, quais sejam: 
1. Avaliar satisfação do cliente 
2. Monitorar desempenho do produto 
3. Realizar auditoria pós-projeto 
Na primeira atividade deve-se planejar cuidadosamente a avaliação, aplicá-la e 
analisar e consolidar os dados de nível de satisfação do cliente, fins de entender o impacto 
do produto sobre o cliente. 
O monitoramento do desempenho do produto conta a verificação do desempenho 
técnico do produto no mercado e serviços associados e na produção. São monitorados, 
ainda, o processo de produção, as vendas, o custo de produção, bem como a avalia ção 
econômica do produto. 
A auditoria pós-projeto nada mais é do que a verificação de lições aprendidas no 
processo, que podem auxiliar no desenvolvimento de novos produtos no futuro. 
2.3.2 Descontinuar Produto no Mercado 
Ao fim do ciclo de vida do produto deve-se verificar a viabilidade de descontinuação 
do produto no mercado. Para atingir o objetivo, duas atividades devem ser realizadas: 
1. Analisar e aprovar descontinuidade do produto 
2. Planejar a descontinuidade do produto 
Quando chegar o ciclo final de vida do produto a organização deve realizar uma 
pesquisa de mercado para analisar a oportunidade de descontinuidade do produto. Devem 
ser levados em conta se as metas do produto foram alcançadas, o que está estipulado no 
plano de fim de vida do produto, o relatório de auditoria pós-projeto, demanda pelo 
produto, dentre outros. 
A retirada do mercado do produto deve ser uma atividade bem planejada, fins de não 
deixar o cliente confuso sobre a descontinuação. 
10 
 
 
2.4 Processos de Apoio 
O modelo proposto de gestão de desenvolvimento de produtos conta com dois 
processos de apoios, quais sejam: 
1. Gerenciamento de mudanças de engenharia 
2. Melhoria do processo de desenvolvimento de produtos 
O gerenciamento de mudanças de engenharia visa permitir que mudanças 
identificadas durante o processo sejam avaliadas e implementadas se for o caso. A avaliação 
é realizada pelo Control Change Board – CCB , grupo encarregado de gerenciamento de 
mudança durante o projeto. As fases do gerenciamento de mudanças são basicamente: 
identificar, propor, alterar e implementar mudanças. Os pedidos são realizados através de 
documento intitulado de Engineering Change Request – ECR e as ordens realizadas através 
do Engineering Change Order – ECO . A figura 2 ilustra as fases de gerenciamento de 
mudanças de engenharia. 
Fig. 2 – Gerenciamento de mudanças de engenharia 
A melhoria do processo de desenvolvimento de produtos é realizada através da 
analise encadeada da seguinte forma: entender a motivação das melhorias, analisar 
situação, definir ações e implantar, o qual é realizado através de projetos de melhoria de 
processo, faseados em planejar, requisitos, desenhar, executar e liberar. O processo 
assemelha-se ao conhecido ciclo PDCA ( Plan, Do, Check, Act ). A imagem abaixo representa 
melhor o processo. 
11 
 
 
Fig. 3 – Melhoria no processo de desenvolvimento de produtos 
3. Ferramentas utilizadas na GDP 
Diversas ferramentas podem e devem ser utilizadas na Gestão de Desenvolvimento 
de Produtos. Nesse trabalho focaremos em duas ferramentas, quais sejam: Quality Function 
Deployment – QFD e Analise e Engenharia de Valor. 
3.1 Quality Function Deployment - QFD 
3.1.1 Conceito 
A ferramenta QFD se aplica perfeitamente a Gestão de Desenvolvimento de Produtos 
e pode ser assim conceituada: 
O QFD consiste em um poderoso instrumento de planejamento. O termo quality não tem o significado 
de qualidade , mas de atributos ou características; deployment assume o sentido de desenvolvimento e 
difusão Conseqüentemente, “desdobr mento d função qu lid de” não é tr dução do termo QFD, 
por não refletir todo o seu significado. (MARSHALL JÚNIOR, 2003, p. 47). 
A ferramenta consiste, portanto, em transformar dados obtidos prioritariamente com 
os clientes e, submetendo tais informações a uma série de proce ssamentos sucessivos 
chega-se ao refinamento, de modo que os atributos estabelecidos pelo cliente se traduzam 
no produto final. 
12 
 
O QFD permite a observância das necessidades do mercado de modo a transformar 
desejo em algo tangível. Podemos dizer que o método QFD permite a redução de erros, uma 
vez que tenta projetar o produto já na forma desejada pelo consumidor final. 
Essa ferramenta contribui para o desenvolvimento do produto, sendo possível 
apontar como objetivos e, portanto, conseqüências os seguintes pontos: 
Redução do tempo de desenvolvimento de produtos; 
Redução do número de alterações nos projetos; 
Redução de problemas no início da produção; 
Redução dos custos; 
Aumento da satisfação dos clientes; 
Ampliação da base de conhecimento dos participantes do projeto de QFD. 
3.1.2 Metodologia 
O QFD possui quatro etapas básicas, quais sejam: 
1. Planejamento do produto; 
2. Desenvolvimento dos componentes; 
3. Planejamento do processo; e 
4. Planejamento da produção. 
Como resultado da fase de planejamento do produto é elaborada a Casa da 
Qualidade, a qual pode ser seqüenciada na forma abaixo: 
1. Definição do objetivo: 
É a descrição da meã, do objetivo, do problema, da dificuldade que se quer 
resolver ou para qual vai se direcionar todo o esforço da equipe. 
List de “ques” – o que o cliente quer: 2. 
São as característicasdo produto, bem ou serviço tal como definida pelo 
cliente. 
3. Ordem de importância: 
Ness et p os clientes tribuem pesos os “ques” lev nt dos 
4. Avaliação da concorrência pelo cliente: 
Análise do bem ou serviço oferecido pela concorrência, em comparação com 
o bem ou serviço estudado. 
13 
 
5. List dos “comos” – como traduzir/entender os desejos dos clientes: 
Nessa fase, traduzem-se aquelas necessidades em requisitos técnicos. Os 
“comos” devem ser mensuráveis 
6. Direção de melhoria: 
Est belece p r c d “como” su direção de melhori , isto é, “p r cim ” 
ou “p r b ixo” 
7. Matriz de correlação (telhado): 
É um m triz tri ngul r que busc est belecer correl ção entre os “comos” 
8. Quanto: 
Est belece p r c d “como” um valor-alvo (meta) que deve ser alcançado 
de modo a garantir a satisfação do cliente. 
9. Avaliação técnica da concorrência: 
Similar à avaliação da concorrência feita pelo cliente, a diferença reside no 
f to de comp r ção se b se r em c d “como” e não em c d “que” 
10. Matriz de relações: 
É uma forma sistemática de identificar um nível de relação entre uma 
c r cterístic do bem ou serviço (“ques”) e m neir de obtê -los (“comos”) 
11. Fatores de dificuldade ou probabilidade: 
São valores que indicam a maior ou menor dificuldade que a empresa tem 
p r tender c d um dos itens “como” 
12. Escores absoluto e relativo: 
Seleção dos “comos” que deverão p ss r à próxim f se Multiplic -se os 
graus de intensidade pela ordem de importância fornecida pelo cliente. 
Como dito no início, o QFD é constituído de quatro fases, veremos adiante as quatro 
fases pormenorizadamente: 
Fase 1 – Planejamento do produto: 
É a finalidade do produto. Nessa fase, convertem-se as exigências do cliente 
em “ques” equipe p ss desenvolver m triz, criando diferentes 
maneiras de traduzir os requisitos. 
Fase 2 – Desenvolvimento de componentes: 
14 
 
 
Nela determinam-se os detalhes e componentes necessários para fabricar o 
produto ou prestar o serviço, resultando em ponto que apresentam maior 
relação com a satisfação dos requisitos do produto estipulados pelo cliente. 
Fase 3 – Planejamento do processo 
Esta fase tem como resultado a escolha do processo a ser aplicado para 
desenvolver o bem ou sérico que atenderá aos requisitos do cliente. 
Fase 4 – Planejamento de produção 
Na fase 4 desenvolvem-se os requisitos de fabricação do produto. Os 
métodos de produção para atender ao processo estipulado na terceira fase 
permitirão à empresa fabricar um produto ou prestar um serviço 
inteiramente de acordo com as necessidades do cliente. 
Abaixo segue uma imagem das etapas do QFD (fig. 4) e uma Casa da Qualidade já 
desdobrada (fig. 5) 
Fig. 4. QFD genérico Fig. 5. QFD desdobrado 
15 
 
3.2 Análise de Valor 
3.2.1 Conceito 
Outra ferramenta que auxilia na gestão de desenvolvimento de produtos é a análise 
de valor. Abaixo conceituamos analise de valor: 
O conjunto de técnicas denomina-se análise de valor quando aplicado a produtos acabados, engenharia 
de valor quando empregado em novos projetos e gerenciamento de valor quando conduzido em 
atividades administrativas. A engenharia de valor tem natureza sobretudo preventiva, por minimizar 
custos previsíveis, que pesariam sobre o produto durante seu clico de existência. Mas a utilização eficaz 
da engenharia de valor de modo algum evita um trabalho posterior pautado na análise de valor. 
Em suma, análise de valor constitui uma aplicação sistemática de técnicas com o objetivo de identificar 
as funções e provê-las ao menor custo possível, sempre garantindo nível de qualidade igual ou superior 
ao do produto inicial. (MARSHALL JÚNIOR, 2003, p. 57). 
Podemos definir os objetivos da ferramenta como: 
Reduzir custos (principalmente os de produção); 
Elevar os níveis de qualidade do produto; e 
Elevar o grau de satisfação dos clientes, do market-share e dos resultados 
organizacionais. 
3.2.2 Metodologia 
A metodologia da análise de valor tem como principais características: 
1. Pensamento na função: 
Preocupação em entender as funções dos objetos em estudo. 
2. Qualificação dos objetos: 
Preocupação em traçar uma meta inicial. 
3. Trabalho em equipe: 
Preocupação em trabalhar de forma interdisciplinar. 
4. Criatividade: 
Uso da criatividade para lidar com os paradigmas existe ntes. 
5. Sistematização do trabalho: 
Seguir uma metodologia entendida por todos. 
Os principais elementos da análise de valor são quatro e serão detalhados a seguir: 
1. Objeto: 
16 
 
É o bem ou serviço, projeto ou processo de trabalho em estudo. 
2. Função: 
São as tarefas que os objetos procuram desempenhar. Devem ser descritas 
por um verbo comp nh do de um subst ntivo, como “ rm zen r conteúdo” 
(pote). 
a. Funções de uso: 
Rel cion d s com o v lor de uso, como “conduzir energi ” (fio) 
b. Funções de sétima: 
Relacionadas com o valor de estima do produto, em geral não 
mensurável, como “cri r st tus” (c deir ) 
c. Função principal: 
Relacionada com a razão principal da existência do produto, como 
“permitir ssento” (c deir ) 
d. Função secundária: 
Relacionada com as funções que têm por objetivo auxiliar ou expandir 
o desempenho das funções principais. Podem ser necessárias, 
desnecessári s ou cessóri s São exemplos “suport r peso” 
(necessári ), “servir de esc d ” (desnecessári ) e “pendur r roup ” 
(acessória). 
3. Custo: 
O custo representa a avaliação dos insumos e processo necessários para a 
produção de um bem ou serviço. 
4. Valor: 
Consiste basicamente em quatro tipos de valor: 
a. Valor de uso: 
Relacionado com as funções que o objeto deve cumprir. 
b. Valor de estima: 
Relacionado com o poder que o objeto exerce sobre as pessoas e que 
as leva a desejar possuí-lo (associado à atratividade) 
c. Valor de custo: 
Soma dos custos necessários para a produção do objeto. 
d. Valor de troca: 
17 
 
Soma dos valores de uso e de estima que permite a venda pelo 
cliente. 
Para elucidar melhor a ferramenta, descreveremos abaixo as etapas de 
desenvolvimento de um projeto de análise de valor. As fases são sucessivas, portanto deve- 
se terminar a primeira para começar a seguinte. 
1. Etapa preparatória 
a. Escolher o objetivo; 
b. Selecionar o grupo de trabalho; 
c. Determinar a meta de redução de custos; 
d. Planejar as atividades; 
e. Traçar o cronograma. 
2. Etapa informativa 
a. Colher informações sobre o objeto e suas partes; 
b. Determinar o custo e a função das partes; 
c. Traçar diagrama da árvore. 
3. Etapa crítica 
a. Selecionar as funções representativas do objeto; 
b. Estabelecer o custo real de cada função escolhida; 
c. Valorar cada função. 
4. Etapa criativa 
a. Gerar soluções alternativas. 
5. Etapa analítica 
a. Analisar e selecionar as soluções; 
b. Desenvolver estudo de viabilidade técnica e econômica. 
6. Etapa de implantação 
a. Desenvolver a solução e sua implantação; 
b. Implantar e medir os resultados; 
c. Realimentar o sistema com informações. 
A primeira fase, preparatória, consiste em adotar as providências preliminares 
necessárias ao desenvolvimento de um projeto. O objeto de estudo é definido, a equipe é 
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formada, determina-se o escopo e pode-se, então, planejar as atividades e estipular o 
cronograma. 
Na fase informativa o objeto é estudado para que sepossa classificar o objeto nas 
características apresentadas acima (função, custo, valor e objeto). 
A etapa crítica é realizada a comparação do custo estimado com o valor sugerido. A 
equipe deve conhecer bem o objeto para estipular os custos e ter boa percepção do valor 
que o cliente atribui ao objeto. 
A quarta etapa é a fase criativa, onde a equipe deve gerar uma gama de idéias, de 
modo a identificar materiais ou componentes que poderiam, a custos menores, atender 
àquelas funções selecionadas como prioritárias. 
A fase seguinte, analítica, cabe o estudo das soluções encontradas, elegendo-se as 
melhores, que passam à etapa de implantação. 
Por fim, a implantação, requer a solução destacada na fase anterior seja 
aperfeiçoada, implementada e reavaliada. 
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REFERÊNCIAS 
PORTAL de compartilhamento de conhecimentos sobre Gestão do Desenvolvimento de 
Produtos (GDP). Disponível em: <http://www.pdp.org.br>. Acesso em: 11 maio 2008. 
MARSHALL JUNIOR , Isnard et al. Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: FGV, 2003. 
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